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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO CAMPUS CUIABÁ – BELA VISTA ANA BEATRIZ ALVES DE SOUZA ANNA FERNANDA SILVA E SOUZA KARINA MIHO SASAKI LUCAS DA SILVA PINTO MARIA EDUARDA SILVA JOGO DIDÁTICO “QUEBRA-CABEÇA” NO ENSINO DA SÍNTESE DE COMPOSTOS ORGÂNICA PARA DEFICIENTES VISUAIS CUIABÁ 2017 Resumo Nas últimas décadas, os jogos didáticos vêm ganhando espaço nas salas de aulas com o objetivo de complementar os recursos educacionais e tornar as aulas mais dinâmicas. Visando as dificuldades de ensino em matérias voltadas para a química, principalmente em relação aos indivíduos desprovido de visão. Dessa forma, esse projeto tem como objetivo propor um quebra cabeça para deficientes e não deficientes visuais, incluindo-os no ensino regular de sínteses de compostos orgânicos. Palavras chaves Jogos Didáticos; Inclusão; Deficientes Visuais. Introdução Atualmente, deparamo-nos com diversos movimentos sociais cobrando uma sociedade mais justa e igualitária. Tanto é assim que foi na década de 1980 que o conceito de inclusão social foi desenvolvido, ganhando maior proporção no decênio de 1990, visando valorizar a diversidade humana, o direito de pertencer, bem como a igual importância das minorias (Wieviorka, 2005). Dessa forma, o presente projeto busca incluir jogos didáticos no ensino de sínteses de compostos orgânicos. O ensino de Ciências no Brasil tem enfrentado dificuldades no que se refere ao desenvolvimento da prática pedagógica dos professores dessa área. (PIMENTA, 1999). A prática, do ensino de Química Orgânica no Ensino Médio, em sala de aula, consiste na transmissão-recepção de conhecimentos que, muitas vezes, não são compreendidos. Para estimular e resgatar o interesse dos discentes pelas aulas de química é fundamental que o professor busque metodologias diferenciadas que o auxiliem no processo de ensino aprendizagem. (SOARES et al., 2003). O desenvolvimento de estratégias modernas e simples, utilizando experimentos, jogos e outros recursos didáticos, é recomendado para dinamizar o processo de aprendizagem em Química. (SOARES et al., 2003). Os jogos proporcionam ao aluno uma forma prazerosa e divertida de estudar, além de oferecer ao professor uma maneira diferente de avaliar a assimilação do alunado em relação aos conteúdos estudados, de revisar conteúdos ou como um meio mais dinâmico de fixar o conhecimento, permitindo a identificação de erros de aprendizagem. (ZANON et al., 2008). Ao se perceber as dificuldades que permeiam o trabalho do professor nesse nível de ensino, optou-se por estudar uma forma de contribuir para o processo de ensino-aprendizagem no ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos, na medida em que o tema funções orgânicas é de entendimento complexo, pois os alunos não apresentam a habilidade de associar facilmente a estrutura ao nome correspondente à função. Um jogo didático pode abordar o tema de forma a facilitar essa associação, permitindo ao aluno uma melhor compreensão do conteúdo. De acordo com Raposo e Mól (2010), a elaboração de recursos para serem explorados didaticamente com estudantes deficientes visuais pode propiciar um processo inclusivo em que todos – com e sem deficiência visual – aprendem e participam. Materiais e Métodos O projeto foi desenvolvido com intensão de incluir deficientes visuais através de jogos didáticos aplicados na matéria de sínteses orgânicas, como um meio facilitador no processo de aprendizagem. Para a confecção foi utilizado papelão, papel cartão, cola relevo, cola branca e strass de pérola de diferentes tamanhos para a montagem do protótipo de um quebra cabeça linear longitudinal. O maior strass representa o átomo de carbono, o médio representa o oxigênio e o menor deles representa o hidrogênio, sendo perceptível ao tato. As cadeias que participam da reação de oxidação, hidratação e desidratação foram divididas nas peças, sendo encaixáveis entre si. A legenda e o gabarito foram escritos em braile com cola relevo. Foram realizados testes com alunos não deficientes visuais vendados para analisar se era possível a identificação dos compostos e a eficiência do jogo didático. Vale ressaltar que o presente jogo montado é um protótipo artesanal e, se produzido em grande escala, os materiais utilizados seriam substituídos. Figura 1 Figura 2 Resultado e discussão Os resultados esperados foram uma maior inclusão dos deficientes visuais no ensino da síntese de compostos orgânicos em alunos do ensino médio. Além disso o projeto proporcionou uma maior interação entre deficientes e não deficientes visuais, diante dos testes realizados em alunos vendados os resultados foram satisfatórios, pois mesmo por eles não possuírem o sentido do tato aguçado como os dos deficientes visuais conseguiram compreender as transformações químicas. Ademais o quebra-cabeça proporcionou uma maior interação entre os alunos. Conclusão Pode-se concluir que o jogo didático colabora com a inclusão dos deficientes visuais no ensino da síntese de compostos orgânicos, além de favorecer a aprendizagem inclusiva e gerar um maior entretenimento entre os alunos no ensino da química. Referencial BIBLIOGRÁFICO PIMENTA, Selma G. (Ed). Saberes pedagógicos e atividade docente. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1999. 248p. SOARES, M. H. F. B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, T. G. Proposta de um jogo didático para ensino do conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n. 18, p. 13-17, 2003. 17. ZANON, D. A. V.; GUERREIRO, M. A. S.; OLIVEIRA, R. C. Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição, v. 13, n. 1, p. 72-81, 2008. RAPOSO, P.N. e MÓL, G.S. A diversidade para aprender conceitos científicos: a ressignificação do ensino de ciências a partir do trabalho pedagógico com alunos cegos. In: SANTOS, W.L.P. e MALDANER, O.A. (Orgs.).
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