Prévia do material em texto
Júlia Assis Silva - Turma IV alfa Genética Dislipidemias ● Anormalidade quantitativa ou qualitativa das lipoproteínas plasmáticas: VLDL, LDL ou HDL e outros tipos de lipídeos. ● O acúmulo deles no plasma é causado por algum distúrbio do metabolismo. ● Classificadas como: primárias ou secundárias. Dislipidemia� primária� ● Mais de 20 síndromes monogênicas descritas: herança mendeliana ● Síndromes poligênicas são mais frequentes: padrão de herança indefinido. ● Consideradas de causa genéticas podendo ser decorrente de fatores ambientais: ○ Hipercolesterolemia familiar, doença de Gaucher, doença de MCAD, deficiência de lipase ácida lisossomal e doença de fabry. Dislipidemia� poligênica� ● Efeito cumulativo ao longo do genoma: SNVs ○ Efeito amplificado, dislipidemia clínica ● Podem ou não apresentar manifestações clínicas do fenótipo ● Identificação e tratamento correto dos familiares. Dislipidemia� monogênica� ● Levam a alterações mais graves do perfil lipídico ● Idade de surgimento ● Ausência de fatores secundários ● Sintomas e sinais causados por alterações lipídicas extremas ● Histórico familiar ● Aterosclerose precoce ● Diagnóstico: clínico, laboratorial, análise de DNA (para determinar a mutações, é mais preciso porém tem pouco impacto no prognóstico e tratamento) Dislipidemia� secundária� ● Referentes a ações medicamentosas ou consequência de patologia ● Fatores extrínsecos: uso de drogas, fármacos, álcool, dieta: alterações no metabolismo dos lipídeos ● Fatores intrínsecos: relacionados com as doenças de etiologia metabólica. Hipercolesterolemi� familiar ● Autossômica dominante ● Elevações do colesterol total e do LDL-c ● Desordem com ausência ou disfunção dos receptores das lipoproteínas de densidade baixa (LDL): ○ Principal determinante da captação das LDL pelo fígado ○ Normalmente processam 70% das LDL circulantes. Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ● Mutações nos três genes que determinam as concentrações plasmáticas do LDL-c ● HF heterozigótica e monozigótica. ● Gene LDLR ● Codifica o receptor humano para LDL ● Aproximadamente 45 Kb, localizado no cromossomo 19 (formado por 18 éxons e 17 íntrons ● LDLR é um proteína composta de 839 aa’s, peptídeo sinal de 21 aminoácidos contendo vários domínios funcionais ● Mais de 2.000 mutações descritas como causadoras de hf 85 a 90% dos casos ● Classe I - mutações nulas - afetam a região promotora do gene ou a região codificando, o que resulta na total ausência de síntese do LDLR ou síntese de um receptor não funcional ● Classe II - defeitos no processamento pós-tradução ou falha no transporte do LDLR do retículo endoplasmático para o complexo de Golgi: menor expressão na superfície celular. Vai ter menos receptores do que deveria ● Classe III - afeta o sítio de ligação, impede que o LDL se ligue de forma correta no receptor, ineficiência de transporte ou no domínio que apresenta homologia estrutural ao fator de crescimento epidérmico (EGF) presentes no LDLR ● Classe IV - LDL consegue se ligar ao receptor mas não é internalizado eficientemente pelo mecanismo de endocitose via depressões revestidas com clatrina ● Classe V - LDLR não é reciclado de volta para a superfície celular ● HF Heterozigótica - forma mais comum ● Valores de LDL-c considerados para o diagnóstico ○ Acima de 190 mg/dL adultos ○ Acima de 160 mg/dL crianças e adolescentes ● O diagnóstico é feito com os valores de LDL-c e histórico familiar de DAC precoce (<55 anos para homens e <65 anos para mulheres) ● HF Monozigótica: ● Muito rara ● Apresentam sintomas cardiológicos antes dos 30 anos. ● Níveis elevados de LDL-c e aterosclerose presente na primeira infância ○ Pacientes com angina pectoris, infarto do miocárdio e morte súbita antes dos 30 anos de idade. ● Diagnóstico: confirmação genética de dois alelos mutantes nos genes LDLR, APOB, PSCK9 ou no lócus do gene LDLRAP1; ou ○ LDL-c sem tratamento > 500 mg/dL ou LDL-c tratada > 300 mg/dL mais algum dos seguintes critérios ● Xantomas cutâneos ou tendinosos antes dos 10 anos; ● Valores de LDL-c elevados consistente com HF heterozigótica em ambos os pais Doenç� d� Gaucher ● Esfingolipidose Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ● Deficiência da glicocerebrosidase: ocorre depósito do glicocerebrosídeo e infiltração medular por células de gaucher ○ Esse acúmulo causa enfraquecimento dos ossos ● Hepatoesplenomegalia e alterações do SNC ● Os sinais e sintomas variam com o tipo ● O diagnóstico é dado pela análise enzimática de leucócitos ● Glucocerobrisídeo não é digerido nos lisossomos e se acumula nos macrófagos que passam a ser chamados de células de gaucher. ● Como afeta a medula óssea, também há menos produção de eritrócitos, causando anemia, diminuição das plaquetas/ glóbulos brancos ● Aspectos genéticos: doença causada por mutações no gene GBA (1q21) ● Codifica a enzima Beta-glucocerebrosidase, presente nos lisossomos ● Padrão de herança autossômico recessivo. ● Célula entra em apoptose. ● Tipos: ● Tipo 1 (não neuropático): não há envolvimento neuronal ○ A atividade da enzima residual é alta, forma mais comum. ○ O início do acometimento varia desde os 2 anos até a vida adulta ○ Os sintomas incluem: hepatoesplenomegalia, doenças ósseas, déficit de crescimento, retardo puberal, equimose e pinguécula. ○ A radiografia mostra uma porção terminal dos ossos longos, alargada (deformidade tipo frasco de Erlenmeyer) e cortical fina. ● Tipo 2 (lactente neuropático agudo): chamada neuropática aguda da criança, há envolvimento neuronal e danos irreversíveis ao cérebro. Geralmente causa morte no bebê antes dos 2 anos. ○ Forma mais rara, atividade enzimática residual baixa. ○ O início ocorre o lactente ○ Sinais e sintomas: deterioração neurológica progressiva (rigidez, convulsões) ● Tipo 3 (neuropática subaguda): intermediário, reduz as expectativas de vida para menos de 50 anos. ○ Atividade enzimática e gravidade clínica, o início ocorre a qualquer momento durante a infância ○ As manifestações variam com o subtipo ■ Demência progressiva e ataxia (IIIa) ■ Comprometimento ósseo e visceral (IIIb) ■ Paralisia supranuclear com opacidade da córnea (IIIc) ○ Adolescentes que sobrevivem podem viver por muitos anos. ● Tratamento: terapia de substituição enzimática usando o análogo imiglucerase. ● A terapêutica de redução de substrato usando miglustat disponibiliza uma segunda linha de tratamento, ajuda a eliminar os glicocerebrosídeos. ● É importante que os doentes recebam tratamento antes do surgimento de sequelas que não respondem a estas terapêuticas. Deficiênci� d� lipas� ácid� lis�soma� Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ● Doença autossômica recessiva rara ● Essa enzima quebra os lipídeos, catabolismo ○ Insulina inibe, glucagon estimula. ● Mutações no gene LIPA, no cromossomo 10: mais de 40 mutações com perda de funções identificadas ● Acúmulo sistêmico lisossomal de ésteres de colesterol e TG ● Levam a hiperlipidemia e a hepatomegalia. ● Em lactentes, é rapidamente progressiva e fatal ○ Sintomas nas primeiras semanas de vida, raramente sobrevivendo mais de 6 meses e com uma média de idade de morte de 3,7 meses. ● Crianças e adultos: apresentam-se com dislipidemia (acúmulo de gorduras no sangue), hepatomegalia, elevação de transaminases hepáticas e esteatose microvesicular à biópsia. ● O acúmulo no fígado leva à elevação persistente de transaminases hepáticas (marcador para lesões no fígado) e à progressão da fibrose e cirrose. ● O acúmulo no fígado: elevação persistente de transaminases hepáticas e a progressão da fibrose e cirrose ● A idade do aparecimento dos sintomas e o ritmo de progressão varia de acordo com o tipo de mutação e grau de atividade enzimática residual. ● Aspectos genéticos: causada por mutações no gene LIPA que codifica a enzima lipase ácida lisossomal que hidrolisa ésteres de colesterol e triglicerídeos ● Deficiência de LAL resulta no acúmulo gradual desses lipídios no fígado, baço e outros órgãos ● O fenótipo varia devido a quantidade de atividade residual. ● Tratamento:● As medidas de suporte incluem estatinas e colestiramina para colesterol ● Transplante de fígado para insuficiência hepática em estágio terminal ● Os pacientes devem seguir uma dieta pobre em colesterol e TAG ● A ressonância magnética para avaliar os volumes do fígado e do baço. ● A terapia de reposição enzimática com a enzima sebelipase alfa (autorizada na europa e nos EUA) está disponível ○ Entretanto, a eficácia em longo prazo não foi determinada. ■ Em bebês com doença grave, a TRE melhora as taxas de sobrevivência de 1 ano ■ Em pacientes com doença de início tardio, a TRE reduz os níveis de alanina aminotransferase e o conteúdo de gordura do fígado e melhora os parâmetros lipídicos. ● A anemia a trombocitopenia devem se tratadas com abordagens padrão Deficiênci� d� MCAD ● Acil-CoA desidrogenase de cadeia média, deficiente, primeira enzima da beta-oxidação. ● O paciente não consegue degradar o ácido graxo localizado no hepatócito para fazer energia. ● Localizada na matriz mitocondrial Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ● Manifestação dos sintomas nos primeiros 2 anos de vida: resposta ao jejum prolongado ou infecções. ● Aspectos genéticos ● Gene ACADM ○ 1p31, mutações - K304E (G958A) ■ 80% são homozigotos, 18% heterozigotos, outros alelos raros. ● Padrão de herança autossômica recessiva ● Comum em caucasóides. ● Diagnóstico clínico ● Vômito, letargia, coma, morte. ● Hepatomegalia, doença hepática aguda ● 18% dos pacientes morrem durante a primeira crise se o diagnóstico não for estabelecido. ● Diagnóstico laboratorial ● Perfil quantitativo de acilcarnitinas ● Ácidos graxos livres de cadeia média no sangue ● Atividade da enzima MCAD ● Teste genético, gene ACADM: mutações comuns e alelos raros ● Tratamento: ● Os TAG de cadeia média devem ser evitados, nenhuma outra restrição dietética especial é necessária ● Diretrizes para o intervalo de tempo seguro entre as mamadas para bebês e crianças ● O uso de suplementação de carnitina em baixas doses: pacientes que desenvolvem um estado de carnitina baixa no sangue permanece controverso ● Durante infecções intercorrentes, um regime de emergência deve ser disponibilizado ● Atenção médica imediata é necessária em caso de descompensação. ● Bom prognóstico se iniciado antes do estabelecimento de uma crise ● Evitar jejum prolongado (mais de 12h) dieta pobre em gorduras ● Lactentes: alimentação frequente ● Adoçantes artificiais devem ser evitados ● Laudo médico atualizado para situações de emergência. Doenç� d� Fabr� ● No ano de 2013, um estudo relatou a existência de 136 casos, número subestimado. ● Doença crônica, conduzindo a uma isquemia cardíaca, cerebrovascular e principalmente renal ● Doença do metabolismo de glicoesfingolipídios causada por atividade lisossomal deficiente ou ausente de alfa-galactosidase A. ● Lipídio + açúcar ● A atividade deficiente resulta em acúmulo de globotriaosilceramida (Gb3) dentro dos lisossomos, que se rompem. Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ● Aspectos genéticos ● Padrão de herança recessivo ligado ao X ● Mutações no gene GLA, mais de 370 mutações. ● Codifica a enzima alfa-galactosidase A ● Sintomas: dor e queimação nas mãos e pés, intolerância a atividades físicas, manchas vermelhas na pele, cansaço, enjoo, vômito, dor na barriga, diarreia, zumbido, surdez, tontura, córnea vercilata, insuficiência dos rins, problemas cardíacos. ● Diagnóstico: ● para os homens é feito pela análise da atividade da enzima alfa-gal-A em amostras de sangue ○ Se o ensaio revelar baixa atividade enzimática o paciente tem a doença, o ideal é que a amostra de sangue seja encaminhada para teste de DNA ● PAra mulheres é necessário realizar o teste de DNA diretamente ● Níveis da enzima alfa-GAL podem ser baixos ou quase normais em mulheres. ● Tratamento ● Quando iniciado precocemente, possibilita uma vida melhor ● Terapia de reposição enzimática, feita por meio de uma infusão sanguínea ○ Fabrazyme, galafold, replagal. ● Abordagem multidisciplinar: alterações cardíacas e função renal ● Prognóstico ● Com a idade desenvolvem-se danos progressivos para os sistemas de órgãos vitais, possivelmente levando à falência de órgãos ● O estágio final da doença renal e as complicações cardiovasculares ou cérebro-vasculares com risco de vida limitam a esperança de vida de homens e mulheres não tratados de 20 e 10 anos em relação à população geral.