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Júlia Assis Silva - Turma IV alfa VÍRUS T-LINFOTRÓPICO HUMANO (HTLV) Microbiologia CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS ● Juntamente com o HPV são vírus que causam neoplasias. O HTLV causa principalmente leucemia e câncer de pele. ● Presença de envelope com lipoproteínas (GP) importantes para o tropismo. ○ gp46 e gp21→ lipoproteínas inseridas no envelope do HTLV 1. ● Vírus da família Retroviridae. ● ● O HTLV 1 é um dos subtipos mais importantes no Brasil. São 4 subtipos, o 1 e 2 são os mais importantes no país. ● É um vírus que apresenta duas cópias de RNA fita simples positiva dentro do seu capsídeo de polaridade positiva. ● Presença da enzima transcriptase reversa, pois esse é um retrovírus, ou seja, consegue fazer DNA a partir do RNA e consegue incorporar seu DNA com o nosso 1 e fazer o ciclo lisogênico. ● Não tem cura, pois ele fica incorporado no DNA do hospedeiro para sempre. ● Presença de integrases e proteases. ● As integrases são importantes para integrar o material genético do vírus, DNA que veio do RNA viral, ao DNA do hospedeiro. ● As proteases servem para quebrar a proteína gerada pelo RNA mensageiro do vírus em fragmentos para gerar o capsídeo ou que podem se transformar em uma integrase ou protease. ● Por isso não são todos os vírus de DNA que incorporam ao hospedeiro, precisa de outras características como as integrases. ● Se bloquear essas duas enzimas eles para de replicar. ● É um vírus bastante disseminado, mas que não causa doença grave na maioria das vezes, o que contribui para a subnotificação. ● Coinfecção com HIV: os dois competem pela mesma célula, linfócito TCD4, então o HIV normalmente se sobressai e existem poucos sintomas de HTLV. EPIDEMIOLOGIA ● O HTLV-1 foi descrito em 1980 como o primeiro retrovírus humano, isolado de um paciente com linfoma cutâneo de células T. ● É endêmico em várias regiões do mundo, como no sul do Japão, Caribe, África, América do Sul e ilhas da Melanésia. ● Brasil –2,5 milhões. Mundo – 15 a 20 milhões. ● Devemos tomar cuidado com as gestantes infectadas, pois grande parte dos quadros graves vem de transmissão congênita. ● 2 TRANSMISSÃO ● Transmissão vertical (4% a 14%), da mãe para o feto durante a gravidez ou no aleitamento materno (18% a 30%). ● ⇒ Ainda durante a gestação é possível transmitir, com o bebê em formação, mas as chances são pequenas. ● Via parenteral por transfusão de sangue (20% a 63%), transplante de órgãos, ● Transmissão sexual (de homens para mulheres é 61% em 10 anos e de mulheres para homens 0,4% em 10 anos). ● Com o controle dos bancos de sangue a transmissão via transfusão de sangue e hemoderivados caiu bastante. ● Quem mantém o ciclo são os homens, pois eles são os que mais transmitem. SINTOMAS ● No momento há poucos indícios de patologias que tenham relação com o HTLV-2, ocasionalmente são encontrados algumas associações com mielopatia, miopatia inflamatória e polineuropatias de predominância sensitiva. ● ● Somente em cerca de 5% dos indivíduos são sintomáticos. ● O tropismo desse vírus é para linfócitos TCD4. ● Um dos principais achados laboratoriais que podem indicar a infecção é a 3 presença de linfócitos atípicos, flower cells ou clivados. ● O diagnóstico muitas vezes é auxiliado pela demonstração de linfócitos atípicos no hemograma. Presença de linfócitos atípicos com formato de roseta e contagem específica + sintomas (como anemia). ● O sistema linfático pode ser atingido na forma linfomatosa. Leucemia/linfoma de células T do adulto (ALT) ● Mutações provocadas nos linfócitos TCD4 que causam células aberrantes. ● Constitui forma grave de leucemia/linfoma, que ocorre na vida adulta, não responde à quimioterapia e é, geralmente, fatal. ● O tratamento é refratário, às pessoas que contraem tem pouca chance de sobrevivência. ● Presença de manchas na pele, exantemas (não são patognomônicos, mas contribuem para diagnóstico). Parestesia espástica tropical (TSP) ou Mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM) ● O vírus tem tropismo também pelo sistema nervoso. ● A mielopatia leva a um processo inflamatório de desmielinização, crônico e progessivo. ● Apresenta predileção pelos membros inferiores e é a patologia neurológica mais descrita em pacientes com HTLV-1. ● A inflamação envolve a medula espinhal, provocando comprometimentos motores (fraqueza e espasticidade em membros inferiores), sensitivos (parestesias e dores neuropáticas), distúrbios esfincterianos vesicais e intestinais, além de disfunção erétil no homem. Quais os grupos indicados aos testes 4 ● ● É importante avisar o parceiro caso receba um diagnóstico positivo. ● Primeiro faz o teste rápido e depois faz outro mais robusto (PCR ou western blot) para confirmação. ● Em casos de S. stercoralis é importante fazer pois pode haver casos de pessoas imunossuprimidas pela helmintose e a teoria de que a estrongiloidíase causa uma resposta T reguladora forte e anti-inflamatória e o vírus aproveita para se multiplicar. DIAGNÓSTICO ● As análises laboratoriais buscam identificar anticorpos anti-HTLV para confirmar por meio de ELISA, PCR (também identifica o tipo do vírus), ensaio molecular de amplificação genômica de proteína e DNA proviral ou ensaio imunoenzimático como o Western blot (mostra proteínas do vírus) para distinguir o genótipo. ○ Western blot: identifica as proteínas pelo peso molecular delas, não há falso positivo, pois as proteínas são específicas do vírus. ● Primeiro faz teste de triagem, teste rápido ou ELISA, e caso dê positivo, faz um exame confirmatório. 5 ● ● Precisa fazer diagnóstico diferencial com a sífilis, pois pode dar falso-positivo em testes não treponêmicos para triagem de sífilis. ● Na análise morfológica sanguínea é possível visualizar linfócitos atípicos (Flower Cells). TRATAMENTO E PREVENÇÃO Prevenção ● Uso de preservativo, não compartilhar seringas, fazer testes em grávidas, testar bancos de sangue, doadores e receptores de órgãos. Tratamento ● Não tem cura, pode eliminar a carga viral mas o vírus continua escondido em algumas células da medula óssea. ● Tratamento sintomático. ● Em casos graves pode usar antirretrovirais, mas não usa em todas as situações. ● Apenas ter o teste positivo não é necessário fazer o tratamento, apenas acompanhamento da carga viral. 6
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