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Maria Eduarda Azman RA 210513 DATA 18-05-2022 - Relatório aula prática – CCPA: - Resenha: Animal da espécie canina, idade 14 anos, peso 17 kg, coloração amarelada e sem raça definida. - Revisão de literatura sobre Hemangiossarcoma cutâneo: os cães com pouca pigmentação e pelo claro, comum nas raças Whippet, American Staffordshire Terrier/Pitbulls, Galgos Italianos, Beagle ou Dálmatas são suscetíveis a desenvolver o hemangiossarcoma cutâneo, tal como aqueles expostos constantemente à luz solar e com idade superior a 10 anos. Os tumores na região da derme acomete predominantemente os animais de pele clara, quando comparados com os animais de pelagem escura, logo essa neoplasia está associada com a dermatose solar, na qual a dermatose actínica pode preceder o desenvolvimento tumoral por anos e os cães podem desenvolver hemangiomas antes da malignidade. Sabendo disso, não é possível determinar que os animais com hemangiossarcoma cutâneo e dermatose solar possuem doença mais agressiva. O hemangiossarcoma cutâneo desenvolve-se na derme, bem como pode invadir o tecido subcutâneo, logo observa-se como regiões mais comuns ventroabdominal, prepucial, membros pélvicos e língua. Importante destacar que essa neoplasia pode ser originária de uma metástase do hemangiossarcoma sistêmico. Em gatos, essa neoplasia infiltra e raramente desenvolve metástase, no entanto frequentemente observa-se recorrência no local após cirurgia. Vale ressaltar que costuma invadir estruturas adjacentes, como os ossos. Os tumores com estadiamento I são firmes, elevados, variando de vermelho- escuro a uma pápula roxa e com média de tamanho de 1 cm, já as neoplasias em estágio II e III variam de massas flutuantes e moles a firmes, com coloração hemorrágica e com tamanho médio de 6,5cm. Assim, tanto na forma subcutânea quanto na forma dérmica a epiderme fica espessa devido a hiperqueratose e da acantose. O HSA subcutâneo tende ser macio e não aderido, além disso o cutâneo e o subcutâneo podem apresentar hemorragia. O diagnóstico do hemangiossarcoma cutâneo pode ser confundido com o mastocitoma, em virtude do acúmulo de mastócitos no estroma sem significado clínico. A palpação abdominal criteriosa auxiliar na identificação de organomegalia, seguida por ultrassonografia, tal como a ecocardiografia detecta possíveis HSA no átrio direito, hemograma e urinálise – alterações laboratoriais, ademais as radiografias torácicas nas posições ventrodorsal, lateral direita e esquerda facilita a busca de metástase pulmonar. A cirurgia em cães e gatos pode ser curativa na maioria dos casos em que as margens cirúrgicas são realizadas adequadamente. Sabendo disso, em gatos, essa margem deve ser superior a 2 cm. Estudos demonstram que animais em estadiamento I podem ser tratados apenas com a cirurgia, já os cães em estádio II e III precisam passar por processo cirúrgico e tratamento mediante quimioterapia adjuvante (doxorrubicina e ciclofosfamida) ou radioterapia. Em relação ao prognóstico, o HSA restrito à derme e não invasivo tem bom prognóstico (média de sobrevida de 780 dias), ao contrário dos HSA cutâneos invasivos, esses possuem grande potencial metastático e prognóstico desfavorável (média de sobrevida de 172 dias para o estádio II e 307 dias para estádio III). Além disso, a raça, o local de acometimento descritos e a presença de dermatose actínica induzida pelo sol favorecem o desenvolvimento da neoplasia. Já os felinos acometidos com HSA cutâneo e subcutâneo apresentam 60% de chance de recidivas, bem como as metástases podem se desenvolver após a ressecção cirúrgica. - Protocolo anestésico: Medicação pré-anestésica: Acepromazina 0,2% (dose 0,02mg/kg) e Morfina 10mg/1ml (dose 0,3mg/kg). Indução: Propofol e Midazolam 15mg/3ml (dose 0,3mg/kg) – coindutor – importante a fim de evitar bradicardia e hipotensão em animais idosos. Manutenção da indução: Isofluorano. Anestesia peridural com Lidocaína com vasocontritor 4mg/kg + Morfina 0,1mg/kg diluída para 0,3 ml/kg em NaCl 0,9% Sulfato de atropina 1% usa-se em casos de bradicardia e hipotensão, pois aumenta a frequência cardíaca e vasoconstrição. - Procedimento cirúrgico: Linfadenectomia do linfonodo inguinal esquerdo e nodulectomia do hemangiossarcoma cutâneo. 1º Linfadenectomia: redução de metástase. Incisão com o bisturi, divulsão do tecido subcutâneo com a tesoura Metzembaum a fim de encontrar o linfonodo inguinal lateralizado. Sabendo disso, a manipulação medial deve ser cuidadosa por existir a artéria epigástrica, essa incisada necessita-se realizar a ligadura. Observado o linfonodo inguinal, realiza-se a ligadura dupla cranial e caudal com nylon 2-0, posteriormente a incisão do mesmo. Sutura de pele com nylon 3-0, padrão ponto simples isolado. 2º Nodulectonia do hemangiossarcoma: Incisão lateral ao nódulo com margem de segurança lateral e profunda de 2 cm, divulsão do tecido subcutâneo com a tesoura Metzembaum a fim de garantir a profundidade adequada, consequente menores recidivas metastáticas. Ligadura de vasos sanguíneos e angiotripsia (hemostasia de pequenos vasos sanguíneos) e incisão caudal da neoplasia. Sutura de aproximação com padrão Walking com poliglactina 2-0, sutura de subcutâneo com padrão Cushing e sutura de pele com padrão Wolff. - Medicação pós-operatória: Meloxicam 0,2% (dose 0,05mg/kg) e Dipirona 50% (25mg/kg). Nódulo enviado para exame de histopatologia.
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