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Sangramento Uterino anormal · Embora estes termos ainda estejam em uso na pratica clínica, a OMS propôs novos termos para a classificação dos distúrbios menstruais · Metrorragia disfuncional: não é um diagnóstico, é um sinal ou um sintoma que a paciente relata, então iremos denominar de sangramento uterino anormal ou hemorragia uterina anormal · As causas podem incluir crescimento neoplásico, disfunção hormonal, trauma, infecções, coagulopatias e complicações da gravidez CONCEITO · Estimulo hormonal inadequado sobre o endométrio (assim ele fica descamando) · Confusão conceitual: antigamente toda hemorragia uterina sem causa orgânica, era dita “disfuncional”. Hoje, estes termos devem ser evitados, utilizando-se apenas hemorragia uterina anormal para englobar todas as formas de sangramento irregulares. · Sangramento disfuncional é corrigido com hormônio, se não corrigir, não é disfuncional (Ex: miomas não conseguem ser tratados com hormônios, no máximo ameniza o sangramento) · Incidência: 30 a 40 % das consultas em ginecologia · Extremos do período menstrual – puberdade / climatério Definições Regularidade do ciclo Regular Irregular Ausente Frequência da menstruação Frequente Normal Ausente Duração Prolongado Normal Curto Volume menstrual Excessivo Normal Escasso Pontuação usada na avaliação de sangramento: Pontuações acima de 100 indicam menorragia Absorventes Pontos para cada Levemente manchado 1 Moderadamente encharcado 5 Completamente encharcado 10 Tampões Pontos para cada Levemente manchado 1 Moderadamente encharcado 5 Completamente encharcado 10 Coágulos grandes 5 Coágulos pequenos 1 *Multiplicar pelo número de dias Alterações do ciclo Hipermenorreia refere-se a sangramento prolongado, acima de 8 dias Hipomenorreia caracteriza um fluxo de duração menor que 3 dias, ou quantidade inferior a 30ml Polimenorreia ciclo cuja frequência é inferior a 24 dias Oligomenorreia refere-se a ciclos que ocorrem a intervalos acima de 35 dias Sangramento de privação sangramento previsto decorrentes da retirada súbita da progesterona Metrorragia É o sangramento uterino que ocorre fora do período menstrual (intermenstrual) Menorragia refere-se a menstruação cíclica, prolongada ou intensa, por mais de 7 dias ou maior que 80ml Menometrorragia Associação (menorragia + metrorragia Brakthrough bleeding (sangramento de escape) Metrorragia associada a administração de hormônios Paciente com 28 anos, G1P1 referindo que está usando pílula anticoncepcional combinada regularmente, e está tendo sangramento vaginal irregular há 6 meses · Está tomando o remédio regularmente? · Pode ser escape ou um bebe que está a caminho (até que se prove o contrário) · Diagnóstico sindrômico: sangramento uterino anormal · USG, preventivo e demais exames estavam normais. Qual o principal diagnóstico? · Todo atraso menstrual: até que prove contrário é um bebe que está vindo por aí · Todo sangramento irregular: até que se prove o contrário é um aborto Sangramento anormal uterino · Causas/FIGO 2010 Causas orgânicas (estruturais) Causas não orgânicas (não estruturais) Pólipos Coagulopatias Adenomiose Ovulatória (disfunção) Leiomiomas Endometrial (↑ PGI 2 – PGE 2) Malignidade Iatrogênica (DIU, fármacos) Hiperplasia Não classificada: (malformação vascular, hipertrofia miometrial, doença sistêmica) *PROVA * PALM: palma da mão *COEIN: moeda *Anormalidades não estruturais (não orgânicas) – respondem bem a tratamento farmacológicos (ex: AINES) Diagnóstico de exclusão · Descartar gestação · Duração do fluxo · Níveis de Hb e Ht · Avaliação USG de leiomiomas · USG · USG endovaginal · Dopple · Histerossonografia · Avaliação endometrial por qualquer método · Dispositivo de pipelle · Histeroscopia (padrão ouro para avaliação da cavidade uterina/endométrio – pois o procedimento não é às cegas – consegue coletar por volta de 97% do material), · AMIU (aspiração manual intrauterina, consegue pegar cerca de 70% do material da cavidade endometrial), · Curetagem semiótica (consegue pegar apenas 50% do que você precisa – que é o problema) · Avaliação de coagulopatias por anamnese estrutural · Perguntar se tem facilidade ao sangramento gengival (p. ex: ao escovar os dentes, ao retirar o dente o sangue não estanca) · Petéquias ou equimoses que aparecem sem justificativa (sem traumas locais) Anamnese estrutural · Rastreamento inicial de coagulopatias congênitas, sangramento menstrual excessivo desde a menarca, sangramento em outros sítios · Hemorragia pós parto (a hipófise leva 6 meses para voltar ao tamanho normal no pós parto) · Ex: síndrome de sheehan: paciente chega no puerpério, alegando que faz 7 meses que ganhou o bebe e não apresenta mais nenhum pêlo em seu corpo, não produziu leite para amamentar, sensação de areia na vagina (vagina ressecada) · Sangramento relacionado a cirurgia · Sangramento relacionado a procedimento dentário · 2 ou + dos seguintes sintomas* · = equimoses 1 a 2x no mês · = epistaxe 1 a 2x por mês (sangramento mesmo que em repouso) · = Sangramento gengival frequente · = História familiar de sintomas de sangramento Exame físico · Deve ser minucioso, principalmente o exame pélvico: períneo, vulva, vagina, colo do útero, visando a exclusão do diagnóstico diferencial · Exames complementares avaliando causas orgânicas e não orgânicas Exames complementares Afastando causas sistêmicas · Coagulograma – hemograma · TSH · Ureia e creatinina Afastando doenças pélvicas · Ultrassonografia endovaginal · Histerossonografia Identificando causas de anovulação e/ou insuficiência lútea · TSH · FSH · LH · Estradiol · Prolactina USG endovaginal: permite a avaliação endometrial, avaliando a presença de pólipos endometriais, miomas, e de fase do endométrio. · Fase inicial proliferativa · Fase periovulatória · Fase secretora *Histimocele: causada por excesso de cirurgias cesarianas – tratamento por ressectoscópio por histeroscopia Histerossonografia Pólipo intrauterino sem uso de soro O mesmo caso com uso de soro, facilitando a visualização da imagem Tratamento clínico · Avaliar presença de causas orgânicas · Avaliar presença de doenças sistêmicas · Estrogênios em fase aguda · Premarin 2,5mg (4x ao dia) · Progesterona de uso continuo · Estrogênios – progestagênios · AINES (naproxeno, ibuprofeno, flurbiprofeno, meclofenamato no período menstrual) · Outras classes: · Estrogênios, progestagênios – AINH · Agentes antifibrinolíticos (não utilizar junto com hormônios) – ácido tranexâmico · Análago do GnRH faz a inibição do eixo (Zoladex) – muito caro: 10.000 reais a ampola, porem o governo dá 2 ampolas pelo auto-custo · Sistema intrauterino – levonorgestrel · Mirena (tende a diminuir o fluxo ou até cessar em alguns casos) Tratamento cirúrgico · Depende muito da idade da paciente, numero de filhos, estado geral, etc... · Casos sem resposta ao tratamento clínico · Casos orgânicos · Curetagem uterina (tratamento emergencial) · Ablação do endométrio (histeroscopia) · Histerectomia
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