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4 Benefícios que atendem à necessidade de Educação dos Trabalhadores

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GESTÃO DE BENEFÍCIOS 
Autor: Ricardo Luz 
 
GESTÃO DE BENEFÍCIOS 
TEMA 4 
OBJETIVO DA APRENDIZAGEM DA AULA 
Ao final da aula você será capaz de: 
Conhecer os diferentes tipos de benefícios que atendem à necessidade de educação dos trabalhadores, bem como a forma de 
gerenciá-los. 
 
 
 
CONTEÚDO DA AULA 
Neste tema iremos conhecer os benefícios que as grandes empresas oferecem a fim de atender à necessidade de educação 
dos seus empregados. Trata-se do pagamento ou reembolso das despesas integrais ou parciais que os funcionários têm com a 
sua educação. 
De modo geral, as empresas subsidiam os gastos de alguns empregados com a os cursos de pós-graduação, graduação, 
ensino médio profissionalizante e também idiomas. 
Como veremos adiante, algumas empresas oferecem ainda o ensino básico nas suas próprias dependências. 
Esse é um importante benefícios, especialmente para os funcionários administrativos. Deles as empresas geralmente exigem o 
nível superior. E nem sempre é possível para um funcionário, especialmente quando é casado e com filhos, conseguir pagar 
seus estudos. Nesse sentido, esse benefício constitui um diferencial, tanto para a atração, quanto para a fixação e satisfação 
das pessoas no trabalho. 
O que se observa através das pesquisas é que as empresas multinacionais são mais preocupadas com a concessão desse 
benefício do que as empresas brasileiras. Pesquisa realizada pelo Hay Group, em 2007, envolvendo 113 empresas nacionais e 
multinacionais de diferentes setores, revelou que 76% das multinacionais oferecem o serviço, ante 57% das empresas 
nacionais. 
Pagamento Integral ou Parcial (ou Reembolso) 
das Matrículas e Mensalidades de Ensinos Médio e Superior 
 
Normas de Operacionalização: 
 
1ª: Vinculação entre o curso e o cargo ocupado pelo empregado. 
 
Algumas empresas exigem que haja uma vinculação, entre o curso que o empregado está fazendo e as atividades que ele 
realiza. Essa é uma forma de a empresa garantir um retorno pelo investimento feito. 
 
Na medida em que o empregado vai estudando, vai obtendo uma melhor qualificação profissional, que certamente reflete na 
sua performance e, consequentemente, na qualidade e na produtividade do trabalho que realiza. 
 
Há empresas que não exigem tal vinculação, mas são exceções. 
 
2ª: Não pagamento das disciplinas nas quais o empregado tenha sido reprovado. 
 
Exemplo: se a empresa reembolsa 50% do valor da mensalidade e das 5 disciplinas em que o aluno está matriculado, uma ele 
tenha sido reprovado, então ele será penalizado em 20% do reembolso a que teria direito. 
 
 TEMA: Assistência à Educação dos Trabalhadores 
 
 
3ª: Reembolso progressivo vinculado à performance do aluno/empregado. 
 
Exemplo: a empresa reembolsa 50% para alunos com média final até 7 e reembolsa 60% para alunos com médias superiores a 
7. 
 
 
Pagamento Integral ou Parcial (ou Reembolso) 
das Matrículas e Mensalidades de Cursos de Pós-Graduação 
 
As mesmas regras aplicadas ao ensino superior, se aplicam aos cursos de pós-graduação. 
 
Muitas empresas costumam iniciar a concessão do benefício educação, subsidiando a pós-graduação, em função do número 
menor de empregados contemplados e também em função do custo ser menor. 
 
Algumas empresas costumam exigir, contratualmente, do empregado, a sua permanência nelas por um tempo no mínimo igual 
ao que permaneceu fazendo o custo às custas delas. 
 
Pagamento Integral ou Parcial (ou Reembolso) 
das Matrículas e Mensalidades de Cursos de Idioma 
 
Nesse benefício também é comum as empresas exigirem o vínculo entre a escolha do idioma e a atividade exercida pelo 
empregado. 
 
 
Indicarei a seguir alguns exemplos de diversas empresas que subsidiam ou subsidiaram a educação de seus empregados, 
enquanto elas existiam: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alfabetização de Empregados 
 
Esse benefício contribui para a erradicação do analfabetismo entre os empregados das empresas. 
 
Devemos destacar que se trata de um benefício de baixíssimo custo, podendo ser implantado até mesmo sem custos para as 
empresas, especialmente, quando o RH utiliza voluntários. 
 
Esses profissionais voluntários podem ser escolhidos entre os próprios empregados da empresa, como também através de 
alguma ONG voltada para a educação. 
 
O RH pode também contratar algum professor de uma escola pública localizada próxima da empresa, para alfabetizar os 
empregados. 
 
Devemos ainda lembrar que, algumas vezes, as empresas podem oferecer esse benefício visando melhorar a sua imagem social, 
não permitindo ter em seus quadros profissionais analfabetos. Afinal, nos Relatórios Anuais publicados pelas empresas, uma 
parte deles, normalmente, é dedicada ao perfil dos colaboradores, onde a escolaridade deles é apresentada. 
 
 
Oferta de Ensino Fundamental e Médio na Empresa 
 
Algumas empresas oferecem para seus empregados os ensinos fundamental e médio, ministrados nas suas próprias 
dependências. 
 
A oferta desse benefício geralmente está associada a duas razões. A primeira é operacional e a segunda é social. 
 
Geralmente, as empresas que oferecem o ensino básico em suas dependências, o fazem por motivo operacional, ou seja, para 
prover seus empregados de alguns conhecimentos que são necessários para a realização de suas operações. 
 
Lembro-me de uma empresa multinacional onde eu trabalhei. Ela oferecia esse benefício pelos dois motivos: operacional e social. 
A empresa trabalhava com algumas técnicas japonesas de manufatura, que exigiam dos operários uma certa base de 
conhecimentos de matemática e estatística para a sua aplicação. Além disso, a formação do ensino básico melhora a qualificação 
desses empregados que exercem cargos operacionais, qualificando-os para a realização de alguns cálculos que são realizados 
durante a fabricação dos produtos, e melhorando a sua comunicação escrita para o preenchimento de 
Relatórios. 
 
As vezes, a oferta desse benefício tem como objetivo melhorar a imagem social da empresa, na medida em que ela melhora a 
formação dos seus recursos humanos. 
 
 
 
Um fornecedor desse serviço, que mantém uma enorme tradição, é o CEN - Centro Educacional de Niterói, instituição mantida 
pela Fundação Brasileira de Educação/FUBRAE, que atua pela via não formal de ensino, desenvolvendo, principalmente, 
processos de educação a distância. Criada em 1977, atua nas diferentes modalidades de ensino na Educação de Jovens e Adultos 
e Educação Profissional, utilizando uma metodologia diferenciada, que possibilita atender, nas empresas e outras entidades, 
funcionários que necessitam completar sua educação básica, sem alterar, substancialmente, as condições que cada um dispõe 
para estudar. 
 
A metodologia de ensino permite que o aluno estude a partir do seu conhecimento prévio e das suas referências pessoais, 
respeitando o seu ritmo de aprendizagem e suas condições de frequência. A empresa estabelece os horários mais convenientes 
e cede o espaço para a realização das aulas e o CEN disponibiliza um professor monitor licenciado em nível de ensino fornece e 
os material didático. 
 
Outra importante alternativa que o RH e as empresas dispõem para oferecer alfabetização, ensinos fundamental e médio para os 
funcionários, é através do SESI, que possui o programa SESI EDUCA. 
 
O SESI utiliza uma metodologia modular destinada a jovens e adultos nos níveis de ensino fundamental, que vai da alfabetização 
até a 8ª série, e para o ensino médio. O ensino é oferecido nas modalidades presencial e a distância. 
 
No livro texto, mencionado no final deste tema e disponível nas bibliotecas do Rio Comprido e Méier, são apresentadas, nas 
páginas 131 e 132, as empresas que oferecem esse tipo de benefício. 
 
Citarei a experiência de algumas empresas que adotam ou adotaram esse benefício, a fim de proporcionar a você, exemplo do 
que as empresas realizam em relação a esse benefício: 
 
 RTE Rodonaves (empresa do ramo de Transporte/SP): Incentiva a conclusão
do Ensino Fundamental. Mais de 300 empregados 
já fizeram o curso pela empresa, aumentando de 45% para 80% o número de colaboradores com esse nível de formação. 
 
Whirlpool Latin América (fabricante de eletrodomésticos das marcas Brastemp, Consul, entre outras, em Santa Catarina), 
Incentiva os empregados a concluírem o Ensino Médio, apoiando-os na alimentação e flexibilizando o horário na época de provas. 
 
Embraco (empresa catarinense, gigante na fabricação de compressores para aparelhos de refrigeração): Fornece Bolsas de 
estudo de 30% a 45% para cursos técnicos, pós-graduação e de idiomas. 
 
Dow (gigante da indústria química): Subsidia também ensino fundamental, médio e de idiomas. 
 
CSN (Companhia Siderúrgica Nacional): Visando proporcionar uma formação mínima de nível secundário para todos os 
empregados até 2004, em 2001, formou 480 empregados no ensino médio, através do Projeto Educar. 
 
Certel (Cooperativa de Eletrificação Teutônia/RS): subsidia a educação dos filhos dos funcionários até que completem o ensino 
fundamental. 
 
Coelce (Companhia Energética do Ceará): concede bolsas de estudo de 50% para cursos técnicos. 
 
KBH&C Tabacos (RS): subsidia 50% da mensalidade do ensino médio. 
 
 Cosmotec (Química/SP): bolsas de estudo de até 100% para cursos técnicos essenciais para o negócio. 
 
Landis+Gyr (equipamentos de medição de energia elétrica – Curitiba): Os profissionais com no mínimo um ano de casa recebem 
subsídios de 50% para o ensino médio e cursos técnicos. 
 
Seara Alimentos: Em 2001, beneficiou mais de 1.000 de seus 10.341 funcionários, com o supletivo de 1º e 2º graus, em todas as 
suas unidades. (Fonte: Relatório da Administração. Gazeta Mercantil Rio, em 1/4/2202). 
 
Sama – Goiás (3ª maior lavra de amianto do mundo). Paga bolsas de até 100% para ensino médio. 
 
Gerdau (gigante nacional do ramo siderúrgico): Oferece Bolsas de estudo para cursos técnicos. 
 
São Paulo Alpargatas: Em 1999, conduzia programas educacionais de ensino de primeiro grau que elevou o nível dos funcionários 
(fonte: Gazeta Mercantil do Rio de Janeiro, em 1 de abril de 2000) 
 
Ambev: Bancou 200 bolsas para cursos técnicos profissionalizantes. 
 
Caterpillar – Piracicaba/SP. Em 2007, concedeu ou renovou 729 bolsas de estudo para cursos supletivos, graduação, pós-
graduação e mestrado. 
 
Springer Carrier – fabricante de ar condicionado Canoas/RS. Todos têm subsídio de 100% para ensino fundamental e médio. 
 
 
 
Rhede – fabricante de transformadores elétricos, em Goiás - Oferece na empresa aulas de ensino médio. Subsidia de 10 a 100% 
das despesas com educação, até mesmo de cursos não atrelados ao negócio. 
 
Tortuga (ração animal/SP): Oferece cursos de alfabetização para adultos que ainda não completaram o Ensino Fundamental. 
 
U&M (mineração e construção/MG). Nas operações há escolas de alfabetização gratuitas. 
 
Copagaz (engarrafadora, distribuidora e transportadora de gás liquefeito de petróleo/SP): Oferece 70% de subsídios para cursos 
de ensino médio, técnicos, graduação, pós-graduação e de idiomas. Com esse trabalho, a empresa erradicou o analfabetismo, 
que já atingiu 30% do quadro. 
 
Serasa Experian (serviços diversos/SP): A Escola Serasa ministra aulas de ensino fundamental, médio e pré-vestibular gratuitos, 
na sede da empresa, além de graduação em administração. Cursos de extensão e de idiomas têm subsídios de até 70%. 
 
Siemens Metering (SP): Os filhos dos funcionários têm direito a bolsa de estudo até a universidade. 
 
PREZUNIC: A rede de supermercados recém adquirida por empresários chilenos, investe na formação dos empregados, que 
muitas vezes ainda nem terminaram o Ensino Médio ou o Fundamental. Para reduzir essa lacuna, a empresa oferece aulas do 
Telecurso durante o horário do expediente, com uma professora contratada para cada loja. Em 2011, 290 alunos concluíram o 
programa e receberam seu diploma. 
 
Em 2011, a VALE mapeou cerca de 4.800 empregados no Brasil, que correspondem a cerca de 8% do total no país, ainda sem 
o Certificado de conclusão dos ensinos fundamental e/ou médio. A meta era reduzir esse número a zero nos próximos anos. A 
Vale oferece de cursos internos e, em casos mais específicos, apoia financeiramente a capacitação externa, para desenvolver 
competências técnicas críticas para os negócios. 
 
 
Salário-Educação 
 
O salário-educação foi criado em 1964, com o objetivo de suplementar as despesas públicas com a educação elementar (ensino 
fundamental). 
 
Trata-se de uma contribuição social, no valor de 2,5% do salário de contribuição das empresas, que é recolhida pela Secretaria 
da Receita Federal do Brasil e é destinada ao financiamento de programas, projetos e ações voltados para a universalização da 
educação básica pública, e, nos Estados e Municípios, destinada a financiar programas como transporte do escolar, construção, 
reforma e adequação de prédios escolares, aquisição de material didático-pedagógico e equipamentos para escola, bem como a 
capacitação de professores, entre outros, sendo proibida a sua destinação ao pagamento de pessoal do quadro de servidores do 
estado, do Distrito Federal e do município. 
 
Esse montante recolhido pelo governo federal é repartido, posteriormente, para a União, os estados, o Distrito Federal e os 
municípios, da seguinte forma: 
a. 10% da arrecadação líquida ficam com o próprio FNDE – Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (MEC) - , 
que os aplica no financiamento de projetos, programas e ações da educação básica; 
b. 90% da arrecadação líquida são desdobrados e automaticamente disponibilizados aos respectivos destinatários, sob 
a forma de quotas, sendo: 
1. quota federal – correspondente a 1/3 dos recursos gerados em todas as Unidades Federadas, o qual é 
mantido no FNDE, que o aplica no financiamento de programas e projetos voltados para a educação básica, 
de forma a propiciar a redução dos desníveis socioeducacionais entre os municípios, estados e regiões 
brasileiras; 
2. quota estadual e municipal – correspondente a 2/3 dos recursos gerados, por Unidade Federada (Estado), o 
qual é creditado, mensal e automaticamente, em contas bancárias específicas das secretarias de educação 
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, na proporção do número de matrículas, para o 
financiamento de programas, projetos e ações voltados para a educação básica. 
Você aluno(a) pode estar se perguntando: De que forma podemos considerar o auxílio-educação um benefício para os 
empregados das empresas? 
A resposta é, que muitos dos empregados das empresas, estudam ou estudaram o ensino fundamental em escolas públicas 
que receberam parte desse aporte financeiro. Consequentemente, eles também acabaram sendo beneficiados com as 
melhorias nas instalações físicas e/ou educacionais de suas escolas. E por conseguinte, as empresas, indiretamente, se 
beneficiam com a qualidade desses seus recursos humanos. 
No livro texto da disciplina, mencionado no final deste tema e disponível nas bibliotecas do Rio Comprido e Méier, são 
apresentadas, nas páginas 134 a 145, as empresas que oferecem subsídios para a educação dos seus empregados. 
 
 
 
 
INDICAÇÃO DE LEITURA 
Você quer saber mais sobre Introdução à Gestão de Benefícios? 
Então leia o livro: LUZ, Ricardo. Gestão De Benefícios: a experiência brasileira, p. 127 - 145. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2011. 
 
BIBLIOGRAFIA: 
Luz, Ricardo. Gestão de Benefícios: a experiência brasileira. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2011.

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