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Trabalho em Equipe - Apostila

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Prévia do material em texto

MATERIAL DE ESTUDO DO CURSO DE 
CHEFIA E LIDERANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO: ESTE MATERIAL É COMPOSTO DA TRANSCRIÇÃO DE CONTEÚDOS 
PERTINENTES AO TEMA PROPOSTO, EXTRAÍDOS DE DIVERSAS FONTES PARA QUE 
HAJA MAIOR APROVEITAMENTO E APRENDIZADO DOS ALUNOS. 
 2 
 
Sumário 
 
 
Capítulo 01 – Como se tornar um grande líder ........................... 3 
Capítulo 02 - Liderança e ética nas organizações em uma 
sociedade do conhecimento ..................................................... 32 
Capítulo 03 - Chefia x Liderança ............................................. 45 
Capítulo 04 - Como ser um líder de sucesso ............................ 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
CAPITULO 1. 
COMO SE TORNAR UM GRANDE LÍDER 
FONTE: https://artia.com/blog/como-se-tornar-um-grande-lider/ 
 
Como se tornar um líder servidor. Os princípios de liderança de “O Monge e o 
Executivo” 
João Delbin 
 
Mestre em Engenharia Urbana pela 
UFSCar, Administrador. 
Professor do UNIPINHAL. Consultor 
de Empresas. 
E-mail: joaodelbin@superig.com.br 
 
 
 
O autor James C. Hunter é Consultor Chefe da J.D. Associados, uma empresa de consultoria 
de relações de trabalho e treinamento. Com mais de 20 anos de experiência. No livro Como 
se Tornar um Líder Servidor ele apresenta aplicações práticas do conceito de liderança 
servidora, detalhada no livro O Monge e o Executivo. 
 
Dados demonstram que três quartos das empresas americanas gastam anualmente um 
valor estimado em 15 bilhões de dólares em treinamento, desenvolvimento e consultoria para 
suas equipes de liderança. No entanto, mais de 90% do que é gasto acaba se revelando um 
enorme desperdício de tempo e dinheiro. É claro que os participantes ficam animados com o 
curso e interessados em aplicar o que aprendem. Mas pesquisas mostram que menos de 10% 
de fato mudam seu comportamento em consequência do treinamento. 
 
Assim, chegamos a um grande impasse. Com a abundância de recursos orientados 
para o desenvolvimento de melhores lideranças, era de se esperar que houvesse uma grande 
quantidade de líderes e dos bons. Mas onde estão eles? É evidente que alguma coisa está 
faltando. E é algo muito importante. 
Em busca da liderança eficaz. 
 
Após o lançamento do livro O monge e o executivo muitas pessoas estão 
interessadas em implementar os valores da liderança servidora. Muitas pessoas não 
precisam ser persuadidas da importância da liderança servidora, o que estão buscando é 
um plano, um guia com coordenadas exatas sobre como incorporar esses conceitos ao seu 
https://artia.com/blog/como-se-tornar-um-grande-lider/
 4 
 
cotidiano. É como se elas dissessem: “Mostrem-me o caminho”! “Digam-me o que devo 
fazer”! 
Todos anseiam por melhorar seu desempenho como pais, treinadores, cônjuges, 
professores, pastores ou gerentes todos querem se tornar os líderes de que as pessoas precisam 
e que merecem. Eles reconhecem que os antigos métodos de comando e controle, na base do 
grito e da ameaça, são ineficientes quando se lida com uma força de trabalho diversificada, 
formada por gerações muito diferentes, que cresceram desconfiando de quem tem “o 
poder”. 
A boa notícia 
Os princípios da liderança servidora podem ser aprendidos e aplicados por quem 
tem a vontade e a intenção de mudar, crescer e melhorar. 
Possuímos os meios e não apenas o conhecimento intelectual “do pescoço para 
cima”, como se costuma dizer, para enfrentar os difíceis desafios com que se defrontam 
os líderes de hoje. 
Há muitos anos que se fala e se escreve sobre a liderança baseada em relações e 
valores. Empresas no mundo inteiro estão mudando suas atitudes no que se refere à liderança, 
pessoas e relacionamentos. 
Agora, a má notícia 
Não se torna um líder melhor somente com a leitura de um livro. 
Claro que se pode obter informações sobre o assunto pela leitura de um livro, ouvindo 
uma fita, assistindo um vídeo ou pela participação em um curso, porém ninguém se torna um 
líder somente com isso, a aplicação e a prática são fundamentais. 
O desenvolvimento da liderança servidora exige muita motivação, feedback e 
prática intensiva na vida cotidiana. O que vale é a motivação para mudar e crescer. 
Deve-se estar disposto a explorar antigos comportamentos, identificando e 
mudando o que for necessário e começando a aprender novos hábitos quando for o caso. 
Há poucas coisas mais difíceis na vida do que deixar para trás velhos costumes, e 
é por isso que poucos se beneficiam ao participar apenas de cursos ou seminários sobre 
liderança. 
 
É fácil falar de mudança, mas tomar a iniciativa pede determinação, já que 
passamos do familiar e confortável para o desconhecido e desconfortável. O 
desenvolvimento da liderança e a construção do caráter são a mesma coisa, ambos exigem 
mudança. 
 
Você tem certeza de que está pronto para isso? 
 
 5 
 
Responda a três perguntas fundamentais. 
1. Você está realmente empenhado num processo de melhoria contínua e em 
se tornar 
 
2. Você é capaz de receber feedback até mesmo de seus subordinados, com 
críticas que podem causar angústia, a fim de identificar as diferenças entre o que você é 
como líder agora e o que precisa fazer para se tornar um líder melhor? 
 
3. Você está disposto a assumir os riscos para eliminar a distância entre o 
que você é e o que precisa mudar para se tornar um líder mais eficaz. 
 
Se a resposta é sim, a seguir serão apresentadas dicas extremamente valiosas para 
mudar o rumo de sua vida. 
O maior indicador de saúde ou doença organizacional está na liderança ou em sua 
ausência. Existe uma semelhança entre empresas saudáveis e empresas doentes, casamentos 
saudáveis e casamentos doentes, igrejas saudáveis e igrejas doentes. E a semelhança está na 
liderança. 
Liderança em nossas instituições 
Causa decepção ver gerentes preocupados em causar uma boa impressão ao chefe, 
em vez de se desempenharem em fazer a coisa certa para pessoas que lideram; a ver políticos 
oferecerem aos eleitores o que eles querem em vez de oferecerem o que precisam; ao ver pais 
tentando ser os “melhores amigos” dos filhos em vez de proporcionarem a liderança de que 
precisam, com limites, amor, feedback e disciplina; ao ver educadores mais interessados em 
cumprir o programa antes de que o semestre acabe de que em ajudar os estudantes a 
desenvolverem o caráter. Muitos líderes dizem apenas as coisas que as pessoas querem ouvir, 
em vez do que elas precisam ouvir, porque não têm coragem moral de contrariá-las. 
Definição de liderança 
A habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando 
atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força de caráter. 
Liderança não é gerência 
Habilidades gerenciais são diferentes de liderança, iremos falar sobre liderança. 
 
Planejamento, orçamento, organização, solução de problemas, controle, 
manutenção da ordem, desenvolvimento de estratégias e várias outras coisas, gerência é 
o que fazemos, liderança é quem somos. 
Alguns treinamentos de liderança focam o lado operacional, ou seja: tem o objetivo 
de tornar as pessoas capazes de administrar coisas, não o de fazer com que liderem e inspirem 
as outras à ação. 
 6 
 
As habilidades técnicas orientadas para o resultado que levaram muitos gerentes 
a posições de liderança não são exatamente asmelhores ferramentas para inspirar os 
outros a fazerem um bom trabalho. 
Liderar significa conquistar as pessoas, envolve-las de forma que coloquem seu 
coração, mente, espírito, criatividade e excelência a serviço de um objetivo. É preciso 
fazer com que se empenhem ao máximo na missão, dando tudo pela equipe. 
Liderança não é ser chefe 
Um executivo bem sucedido não é, necessariamente, um líder de sucesso. 
A mídia adora idolatrar ou demonizar as estrelas do mundo executivo, eles são 
tratados como grandes visionários, estrategistas refinados, gurus organizacionais e gênios 
táticos. Estas são importantes habilidades gerenciais, mas têm pouca ou nenhuma relação 
com a arte de liderar e de influenciar pessoas para darem o melhor de si. 
Não é preciso ter um cargo de chefia ou ser hierarquicamente importante para ser um líder 
e influenciar outras pessoas a terem mais entusiasmo, mais empenho e mais disposição, 
enfim, para se tornarem o melhor que podem ser. 
 
Liderança é a capacidade de influenciar os outros para o bem. Nas comunidades que 
surgem naturalmente todos são líderes, assumindo, cada um, a responsabilidade pessoal pelo 
sucesso da equipe. Todos deixam a sua marca na equipe, a única questão é o tipo de marca 
que cada um quer deixar. 
Quando uma empresa faz sucesso, todos os seus membros assumem o 
compromisso de liderar. Eles sabem que todos são responsáveis pelo êxito da equipe e 
pelos resultados extraordinários. 
Liderança é uma tremenda responsabilidade 
Ao longo da vida as pessoas assumem diferentes papeis de liderança: gerentes, 
cônjuge, pai, mãe, treinador, professor, pastor e muitos outros. 
Quando nos propomos a sermos líder, assumimos uma grande responsabilidade. 
Afinal, seres humanos são confiados aos nossos cuidados e há muita coisa em jogo. Causa 
espanto a maneira indiferente e descuidada com que as pessoas lidam com seus papeis de 
liderança. 
 
Ser líder é uma decisão pessoal e intransferível, a priori, ninguém nos coage a se 
casar, ser pai e mãe, ser chefe e outros papeis. Da mesma forma que entramos por livre e 
espontânea vontade, temos toda liberdade para sair. Em suma, nós nos colocamos à 
disposição de algo grandioso e muito importante. 
Os líderes precisam refletir sobre o impacto que causam na vida de outras pessoas, 
no seu desenvolvimento, na sua carreira, na sua família, nos seus valores, na sua ética e 
mais, muito mais. 
 7 
 
Liderança é uma habilidade 
As pessoas nascem líderes ou se tornam líderes? Esta é uma questão antiga. 
Peter Drucker declara categoricamente que pode haver muitos “líderes natos”, 
mas são bem poucos para que possamos depender deles. 
Warrem Bennes acrescenta “o mito mais perigoso é o de que há um fator genético 
na liderança e que as pessoas simplesmente possuem ou não determinadas qualidades 
carismática. Na verdade, acontece o oposto. Os líderes são feitos, em vez de nascerem 
líderes”. 
Se acreditarmos que a liderança é um conjunto de características com que nascemos 
ou deixamos de nascer, então não precisamos assumir a responsabilidade. Podemos 
simplesmente culpar nossos ancestrais. Mas, se aceitamos o fato de que a liderança pode ser 
desenvolvida, fica a pergunta: o que estamos fazendo para desenvolver ao máximo essa 
habilidade? 
Após acompanhar o crescimento de centenas de gerentes e líderes eficazes, não 
há a menor dúvida que liderança é uma habilidade. Isto é, uma capacidade aprendida ou 
adquirida por meio da educação e da aplicação. 
Todos podem melhorar sua habilidade em qualquer atividade, basta combinar o 
desejo, o instrumento e as ações apropriadas. 
Falar não é fazer 
As evidências indicam claramente que a maioria das pessoas promovidas a posição 
de liderança recebe pouco ou nenhum treinamento sobre a maneira de conduzir o mais valioso 
recurso e patrimônio da organização: seus colaboradores 
Promove-se o melhor vendedor a gerente de vendas, com isso, perde-se o melhor 
vendedor e se ganha um péssimo gerente de vendas! 
A maioria dos executivos costuma dizer que os colaboradores são o patrimônio 
mais valioso de uma empresa. No entanto a maioria das empresas não se comportam dessa 
forma. 
Contratam ou promovem pessoas para posições de liderança, enviam-nas para um 
seminário de um dia inteiro sobre “habilidades de à supervisão” e depois deixam-nas à solta! 
Estudos recentes sugerem que o treinamento breve e intensivo pode até ter um impacto 
negativo no desempenho da liderança, se essas pessoas não tiverem o apoio e o 
acompanhamento necessário para que sejam bem sucedidas nessa tarefa de tanta 
responsabilidade. 
Liderança é influenciar 
Liderar é um processo de influenciar pessoas. Liderar é fazer com as pessoas 
contribuam com entusiasmo, de preferência com o coração, a mente, a criatividade, a 
excelência e outros recursos. E se tornem as melhores que são capazes de serem. 
 8 
 
Liderança não é sinônimo de gerência, mas de influência. Atualmente as grandes 
corporações estão contratando pelo caráter e treinando para a habilidade. 
Liderança é uma questão de caráter 
São muitos os estímulos disparados diariamente em direção a cada um de nós. 
Conta, chefes, questões de saúde, filhos, esposa e outros. Mesmo assim, temos a 
capacidade de escolher nossa reação: paciente, impaciente, delicado, indelicado, 
arrogante, humilde, altruísta, egoísta... 
Como vimos há um pequeno mundo de opções entre o estímulo que nos atinge e 
a reação que decidimos ter. É esse universo que devemos aprender se queremos ser 
líderes mais eficazes e seres humanos melhores. 
A vida não é tanto o que nos acontece, mas a maneira como reagimos ao que nos 
acontece. Entre o estímulo e a reação existe o caráter, considerando que este reflita nosso 
empenho em fazer o que é certo, ignorando impulsos ou caprichos e independentemente dos 
custos pessoais. 
Liderança é caráter em ação, assim como desenvolvimento de liderança e 
desenvolvimento de caráter são a mesma coisa. 
 
O supremo teste 
O verdadeiro teste da eficiência do líder é, seus liderados, funcionários e filhos se 
tornarem líderes servidores. 
O líder sempre deixa sua marca. A única dúvida é que tipo de marca será. 
Você quando aposentar, com certeza, não se lembrará, do que fez em janeiro de 
2000, mas certamente lembrará das pessoas que ajudou a ter uma carreira melhor por 
causa de seu interesse e de sua dedicação ao desenvolvimento delas. 
Quando se sentir confuso sobre seu desempenho como líder, descubra como estão as 
pessoas que você liderou. Assim saberá a resposta. 
 
 
 
A liderança servidora é para os fracos? 
 
Há muitos céticos sobre a eficácia da liderança servidora. As acusações variam do 
estilo vago ao tom piegas e passivo. Muitos acusam o líder servidor de inverter a pirâmide 
organizacional. 
Entre as obrigações de uma liderança estão a definição de missão, das normas de 
comportamento e a indicação de responsabilidades. O líder servidor não encomenda pesquisa 
nem promove reuniões de comitê ou votações. Ao contrário as pessoas esperam que o líder 
ofereça essa orientação. 
 9 
 
Em compensação, depois que a direção foi determinada, é tempo de vencer! A 
liderança passa a responder às pessoas que lidera, a identificar e atender suas necessidades 
legítimas para que possam se tornar mais eficazes na realização de sua missão. 
 O capítulo dois aborda o poder e a autoridade. A qualidade de vida, a liderança e 
o caráter são determinados pela qualidade de nossas opções cotidianas. Quando nos 
oferecemos para ser líder, fazemos a primeira opção. A segunda vem na sequência: vamos 
liderarpelo poder ou pela autoridade? 
 
Poder e autoridade. Qual a diferença? 
 
Max Weber: poder é a capacidade de obrigar, por causa de sua posição ou força, 
os outros a obedecerem à sua vontade, mesmo que eles preferissem não fazê-lo. 
Autoridade é muito diferente de poder, já que envolve a habilidade de levar outros 
a fazerem, de bom grado, sua vontade. Outra maneira de observa a diferença entre poder 
e autoridade é a seguinte. O poder pode ser comprado e vendido, dado e tirado. Ou seja, 
laços de parentesco e amizade realmente conseguem colocar uma pessoa numa posição 
de poder, mas isso já não acontece com a autoridade, ela é a essência da pessoa, está 
ligada ao seu caráter. 
 
Poder e relacionamento 
Ninguém deve ser enganar: o poder funciona. 
O poder funciona. Por um bom tempo é possível conseguir as coisas na base da 
imposição. Mas há um lado negativo nisso tudo e ele não é pequeno. 
Quando usado de forma autoritária, o poder deteriora os relacionamentos. Se você 
impõe sua vontade, com o passar do tempo vai perceber o aparecimento de muitos 
sintomas desagradáveis. 
 
 
Relacionamentos e empresas 
Qualquer que seja o produto ou serviço que sua empresa forneça, você opera no 
ramo de relacionamentos. Sem as pessoas não há mundo dos negócios. 
A razão da existência da empresa é atender a uma necessidade humana. Quando 
ela deixa de satisfazer essa necessidade, ou a concorrência o faz de maneira mais 
vantajosa, ela deixa de existir. 
O lucro é um componente essencial de uma empresa saudável, mas não é por isso 
que ela existe. Pode-se fazer uma analogia com a própria vida. Devemos ter oxigênio 
(lucro) para sobreviver, mas não e por isso que existimos. 
 
10 
 
As empresas saudáveis mantêm relacionamentos saudáveis entre clientes, 
funcionários e donos, assim como uma convivência respeitosa com fornecedores, 
comunidade, sindicatos e o governo. A recíproca é verdadeira: relações sadias, negócios 
lucrativos; relações ruins, negócios péssimos. 
O estilo de gerência de poder e controle dá mesmo margem ao aparecimento de efeitos 
colaterais desfavoráveis, inclusive confrontações, favorecimentos, manobras políticas e 
várias outras atitudes nocivas que prejudicam os relacionamentos e, em consequência, 
afetam o crescimento da empresa. 
No mundo atual, a cultura do poder será incapaz de competir com excelência, com 
a rapidez, a qualidade e a inovação necessárias, em suma, com um ambiente em que as 
pessoas participem voluntariamente e de bom grado. 
A cultura do poder pode sugar o “espírito” da vida de uma empresa. 
Velhos paradigmas 
A dificuldade não é estimular as pessoas pelas novas coisas, mas fazer com que 
larguem as antigas, ou seja, os paradigmas que norteiam suas vidas. 
É preciso ter cuidado para não se deixar dominar por ideias e modelos antigos, 
que talvez tenham atendido a um propósito útil, mas que podem não ser um bom modelo 
de liderança num mundo novo e em constante transformação. 
 
Após a segunda guerra as empresas adotaram a estrutura piramidal e a liderança 
baseada no poder. Numa cultura piramidal, a empresa, por inércia olha para cima. Sua única 
meta é manter o chefe feliz. Enquanto os funcionários tentam agradar ao chefe, ignoram 
as necessidades do cliente. 
Nesse período as pessoas eram promovidas de acordo com sua competência 
técnica ou funcional. 
Só porque uma pessoa é muito competente não significa que seja capaz de inspirar ou 
influenciar os outros a também fazerem bem o seu trabalho. É preciso desenvolver uma nova 
maneira de pensar e um novo conjunto de habilidades. 
Os experts nas áreas técnica ou operacional, quando promovidos à posição de 
liderança, enfrentam uma barreira. Acostumados a se sentirem realizados quando deixavam 
o trabalho à noite, afinal, tinham feito milhares de coisas e apagado incontáveis incêndios, 
eles agora precisam lidar com uma situação em que os resultados nem sempre são visíveis 
no final do dia. 
Quando se está numa posição de liderança, a medida do sucesso muda. Os 
esforços para agir de forma certa, os depósitos em contas bancárias emocionais, o 
empenho em ensinar, treinar e estimular as pessoas, tudo isso pode demorar a dar frutos. 
Essa é uma situação que pode ser muito frustrante para quem está acostumado a 
ter uma satisfação imediata, com direito a resultados quantificáveis no final do dia. 
 
11 
 
A liderança exige habilidades específicas, como a paciência e a confiança de que 
os frutos virão. É preciso estar preparado, inclusive, para a expectativa de não saber 
quando os frutos chegarão, ou mesmo se os frutos se tornarão evidentes em alguma 
pessoa. 
OPS, o mundo mudou 
O foco é o cliente. Graças a conceitos inovadores de trabalho em equipe, além de 
iniciativas de qualidade e produtividade, como os métodos kaizan, kanban e outros 
programas, as empresas japonesas conseguiram mobilizar seus funcionários “do pescoço 
para cima”. 
Muitas empresas já despertam para essa realidade, mas muitas ainda precisam 
fazê-lo. 
O exercício do poder 
Existem ocasiões em que o líder deve exercer a poder. 
Ter poder sobre pessoas é uma coisa. Ter autoridade com as pessoas é outra, muito 
diferente. 
Por que algumas pessoas exercem autoridade sobre as outras? Porque servem. 
Porque ouvem, elogiam, estimulam, mostram interesse pelas necessidades, estão 
preocupadas em tornarem a vida dos outros melhores. 
O capítulo três aborda o desenvolvimento da autoridade. A questão é: como os 
grandes líderes da história conseguiam fazer com que as pessoas aceitassem de bom 
grado sua vontade, mesmo que isso pudesse levar à própria morte! 
O maior líder de todos os tempos 
Se liderança é influenciar pessoas, deveríamos estudar Jesus, pois foi o ser 
humano que mais influenciou as pessoas na história. Um terço da população do planeta, 
identifica-se como cristão. Jesus Cristo fundou seu império baseado no Amor, milhões de 
pessoas morreriam por Ele. 
 
A essência da liderança 
Jesus diz: qualquer um que deseje ser o líder deve primeiro servir. Se você quer 
liderar, deve servir, ou seja, sacrificar-se e procurar o bem maior de seus liderados. A 
influência deve ser adquirida, não há atalhos. 
A influência e a liderança legítima são construídas com muito trabalho e sacrifício. 
Não sou Madre Teresa 
Um dos perigos de dar exemplos históricos é que as pessoas podem chegar a 
conclusão de que nunca poderão aspirar a esse nível de grandeza. 
 
12 
 
Não precisamos morrer pela empresa, mas talvez possamos encontrar um pouco 
mais de tempo para ouvir as pessoas e tratá-las como se fossem importantes. Quando nos 
sacrificamos e servimos os outros, estamos desenvolvendo autoridade e, em consequência 
influência. 
Qualquer um pode servir 
Servir e se sacrificar pelos outros é algo que pode ser realizado de muitas maneiras 
diferentes. Quando nos dedicamos a identificar e atender as necessidades legítimas dos 
outros, descobrimos que é preciso fazer alguns sacrifícios. 
Quando servimos os outros, temos de perdoar, pedir desculpas e dar uma segunda 
chance, mesmo quando não sentimos vontade. Há risco de sermos rejeitados, mal 
interpretados e até usados em algumas ocasiões. Na verdade é fundamental abrir mão de 
qualquer coisa que interfira na maneira de fazer a coisa certa diferença na vida de outra 
pessoa, ainda mais se estiver em posição de liderança. 
 
Idade emocional de uma criança de dois anos 
O caráter de uma criança de dois anos em ação pode ser resumido em duas 
palavras: “eu primeiro”. 
Muitos executivos são verdadeiras crianças grandes, “eu primeiro, e você que se 
dane”.Esse é um dos estranhos e belos paradoxos da vida. Quando rompemos com o 
“eu” e nos empenhamos em atender as legítimas necessidades dos outros, nossas 
carências também são satisfeitas. Se desejamos nos tornar lideres eficazes e seres 
humanos melhores, precisamos superar esse problema do “eu primeiro”. Precisamos 
amadurecer. 
Se você é da turma do “eu primeiro” e está feliz, não tem problema. Só faça o 
favor de não se tornar candidato a líder, de preferência não tenha filhos, não se case e não 
tenha ninguém que dependa de você. 
 
 
A alegria de servir 
 
Os grandes líderes, falam com frequência da grande alegria que experimentam em 
servir os outros. 
O psiquiatra e escritor americano Karl Menninger, que viveu até quase cem anos, 
respondeu algo muito interessante quando lhe perguntaram o que recomendaria a uma 
pessoa prestes a ter um colapso nervoso: “tranque sua casa, vá para a parte mais pobre da 
cidade e faça alguma coisa para ajudar as pessoas necessitadas”. 
Resumindo: saia do “eu” por algum tempo e o “eu” se comportará muito melhor. 
 
13 
 
Na relação entre liderança e amor, existe uma diferença entre amor de sentimento 
(emoção) e o amor da vontade (decisão). 
O amor emocional, com sua paixão, romantismo e impulsos afetuosos, é a linguagem 
e a expressão do amor, mas não é isso que é amor. 
O amor devocional é a disposição de uma pessoa para ser atenciosa com as 
necessidades, os interesses e o bem-estar de outras, independentemente de como se sinta. 
Quando falamos em amar, estamos falando do modo como nos comportamos todos 
os dias. 
Estamos mesmo interessados em ajudar as pessoas a crescerem e se tornarem o 
melhor que podem ser? Nós nos colocamos a disposição dos outros mesmo quando não 
sentimos vontade? Procuramos o bem maior das pessoas que lideramos? 
Utilizamos o termo amar como sendo: O ato de se pôr a disposição dos outros, 
identificando e atendendo suas reais necessidades sempre procurando o bem maior. 
Não me diga...mostre 
O amor é paciente, o amor é gentil, não é pomposo ou arrogante, é humilde; não 
age de maneira inconveniente é respeitoso; não procura seu próprio interesse é altruísta; 
não se regozija na injustiça, mas na verdade é honesto; suporta todas as coisas, nunca falta 
é dedicado. 
O mesmo acontece com a liderança. Qualquer pessoa pode se tornar cônjuge, pai, 
mãe, chefe e treinador, mas quando surge alguma crise é que se descobre quem é quem. 
Essas qualidades representam a própria essência da liderança. Elas não apenas 
definem liderança, mas também representam o verdadeiro significado de caráter. 
Afinal, amar uns aos outros, liderança é para quem faz a coisa certa. 
 
 
A definição dos princípios 
1. Liderança exige paciência 
 
 Ter paciência e demonstrar autocontrole, ou melhor, controle de seus impulsos. 
Para nos tornarmos líderes efetivos é com os princípios morais. Paciência e 
autocontrole refletem atitudes consistentes previsíveis. 
 
Isso não quer dizer que não podemos ser apaixonados pelo que fazemos ou que 
não devemos de mostrar nossas emoções. A paixão envolvimento, é uma qualidade 
 
14 
 
essencial de liderança. Podemos adorar o que fazemos, ao mesmo tempo em que somos 
pacientes e temos autocontrole. 
A raiva é uma emoção natural e saudável, e a paixão é uma qualidade maravilhosa 
para se ter. Mas agir movido por raiva ou paixão, violando os direitos dos outros é 
impróprio e prejudica os relacionamentos. É essa parte que pode e deve ser controlada. 
2. Liderança exige gentileza 
 
Gentileza é um ato de amor, porque exige que nos interessemos pelos outros, até 
mesmo por quem não sentimos qualquer afeição. Pequenas manifestações de apreciação, 
de encorajamento, de cortesia e de atenção, além de conceder créditos e elogios pelos 
esforços realizados, ajudam os relacionamentos a se desenvolverem de forma adequada. 
Os líderes efetivos pressionam e estimulam os outros a aumentarem seu nível de 
atuação. Seu papel é encorajar as pessoas a partilharem conhecimentos e experiência de 
forma a funcionarem como uma influência constante e positiva para quem está a seu 
redor. Lembre-se que você não precisa ser chefe para encorajar e influenciar os outros. 
Pequenas amabilidades, como “bom dia”, “por favor”, “obrigado”, “desculpe”, 
“eu estava enganado”, são fundamentais nos relacionamentos humanos. 
 
3. Liderança exige humildade 
 
Humildade é a demonstração de ausência de orgulho, arrogância ou pretensão, 
comportamento autêntico. 
Não se deve confundir humildade humildes não sofrem nenhum complexo 
de inferioridade. Eles sabem que não têm todas as respostas e aceitam isso com 
naturalidade. Quando atingidos em sua escala de valores, princípios morais e senso de 
justiça, podem ser tão destemidos quanto um leão. 
Os líderes humildes não se iludem sabem o que eles realmente são. Eles sabem 
que vieram ao mundo sem nada e que partirão sem nada e, por isso mesmo, aprenderam 
a se controlar e a não ser egoísta. 
 
Sua disposição para ouvir as opiniões dos outros, mesmo que sejam opiniões 
contrárias, mostra que esse tipo de liderança não procura crédito e adulação para si 
mesma, daí sua capacidade de rir de si mesma e do mundo. 
Os líderes humildes consideram sua liderança uma enorme responsabilidade e 
levam muito a sério a posição de confiança e as pessoas a eles confiadas. Seu foco não 
está nos benefícios corporativos nem na politicagem interna, muito menos na corrida para 
ver quem vai ocupar a sala maior. Eles preferem se concentrar nas responsabilidades 
inerentes à liderança. 
 
15 
 
Seguro de suas forças e limitações, os líderes humildes estão conscientes de que 
o maior de todos os defeitos é acreditar que não cometem erro algum. 
 
4. Liderança exige respeito 
 
Tratar todas as pessoas com a devida importância. 
Uma maneira eficaz dos líderes demonstrarem respeito pelas habilidades e 
capacidades da outra pessoa, e com isso construírem uma relação de confiança, é delegar 
responsabilidades. É a única maneira das pessoas crescerem e se desenvolverem. 
Delegar responsabilidades é um modo maravilhoso de demonstrar confiança, pois 
funciona como uma via de mão dupla. Para que as pessoas ajam com descrição e tenham 
uma opinião independente é preciso incentivar o exercício do livre-arbítrio. 
 
Respeito não é algo que você ganha quando se torna líder, o respeito é conquistado 
quando você é líder. O líder concede respeito, ele opta por tratar todas as pessoas como 
importantes, mesmo quando se comportam mal ou fazem por merecer. Apriori todas as 
pessoas agregam valor a uma organização. E se não o fazem, de quem é a culpa por isso? 
 
5. Liderança exige altruísmo 
 
Altruísmo: atender as necessidades dos outros. 
Quando você se candidata à líder, tem de fazer isso. A vontade de servir e de se 
sacrificar pelos outros, a disposição de abrir mão dos próprios anseios pelo bem maior, este 
é o verdadeiro altruísta e, em consequência, o verdadeiro líder. 
A estrada para a liderança servidora não será percorrida na tentativa de mudar ou 
melhorar os outros, mas no empenho em mudar e melhorar a nós mesmos. 
Tolstoi diz: “todos querem mudar o mundo, mas ninguém quer mudar a si 
mesmo”. 
 
A única pessoa que você pode mudar é você mesmo. Se cada um de nós limpasse o 
lixo de sua própria calçada nos teríamos uma rua limpa. 
6. Liderança exige perdão 
 
Perdoar significa deixar para lá o ressentimento. 
Saiba que as pessoas vão cometer erros quando você for o líder. Todo mundo vai 
meter os pés pelas mãos, fazer besteira e decepcioná-lo. As pessoas vão magoá-lo, não seesforçarão como você acha que deveriam e algumas não reagirão aos seus esforços e umas 
poucas tentarão se aproveitar de você. 
 
16 
 
Por isso, é essencial aceitar as limitações nos outros e ter uma enorme capacidade 
de tolerar a imperfeição. E nada de ficar ressentido com as coisas que nos machucam e 
nos desapontam. Lembre-se de que qualquer um pode liderar pessoas perfeitas, se é que 
elas existem. 
Deixar para lá o ressentimento não significa se tornar uma pessoa passiva, um 
capacho para o mundo. Muito menos aceitar a impunidade e nem fingir que qualquer tipo 
de comportamento é aceitável. Agir dessa forma não seria íntegro. 
Em vez disso, perdoar significa comunicar de forma positiva como o 
comportamento das pessoas o afetou e lidar com o problema, e depois relevar todo e 
qualquer ressentimento existente. 
Essa qualidade de caráter pode ser desenvolvida ao longo do tempo. É preciso ter 
maturidade, pois costumamos encontrar justificativas para não desculpar as pessoas quando 
nosso orgulho e sentimentos são atingidos. 
Como Gandhi ressaltou. “Os fracos podem nunca perdoar, o perdão é o atributo 
dos fortes”. 
 
7. Liderança exige honestidade 
 
Não tentar enganar ninguém. 
Comportamentos leais: ajudar as pessoas a serem o melhor que puderem e evitar 
comportamento desleal e formação de panelinhas. 
Desenvolver a confiança exige esforço e comunicação. A habilidade de 
comunicação ideal para os lideres eficazes é a do tipo afirmativo. De certa forma, ela pode 
ser considerada agressiva porque é franca, honesta e direta, e não hesita em dizer a 
verdade, quer seja uma boa ou má notícia. A diferença é que as afirmativas não violam 
os direitos das outras, mantêm um comportamento respeitoso. 
 
 
 
8. Liderança exige compromisso 
 
Ser fiel a sua escolha. Os melhores líderes servidores são aqueles que cumprem 
os compromissos que assumem. Não seria possível pedir aos outros que sejam o melhor 
que possam, se eles próprios não assumem o compromisso de se tornarem os melhores. 
Compromisso exige uma relação de lealdade com sua equipe, especialmente 
quando surgem falhas ou quando alguém precisa de sua ajuda. Mas veja bem: isso não 
significa uma fidelidade cega. 
 
 
17 
 
Compromisso é ter a coragem moral de fazer a coisa certa, independentemente de 
relações de amizade ou outras alianças, mesmo que seja impopular ou implique risco 
pessoal. 
 
Devemos esquecer o que sentimos uns pelos outros, devemos nos concentrar no 
modo como nos comportamos uns com os outros, praticar os comportamentos do amor. 
Não devemos perder tempo nos preocupando se amamos o próximo, 
simplesmente devemos agir como se os amassemos, quando nos comportamos como 
amassemos alguém, dali a pouco passaremos a amá-lo. 
No capítulo cinco o autor aborda o tema gentileza e responsabilidade. As 
experiências de Hunter demonstram que a gentileza e a honestidade são as áreas em que 
os líderes mais perdem o equilíbrio. 
E é engraçado, eles sabem se comportar, no entanto desenvolvem o hábito 
lamentável de serem grosseiros com as pessoas que não consideram importantes. E para 
um líder servidor todos são importantes 
 
Você está escutando 
A maior oportunidade que temos todos os dias de sermos atenciosos com os 
outros é a maneira como decidimos escutá-los. 
Se usarmos a escuta empática, conseguimos nos colocar no lugar dos outros e ver 
como veem, sentir como eles sentem. 
A boa notícia é que a escuta empática é uma habilidade que pode ser desenvolvida 
e não uma coisa com que nascemos. 
Ouvir alguém não significa que concordamos com o que foi dito, mas que estamos 
interessados em compreender suas motivações. A escuta é a forma mais sincera de lisonja. 
Esqueça a necessidade de ser interessante e procure se mostrar interessado. 
Funciona como uma poderosa arma de sedução. 
 
Responsabilidade 
Não estamos sendo honestos quando não cobramos responsabilidades. Se não 
confiamos nas pessoas com quem trabalhamos, corremos o risco de nos tornarmos ao 
mesmo tempo ladrões e mentirosos. Quando fingimos que está tudo bem, estamos 
roubando daqueles que pagam nossos salários, pela simples razão de que somos 
contratados, entre outras coisas, para cobrarmos responsabilidades das pessoas. Além 
disso, estaríamos mentindo para quem está ao nosso redor. Quem é honesto não engana 
os outros. 
 
18 
 
Todos nós temos a necessidade de saber, desde pequenos, quais são os limites e 
expectativas, além de assumir a responsabilidade por nossas ações e comportamentos. 
Não favorecemos ninguém, a não ser nós mesmos, quando não pressionamos as 
pessoas a darem o melhor de si. Só líderes egoístas privam as pessoas do que elas mais 
precisam, responsabilidades. 
Há muitas coisas em jogo nas organizações. Portanto, pense nas mensagens 
desfavoráveis que enviamos a todos que observam nossa falta de compromisso com a 
excelência e nosso fracasso em fazer a coisa certa. 
A disciplina é importante porque demonstra que nos importamos com as pessoas 
e queremos que sejam a melhor que podem ser, está é a nossa responsabilidade como 
líderes. 
Disciplina significa ensinar 
Disciplina é uma palavra cuja raiz vem de discípulo, que é aquele que recebe 
ensinamentos ou treinamento. Para converter a pessoa em discípulas basta identificar as 
diferenças de desempenho entre padrões fixados e o resultado real e desenvolver um plano 
que elimine essas diferenças. 
Lembre-se de que disciplina não é punir e humilhar as pessoas. O objetivo é levá-
las para o caminho certo, ajudando-as a se tornarem melhores. 
 
Abraço e palmadas 
Os líderes servidores mais eficazes possuem a extraordinária capacidade de 
demonstrar ao mesmo tempo um rigor implacável e uma afeição sincera. Podem ser muito 
exigentes em sua busca da excelência, mas demonstram igual empenho em manifestar 
seu interesse e amor pelas pessoas. Elas conseguem abraçar quando estamos carente e dar 
umas palmadas quando precisamos ser repreendidos. 
 
Você pode fazer as duas coisas 
Liderança servidora e cumprir metas não são coisas que se excluem mutuamente. 
O objetivo é realizar o trabalho, ao mesmo tempo em que desenvolvemos os 
relacionamentos. Os líderes eficazes são capazes de lidar com as ambiguidades inerentes 
à técnica do abraço e da palmada. 
 
Liderança e Amor 
As pessoas devem acreditar no líder e confiar em sua palavra. 
A liderança começa com uma opção, que é feita quando nos alistamos para líderes. 
Quando a liderança opta por fazer a coisa certa, dia-a-dia, hora a hora, isso acaba se tornando 
um hábito. Por fazer a coisa certa, entenda ser paciente, gentil, humilde, respeitoso, altruísta, 
 
19 
 
honesto e dedicado. Estes princípios são auto explicativos, além de revelarem também as 
qualidades de amor, liderança e caráter. 
O maior líder é o maior servidor, o mais dedicado a atender às necessidades dos 
outros. 
O esforço exigido para ser um líder servidor é enorme, mas a realidade mostra que 
basta determinação para chegar lá. 
O mundo é um lugar bastante diversificado e várias culturas definem de forma 
peculiar o que é considerado certo ou errado. O mesmo se pode dizer das questões morais, 
pois elas envolvem os conceitos de certo e errado e estão ligadas a um conjunto muito 
variado de convicções e práticas religiosas ou culturais. 
O que é considerado moral em uma sociedade pode muito bem ser considerado 
imoral em outra. 
O conceito de moralidade varia até mesmo dentro da própria cultura. A ética,portanto, pode ser definida como desenvolvimento ou comportamento de acordo com os 
padrões socialmente aceitos, tornando-se um sistema eficaz para a aplicação dos 
conceitos morais, valores e deveres. 
 
Princípios 
Ao contrário dos valores, conceitos morais e éticos que variam bastante entre as 
culturas e ao longo do tempo, os princípios são leis abrangentes e inalteráveis. Temos os 
princípios que se aplicam às leis da natureza e as leis que se aplicam a natureza humana. 
As leis da natureza humana se aplicam às leis da eficiência humana e ao 
comportamento adequado. 
Como queremos ser tratados por nosso líder? Que tipo de líder nós buscamos? Um 
que seja gentil, humilde, respeitoso, altruísta, clemente, honesto, paciente e dedicado. Claro 
que queremos. Esta é a “Regra de Ouro” que se aplica a liderança: seja o líder que você deseja 
que seu líder seja. 
 
 
 
 
 
Natureza humana 
 
O que diferencia os seres humanos dos animais são suas excepcionais habilidades, 
como a imaginação, o livre-arbítrio, a consciência e a autopercepção. 
 
20 
 
Possuímos a capacidade única de refletir sobre a vida e até de efetuar mudanças 
no que é considerada nossa natureza humana. Pense na tremenda responsabilidade que é 
ter a liberdade de decidir o que fazer com a própria vida. 
Falamos em amor e bondade, no entanto existe mais que somente amor e bondade no 
coração das pessoas, senão não veríamos tanto massacre, extermínio e ódio. Isso não deveria 
nos surpreender, já que existem deformidades e anomalias na própria natureza. O espantoso 
é a maneira como esses homens perversos conseguiram mobilizar milhares de pessoas para 
executar seus planos diabólicos. 
O tipo de pessoas que nos tornamos depende apenas de nossas decisões, não de 
nossas condições. 
O potencial para o bem e o mal que existe em todos nós é muito bem expresso 
por uma antiga história zen-budista. Um samurai turbulento e arrogante desafiou um 
mestre zen a explicar a diferença entre o bem e o mal. O mestre respondeu, com evidente 
repulsa: 
- Não perderei meu tempo com uma escória como você. 
O samurai teve um acesso de raiva, desembainhou sua enorme espada e gritou; 
- Cortarei sua cabeça pelo insulto! Calmamente, o mestre zen declarou: 
- Isso é o mal 
O samurai acalmou-se, compreendendo a sabedoria do que dissera o mestre. 
- Obrigado por sua percepção, meu bom mestre, - murmurou o samurai 
humilde. 
Ao que o mestre zen arrematou: 
- E isso é o bem. 
 
Temos um senso moral? 
Hunter acredita que os seres humanos possuem um senso moral inato, do que é 
certo e errado. Mas daí a dizer que somos naturalmente bondosos é bem diferente. 
O senso moral compete com outros desejos e tentações que são igualmente 
“naturais” para os seres humanos. 
Infelizmente, nossa percepção de moralidade é forjada pelo resultado do conflito 
entre o que sabemos ser certo e a maneira como decidimos nos comportar. 
 
Grande parte das pessoas tem uma noção de como deve reagir em determinada 
situação, elas conhecem o que é certo e errado. A dúvida é uma só: Queremos fazer a 
coisa certa ou a coisa errada? 
Parecem existir pelo menos duas verdades: A primeira é que temos a capacidade 
de fazer opções morais a respeito dos estímulos que o mundo apresenta. A segunda é que 
 
21 
 
temos a capacidade para o bem e para o mal, embora a tendência para a maldade seja mais 
forte, exigindo um esforço de resistência especial. A vontade de fazer a coisa certa deve 
ser desenvolvida e acalentada com o maior cuidado, para que não nos tornemos um dos 
muitos seres humanos repulsivos que vagueiam pelo mundo. 
 
A boa notícia é que há um conjunto de características psicológicas que 
proporcionam aos seres humanos a vontade, a coragem e a força para fazer a coisa certa. 
 
Se desenvolvido e fortalecido ao longo do tempo, esse “músculo moral”, se 
preferirem a expressão, permite nos elevarmos acima do interesse pessoal e da satisfação 
imediata. Temos um nome para esse músculo moral. Ele se chama caráter. 
Há quem sugira que o caráter pessoal não tem nada a ver com a liderança. Você 
concorda? Se a resposta é não, faça as seguintes perguntas a si mesmo: As pessoas de 
moral duvidosa têm influência sobre você e o inspiram à ação? Você mantém boas 
relações com esse tipo de pessoa? 
 
Personalidade 
Personalidade é a máscara que usamos para o mundo não ver o que somos. 
Existem muitas técnicas de determinação do perfil da personalidade, além de outros 
instrumentos para medir os diferentes temperamentos e disposições. 
A maioria das pessoas é uma complexa combinação de estilos. As personalidades 
variam do extrovertido ao introvertido, do sociável ao tímido, do agressivo ao passivo, 
do simpático ao chato, do desafiador ao negociador, e assim por diante. 
 
Há ainda uma imagem social superficial que a pessoa exibe: como charme, 
jovialidade e carisma. Mas o que você vê pode não ser a verdade. Todos nós conhecemos 
pessoas cujo caráter não é coerente com a personalidade. 
 
Caráter 
A palavra caráter tem sua origem num verbo grego que significa “gravar”. A 
firmeza moral de uma pessoa, portanto, é o sinal visível de sua natureza interior. É o que 
somos por baixo de nossa personalidade (máscara). 
 
O caráter desenvolve ao longo da vida. Na prática, sua importância é bem maior, 
já que uma pessoa não é responsabilizada por sua personalidade, mas por seu 
comportamento. 
Caráter trata de nossa maturidade moral que é a disposição para fazer a coisa certa, 
mesmo quando o preço para fazê-lo é superior ao que estamos dispostos a pagar. 
 
22 
 
Desenvolver firmeza moral significa ganhar essa batalha até que a vitória se torne um 
hábito. 
 
Caráter é nossa força moral e ética, aquilo que guia nosso comportamento de 
acordo com os valores e princípios adequados, o que explica por que a liderança pode ser 
definida como “caráter em ação”. 
Os líderes procuram fazer a coisa certa. 
Natureza e criação 
Os bons e os maus hábitos que formam nosso caráter são fortemente influenciados 
tanto pela hereditariedade quanto pelo ambiente. Influenciados sim, determinados não. 
Todos nós temos predisposições e desvantagens que podem se tornar obstáculos 
para nosso desenvolvimento. Há alguns que optam por superar as dificuldades, enquanto 
outros preferem não fazê-lo. O que somos, a pessoa que nos tornamos, é em grande parte 
o resultado de nossas opções, passadas e presentes, mas isso não indica o que seremos no 
futuro. Nosso caráter será determinado pelas opções que fizemos hoje e amanhã. 
A boa notícia é que podemos optar por ser uma pessoa diferente a partir de hoje. 
 
Caráter e hábito 
Basicamente, caráter é a soma total dos nossos hábitos, virtudes e vícios. É 
conhecer o bem, fazer o bem e amar o bem, os hábitos da mente, da vontade e do coração. 
Nós nos tornamos justo ao praticarmos a justiça, controlados ao praticarmos atos de 
autocontrole, corajosos ao praticarmos atos de bravura. 
Somos criaturas de hábitos e nossas opções são incorporadas a esse ser que chamamos 
de “eu”. Há um ditado popular que retrata bem essa situação “Pensamentos tornam-se ações, 
ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se nosso caráter e o caráter torna-se nosso destino”. 
Ou seja, nosso caráter é determinado por nossas opções. 
 
Desenvolvimento do caráter 
Atualmente enaltecemos o talento e o recompensamos muito bem. No entanto a 
excelência de caráter deve ser muito mais reconhecida e louvada do que o talento. Porque 
todos nós somos moldados através do trabalho árduo, diário, que exige coragem, 
compromisso e opções certas, mesmo quesejam difíceis ou impopulares. 
 
As opções que fazemos no dia-a-dia não apenas determinam quem somos hoje 
como também quem seremos amanhã. O escritor C. S. Lews comentou: “É por isso que 
as decisões que você e eu tomamos todos os dias têm uma enorme importância. Um 
pequeno ato de bondade feito hoje representa a conquista de um ponto estratégico, de 
onde você poderá, mais tarde, obter vitórias com que nunca sonhou. Já uma indulgência 
 
23 
 
aparentemente trivial que satisfaça desejos ou raivas pode significar a perda de uma 
posição crucial, de onde o inimigo pode desfechar um ataque que de outra forma seria 
impossível”. 
 
Como as pessoas mudam 
 
É sabido que só se progride quando há mudança, mas não se pode esquecer que 
nem toda mudança significa progresso, embora todo progresso exija mudança. Pois mais 
difícil e desagradável que possa ser a mudança, os seres humanos podem, e o fazem com 
frequência, crescer e mudar para melhorar. 
 
Passos para a mudança e o crescimento 
Com base na experiência com líderes servidores, ajudando-os no processo de 
crescimento e mudança. Hunter constatou os seguintes estágios: sofrimento, percepção, 
vontade e mudança. 
 
Sofrimento - Conflito 
A maioria das pessoas precisa algum atrito ou desconforto para sair da chamada 
zona de conforto. Desejada ou não, a dor é uma poderosa motivação para a mudança. 
É claro que há pessoas que não precisam de uma boa dose de conflito para sair da 
inércia e promover uma mudança. 
À medida que esse desconforto (sofrimento) se aplica a liderança, surge uma série de 
sintomas que podem levar as pessoas a desenvolverem melhor suas habilidades nessa área. 
O conflito pode vir de muitas fontes diferentes. 
Inversamente há ocasiões em que um líder autêntico cria conflitos ao insistir na 
melhoria contínua pessoal e organizacional. 
 
Percepção e Educação 
 
Por educação entenda estar atento para a maneira como seus comportamentos e 
hábitos podem ser prejudiciais a seus relacionamentos. Essa compreensão envolve a 
concordância intelectual de que a mudança é possível, além da disposição para mudar e 
crescer a ainda a compreensão de que a mudança é difícil. 
Sobre a percepção, é preciso considerar a grande liberdade de que desfrutamos como 
seres humanos, de refletir sobre a nossa condição de explorar alternativas e decidir mudar, 
Não podemos esquecer de incluir a palavra esperança. É dela que deriva a compreensão e a 
crença de que a mudança acontece. 
 
 
24 
 
Vontade = Intenção + Ações 
 
Para mudar, basta que se esteja comprometido de forma absoluta. Isso significa ter a 
intenção de mudar e a disposição de aceitar os esforços necessários para alcançar o objetivo 
com ações concretas. E estar determinado a se comportar de uma maneira diferente muitas e 
muitas vezes, até que os novos hábitos estejam consolidados. 
Mudar exige muito mais do que boas intenções de declarações impressionantes, 
exige a decisão e a ação. 
Mudança 
Quando os compromissos são praticados de uma forma sistemática ao longo do 
tempo, mudanças reais e permanentes podem ocorrer. É importante ter consciência dos 
sobressaltos e paradas, avanços e retrocessos que virão. Isso desanima muitas pessoas, 
porque nossa cultura de gratificação imediata no impele a querer tudo a tempo e hora. A 
realidade é que a mudança duradoura ocorre aos poucos. 
A anatomia de um hábito 
 
Para compreender melhor as forças que entram em ação quando uma pessoa está 
realmente determinada a mudar é importante compreender a dinâmica envolvida em 
romper os hábitos que controlam nossa vida. 
 
Os hábitos passam por quatro estágios antes de serem incorporados a nosso 
comportamento. 
Os estudos demonstram que nos treinamentos sobre liderança apenas 10% da teoria 
se torna realidade. Pergunto: Por que as pessoas não aplicam o que aprendem? Por que não 
mudam? Por que não implementam os princípios que aceitam? 
 
Momento decisivo 
O dia-a-dia absorve tanto as pessoas que elas têm dificuldades de colocar os novos 
conceitos em prática, em mudar o comportamento. 
Estágio 
 
Comportamento 
 
Inconsciente e sem 
hábito 
Não temos conhecimento e estamos alheios à habilidade 
ou comportamento. Está-se inconsciente ou 
desinteressado em determinado comportamento e, por isso 
não possui habilidade. 
 
Consciente e sem 
habilidade 
 
É o momento em que nos tornamos consciente de um novo 
comportamento, mas ainda não desenvolvemos as 
habilidades e hábitos necessários para um bom 
desempenho. É a fase do constrangimento. Para o líder, 
 
25 
 
essa sensação de embaraço pode ocorrer quando ele 
começa a considerar seus funcionários responsáveis, para 
avaliá-los por seus esforços e a tratá-los com respeito, da 
mesma maneira que age com seus superiores. Pode ser 
constrangedor, desconfortável, até mesmo intimidativo, 
mas é preciso não ceder a estes sentimentos e seguir em 
frente. 
 
Consciente e com 
habilidades 
Adquirimos mais e mais habilidades e nos sentimos 
confortáveis com o novo comportamento que passa a ser uma 
habilidade e um hábito. Contudo, ainda temos que pensar um 
pouco a respeito, pressionar para entrar em ação, continuar a 
praticar, mas está se tornando mais natural. 
Inconsciente e com 
Habilidade 
É quando não precisamos mais pensar a respeito, porque o 
comportamento se tornou “segunda natureza”. Nesta etapa o 
líder não precisa mais tentar ser um bom líder, ele já se tornou 
um bom líder. Assim como os hábitos, bons e maus, levam 
tempo para se desenvolver, eles também levam tempo para 
serem rompidos. 
 
 
É no mínimo preciso criar um ambiente para que as pessoas conversem sobre o 
que foi ensinado, assim como é necessário oferecer apoio e estímulo para que elas 
pudessem se desenvolver como lideres, sem esquecer a aplicação de doses regulares de 
“conflito” e de “pressão” para acelerar a busca pela melhoria contínua. 
 
Mas o que é fundamental mesmo é fazer com que a cúpula da empresa compre de 
fato o conceito, passando inclusive a praticar seus princípios, para que todos vejam. 
Poucos consideram a liderança como uma habilidade que precisa ser aprendida, 
desenvolvida e refinada ao longo do tempo. A boa notícia sobre o desenvolvimento da 
inteligência emocional (caráter) dos seres humanos é que ela não é fixada genericamente 
como o QI, que muda pouco depois da adolescência. A má notícia é que precisamos fazer 
um grande esforço para romper hábitos antigos e substituí-los por novos. 
Nasce um novo processo 
Inteligência emocional é um termo amplo que abrange habilidades interpessoais, 
motivação, trânsito social, empatia e autopercepção. Há uma palavra antiga para o 
conjunto de habilidades que a inteligência emocional representa caráter. 
 
Os estudos da neurociência estão demonstrando que não se aprende a ter 
inteligência emocional, ou desenvolver habilidades de liderança ou mesmo o caráter, da 
mesma forma como se faz com as habilidades técnicas ou analíticas. Liderança não é uma 
coisa que você aprenda através da inteligência. 
 
26 
 
Uma pessoa não se torna um líder melhor por dizer que concorda com os 
princípios da liderança servidora. A mera aceitação intelectual pouco significa. É 
necessário muito mais. 
As habilidades de inteligência emocional são desenvolvidas numa região do 
cérebro chamada sistema líbico, que controla os impulsos, motivações e instintos. Já as 
habilidades técnicas a analíticas são aprendidas no neocortex, que é a parte do cérebrocapaz de aprender a lógica e os conceitos. 
As habilidades de liderança são desenvolvidas pela combinação do conhecimento 
com as ações necessárias para se tornarem eficientes Ninguém aprende a dirigir lendo um 
livro. 
Juntando as experiência e compreensão sobre a formação do caráter Hunter 
desenvolveu um processo simples para ajudar as pessoas a melhorarem suas habilidades 
de liderança. São três etapas: definição das especificações, identificação dos desvios 
dessas especificações e eliminação dos desvios. O modelo se mostrou eficiente em 
fabricar produtos de qualidade quanto em ajudar a formar líderes de qualidade. 
Para implementar esse processo não é necessário que a empresa mantenha um 
programa formal. Qualquer indivíduo ou grupo pode aplicar esses princípios por conta 
própria. O fundamental é incorporar cada um dos conceitos citados a seguir, a fim de 
garantir a mudança de comportamento a longo prazo. São estes os três conceitos: 
Fundamentos, Feedback e Fricção. 
 
1. Fundamentos - determinação do padrão 
 
As pessoas em posição de liderança precisam identificar o comportamento a ser 
adotado de acordo com sua visão de excelência nas diversas situações que surgem 
diariamente. 
A melhoria contínua é um comportamento indispensável para quem quer assumir o 
privilégio e a tremenda responsabilidade de estar no comando. 
O processo exige treinamento eficaz para que as pessoas adquiram um sólido 
conhecimento de como deve ser a boa liderança servidora e qual o rumo que devem seguir 
como líderes. É preciso aprender a identificar o padrão (fundamento) e a implementação 
do processo. 
 
 
2. Feedback - identificação das deficiências 
 
 
27 
 
O segundo passo exige que os participantes comparem suas habilidades como 
líderes e as exigidas pela liderança servidora bem-sucedida, ou seja, identificar as 
deficiências entre o padrões fixados e o desempenho atual. 
 
3. Atrito eliminação das deficiências e medição dos resultados 
 
Após a identificação dos comportamentos e hábitos negativos que se tornaram 
obstáculos para serem líderes mais eficazes, inicia-se o processo de eliminação dos hábitos 
desfavoráveis, substituindo-os por outros mais saudáveis. 
Essas mudanças devem ser praticadas dia após dia até que o novo comportamento 
(habilidade) se torne inconsciente. 
Benefícios adicionais do processo 
Quando qualidades de caráter são incentivadas no local de trabalho e as pessoas têm 
a oportunidade de colocá-las em prática, os efeitos espalham-se por toda a sociedade. As 
verdadeiras transformações no caráter tornam-se evidentes em todos os aspectos da vida das 
pessoas. 
Esse processo exige um alto grau de comprometimento pessoal, além do empenho 
da cúpula da empresa, pois é preciso dar o exemplo. 
 
Tenho que ser perfeito 
O objetivo não é ser uma pessoa perfeita, porém o que todos podem, e devem, é 
serem o melhor que for capaz. 
Devemos compreender que durante o processo de mudança acontecerão 
sobressaltos, hesitações, calmarias e é provável que ocorra até algum retrocesso. 
É fundamental permanecer empenhado e confiante, mesmo sabendo que nunca 
“vai chegar lá”, pois o objetivo é se manter em movimento. Portanto, esqueça a noção de 
perfeição. 
Nossa sociedade é exigente com os líderes, mas é da natureza humana cometer erros, 
causar decepções, mostrar excelência por algum tempo e depois recuar para, de repente, 
avançar novamente. Tudo isso pode acontecer é da natureza humana. 
 
A maioria das pessoas concorda que a motivação é uma componente importante 
da liderança. 
 
 
 
A verdadeira motivação 
 
28 
 
Não podemos falar de forma objetiva sobre motivação enquanto não 
compreendermos que a verdadeira motivação consiste em manter a pessoa entusiasmada, 
querendo agir e dar o melhor de si à equipe. Motivar é influenciar e inspirar a ação, não 
podemos mudar ninguém, e sim influenciar suas futuras escolhas. 
Gratificadores X Motivadores 
Herzberg classificou como: 
Gratificadores: incentivos dados pelas empresas para que as pessoas trabalhem 
satisfeitas, chamados de fatores de manutenção: salários, benefícios, condições de 
trabalho e outros elementos básicos de segurança e higiene. 
Motivadores: estímulos que incentivam as pessoas a colocarem mais energia, 
esforço e entusiasmo em seu trabalho, estão incluídos conceitos como: reconhecimento, 
elogio, apreciação, oportunidade de crescimento, desafio e satisfação no emprego. 
 
Mais evidências 
Estudos recentes mostram um nítido contrates entre o que os gerentes percebem 
como sendo mais importante para os funcionários e o que de fato é mais valioso para eles. 
Mesmo que empiricamente o reconhecimento profissional, ou seja, o elogio 
construtivo específico ou até mesmo público tem se mostrado um elemento de motivação. 
 
Só com dinheiro na frente 
O dinheiro é importante. A remuneração do funcionário deve ser justa, não se precisa 
pagar os maiores salários de mercado, mas também não deve pagar os menores. Depois que 
a remuneração é percebida como justa, e a necessidade básica é satisfeita, seu valor 
motivacional diminui bastante. Enquanto que os relacionamentos permanecem. 
 
O que motiva os voluntários 
Se você está convencido de que é o dinheiro que motiva as pessoas, responda a 
pergunta: Como as organizações de voluntários fazem para mobilizar e persuadir as pessoas 
há empenhar seu tempo e talento e outros recursos em uma causa, sem receber qualquer 
dinheiro em troca? São valorizados, respeitados e se sentem necessários. 
As empresas mais bem sucedidas compreendem e se esforçam para satisfazer as 
necessidades mais profundas que todos os seres humanos partilham. Entre eles: 
• A necessidade de uma grande liderança; 
• A necessidade de significado e propósito; 
• A necessidade de ser apreciado, reconhecido e respeitado; 
• A necessidade de fazer parte de alguma coisa especial; 
• A necessidade de integrar uma entidade assistencial. 
 
 
29 
 
Desenvolver grandes líderes 
Se você toma decisões estratégicas em sua empresa e concorda que liderança é 
identificar e satisfazer as necessidades de seu pessoal, qual é a maior necessidade de sua 
equipe! Eles precisam da melhor liderança e dos melhores técnicos para atender às suas 
necessidades. As grandes empresas compreendem este princípio. Lembre-se de que não há 
equipes fracas, apenas líderes fracos. 
A pessoa mais importante para manter um relacionamento cordial e positivo com 
os funcionários é o supervisor que está na linha de frente. A realidade para as pessoas mais 
simples é o supervisor direto. Se tiverem um péssimo chefe, então eles têm um péssimo 
emprego. 
Lembre-se de que dois terços dos funcionários não deixam a empresa, deixam o 
chefe. 
Crie significado e propósito 
Os seres humanos têm um profundo anseio por significado e propósito em sua 
vida e retribuição a quem os ajudar a atender a esta necessidade. Eles querem acreditar 
que o que estão fazendo é importante, que serve a um desígnio e que agrega valor ao 
mundo. 
No fundo, as pessoas anseiam por uma vida significativa e satisfatória e, por isso, 
procuram por alguma coisa especial que faça aflorar o que elas têm de melhor. De 
preferência, elas buscam uma harmonia entre seus valores pessoais e os valores de sua 
organização. 
O líder precisa assumir esse lado “missionário” e mostrar os valores da empresa, 
o que ela presa, o que tenta realizar e a quem serve. De certa forma, o líder indica a 
conduta e o comportamento que a equipe em de assumir, sem esquecer o que cada pessoa 
tem de especial e o que é especial no trabalho que realizam.Mesmo os funcionários que realizam as tarefas mais simples devem dizer sem 
hesitar por que é importante o que sua empresa faz e como isso melhora a condição 
humana. 
Se você se comportar com paixão, vai contagiar seu pessoal. É vital articular de 
modo convincente como sua empresa torna o mundo um lugar melhor. Uma empresa 
com princípios que todos compreendem e nos quais acreditam vai além do objetivo de 
curto praza. 
Respeite as pessoas 
Respeite o seu pessoal, faça um elogio sincero e especifico sempre que for 
merecido, reconheça suas realizações e recompense a excelência. Com isso, você vai 
demonstrar que está sinceramente interessado neles como pessoas, não apenas no que 
podem fazer por você ou pela empresa. Não há maior prova de respeito do que ajudá-los 
a desenvolver o caráter e a querer sempre o melhor. 
 
30 
 
Seja o primeiro a falar quando passar por alguém no corredor e encontre alguma 
coisa positiva e animadora para dizer às pessoas. Uma das necessidades mais profundas 
do ser humano é a de ser ouvido. 
Mantenha a disciplina até que esse comportamento torne um hábito e você não 
precisará mais tentar se tornar um líder, você já terá se tornado um bom líder. 
 
Exija excelência 
Estabeleça expectativas cotidianas elevadas. Muitos gerentes têm medo de exigir 
excelência porque acham que isso afastará as pessoas. O que eles não sabem é que a 
excelência afasta os medíocres, assim como a mediocridade afasta os competentes. 
Quando as pessoas começam a alcançar objetivos e obter resultados, seu nível de 
confiança sobe. Elas passam a fixar objetivos ainda maiores, para si mesmas e para a 
empresa. Esse comportamento torna-se “contagioso”, o que é um ingrediente essencial 
para ser o melhor. 
Os líderes eficazes estão sempre procurando melhorar. Sua determinação em 
serem os melhores inspira as pessoas ao redor a se elevarem a níveis nunca antes 
sonhados. 
 
Construção da comunidade 
A construção de uma comunidade consiste na criação de um ambiente saudável, 
em que as pessoas podem viver e trabalhar sem barreiras e distrações desnecessárias. As 
barreiras sugam a energia positiva das pessoas e da empresa. 
Obviamente, uma comunidade não é um lugar sem conflitos. Afinal, quando duas ou 
mais pessoas se reúnem para um propósito, uma coisa é certa: haverá conflito. O interessante 
é transformar a comunidade num local onde os conflitos são solucionados e os participantes 
aprendam a não evitar as divergência, mas a ter respeito, a escutar, a ser assertivo uns com 
os outros, a ser aberto a novos desafios, a valorizar a diversidade que existe em qualquer 
equipe saudável. 
No entanto, as comunidades não se desenvolvem por acaso, se desenvolvem a 
partir de relações saudáveis e dos princípios que foram anteriormente analisados. 
Quando grupos aprendem a remover as barreiras que se erguem no caminho das 
relações saudáveis e da viabilidade da equipe, é absolutamente impressionante a maneira 
como crescem e se tornam equipes eficazes, capazes de alcançar resultados concretos. 
 
 
 
O que dizer dos jovens 
 
 
31 
 
Minha opinião é a de que esses jovens não são melhores nem piores do que a 
minha geração ou as gerações anteriores. Diferentes? Sim. Melhores ou piores, não. 
Eles possuem um “faro” para a falsidade. Se você não passa no “teste do cheiro”, 
eles simplesmente o descartam. Nada é mais decepcionante que um chefe que fala uma 
coisa e tem um comportamento ao contrário. Eles tendem a ter impaciência e querem tudo 
para agora! A primeira vista parecem desrespeitosos porque dizem o que pensam, sem 
rodeios, e respeitam as realizações, não os mais velhos ou os títulos. São impulsionados 
pela força das imagens, como é comprovado pelas tatuagens e os piercings, e, acima de 
tudo, são céticos em relação às instituições, pois cresceram numa época em que os 
escândalos as abalaram, da política ao mundo dos negócios, da igreja às forças armadas. 
Por outro lado, são autoconfiantes, adaptáveis, inovadores, entendem de 
eletrônica e computador, são eficientes em várias tarefas, flexíveis, tolerantes, aceitam a 
diversidade. O melhor de tudo é que podem ser dedicados e leais, quase fanáticos por 
pessoas ou instituições que atendem às suas necessidades de significado e propósito, ou 
seja, pelos líderes que jogam limpo, que são autênticos. 
Para encerrar 
Lições importantes: 
• Nunca se esqueça de que liderar é servir; 
• Seja muito exigente com as pessoas que contrata; 
• Comemore a aceitação de um novo contratado em sua equipe e oriente-o 
de maneira apropriada; 
• Defina o propósito e o significado do trabalho que está fazendo e não deixe 
de apregoá-lo sempre que puder; 
• Encontre meios de fazer com que o trabalho das pessoas seja mais 
desafiador, interessante e satisfatório; 
• Remunere as pessoas de uma forma justa; 
• Respeite todas as pessoas; 
• Identifique, desenvolva e invista em seus líderes; 
• Exija excelência e responsabilidade, especialmente de seus líderes; 
• Insista na melhoria pessoal contínua; 
• Reconheça e recompense as realizações espontaneamente; 
• Promova a comunidade; 
• Procure as melhores práticas e implemente-as; 
• Leve a tomada de decisão até o nível hierárquico mais baixo; 
• Treine bem sua equipe e ajude-a a desenvolver novas habilidades; 
• Confie em seu pessoal para fazer a coisa certa; 
• Seja honesto e exija honestidade total, nas boas e nas más notícias; 
• Respeite o equilíbrio entre trabalho e vida particular; 
• Faça as pequenas coisas que transformam uma casa num lar. 
 
 
 
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CAPITULO 2. 
 LIDERANÇA E ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES EM UMA 
SOCIEDADE DO CONHECIMENTO 
 
Eliana da Rosa Freire Quincozes (UFSC-
EGC) 
eliana.quincozes@gma
il.com 
 
 
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Gisely Jussyla Tonello Martins 
(UNICA) giselym@terra.com.br 
 
Louise de Lira Roedel Botelho (UFSC-
EGC) louisebotelho@gmail.com 
 
Maurício Fernandes Pereira (UFSC) 
mfpcris@terra.com.br 
 
Francisco Antônio Pereira Fialho (UFSC-
EGC) fialho@eps.ufsc.br 
 
 
 
 
Nos dias de hoje, vive-se em uma sociedade de mudanças 
contínuas onde o conhecimento é considerado o principal fator de 
produção. Estes aspectos configuram a atual sociedade do 
conhecimento. Desta forma é preciso que as organizações também 
se adaptem aos novos cenários emergentes, o que exige 
transformações em suas culturas e lideranças em prol do 
desenvolvimento de uma conduta ética e responsável. Neste 
sentido, torna-se essencial compreender de que maneira as 
organizações podem desenvolver e manter suas condutas éticas. A 
proposta do presente trabalho é tecer uma discussão sobre o tema 
da ética no contexto organizacional, lançando para tanto a 
importância do papel da liderança para esta transformação 
cultural. Para atender a esse propósito realizou-se uma pesquisa 
bibliográfica. Sendo assim, o trabalho estrutura-se em etapas 
abordando a ética do indivíduo e da organização, a liderança ética 
e por fim, discute-se a importância da liderança transformacional 
ética na sociedade atual. 
 
Palavras-chaves: Liderança ética, sociedade do 
conhecimento, ética organizacional 
1. Introdução 
 
A sociedade atual se difere das sociedades anteriores onde os principais recursos foram o 
capital, a força física e a terra. Nos dias de hoje vive-se em uma sociedade de mudanças 
contínuas onde o conhecimento é considerado o principal fator de produção.Estes 
aspectos configuram a atual sociedade do conhecimento. 
Um sinal de que uma sociedade baseada no conhecimento está se desenvolvendo é 
detectado quando comunidades, ou seja, uma rede de indivíduos se esforçam para 
produzir e disseminar conhecimentos até mesmo entre diferentes organizações. Os 
 
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membros dessas comunidades passam a trabalhar de forma coletiva tornando-se agentes 
de mudanças da economia como um todo (DAVID e FORAY, 2003). 
Deste modo, todas as transformações que estão ocorrendo na atual sociedade fazem com 
que as organizações também se adaptem aos novos cenários. É preciso que as 
organizações atuem em um contexto global e para isto, suas ações devem estar voltadas 
tanto para o ambiente interno quanto ao ambiente externo onde estão inseridas. Por isso, 
nos últimos tempos as organizações têm demonstrado grande interesse em desenvolver e 
manter a ética organizacional, pois para atuarem de forma globalizada suas ações devem 
ser éticas. 
Acredita-se que uma série de fatores devem ser trabalhados para que uma organização 
consiga desenvolver sua conduta ética e para isto, todo o contexto organizacional deve 
ser considerado, e em especial seu ambiente externo. 
Sendo assim, o objetivo desse trabalho é apresentar os principais aspectos a serem 
considerados no desenvolvimento da conduta ética organizacional nos dias de hoje. Para 
atender a esse propósito realizou-se uma pesquisa bibliográfica. O trabalho está 
estruturado em etapas onde aborda-se a ética do indivíduo, a ética da organização, a 
liderança ética e por fim, discute-se a importância da liderança transformacional ética na 
sociedade atual. 
 
 
2. A Ética do Indivíduo 
Dos valores que formam uma cultura organizacional, os valores éticos são considerados 
os mais importantes. Na atualidade, no âmbito organizacional, existe uma necessidade de 
colocar maior ênfase na ética para restaurar a confiança entre seus clientes e a comunidade 
(DAFT, 2008). Mas nesse contexto o que seria a Ética? 
A seguir são apresentadas algumas ideias de diferentes autores sobre a conceituação da 
palavra Ética, bem como suas definições mais usuais. 
Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira seria éthos, 
com e curto, que pode ser traduzida por costume, a segunda também se escreve éthos, 
porém com e longo, que significa propriedade do caráter. A primeira é a que serviu de 
base para a tradução latina Moral, enquanto que a segunda é a que, de alguma forma, 
orienta a utilização atual que damos a palavra Ética (MOORE, 1975, p.4). Moore (1975, 
p.4) complementa “ Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom”. 
Assmann (2008, p. 80-82) argumenta que a origem da palavra Ética reside na palavra 
physis (natureza) onde os gregos fundamentam os princípios do bem e o mal. Neste 
sentido, o autor lembra que Aristóteles relata em seu tratado sobre a política que somos 
livres e escravos por natureza, e somos políticos – e morais – por natureza. 
Os estoicos, mais tarde, declaram que fazer o bem equivale a cumprir a lei universal da 
natureza. Na Idade Média, tem-se como fundamento último Deus: é Ele quem estabelece 
a lei. E na Idade Moderna, prevalece o fundamento no ser humano, na razão humana ou 
no consenso entre os indivíduos. Esta razão é que estabelece a lei moral, o critério entre 
o bem e o mal. Neste período surge a Ética e a Moral Kantiniana, proposta pelo pensador 
e pedagogo Emanuel Kant que tem como máximas utilizadas até a atualidade: algo só 
 
35 
 
pode ser bom para alguém, se puder ser bom para todos e nunca o outro pode ser apenas 
um meio para você, mas deve ser sempre um fim (ASSMANN , 2008; CHAUI, 1995). 
Ética é referente à conduta humana, sendo suscetível de qualificação do ponto de vista 
do bem e do mal e determinada pela sociedade ( FERREIRA (s.d., p.591)). 
A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou 
chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade), ou 
é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (filosofia moral) 
(SINGER, 1994, p.04-06). 
Por mais que Ética e Moral originalmente sejam sinônimos, são realizadas distinções 
diversas entre estes dois termos. Neste trabalho, porém, propõe-se trabalhar com outra 
distinção, bastante usual, desta forma, entende-se como Ética a teoria da Moral. Seguindo 
os conselhos de Assmann (2008) o referido conceito compreende no “estudo racional 
sobre a experiência moral dos indivíduos”. Para ele, Ética é “o estudo do comportamento 
humano, estudo do que é bom e do que é mau, e de como se estabelecem, histórica e 
teoricamente, normas válidas a todos”. 
Neste sentido, Ética é um código dos princípios e valores morais que governam os 
comportamentos de uma pessoa ou grupo, ditando o que é certo e errado. Este conjunto 
de princípios do indivíduo ou do grupo está atrelado à cultura de seu país, à sua (as) 
herança(s) religiosa (s) ou antecedentes históricos que levam ao desenvolvimento de suas 
moralidades sociais. Essas leis, assim como as normas e valores sociais não escritos, 
modelam o ambiente local dentro do qual cada indivíduo age com a comunidade, família 
e local de trabalho, conforme mostra a Figura 1 (DAFT, 2008). 
Cada indivíduo absorve crenças e valores de sua família, comunidade, cultura, sociedade, 
comunidade religiosa e ambiente geográfico descartando alguns e incorporando outros. 
Sua postura ética é uma mistura de seu histórico (DAFT, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fonte: Adaptado de Daft (2008) 
 
Figura 1 – Fontes das ações e princípios éticos individuais 
 
No ambiente organizacional a postura ética dos indivíduos pode ser afetada pelos pares, 
subordinados e supervisores, assim como pela cultura organizacional. Esta última tem 
uma influência profunda sobre as escolhas individuais e pode atuar e encorajar ações 
éticas ou promover comportamento antiético. 
Daft (2008) argumenta que a ética é tanto uma questão individual quanto organizacional. 
Neste sentido, compreender como se desenvolve a ética em um contexto organizacional, 
influenciado por fatores diversos, como por exemplo, normas, grupos e indivíduos, torna-
se de grande relevância para se trazer maior entendimento sobre a sua relação com a 
liderança. 
 
3. A Ética da Organização 
A ética nas organizações tem sido estudada em especial no que se refere a clima ético ou 
cultura ética e algumas pesquisas realizadas têm apontado que o comportamento ético 
organizacional é influenciado fortemente por fatores culturais, como por exemplo, 
conduta ética, tratamento justo dos colaboradores, tomada de decisão ética, e, em especial, 
pelas recompensas e punições oferecidas pela organização (BROWN e TREVIÑO, 2006). 
Simon (1957), em sua Teoria da Decisão, concebe a organização como um complexo 
sistema de decisão, no qual cada indivíduo participa de modo racional e consciente da 
tomada de decisões. Em sua visão, o processo de tomada de decisão é racional, uma vez 
que se ocupa de encontrar soluções para problemas determinados. Todavia, é 
influenciado por dois elementos principais: factuais e de valor. 
O primeiro refere-se ao que pode ser testado em uma proposição em termos de certo e 
errado, a partir da observação do mundo real. Mas, “decisões são muito mais do que 
proposições factuais”, afirma Simon (1957, p.46), elas envolvem também proposições 
éticas, ou de julgamento de valor, que são muito mais subjetivas. 
Desta forma, observa-se que o processo decisório organizacional não é apenas racional,

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