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Júlia Assis Silva - Turma IV alfa SHIGELLA Microbiologia CARACTERÍSTICAS ● Faz parte dos patógenos causadores de doenças veiculadas por alimentos (DVA), juntamente com a Salmonella, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Listeria, etc. ● O homem é o único reservatório diferentemente da Escherichia e da Salmonella (exceto alguns sorovares, como a S. typhi), não existe contaminação de outros animais, por isso o número de casos é menor. ● A Shigella é mais virulenta que a Salmonella, precisa de menos bacteremia para causar uma infecção mais grave. ○ Menos de 200 bacilos são necessários para a infecção. ● Principal fator de virulência: toxina Shiga, por isso mesmo em poucas quantidades já causa efeitos graves. ● Todas as doenças que vimos até o momento tem a diarréia como principal sintoma, exceto a S. typhi. Microrganismos ● Não causa bacteremia. ● Não tem flagelos, apenas peritríquios imóveis. ● Não tem portador crônico. ● Não existe vacina. ● É um bacilo gram-negativo, tem LPS, não fermentam lactose, mas são fermentadores de glicose com produção de ácido e são oxidase negativo. ● Não formam esporos, não tem cápsulas ● É anaeróbio facultativo. ● Presença de 4 espécies, nem todas produzem a toxina shiga. ○ S. dysenteriae (a mais grave, que causa disenteria), S. flexneri, S. boydii e S. sonnei. Diferenças com a Salmonella ● Produz pouca bacteremia, tem poucos portadores crônicos ou assintomáticos, precisa de uma pouca quantidade de bactérias para causar uma doença. 1 SINTOMAS ● Aspecto das fezes: pastosas, aquosas, muco/sangue. ● Estou com disenteria bacilar ou shigelose?Muitos microrganismos entéricos podem causar disenteria bacilar, porém o único causador da disenteria associada com a doença clínica severa e que pode resultar em morte é a Shigella. ● Frequência 20x ao dia e pode durar até 2 semanas. ● Transmissão fecal-oral e fômites. ● A forma mais comum é a gastrenterite (shigelose), uma diarreia aquosa inicial que progride em 1 a 2 dias para dores abdominais e tenesmo (fezes com ou sem sangue). ○ Tenesmo: diminuição da força anal. ● A forma grave da doença é causada por S. dysenteriae (disenteria bacteriana). ● Um pequeno número de pacientes se torna portador assintomático (reservatório para futuras infecções). ● Presença de Sangue: EHEC, Shigella e E. coli enteroinvasiva. Nessa ordem. ● Porque temmenos casos? Os portadores crônicos são poucos, então a circulação é menor, o grande problema que temos em doenças são os portadores que não sabem que estão doentes. Além de ter um único reservatório (homem). PATOGÊNESE ● É intracelular e invade as células vizinhas pelo lado, assim como a Salmonella. ● Formação de abscesso à medida em que as células epiteliais são mortas pela infecção. Tem pouca facilidade de se espalhar pela corrente sanguínea. ● Tem o mesmo mecanismo de infecção que a Salmonella. ● São endocitadas pelas células M, que são a porta de entrada das placas de peyer, e transferidas aos macrófagos. Impedem a fagocitose e foge do vacúolo fagocitário, causando sua apoptose. ● Esse macrófago produz citocinas quando entra em apoptose para ativar a resposta imune, principalmente produção de IL-1beta e IL-18 (citocinas pirogênicas, que quando caem na circulação causam febre), ativa células NK, produz IFN-gama para ativar mais macrófagos e estimulam neutrófilos. ● Esses neutrófilos, assim como as células dendríticas na Salmonella, emitem prolongamentos para pegar os microrganismos intracelulares. ● Shigelose: doença inflamatória do trato gastrointestinal. 2 Toxina shiga ● Essa toxina tem tropismo por células endoteliais. ● Consegue sair do intestino e cair na corrente sanguínea. ● A shiga tem tropismo pelo endotélio, quando se adere ocorre inflamação que causa a agregação plaquetária, morte de hemácias e formação dos microtrombos. ○ Hemorragia. ● A toxina Shiga consegue atravessar as monocamadas epiteliais intestinais utilizando um mecanismo ainda desconhecido. ● Passa pelo epitélio e chega a corrente sanguínea, onde tem tropismo pelas células endoteliais. Devido a sua toxicidade essa célula endotelial morre. ● Quando as células morrem gera uma inflamação grande, que é compatível com aparecimento de microtrombos, pois ativa a cascata de coagulação. ● Essa toxina se dissemina ao nível sistêmico através da circulação sanguínea. ● O que a toxina causa? Inibe a síntese proteica da célula endotelial, matando ela. ● A superfície alterada da célula endotelial intoxicada atua como um ninho de ativação da cascata de coagulação. ○ As células mortas iniciam o processo inflamatório que recruta agregados plaquetários causando obstrução do local onde ela agiu. ● Isso leva à formação de microtrombos e causa necrose isquêmica distal, consumo de plaquetas e fragmentação de hemácias→ características da síndrome hemolítica-urêmica. ○ Os fragmentos de hemácia causam obstrução dos vasos renais causando a síndrome urêmica. ○ As hemácias ficam retidas pela inflamação e acabam morrendo de apoptose. ● Inflamação intravascular→microtrombos→ sequestro de hemácias que não conseguem passar devido ao trombo→ é fragmentada e esses fragmentos causam bloqueios. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ● Cultura de fezes (coprocultura), assim como na Salmonella. ● A prevenção também é igual. ● Tratamento principalmente com reposição de água para corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos e em casos mais graves usar antibióticos. 3
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