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Transmissão das doenças parasitárias Tríade epizootiológica (envolve animais) As relações parasitárias ocorrem respeitando essa tríade epizootiologia. Nosso bioagente é um parasita e ele tem necessidade/dependência de um hospedeiro, e ele eventualmente vai passar pelo ambiente. Ele pode passar pelo ambiente de forma direta ou de forma indireta, geralmente quando ele usa um vetor na transmissão. Por exemplo, a babesia (protozoário), ela sai de um hospedeiro e para atingir outro ela precisa do carrapato. O parasita não é tão burro quanto parece, pois na maioria das vezes pra que ele consiga se perpetuar ele vai ocupar o corpo de um animal e não vai agredi-lo, se fizer um tipo de agregação vai ser muito leve, não levando ele a óbito. A imunidade é um fator dependente do hospedeiro que dificulta um processo infeccioso, a depender do indivíduo espécie ela pode ser maior ou menor. Por exemplo, comparando a leishmaniose em mamíferos e aves, em aves ela é refratária, ou seja, por mais que o inseto (flebotomíneo) se alimente do sangue da ave e por mais que ela faça a inoculação das formas promastigotas naquela ave, ela não se desenvolve na ave. Isso é uma condição particular das aves, que impede a infecção, são refratárias. Agora, se tratando de um mamífero, o inseto vai conseguir inocular essas formas promastigotas, se esse mamífero vai ou não desenvolver a doença vai depender do estado imunológico. Sensibilidade x Tolerância O máximo da tolerância é o que chamamos de refratário, que é quando não é possível desenvolver a doença. O indivíduo também pode adquirir essa tolerância, ao longo de exposições contínuas, por exemplo. O refratário é ruim para o parasita e o tolerante bom pra ele. Se o animal for muito sensível podendo vir a óbito, não é bom. Exemplo: entre um animal jovem se infectar com larvas de ancylostoma ou um animal adulto, a infecção vai ser muito mais positiva para o filhote do que para o adulto. Pois o adulto com certeza já entrou em contato alguma vez e o organismo dele conseguiu criar artifícios que vão impedir a propagação desse agente no corpo dele. O mais sensível normalmente é o que tem uma menor habilidade em responder imunologicamente, isso pode ser conduzido principalmente em dois aspectos: Imunidade intrínseca - o animal carrega. Isso tem relação com a parte genética, geneticamente tem animais que são mais efetivos imunologicamente. Pode ser um animal da mesma raça, mesma espécie, mas ele é um animal mais ou menos responsivo imunologicamente que o outro. Imunidade extrínseca - situação comportamental, por exemplo, que vai diminuir a capacidade do animal responder. Exemplo: Gato infectado por toxoplasma que está recebendo a primeira infecção, ele deveria ser mais responsivo, porém tem apenas 1 mês de vida (ele efetivamente não tem uma boa resposta), vive em uma casa com muitos cães e ambiente extremamente barulhento/conturbado. Esse estresse vai garantir que o animal seja mais vulnerável à toxoplasmose do que outro que é filhote que é mantido em um lugar tranquilo Fatores que influenciam na imunidade: • Espécie • Raça → Os taurinos possuem uma sensibilidade maior a babesiose, enquanto os zebuínos são mais tolerantes não só a babesiose mas também em relação ao carrapato. O carrapato tem uma dificuldade maior de se alimentar do sangue dele e mesmo quando se alimenta produz um muro populacional menor quando comparado a fêmea que se alimenta de um bovino de linhagem taurina. Por vezes é feito um controle biológico, trabalhando o melhoramento animal, misturando vacas leiteiras com linhagens zebuínas e linhagens europeias, aumentando então a capacidade de tolerar uma infecção tendo em vista que não consigo controlar a presença de carrapato na criação. • Idade • Animais dominantes → na maioria das vezes são os machos e os líderes, um estudo em uma fazenda de bovinocultura mostrou que as fêmeas possuíam menos carrapatos que os machos • Sexo → nos casos das fêmeas, parasitoses que utilizam critérios de transmissão transplacentária e transmamaria. Por exemplo, a toxocara. É um verme intestinal e esse verme tem diversas formas de transmissão, uma delas é a via mamária. O filhote quando ingere o leite da mãe recebe via oral uma carga bem grande de larvas infectantes. Essa mãe normalmente se infecta quando é jovem, ela entra em contato com ovos e partes desses ovos que ela ingeriu possuíam larvas no seu interior, essas larvas fazem uma migração chamada entero hepato-traqueal, ela sai do intestino em direção ao fígado, do fígado vai pra traqueia e volta pro intestino, até chegar na fase final que é no intestino delgado. Parte dessas larvas quando atravessam a mucosa intestinal não chegam no fígado, elas vão para a musculatura e ficam encistadas, até que a fêmea entre em sua idade reprodutiva e seja coberta. A oscilação hormonal estimula a saída das larvas do músculo que normalmente é a musculatura abdominal e vai se projetar para a glândula mamária • Estresse • Estado nutricional A ave promove uma proteção pro sistema ecológico no que diz respeito a leishmaniose, pois como ela é refratária e serve como fonte de alimento para o flebotomíneo, toda vez que o flebotomíneo infectado se alimenta do sangue dessa ave e ele inocula leishmania nessa ave, ela morre. Ou seja, é interrompido o ciclo de leishmania no corpo dessa ave. Se eu tenho um número de insetos infectados e eles estão se alimentando do sangue das aves, a ave funciona como um controlador biológico para leishmaniose. Se as aves começarem a ser mortas por algum motivo ou espantadas, é restringido o hospedeiro que é refratário, consequentemente aumenta a necessidade do flebotomíneo de se alimentar de outros animais. Em relação à giardíase, ela é comum nos mamíferos dentro do grupo dos roedores e carnívoros. Em poligástricos e em aves nós não vemos, pois são espécies que tem uma refratariedade para a giardíase. A ação enzimática vai destruir o parasito. Ao olhar isso, dentro da proposta de controle biológico, a gente sempre vai procurar aquele hospedeiro que vai bloquear o desenvolvimento biológico daquele parasita. Características próprias do agente compreendem: • Infectividade • Patogenicidade • Virulência → grau de agressividade que ele tem contra um corpo. Exemplo: taenia solium, causador da teníase, cestoda, de forma imatura que se chama cysticercus. Esse cysticercus se desenvolve naturalmente no suíno, enquanto no homem a gente vê a tênia (solitária). Porém, o ser humano pode da mesma forma que o suíno se infectar a partir da ingestão do ovo e essa larva que está contida dentro do ovo pode também alcançar diferentes sistemas do corpo humano, uma única larva pode chegar no cérebro e causar lesões irreversíveis, ou seja, ela é extremamente virulenta. A tênia em si é pouco virulenta pois ela pode ficar anos no corpo sem que a pessoa perceba que está infectado. A virulência tem a ver com a quantidade e com o local. • Antigenicidade → capacidade que esse agente tem de responder a ação do sistema imunológico. Exemplo: a leishmania é um protozoário inoculado pelo flebotomíneo, essa forma promastigota quando inoculada estimula através dos movimentos do flagelo ela estimula a resposta imune, as células de defesa chegam rapidamente para fagocitar o parasita que ali foi inoculado. A partir do momento que o macrófago fagocita, o parasita começa a produzir um sistema de bloqueio daquela célula, ou seja, o lisossomo que devia destruir fica bloqueado, ele não destrói. Essa é uma ação antigênica do parasita frente a ação imunológica que aquele hospedeiro está apresentando. Quanto maior essa capacidade antigênica, maior será a possibilidade desse agente de se perpetuar, ele usa isso como um artifício. O toxoplasma também éum exemplo, ele entra na célula, começa a produzir os bradizoítas, os bradizoítas começam a responder e o corpo começa a produzir uma célula envoltória que a gente chama de membrana cística, virando um cisto. Não mata o hospedeiro, só fica ali esperando a ação de um carnívoro que vai comer e dar continuidade ao ciclo. • Resistência → quando tiver atribuído dentro do corpo do hospedeiro, tem a ver com antigenicidade. Por exemplo, o animal utilizou um antiparasitário com tanta frequência que agora selecionei uma população resistente. Só sobrou aquele que antigenicamente respondeu a ação do fármaco. • Persistência → quando ele está no meio ambiente, ele persiste a uma ação que imponho no meio. Por exemplo, utilizei uma vassoura de fogo e ele continuou no ambiente, persistiu. Ou então uma verdura, ao lavar ela pode persistir a limpeza, é necessária uma ação saponificante. A toxocara é um exemplo de parasita que os ovos são extremamente persistentes no meio, persiste até a desinfectante. Características do ambiente: • Relevo • Vegetação • Aspectos climáticos • Aspectos culturais → a cisticercose é muito influenciada pelo aspecto cultural, ela é conhecida popularmente como doença da carne de porco, sendo que ela é causada ao consumir alimento má higienizado, ou não lavar a mão adequadamente, roer unha. • Aspectos sociais • Aspectos produtivos • Chuva —> existem vetores que dependem de água