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BASES DA TERAPÊUTICA I CORTICOIDES 4 HISTÓRIACorticoides · 1944 – primeira vez que a cortisona foi sintetizada. Foi resultado das guerras. · 1948 – cortisona foi utilizada pela primeira vez por Philip Hench (composto E) · A partir dessa data, novas drogas começaram a surgir · Promovem efeitos anti-inflamatorios e imunomoduladores. · Medicamentos que trouxeram muito beneficio, principalmente para pacientes com doenças crônicas. Porém, seu uso indiscriminado começou a gerar efeitos adversos. Sabia-se pouco do uso do corticoide, quais eram as doses certas e qual medicamento deveria ser empregado para cada situação. Os efeitos adversos muitas vezes são muito mais danosos que os benefícios do uso do medicamento. · Com o avançar do tempo, os estudos avançaram também e os corticoides passaram a ser utilizados com maior consciência, melhorando o uso. CARACTERÍSTICAS · O principal precursor é uma molécula de colesterol, formado por 3 hexanos e 1 pentano · O principal corticoide natural é a cortisona → cortisol. · São hormônios produzidos na zona cortical das suprarrenais, liberados sob a influencia do ACTH (secretado pela hipófise anterior). O próprio cortisol atua sobre os receptores presentes no hipotálamo e hipófise por meio de mecanismos de feedback inibindo a liberação de ACTH em situações de estresse, ansiedade, pacientes com dores excessivas, traumatismos graves e queimaduras. Assim, precisa tomar muito cuidado com o efeito que você procura ao indicar o corticoide para o paciente. · É produzido de forma rítmica, cíclica, tem um pico de 8h, com o mínimo de liberação entre 18 e 24h para pessoas que seguem o ciclo circadiano. Por isso, quando acordamos de manhã, ainda temos sono (quando a concentração de cortisol começa a subir), então começamos a despertar logo às 8 da manhã. AÇÕES DOS CORTICOIDES · Tem ação no sistema nervoso central, ossos, cardiovascular, renal, pele e ate mesmo na gestação. É um medicamento que merece muita atenção, pois é muito fácil ter efeitos adversos com ele. · O estresse está intimamente ligado à liberação do cortisol. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS · São ésteres lipossolúveis, com uso preferencial oral, intramuscular e intra-articular. · São preferidos para efeitos locais · Os sais (succinato e fostato de sódio) são hidrossolúveis e tem indicação para uso intravenoso FARMACOCINÉTICA · Tem absorção rápida: 30 minutos · Se liga a proteínas plasmáticas: transcortina (CBG) e albumina · Apenas a fração não ligada é a farmacologicamente ativa · A meia vida biológica é de 2 a 36 vezes maior que a meia-vida plasmática · A transformação em metabólitos inativos é feita no rim e fígado e então são excretados na urina · Sempre perguntar se o paciente é hepatopata ou nefropata. Perguntar se tem alergia, se está gravida ou amamentando etc. · Existem vários tipos de corticoide, cada um vai ter um tipo de ação (longa, intermediaria e curta) EFEITOS NO SISTEMA IMUNE · Aumenta neutrófilos · Diminui macrófagos, linfócitos, eosinófilos, basófilos, anticorpos, IL-1, IL-2, IL-3, IL-6, TNF-alfa, interferon-gama, GMC-SF, COX-2 e fosfolipase A2 e expressão de moléculas de adesão · Por isso os pacientes com uso prolongado do uso de corticoides passam a ter imunidade baixa. · Por diminuir COX-2 e fosfolipase A2, os corticoides pode ser utilizados como anti-inflamatórios TRATAMENTO · Dose baixa: < 7,5mg prednisona ou equiv./dia · Dose média: > 7,5mg e 30mg PDN ou equiv./dia · Dose alta: >30mg e <100mg PDN ou equiv./dia Dependendo da dose vamos ter uma indicação e eficácia diferente. Cada dose trata um tipo de moléstia. É um medicamento ‘dose-dependente’. Doenças em que a corticoterapia é indicada: osteoartrite, artrite psoriatica, reumatismos, artrite reumatoide, doenças dermatológicas, Sindrome de Sjogren, vasculites como a rosácea; A dermatologia usa bastante os corticoides, principalmente em associações. INTERAÇÃO COM OUTRAS DROGAS Os corticoides podem ter interação direta com outras drogas. Droga [] de corticoides Fenobarbital ↓ Fenitoína ↓ Rifampicina ↓ Carbamazepina ↓ Anticoncepcional ↑ Estrogênio conjugado ↑ Eritromicina ↑ Indometacina ↑ Naproxeno ↑ INFILTRAÇÃO COM CORTICÓIDES · Na ortopedia, é amplamente utilizados para pacientes com artrite, tenossinovites, bursites, entesites e neuropatias compressivas. · Efeitos em poucos dias, e temporário se a doença de base não estiver bem controlada · Hidrossolúveis, tem inicio de ação mais rápido e menos risco de despigmentação e atrofia cutânea · Lipossolúveis no inicio de ação mais lenta, mais indicado para a cavidade articular EFEITOS ADVERSOS · Sistema músculo-esquelético · Osteoporose · Osteonecrose – morte da articulação a longo prazo · Fraqueza muscular proximal e atrofia muscular · Prejuízo no crescimento – por isso tem que usar em dias alternados · Trato gastrintestinal · Doença ulcerosa péptica · Pancreatite · Colonização por Candida albicans · Sistema imunológico · Predisposição a infecções: o risco aumenta com o tempo de tratamento e a dose dada. Causa uma depressão, deixando os paciente imunossuprimido. Muitas vezes a intenção é essa, mas tem que analisar muito bem se compensa. · Sistema cardiovascular · Efeitos mineralocorticoides: edema (aumenta a retenção de liquido), ganho de peso, aumento da PA, ICC e arritmias. · Aterosclerose: alteração dos níveis das lipoproteínas, altera a pressão arterial e doença inflamatória crônica de base · Oftalmológicos · Catarata subcapsular posterior · Glaucoma · Dermatológicas · Aparencia cushingóide/acne · Atrofia cutânea/estrias · Gibosidade · Hiperpigmentação/purpura · Rosácea · Dermatite perioral · Sistema endócrino · Intolerância a glicose e DM · Redistribuição a gordura · Ganho de peso · Dislipidemia · Supressão do eixo hipotálamo-hipofise adrenal Supressão do eixo hipotálamo-hipofise-adrenal · O tempo necessário para a supressão depende da dose, da meia vida plasmática e da suscetibilidade de cada paciente · Não leva a supressão: qualquer dose por menos de 3 semanas e pacientes tratados com esquemas em dias alternados · Leva a supressão: PDN > 20mg por mais de 3 semanas e qualquer paciente com Sindrome de Cushing. Quando for fazer o uso prolongado, tem que alertar o paciente que pode ter uma série de efeitos adversos, porque não pode tirar o medicamento abruptamente depois das 3 semanas de uso. · Casos duvidosos: PDN 10 a 20mg por mais de 3 semanas e PDN < 10mg em doses fracionadas ao dia · Alterações no SNC · Psicose associada ao corticoide: alta dose de CE; 10% dos problemas/CE; 90% nas primeiras 6 semanas de tratamento. · Alterações de humor: depressão, euforia e insônia FRATURAS PATOLÓGICAS Ocorre a desmineralização dos ossos, principalmente em pacientes que fazem o uso crônico dos corticoides. REGIMES DE RETIRADA · Devemos sempre retirar o corticoide quando tem estabilização da doença, retirando de forma gradual para evitar a reativação da doença · Cada paciente vai reagir de uma forma, então depende da avaliação do médico · Deve sempre monitorar o paciente de forma ativa, para evitar a utilização desnecessária do medicamento · Devem ser utilizados tão logo a doença de base esteja controlada para evitar seus efeitos colaterais e a recuperação gradual da função adrenal. · Deve ser gradual para evitar reativação da doença · Não existe um esquema padrão CORTICÓIDES E GRAVIDEZ · A relação materno-fetal da prednisona é 10:1, enquanto a dexametasona é de 1:1. Existem, dessa forma, o corticoide correto para cada situação, já que alguns podem aumentar o risco de ruptura prematura da placenta, então tem que fazer uma cirurgia de urgência. · Os corticoides são usados muitas vezes para ‘amadurecer’ os pulmões da criança. Tem que orientar muito bem a mãe para que tudo ocorra bem na gestação · São excretados em pequenas quantidades no leite humano MONITORAMENTO · Colher bem a história do paciente antes de iniciar o tratamento: checar PA, presença de edema periférico e ICC, fatores de risco para osteoporose,não associar com AINES, se tem história de ulcera péptica, sem tem historia familiar de glaucoma e também checar os níveis séricos de lipídeos e glicose. · Sempre tentar usar AINES para tratar, evitando sempre os corticoides. MEDIDAS PREVENTIVAS · Sempre que for necessário usar suplementação de cálcio e vitamina D, e quando indicado, bisfosfanatos · Em caso de associação com AINES, considerar uso de inibidor de bomba de prótons – omeprazol, pantoprazol · Programa de exercícios frequentes
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