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RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - EXAME DE ORDEM XXII

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PEÇA – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA (EXAME – XXII) 
AO JUÍZO DA 250° VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO – SP 
Marina Ribeiro, brasileira, casada, desempregada, filha de Laura dos Santos, portadora da cédula de identidade n° 855, CPF 909, residente e domiciliada na Rua Coronel Saturnino, casa 28, São Paulo – SP, 	CEP 4444, vem por meio de seu advogado que está ao final subscreve, (procuração em anexo), com escritório situado em..., onde recebe intimações, a presença deste juízo propor, 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Com fulcro no Art. 840, §1°, da CLT, em face da sociedade empresária Malharia Fina LTDA., localizada em São Paulo – SP, inscrita sob o CNPJ...., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
1 – DOS FATOS: 
Marina Ribeiro trabalhou para sociedade empresária Malharia Fina, como auxiliar de produção, de 20/09/2014 a 30/12/2016, quando foi dispensada sem justa causa, recebendo as verbas da ruptura contratual. 
Atualmente Marina está desempregada, mas, na época em que atuava na Malharia Fina, ganhava 1 (um) salário mínimo mensal.
Marina é presidente do seu sindicato de classe, ao qual está filiada desde a admissão, tendo sido eleita e empossada no dia 20/06/2015 para mandato de 2 anos, bem como cientificada a empregadora do fato por e-mail, exibido ao advogado. Marina recebeu uniforme e EPI da empresa, jamais sofrendo descontos no seu salário em razão disso. 
Recebia, também, alimentação (almoço e lanche) gratuitamente e trabalhava de 2ª a 6 ª feira das 13:30 às 22:30, com intervalo de 1 hora, e aos sábados, das 8:00 às 12:00, sem intervalo. Após o horário informado, gastava cerca de 20 minutos para o uniforme, comer o lanche que a empresa oferecia e escovar os dentes. Marina recebeu a participação proporcional nos lucros de 2014 e integral em 2015 e 2016. 
Marina tem três filhos saudáveis, com idades de 12, 10 e 8 anos, conforme certidões de nascimento que apresentou. 
Ela, no ano de 2015, comprovadamente, doou sangue em duas ocasiões, faltou ao emprego em ambas e foi descontada a titulo de falta. Já em 2016, ela foi descontada três dias, quando precisou se ausentar para viajar para o nordeste e comparecer ao enterro do primo, que falecera em acidente de trânsito. 
Hugo, superior imediato de Marina, era chefe do setor de produção. Duas vezes na semana, no mínimo, dizia que ela tinha um belo sorriso. Por educação, Marina agradecia o elogio. Em 2016, em razão de doença, Hugo ficou afastado por do serviço por 90 dias e ela o substituiu ate seu retorno. 
Por ocasião do exame demissional, o setor médico da empresa informou que Marina estava apta a dispensa. 
Nos seus contracheques, em todos os meses desde a admissão, havia o lançamento de crédito de um salário mínimo e de duas cotas de salário-família, além de descontos do INSS, do vale-transporte, contribuição assistencial e confederativa. 
Marina informou, ainda que tinha ajuizado ação anteriormente e que, como perdera confiança no seu antigo advogado, não compareceu à audiência para qual foi intimada. Essa ação havia sido distribuída a 250° vara do trabalho de São Paulo – SP e, em consulta pela internet, foi verificada seu arquivamento. 
2 – DA PREVENÇÃO: 
Como informado, Marina já havia ajuizado uma ação anteriormente, porém perdeu a confiança em seu antigo advogado e por essa razão não compareceu a audiência. A ação havia sido distribuída para a 250° Vara do Trabalho de São Paulo, e já foi arquivada. 
De acordo com o Art. 286, II, do CPC/2015, tem-se como prevento o juízo da 250° Vara do Trabalho de São Paulo – SP, visto que a ação foi distribuída anteriormente para essa vara. 
Vejamos o Art. 286, II, na integra: 
“Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
II - Quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;”
Dito isso, requer que a referida ação seja distribuída novamente para a vara 250° de São Paulo – SP. 
3 – DO PAGAMENTO DAS CUSTAS: 
A reclamante ajuizou reclamação trabalhista anteriormente, mas ela foi arquivada, pois a reclamante não compareceu a audiência. 
Com base no Art. 844, §3°, da CLT, destaca-se que se encontra em anexo o comprovante de pagamento das custas do processo anteriormente arquivado. 
4 – DA JUSTIÇA GRATUITA: 
Marina tem três filhos saudáveis, com idades de 12, 10 e 8 anos, conforme certidões de nascimento que apresentou. 
Atualmente Marina está desempregada, mas, na época em que atuava na Malharia Fina, ganhava 1 (um) salário mínimo mensal.
De acordo com o Art. 790, §3° da CLT, é facultado aos juízes conceder os benefícios da justiça gratuita aos reclamantes que recebem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo do RGPS. 
“Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.
[...] § 3o  É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.”
Dito isso, requer que seja concedido os benefícios da justiça gratuita a reclamante. 
5 – DA TUTELA DE URGENCIA: 
Haja vista que Marina se encontra em pleno gozo de seu mandato, tendo sido eleita e empossada no dia 20/06/2015, para exercer cargo de dirigente sindical, com um mandato de 20 anos, a mesma não poderia ter sido demitida neste período, pelo que preconiza o Art. 8°, inciso VIII, da CF/88. 
Vejamos a redação do referido Art: 
“Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.” 
Fica claro para nós a necessidade de retorno imediato da Reclamante ao seu posto de trabalho na empresa, o mais rápido possível, a fim de evitar o resultado útil do processo. E a evidência fática da presunção de veracidade deste Direito, de acordo com o “Fumus boni Iuris”, em plena conformidade com o Art. 300 “caput” do CPC/2015. 
Vejamos a redação do referido Art: 
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
Dito isso, requer que seja concedido a tutela de urgência para a reintegração da empregada a sua função na empresa. 
6 – DO MÉRITO: 
6.1 – DA DOAÇÃO DE SANGUE: 
Ela, no ano de 2015, comprovadamente, doou sangue em duas ocasiões, faltou ao emprego em ambas, foi descontada a título de falta.
Portanto, a empresa está com a responsabilidade de restituir um dos dias nos quais Marina comprovadamente doou sangue, conforme Art. 473, IV, da CLT. 
Vejamos a redação do Art. 473, IV: 
 “Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
IV - Por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada;” 
Tendo em vista o fato de a empresa em 2015 ter descontado dois dias de trabalho, em ambas as vezes Marina estava realizando doação de sangue, a empresa deveria ter descontado somente 1 (um) dia. 
Dito isso, requer que seja restituído a reclamada 1 dos dias de falta, que foi indevidamente descontado. 
6.2 – DO ADICIONAL NOTURNO: 
Marina laborava na sociedade empresária de 13:30 ás 22:30, ou seja, parte da sua jornada era noturna, e jamais recebeu qualquer adicional em folha de pagamento. O adicional previsto em lei, determina que entre as 22:00 e 5:00 horas da manhã, é considerado jornada noturna. 
Dessa forma, o empregador deve pagar o respectivo adicionaldurante todo o contrato de trabalho. 
Vejamos o que diz o Art. 73, § 2° da CLT, que trata sobre o assunto: 
“Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.   
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.”
Diante de tal dispositivo legal, requer que seja pago ao reclamante o valor correspondente que tenha Direito. 
6.3 – DO INTERVALO INTERJORNADA: 
A reclamada de segunda a sexta – feira concluía sua jornada de trabalho as 22:30, aos sábados, era obrigada pela empresa a ingressar e dar inícios as atividades laborais as 8:00 da manhã, fato este que está em desacordo com as normas estabelecidas para intervalos interjornada reservado para o trabalhador. Conforme Art. 66, da CLT. 
Vejamos a redação do Art: 
“Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.” 
Temos também o que está disposto na OJ 355, do TST. 
“INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT.
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.
Observação: DJ 14/3/2008.”
Visto a inobservância do disposto no Artigo citado, bem como na OJ, requer que seja pago o valor dessas horas extras em caráter extraordinário. 
6.4 – DA SUBSTITUIÇÃO: 
Vale mencionar que no ano de 2016, o supervisor de Marina, senhor Hugo, superior hierárquico da reclamante, ficou afastado devido uma doença e, em razão disso a reclamante assumiu o cargo do chefe do setor de produções. 
Desta forma, com base na Súmula 159, I, do TST, demonstra-se a necessidade do pagamento de salário referente ao cargo ocupado temporariamente. 
Vejamos a redação da súmula: 
“SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO.
I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. (ex-Súmula nº 159 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)”
Dito isso, reque que seja realizado o pagamento devido a titulo de salário referente ao chefe de setor de produção pelo período de 90 dias, em decorrência do período em que Marina ocupou o cargo. 
6.5 – DO SALÁRIO FAMILIA: 
Marina, é mãe de 03 três filhos menores, como foi mostrado nas certidões que apresentou. Em seus contracheques, estão presentes apenas duas cotas do salário família, desde sua admissão. 
Conforme dispõe o Art. 7°, inciso XII da CF/88, o trabalhador de baixa renda possui Direito a receber salário-família em função de cada um dos seus dependentes.
Levando em conta a idade dos filhos de Marina, temos também o que está disposto no Art. 2° da lei 4.266/93, onde diz que salário família será pago por cada filho menor, em qualquer condição até os 14 anos de idade. 
Vejamos a redação na integra: 
“Art. 2º. O salário-família será pago sob a forma de uma quota percentual, calculada sobre o valor do salário-mínimo local, arredondado está para o múltiplo de mil seguinte, por filho menor de qualquer condição, até 14 anos de idade.” LEI Nº 4.266, DE 3 DE OUTUBRO DE 1963.
Dessa forma, requer que seja concedido o pagamento de mais uma cota referente ao salário-família a que a reclamante faz jus, devido ao fato de possuir três filhos menores de 14 anos. 
7 – DOS REQUERIMENTOS FINAIS:
Diante de todo exposto, requer: 
a) Que seja reconhecida a prevenção, conforme fundamentação mencionada, redistribuindo a presente reclamação trabalhista para a 250° Vara do Trabalho de São Paulo.
b) Que seja concedida os benefícios da justiça Gratuita a reclamante. 
c) Que seja deferida a tutela de urgência, para que a reclamante retorne ao seu posto de trabalho imediatamente. 
d) O pagamento do adicional noturno na proporção de 20%, sobre a hora diurna, por todo o período trabalhado, assim como integração desse valor a sua remuneração, em razão da habitualidade, e com reflexos nas seguintes verbas salarias e rescisórias: Aviso Prévio, férias + 1/3, horas extras, descanso semanal remunerado, FGTS e indenização de 40% no valor de R$....
e) A condenação da a pagar 1 (uma) cota de salário-família por todo o período trabalhado, no valor de R$....
f) A devolução de um dia trabalho no valor de R$...
g) O pagamento da diferença salarial em razão da substituição do chefe do setor, no valor de R$....
h) O pagamento de honorários de sucumbências na proporção de 15% sobre o valor da causa ou proveito econômico obtido, na forma do Art. 791 – A, da CLT. 
i) Requer a notificação da reclamada para comparecer a audiência e, querendo, apresentar contestação a presente Reclamação Trabalhista, sob pena de revelia. 
j) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em Direito admitidos, em especial pelo depoimento pessoal do reclamado, oitiva de testemunhas, sem prejuízo as demais provas. 
8 – DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se a presente causa o valor de R$....
Nestes Termos,
Pede-se deferimento
Local e Data
Advogado 
OAB...

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