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CONTROLE DE 
QUALIDADE EM 
BIOQUÍMICA 
CLÍNICA 
BIOQUÍMICA 
CLÍNICA
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O CONTROLE DE QUALIDADE 
NA ROTINA LABORATORIAL
¡ A qualidade do exame bioquímico 
depende de muitos fatores que não 
dependem do bioquímico ou dos técnicos 
que atuam no laboratório. 
¡ As atividades de rotina como a coleta do 
material, o processamento das amostras, 
os aparelhos utilizados, os métodos de 
registro e arquivo dos dados obtidos, 
garantem a qualidade do resultado do 
exame bioquímico. 
¡ Devem ser supervisionados e seguir um 
padrão de controle de qualidade. 
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- adotar medidas preventivas ou corretivas com custo 
mínimo para o laboratório 
- Trazer retorno relacionados a confiabilidade dos 
resultados dos exames expedidos pelo laboratório
A rotina do exame bioquímico 
podem sofrer variações
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¡ Mesmo que haja sistemas de controle de 
qualidade padronizados por empresas 
(terceirizados) é necessário que o analista 
clínico tenha o conhecimento básico dos 
procedimentos do controle de qualidade.
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O fluxograma da análise da 
amostra biológica segue uma 
ordem fixa, onde se pode, 
claramente, visualizar as 
causas de possíveis erros. 
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Erro é conceituado como sendo uma VARIAÇÃO PREVISÍVEL e, 
até certo ponto, permitida dentro de limites estreitos 
preconizados para o procedimento a partir de parâmetros 
estatísticos.
O erro, portanto, é um evento que pode ser tolerado dentro dos 
limites previstos, mas que deve ser evitado ao máximo. 
Isto significa dizer que uma determinada dosagem bioquímica 
pode ser realizada várias vezes e por pessoas diferentes com 
aparelhagem e até metodologia diferente, sendo obtidos valores 
idênticos ou muito próximos dentro de uma faixa prevista por 
testes estatísticos prévios.
§ O que é erro?
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3. Fase pós-analítica: o analista clínico aceita o resultado 
obtido, e o resultado do exame é enviado ao médico 
solicitante.
2. Analítica: execução da reação química, preparação dos 
reagentes, calibragem da aparelhagem;
1. Fase pré-analítica: preparação do paciente, coleta, 
processamento e armazenagem do material;
Esse erro é decorrente de causas básicas que ocorrem em três 
fases distintas do exame laboratorial, didaticamente classificadas 
em:
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¡ É fundamental não confundir erro com engano. 
¡ Engano é a falta de cuidado dos profissionais
envolvidos no exame bioquímico. 
¡ Ex: troca de numeração do frasco de coleta, troca dos
reagentes, uso incorreto da aparelhagem, cálculos
incorretos, até uma impressão errônea ou perda dos
dados obtidos.
¡ Erros nunca completamente eliminados, na rotina de um
laboratório de análises clínicas. 
¡ É necessário ter uma pequena 
biblioteca de livros técnicos 
atualizados disponíveis no laboratório, 
para livre consulta por todos os 
profissionais.
¡ Manuais contendo normas técnicas, 
orientações ao paciente e a rotina do 
laboratório, é de extrema valia na 
prática diária, 
¡ Todos os profissionais do laboratório 
falem uma mesma linguagem, evitar 
dupla informação que cause 
insegurança ao paciente.
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FASE PRÉ-ANALÍTICA
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Podemos avaliar as causas de variação na fase PRÉ-ANALÍTICO a 
partir do princípio de que o paciente é, potencialmente, um leigo 
no assunto e deverá ser orientado de maneira adequada para 
garantir uma dosagem sem interferentes externos alheios ao 
controle do analista clínico.
Além disso, os auxiliares técnicos devem ser corretamente 
orientados para procederem de maneira correta no registro, 
coleta, processamento e armazenamento da amostra biológica 
colhida.
DISCUSSÃO
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FASE ANALÍTICA
¡ Corresponde ao momento da execução do exame 
laboratorial e depende da presença do analista clínico para 
executar ou supervisionar de uma maneira mais efetiva, caso 
o exame seja realizado por auto analisadores ou, em 
algumas fases, por um auxiliar técnico.
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FASE 
ANALÍTICA
¡ Fase mais sujeita a erros sérios para a 
qualidade do resultado, pois está sujeita 
à competência profissional aliada a um 
perfeito desempenho dos aparelhos de 
dosagem e à qualidade dos reagentes 
químicos. 
¡ Fase com mais alternativas de controle, 
porque os interferentes são conhecidos e 
é possível identificar os erros e suas 
causas antes de comprometerem, a 
qualidade dos resultados laboratoriais.
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FATORES AVALIADOS NA FASE ANALÍTICA 
Exatidão: 
expressa quanto o resultado encontrado se aproxima do verdadeiro valor. Quanto mais 
próximo do valor real, mais exato é o resultado.
Precisão: 
expressa a reprodutibilidade do método, ou seja, o quanto o método pode ser repetido 
apresentando o mesmo resultado (ou bastante próximos) sempre. Quanto maior a 
precisão do método, maior a probabilidade de se repetir o teste e de se obter resultados 
idênticos. 
Um método pode ser preciso, mas não exato, assim como um arqueiro 
acerta sempre no alvo e sempre no mesmo lugar, porém nunca na 
mosca.
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Sensibilidade: é a capacidade do método dosar compostos bioquímicos em concentração 
muito pequena. É um fator importantíssimo em bioquímica clínica, pois, na maioria dos 
elementos bioquímicos, uma discreta mudança de concentração já revela uma alteração 
patológica.
Erro sistemático: diminui a exatidão por se repetir com frequência. É causado pelo 
próprio analista (muitas vezes inconscientemente), por manutenção inadequada da 
aparelhagem, vidraria suja, reagentes fora do prazo de validade, pelo método utilizado 
(uns mais sensíveis que outros). Pode ser difícil de ser identificado, pois mantém a 
precisão do método.
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Erro ao acaso: alterações verificadas por perda na precisão durante a manipulação. São 
totalmente imprevisíveis e devem estar dentro de um limite estreito quando o método 
tem boa exatidão.
Sistema de controle: 
conjunto de procedimentos padronizados de análise diária para avaliar a precisão de cada 
método laboratorial de diagnóstico. Pode ser interno, quando criado pelo próprio 
laboratório, ou externo, quando um outro laboratório controla os resultados periódicos 
dos resultados.
O ideal é o laboratório ter seu sistema de controle interno e manter intercâmbio com 
laboratórios idôneos que prestam este serviço de controle de qualidade ou, ainda, 
com outros laboratórios que possuam sistema de controle interno.
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Padrão: 
é uma solução de um determinado composto bioquímico de concentração conhecida, 
preparada no próprio laboratório ou adquirida de fornecedores idôneos; utilizada na 
calibração dos aparelhos. 
Primário: está presente somente um composto bioquímico que deve ser puro, estável, de 
fácil manipulação que permita segurança nos resultados obtidos na dosagem. 
Secundários: quando apresentam um pool (mistura) de soros que são obtidos 
diariamente e apresentam resultados dentro da faixa de normalidade ou ligeiramente 
acima, mantido sob refrigeração constante (4o C) por, aproximadamente, 15 dias, sendo 
dosados os principais parâmetros bioquímicos mais estáveis.
Esses padrões secundários devem ser colocados diariamente na rotina, sem a 
identificação de padrão (como se fosse um soro de um paciente), sendo que, ao final do 
mês, avalia-se a fidelidade dos resultados, alheio ao fator psicológico de não se saber 
qual dos testes é o padrão para que não haja um cuidado excessivos somente com ele.
FASE PÓS-ANALÍTICO
¡ Análise e interpretação crítica dos 
resultados pelo bioquímico, biomédico 
ou médico, de forma a se evitarem 
resultados discrepantes e conferir maior 
qualidade dos exames.
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ESPECTROFOTOMETRIA
¡ As radiações ionizantes eletromagnéticas 
com comprimento de onda (l) entre 380 e 
750 nm são visíveis ao olho humano e se 
traduzem como cores distintas que 
compõem o espectro visível. Quanto menor 
o comprimento de onda, a cor da luz 
tende ao violeta, tendendo ao vermelho 
com o aumento do comprimento de onda. 
Abaixo de 300 nm (ultravioleta) e acima 
de 700 nm (infravermelho) situa-se o 
espectro invisível para o ser humano. 
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¡ Algumas outras emissões de comprimento 
de onda são impossíveis de ser 
visualizadas, como é o casodos raios-g 
(1Å), raios-X (10Å), microondas (400μ) e 
ondas de rádio (a partir de 25 cm). 
¡ A maioria das técnicas laboratoriais 
para determinação de concentrações de 
compostos bioquímicos baseia-se em 
métodos colorimétricos, ou seja, 
promove-se uma reação química 
específica onde há a formação de um 
produto corado (cromogênio) cuja 
intensidade de coloração está 
diretamente relacionada com a 
concentração do composto bioquímico 
dosado 
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Cada cromogênio, portanto, apresenta um determinado comprimento de onda que 
pode ser determinado de acordo com sua capacidade de absorver uma luz de 
comprimento de onda complementar, havendo um máximo de absorção de acordo 
como cromogênio e a luz emitida.
¡Como pode-se observar ao 
lado, cada cromogênio terá 
um máximo de absorção 
quando uma luz de 
comprimento de onda 
específico incidir sobre a 
solução. Isto significa dizer 
que, dependendo da cor 
formada na reação química, 
haverá um comprimento de 
onda próprio que 
possibilitará o máximo 
rendimento em absorção da 
luz emitida.
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Comprimento de onda 
(nm)
Onda eletromagnética
Fóton
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¡ O princípio básico dos métodos de quantificação por fotometria 
(ou colorimetria uma vez que luz é cor) está em fazer incidir, 
sobre a solução contendo o cromogênio, um feixe de luz de 
comprimento de onda complementar específico e medir a 
variação entre a luz emitida, e a luz transmitida e absorvida.
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Existe uma relação direta entre esses valores uma vez que quanto mais 
corada uma solução maior a quantidade de energia luminosa absorvida, 
diminuindo, proporcionalmente, a luz que é emitida. A relação de 
proporcionalidade entre esses valores permite a quantificação do 
cromogênio (e, do composto bioquímico que o deu origem) através da 
aplicação da Lei de Lambert-Beer, que permite a obtenção de valores 
absolutos a partir dos valores relativos obtidos laboratorialmente.
ANÁLISE INSTRUMENTAL
¡ Atualmente, aparelhos automatizados denominados 
autoanalisadores adaptam um braço mecânico 
contendo um pipetador programado por computador, 
para aspirar e injetar os reagentes químicos e o 
material biológico em tubos de ensaio, promovendo a 
reação química que resultará na formação do 
cromogênio para posterior leitura da variação de luz 
absorvida por um espectrofotômetro acoplado ao 
sistema.
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LEI DE LAMBERT-BEER
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¡ a) Transmitância: corresponde ao valor percentual da quantidade de luz que atravessa a 
solução corada (cromogênio), contida na cubeta do espectrofotômetro, após ter sido 
emitida uma luz de emissão padrão de 100%. Conforme for aumentada a concentração do 
cromogênio, o valor da transmitância diminuirá gradativamente, o que permite dizer que 
a concentração do composto bioquímico é inversamente proporcional à transmitância.
¡ A absorvância (Ab) é dada pela relação entre o total da luz emitida (100%) e a luz 
restante que foi transmitida(transmitância = T);
¡ Absorbância ou densidade óptica: também denominada absorbância, corresponde a um 
valor matemático, adimensional, que indica a quantidade de luz que é absorvida pelo 
cromogênio. Desta forma, quanto maior a concentração do composto bioquímico, maior 
será a intensidade da coloração final e maior, portanto, o valor da absorbância. Diz-se, 
que é inversamente proporcional à transmitância e diretamente proporcional à 
concentração do composto bioquímico.
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¡ A lei de Lambert-Beer revela relações importantes entre os 
valores de absorbância, transmitância:
¡ Concentração do composto bioquímico e coloração o da reação:
¡ a concentração do teste é diretamente proporcional à coloração da reação;
¡ a absorbância é diretamente proporcional à concentração do teste;
¡ a absorbância é inversamente proporcional à transmitância;
¡ a transmitância é inversamente proporcional à concentração do teste.
¡ Sendo assim, podemos admitir que uma determinada 
concentração-padrão conhecida (CP) terá sempre uma 
mesma absorbância-padrão (AbP), quando 
realizarmos uma reação química específica para o 
composto bioquímico em estudo.
¡ Isto implica admitir que uma concentração-teste 
desconhecida (CT) possuirá uma absorbância 
específica (AbT) para esta concentração quando 
realizarmos a mesma reação utilizada para o padrão.
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¡A determinação diária da concentração do padrão deve 
ser realizada para verificar a fidelidade do fator de 
calibração determinado, possibilitando um controle de 
qualidade das dosagens realizadas, quando verificadas 
variações entre os valores obtidos e os valores reais 
esperados.
¡Esse fator de correção ou de calibração é único para 
cada reação e não deve variar durante a utilização das 
mesmas condições de análise reagentes, 
espectrofotômetro etc.).
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¡Sempre que um desses fatores for alterado, como por 
troca de fabricante dos reagentes; utilização de kit's do 
mesmo fabricante de lotes de fabricação diferentes; 
troca de alguma peça integrante do espectrofotômetro 
ou do sistema de análise (micropipetadores, banho-
maria), deverá ser procedido à determinação de um novo 
fator de calibração.
¡A determinação diária da concentração do padrão deve 
ser realizada para verificar a fidelidade do fator de 
calibração determinado, possibilitando um controle de 
qualidade das dosagens realizadas, quando verificadas 
variações entre os valores obtidos e os valores reais 
esperados.
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¡Esse fator de correção ou de calibração é único para 
cada reação e não deve variar durante a utilização das 
mesmas condições de análise.
¡Não se deve, porém, proceder a utilização de um novo 
fator de calibração diariamente por haver a 
possibilidade de não se detectar variações decorrentes 
de outros fatores interferentes. 
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¡Este cuidado deve ser observado principalmente 
quando se utiliza espectrofotômetros que possibilitam o 
cálculo direto da concentração a partir dos valores de 
transmitância e absorbância obtidos.
¡A determinação diária da concentração do padrão deve 
ser realizada para verificar a fidelidade do fator de 
calibração determinado, possibilitando um controle de 
qualidade das dosagens realizadas, quando verificadas 
variações entre os valores obtidos e os valores reais 
esperados.
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¡Esse fator de correção ou de calibração é único para 
cada reação e não deve variar durante a utilização das 
mesmas condições de análise reagentes, 
espectrofotômetro etc.)
¡Um fator de calibração obtido de maneira correta e 
utilizando-se técnica apurada, deve manter-se estável 
durante o prazo de validade do reagente recomendado 
pelo fabricante. Qualquer alteração indica erro em uma 
das etapas de realização da dosagem, portanto deve ser 
diagnosticado a tempo de impedir resultados falsos.
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REFERÊNCIA
• STRASINGER,SusanK. Uroanálisee fluidos biológicos. 3.ed. São Paulo:Premier, 2000
• HENRY, John B. Clinical diagnosis and management by laboratory methods. 20. ed. Philadelphia: W.B. 
Saunders, 2001.
• MOTTA, Valter. Bioquímica clínica para o laboratório: princípios e interpretações. 4. ed. Porto Alegre: Editora 
Médica Missau, 2003.
• BEERS, Mark H.; BERKOW, Robert. Manual Merck: diagnóstico e tratamento. 17. ed. São Paulo: Roca, 2000.
• TITERMAN,Ari; CÉSAR,Luiz A. M. Manual de cardiologIa da Sociedadede Cardiologia do Estado de São Paulo. 
São Paulo: Atheneu, 2000.
• http://www.diagnosticosdaamerica.com.br
• http://www.institutofleury.com.br
• http://www.hermespardini.com.br
• http://www.hepcentro.com.br/hepatite_a.htm
• http://www.unifesp.br/dmed/gastro/hepatite/
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