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Traumatismo dentário em dentes decíduos

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 1/3 (33% = 3 em cada 10) das crianças em idade pré-
escolar (0-5 anos) 
 1/4 (25%) de crianças em idade escolar (após 6 anos) 
 por vezes é uma fratura tão pequena (“lasca de esmalte“) 
que acaba não sendo notificada ou pode haver um trauma 
de tecido de suporte que, por não apresentar sinais clínicos 
não é notificado. em razão disso, a prevalência é 
subestimada. 
 QVRSB: Qualidade de vida relacionado a saúde bucal  
mpacto sobre a qualidade de vida - pois o traumatismo 
pode impactar o sistema estomatognático (fala, deglutição, 
alimentação) e; por fazer a criança passar por algum 
tratamento, o que pode gerar impactos como o 
desenvolvimento de ansiedade e medo odontológico, uma 
vez que, a criança percebe sua condição. 
 
Causas 
 quedas da própria altura e batidas em objetos (a criança 
está aprendendo a se locomover, a ficar de pé). 
 acidentes e atividades de laser (domésticos, automobilísticos 
em que a criança está aprendendo a andar de bicicleta e 
aprendendo esportes). 
 consequências de maus-tratos infantis (observar o 
comportamento do paciente). 
 
Estudos 
 Nessa revisão sistemática há uma prevalência um pouco 
mais baixa de traumatismo na dentição decídua (22,7%). 
Contudo, a prevalência pode variar dentro do território 
nacional (estudos do norte mostrando prevalência de 40%) 
e com o que se considera traumatismo. 
 O traumatismo na dentição decídua pode causar sequelas 
na dentição permanente. Não é regra, mas dependendo do 
nível de desenvolvimento do dente permanente/do estágio 
de formação teremos alguma sequela. 
 Na fase de deposição de dentina e esmalte (odontogênese) 
com os ameloblastos e odontoblastos, poderá ocorrer 
manchamento, hipoplasia, hipomineralização, alterações no 
formato da coroa ou raiz do dente permanente. 
 Atraso na erupção do dente permanente em decorrência 
de uma avulsão sofrida pelo dente decíduo. Nessas 
situações de avulsão ocorre uma cicatrização da região que 
irá impedir o dente permanente de irromper (há a 
formação de um tecido fibroso que atrasa ou impede a 
erupção do sucessor permanente. Frente a isso, podemos 
lançar mão de ulectomia, ulotomia - para facilitar a erupção). 
 
Em casos de avulsão de dentes decíduos, jamais reposicionar o 
dente – é contraindicado, ou seja, só faremos isso na dentição 
permanente. 
 
 Nos estudos existe a diferença de prevalência de 11% (1 em 
cada 10 crianças com traumatismo dentário) a 50% (5 em 
cada 10 crianças). 
 Quanto mais jovem a criança, mais severa e mais 
frequente é a sequela/alteração no dente permanente. Isso 
porque quanto mais jovem a criança, mais precoce o 
período de formação da coroa e raiz. Se pensarmos nos 
estágios de Nolla de desenvolvimento dos dentes 
permanentes, os estágios mais iniciais = 1,2,3, 4 até o 6 que 
é o de formação de coroa, as sequelas podem ser maiores. 
 passando do estágio 6, nao teremos sequelas em coroa, 
mas poderemos ter sequelas na raiz. 
 o tipo de trauma mais frequente na dentição decídua é a 
luxação decorrente de quedas e batidas. 
 em relação a localização, há um consenso na literatura de 
que a ARCADA SUPERIOR seja a mais afetada, em especial 
os inicisivos centrais e laterais (tanto na dentição decídua 
quanto na permanente - estão mais expostos). 
 
O trauma mais frequente na dentição permanente é a fratura de 
esmalte e dentina e, normalmente é com uma linha diagonal. Na 
dentição decídua é mais difícil fraturar a coroa, mas é frequente 
observarmos a luxação porque o osso da criança é muito mais 
poroso, menos denso, mais maleável. Assim, é mais fácil de luxar 
e haver o deslocamento. 
 
Fatores predisponentes 
 até 1 ano de idade os traumas são muitos baixos (porque 
não há dentes ou a criança apresenta apenas 1 ou 2 dentes. 
Além disso, ela ainda não anda sozinha). 
 1 aos 4 anos: a criança começa a ganhar independência, 
começa a desenvolver sistema motor, cognitivo (começa a 
brincar, correr). Nesse período ocorrem os primeiros 
eventos de traumatismo.  queda de altura, atividades de 
laser. 
 
 não há diferença entre os sexos, meninos e meninas 
começam a desenvolver os aspectos congnitivos e 
motores na mesma idade. 
 há um tempo atrás, a literatura mostrava diferença entre 
os sexos na idade escolar (meninos tinham maior 
prevalência  meninos tinham brincadeiras mais radicais). 
 atualmente meninas tem brincado das mesmas coisas que 
meninos, logo, não há diferença entre os gêneros. 
 
 acima de 3 mm de overjet alertar os pais que a criança 
terá maior risco. 
 Em Feldens et al., evidenciou-se a prevalência de 41,8% de 
trauma em crianças com overjet acentuado e 27,8% de 
trauma em crianças sem overjet acentuado. (Se dividirmos 
 
Traumatismo dentário em dentes decíduos 
 
 
41,8% por 27,8% acharemos uma medida que chamamos 
de razão de prevalência (= 1,50). Isso nos diz que crianças 
com overjet aumentado apresentam uma prevalência de 
50% maior de traumatismo na dentição decídua). 
 
 devido a sucção do dedo, uso da mamadeira 
posicionamento da língua. 
 
 pois quando a criança consegue fechar a boca, protege os 
dentes. 
 
QUANTO A IDADE 
A maioria das lesões ocorre entre 1 e 
3 anos de idade. 
QUANTO AO GÊNERO 
A maioria dos estudos relata não 
haver diferenças. 
QUANTO AO TIPO DE LESÕES 
As lesões aos tecidos de sustentação 
parecem ser as mais frequentes, 
embora subestimadas. 
QUANTO A LOCALIZAÇÃO DA LESÃO 
Há um consenso quanto ao fato de 
os incisivos centrais superiores serem 
os dentes mais atingidos. 
 
 
Conduta imediata 
 no momento do acidente. 
 
 
 em caso de acidente verificar como a criança está 
sistemicamente. Se criança bateu a cabeça, ter cuidado, 
pois pode haver traumatismo craniano 
 avaliar o estado geral de saúde (se consegue se comunicar, 
respirar bem; se há outras fraturas - se bateu um braço, 
machucou uma perna; confusão mental - verificamos 
fazendo algumas perguntas; hematomas - hematoma ao 
redor dos olhos pode indicar traumatismo craniano; áreas 
de inchaço). 
 
Conduta mediata 
 no consultório - quando recebemos o paciente decorrido 
um tempo do acidente 
 
 manual IADT 
2020 (Associação Internacional de Traumatismo Dentário): 
a principal característica relacionada ao atendimento de 
traumatismo é a tranquilização/manejo do paciente, pais e 
equipe. O manejo do comportamento do paciente e a 
tranquilização dos pais é tão importante quanto o tto clínico 
da situação. 
 
 
Nem sempre precisamos fazer a intervenção na primeira 
consulta, ou seja, o mais importante será o manejo do 
comportamento do paciente e a tranquilização dos pais. 
 
 História médica: verificar problemas de ordem geral que 
possam interferir no atendimento, tais como anomalias 
cardíacas, convulsões, alergias ou distúrbios sanguíneos. 
 História do traumatismo 
 Quando: o tempo decorrido desde o episódio até a 
chegada no consultório irá determinar o prognóstico do 
dente e o tipo de tto que podemos executar. 
 Onde: dependendo do local onde aconteceu, teremos um 
nível de contaminação maior. Se o trauma ocorreu em 
uma praça, haverá brinquedos enferrujados, logo, se 
houver um corte, teremos risco de tétano (dentro de 24-
48h é preciso fazer a vacina). Em algumas situações, 
dependendo do tipo de trauma e do local em que ocorreu, 
teremos de entrar com antibioticoterapia (foi uma batida? 
Onde houve corte? Houve intrusão do dente? Contato 
com algo contaminado?). 
 Como: para sabermos o que e onde avaliar (foi uma 
bolada? Batida? Queda? Caiu do balanço e bateu o queixo - 
avaliar a articulação e a oclusão). 
 
 limpar a região com uma gaze e soro.  deve encontrar 
o fragmento da coroa fraturado (com o fragmento 
desejamos além de uma possível colagem, verificar se esse 
dente não está preso aos tecidos - intruído ou na mucosa 
jugal). 
 
 tecidos moles: avaliação do assoalho bucal, da mucosa jugal, 
gengiva e língua. 
 tecidos duros: avaliação de dentes tentando identificar 
algum tipo de deslocamento dentário,intrusão, extrusão, 
fraturas coronárias. 
 oclusão: para verificar se houve alguma fratura em região 
de ATM. Solicitamos que a criança feche a boca e morda. 
 
Abalo emocional de toda família 
Acalmar e transmitir tranquilidade 
necessária, diminuindo o nível de ansiedade. 
Necessidade simultânea de 
condicionar o paciente, examiná-
lo e preencher o prontuário. 
Pessoal auxiliar devidamente treinado. Ajuda 
dos pais se a situação requerer contenção 
física. 
Dificuldade de diagnóstico pela 
faixa etária do paciente e 
complexidade inerente ao 
traumatismo (lesões de tecidos 
moles muitas vezes associadas a 
deslocamentos dentários). 
Separar os sinais e sintomas em vários 
componentes menores. 
Determinar aqueles que devem ser 
imediatamente tratados. 
Possibilidade de dano a 
estruturas nobres, tal como o 
sistema nervoso central. 
Avaliar atentamente os sintomas de ordem 
geral, como aumento de irritabilidade, 
vômitos e letargia. 
Falta de conhecimento dos 
responsáveis quanto a 
importância dos traumatismos na 
dentição decídua e os riscos 
para os dentes sucessores. 
Demonstrar em ilustrações, radiografias, 
fotografias ou modelos a íntima relação 
entre dentes decíduos e permanentes. 
Orientar aos pais quanto à possibilidade de 
reações a curto e médio prazos, bem 
como a necessidade de acompanhamento. 
 
 para a avaliação de dentes 
decíduos e de seus sucessores: 
 
AVALIAR PRESENÇA, GRAU E DIREÇÃO DO DESLOCAMENTO: 
 para investigar se haverá sequela na dentição permanente 
 
 se o dente sofrer uma intrusão (entrar no alvéolo), 
devemos nos preocupar, pois pode ter entrado em contato 
com o germe do permanente o que pode, 
consequentemente, levar a uma sequela no dente que está 
em formação, dependendo do estágio de desenvolvimento. 
 é melhor que o dente seja deslocado para vestibular ou 
para lingual? Para vestibular, uma vez que, o sucessor do 
dente permanente se forma por lingual. Se o dente estiver 
por vestibular, ficaremos mais tranquilos, por saber que o 
dente está afastado do sucessor permanente. Avaliamos 
esse deslocamento pela radiografia periapical modificada ou 
oclusal modificada (feita com película de adulto). 
 
AVALIAR A PRESENÇA E A LOCALIZAÇÃO DE FRATURAS 
RADICULARES: 
 Comumente encontradas no terço médio e apical. Se for 
apical o tto será facilitado ou não iremos fazer nada. Se for 
necessário, iremos extrair o fragmento solto (fragmento 
coronário) e iremos sepultar o fragmento de raiz que 
permaneceu, o próprio organismo fará a rizolise. 
 
AVALIAR A PRESENÇA DE ESPESSAMENTO DO LIGAMENTO 
PERIODONTAL: 
 Se for o caso de luxação, iremos observar algum 
espessamento do espaço do ligamento periodontal, 
decorrente da movimentação. 
 
AVALIAR A RELAÇÃO DO DENTE DECÍDUO COM O SEU 
SUCESSOR PERMANENTE: 
 para identificarmos a possibilidade do trauma ter causado 
alguma alteração no dente sucessor. 
 saber se o dente traumatizado deslocou por lingual ou 
vestibular (radiograficamente pela técnica de Clark ou 
técnica de fase). 
 na radiografia oclusal e observa-se um dente curto, 
provavelmente está deslocado por vestibular; se estiver 
alongado provavelmente estará por lingual/palatina. 
 
REAÇÕES A TRAUMATISMOS ANTERIORES: 
 normalmente a criança que sofre um traumatismo já tem 
histórico de traumatismos, ou seja, é recorrente (alteração 
na formação e direção que a coroa do sucessor está 
sendo formada - sequela). 
 
 
Trauma em tecidos duros 
 a mais comum e simples de ser tratada. 
 clinicamente, veremos uma alteração da anatomia dentária 
em razão da perda de estrutura que, dificilmente incomoda 
o paciente, porém pode incomodar se estiver áspero. 
 a radiografia é dispensável nesses casos, mas por 
precaução indica-se a realização de exame radiográfico 
para garantir que não houve espessamento do espaço do 
ligamento periodontal. 
 trata-se esse tipo de lesão com correção de bordos 
(desgaste com ponta diamantada FF ou tira de lixa - se for 
um incômodo para a criança, caso contrário, não 
precisamos fazer nada, pois a superfície irá se regularizar 
com o tempo – desgaste fisiológico). 
 o acompanhamento desses casos também é dispensável, 
não requer preservação. 
 se optarmos por fazer acompanhamento, esse será 
puramente clínico. 
 é importante, no entanto, alertar aos responsáveis que 
possíveis alterações no dente são esperadas, pois a polpa 
de um dente traumatizado irá responder de diferentes 
maneiras, dentre elas: com a obliteração dos canais 
radiculares e com a deposição da dentina, tudo isso irá 
causar o escurecimento da coroa. 
 
 ainda sem exposição pulpar. 
 clinicamente, iremos observar fratura do elemento dentário, 
envolvendo esmalte e dentina e em linha oblíqua/diagonal. 
 o dente não está deslocado, não apresenta mobilidade. 
 pode haver sensibilidade, pois expos dentina e está mais 
próximo da polpa. 
 a radiografia é opcional nesses casos, mas por precaução 
indica-se a sua realização para averiguar que não houve 
trauma em raiz, que não houve espessamento do espaço 
do ligamento periodontal e para verificar o distanciamento 
da lesão com a polpa (nos ajuda a definir o tipo de material 
que iremos usar, se precisaremos proteger ou se 
poderemos usar diretamente uma resina). 
 tratamento com restauração em resina composta ou 
colagem de fragmentos. 
 o acompanhamento se dá após 1 mês e com exame clínico. 
 se houver algo que sugira uma patologia pulpar, ou seja, 
sensibilidade, dor espontânea ou provocada, alteração de 
cor, presença de fístula, devemos radiografar. 
 
 clinicamente, iremos observar uma fratura envolvendo 
esmalte, dentina e polpa. 
 a radiografia é necessária nesses casos, para verificarmos o 
estágio de desenvolvimento da raiz do dente decíduo e o 
estágio de desenvolvimento da coroa do sucessor 
permanente. 
 tratamento com pulpotomia (1ª opção de tratamento) ou 
pulpotomia parcial (é um aumento da área de contato com 
a polpa, isto é, removemos uma pequena camada da polpa 
para termos espaço para colocar o formocresol diluído ou 
MTA). 
 no entanto, não sendo possível solucionar o caso dessa 
maneira, ou seja, ao observarmos dor e sensibilidade do 
paciente nas consultas de retorno, partimos para a 
pulpectomia (é o tto endodôntico). 
 o acompanhamento deve ser clínico: 1 semana após; 1 mês 
após; 6 a 8 semanas após e, 6 meses a 1 ano. 
 antecipar tudo que pode acontecer após um episódio de 
trauma  que após a endo, inclusive pode ir para a 
exodontia; deixar registrado! 
 
 quando há envolvimento pulpar, chamamos de traumatismos 
complicados ou complexos. 
 
 Recomendações importantes para após as consultas (para os 
3 casos acima): higiene, escovação com escova macia. Se não 
 
puder realizar a escovação, higiene com digluconato de 
clorexidina 0,12%, 2x ao dia - com cotonete ou gaze (2x ao dia 
devido a substantividade da clorexidina), alimentação pastosa ou 
macia. 
 
 clinicamente, o dente pode estar deslocado ou em uma 
condição normal, isto é, sem nenhuma alteração. 
 a radiografia é imprescindível, visto que, clinicamente não 
analisaremos nada. 
 o tratamento pode ser simplesmente proservação (se não 
há mobilidade e nem risco de queda do dente); extração 
do dente (quando há mobilidade e risco de queda do dente. 
 mantemos o fragmento que ficou próximo ao ápice - 
sepultamos e suturamos) ou ainda, splintagem e contenção 
semirrígida ou flexível (em casos de mobilidade discreta. 
 fazer a contenção com fio de nylon no 70 ou 80 ou ainda 
com fio ortodôntico 0,2 ou 0,4. 
 essa contenção deve ser por 4 semanas). 
 o acompanhamento se dá por avaliação clínica em 1 mês e 
depois de 6 a 8 semanas. 
 devemos informar os pais sobre o risco de necrose pulpar 
no dente (em razão da ruptura das fibras do ligamento 
periodontal). 
 
Trauma em tecidos de suporte/sustentação 
 sensação de “dente macio”, sensibilidade mínima relatada 
pelo paciente. 
 radiograficamente não observaremosnada, mas 
recomenda-se fazer para concluir com exatidão essa 
ausência de lesão em raiz. 
 tratamento apenas de orientações para os pais  higiene, 
escovação com escova macia (ou higiene com digluconato 
de clorexidina 0,12%, 2x ao dia com cotonete ou gaze), 
alimentação pastosa ou macia. 
 acompanhamento com realização de exame clínico 1 mês 
depois. 
 
 clinicamente, estamos diante de um dente que não sofreu 
deslocamento, mas que pode apresentar pequeno grau de 
mobilidade e leve sangramento do sulco gengival. 
 radiograficamente não observaremos nada, mas 
recomenda-se fazer para concluir com exatidão essa 
ausência de lesão em raiz. 
 tratamento com orientações  higiene, escovação com 
escova macia (ou higiene com digluconato de clorexidina 
0,12%, 2x ao dia com cotonete ou gaze), alimentação 
pastosa ou macia. 
 acompanhamento clínico dentro de 1 mês.  se os pais 
verificarem alguma alteração (fistula, alteração de cor, 
sensibilidade) retornar ao consultório. 
 
 clinicamente, teremos um dente deslocado para vestibular 
ou palatina (é melhor que desloque para palatina, pois a raiz 
irá para vestibular, ficando longe do permanente) e, com 
presença de sangramento no sulco gengival. 
 o exame radiográfico é recomendado, e iremos observar 
espessamento do espaço do ligamento periodontal. 
 tratamento se dá com proservação (se não atrapalha a 
oclusão e não há mobilidade, esperamos reposicionamento 
natural do dente) e, se necessário, prescrição de 
medicação para dor. 
 se houver mobilidade média, reposicionamos o dente e 
realizamos contenção semirrígida ou flexível; se houver 
grande mobilidade e interferência oclusal, exodontia. 
 acompanhamento em 1 semana, 1 mês, 6 meses 
(geralmente nesse momento já houve o reposicionamento 
do dente) e, após 1 ano. 
 
 é quando o dente se desloca em direção apical (entra p 
dentro do alvéolo dentário). 
 no entanto, muitas vezes dependendo de como ocorreu, 
não conseguimos identificar se foi uma luxação intrusiva ou 
uma avulsão (gengiva extramente ensanguentada). 
 radiograficamente, observaremos um dente que foi 
deslocado em direção apical (com uma periapical modificada 
ou oclusal modificada - usar película de adulto). 
 se o dente estiver encurtado, significa que ele se deslocou 
para vestibular (situação mais favorável, pois fica mais 
distante do germe do permanente); se estiver alongado se 
deslocou para a lingual/palatino. 
 tratamento visa tranquilizar a criança e a família e aguardar 
a reerupção espontânea do dente (pode acontecer entre 
2 semanas e 4 meses). 
 acompanhamento dos pais, monitorando se houve a 
reerupção; acompanhamento clínico 1 semana após, 6-8 
semanas após, 1 ano após. 
 se houver algum sinal patológico de alteração pulpar, 
faremos uma radiografia. 
 
A realização das radiografias deve ser reduzida, realizamos na primeira consulta 
e realizamos uma nova radiografia se detectarmos clinicamente alguma 
alteração pulpar (ALARA = radiografar menos vezes possível). 
 
 há um tempo atrás, quando se deslocava para palatina (pior 
prognóstico - proximidade muito grande com o germe do 
sucessor), a recomendação era a exodontia. Contudo, 
atualmente, recomenda-se que esse dente permaneça, pois: 
 existe evidência de reerupção desse dente. 
 existe a possibilidade de causar algum dano na coroa do 
dente permanente quando fazemos a exodontia;. 
 ainda não existe evidência na literatura que se realizando a 
exodontia desse elemento, reduzimos os danos causados 
no permanente. 
 
 Hipoplasia: defeito de quantidade - alteração da quantidade 
de esmalte. É formado menos esmalte do que deveria ser 
formado. Veremos uma depressão da superfície do dente. 
Quando existe uma depressão é associado a uma fratura. 
 Hipomineralização: defeito de qualidade - formação de todo 
esmalte que precisava ser formado, porém esse esmalte é 
de baixa qualidade. Veremos um manchamento da 
superfície. 
 Dilaceração radicular: se movimentamos a coroa do germe 
permanente, pode haver alguma deformação da raiz (raiz 
mais curta ou curva). 
 
 
Dentes impactados 
Distúrbios de erupção: quando de anquilose. 
As principais causas dessas alterações são as luxações intrusiva e 
extrusiva. 
 
 clinicamente, veremos um dente alongado (dente cresceu). 
 precisamos de radiografia para diagnóstico, para verificar se 
não houve fratura de raiz. 
 veremos um espaço do ligamento periodontal espesso. 
tratamento, se não houver nenhuma interferência oclusal e 
nem mobilidade excessiva, nada precisa ser feito. 
 contudo, frente a mobilidade excessiva, podemos fazer 
reposicionamento e splintagem semi-rígida ou flexível por 
30 dias. 
 se houver uma mobilidade muito grande e o dente tiver 
extruído mais de 3 mm (iremos verificar com a sonda 
milimetrada) e, faremos exodontia (devido a interferência 
oclusal e à possibilidade de a criança deglutir o dente). 
 o acompanhamento, irá depender do tipo de tratamento 
instituído. se estivermos apenas acompanhando (1 
semana, 6 a 8 semanas, 6 meses e 1 ano). 
 
 é a luxação extrusiva total (quando o dente sai totalmente 
de dentro do alvéolo). 
 a imagem clínica é semelhante a intrusão (luxação intrusiva), 
região bem inchada, com sangramento. 
 realizamos a radiografia para confirmar e, veremos um 
alvéolo totalmente vazio, um espaço sem dente nenhum. 
 tratamento, manutenção de espaço, pois nesses casos 
acaba mesializando e havendo perda de espaço ou realizar 
expansão rápida de maxila posteriormente para ganhar 
espaço. 
 
Não é indicado reimplante dentário devido à possibilidade de 
infecção ou de dano ao germe do dente permanente sucessor. 
Sem contar na carga de tratamento que essa criança irá passar 
(reimplante, splintagem, endodontia). 
 
 
Qualquer dente ao passar por um traumatismo terá uma 
resposta do tecido pulpar. Essa resposta está na dependência da 
intensidade, da severidade do traumatismo. 
 
Possibilidades de resposta tecidual 
 agudo ou crônico (agudo: poderemos estar frente a uma 
pulpite irreversível ou ainda um abscesso; crônico: iremos 
notar ao longo do tempo um escurecimento do dente ou a 
presença de fístula). 
Relacionada aos casos de anquilose. 
 
 a polpa ao reagir aquela agressão irá depositar mais dentina 
e cemento. O canal vai ficando obliterado, a luz do canal 
reduz). 
 
 relacionada ao processo inflamatório crônico). 
 
 resposta inicial da polpa a qualquer traumatismo (ao bater o 
dente, sofrendo ou não fratura, teremos hiperemia). 
 uma hora após o trauma, há um aumento da vascularização 
e extravasamento de infiltrado inflamatório (esse infiltrado 
fica enclausurado dentro da polpa). 
 após 4 dias há intensa vascularização. 
 com o passar dos dias, esse infiltrado pode aumentar, se 
auto-resolver ou levar ao estrangulamento de vasos, 
isquemia e necrose pulpar. 
 Não conseguimos ver clinicamente e nem 
radiograficamente. 
 
TRATAMENTO É A ORIENTAÇÃO PARA OS PAIS: 
 repouso do dente, isto é, evitar sobrecarga (alimentação 
leve e pastosa de 48-72h). 
 acompanhamento, avaliação clínica após 1 semana, após 6 a 
8 semanas, após 1 ano. 
 se a dor ficar mais intensa, se precisar usar medicação, se 
o dente escurecer, os pais devem estar atentos. 
 
 é o extravasamento de sangue para os túbulos dentinários 
(para fora dos capilares). 
 o paciente bate o dente, há uma ruptura do tecido pulpar 
e o extravasamento de sangue. 
 esse extravasamento pode fazer com que algumas células 
sanguíneas cheguem aos túbulos dentinários e se isso 
acontecer, teremos uma alteração de cor. 
 para hemorragia pulpar, pode haver escurecimento do 
dente. 
 tratamento, não vamos fazer nada, esse escurecimento se 
da devido a ruptura de vasos sanguíneos e migração de 
algumas células sanguíneas ao túbulos, mas não há 
contaminação, não há necrose. 
 não veremos nada na radiografia, o diagnóstico será clínico. 
 o tratamento será o acompanhamento pelos pais. 
 
Alteraçãode cor em dente decíduo não determina necessidade 
de endodontia. Precisamos considerar o tempo que esse dente 
levou para escurecer. O tempo irá nos dizer se é uma 
hemorragia pulpar ou necrose. Se o escurecimento acontece 
DIAS após o trauma, se trata de hemorragia pulpar. Contudo, se 
acontece MESES após o trauma, significa necrose pulpar. 
 
 a câmara pulpar e os canais radiculares são obliterados 
devido a deposição de tecido duro “osteodentina“. 
 o diagnóstico é radiográfico, porém pode haver sinal clínico 
como alteração de cor do dente. 
 Normalmente quando temos alteração de cor tendendo ao 
amarelo, tende a ser um sinal bom (de calcificação do canal 
e não de necrose). 
 
 o azulado/acinzentado/avermelhado tende a ser um sinal 
ruim (extravasamento pulpar se for logo após o trauma ou 
necrose se for um tempo depois do trauma). 
 temos sinal clínico e radiográfico de obliteração dos canais. 
 tratamento: não precisamos fazer nada. 
 paciente não sentirá dor. 
 acompanhamento feito pelos pais sob nossa orientação 
para monitorar se houver dor ou aparecimento de fístula. 
 todo trauma poderá estar relacionado ao processo de 
aceleração ou um atraso do processo de erupção. 
 está fortemente associada a luxações. 
 
 estudos observam que o diagnóstico de necrose é dado de 
2 a 6 meses após o episódio. 
 quanto mais severo o trauma, maior o risco de necrose. 
 quanto maior a idade da criança (4-5 anos), maior a chance 
de desenvolver necrose, pois as células da polpa vão se 
modificando ao longo do desenvolvimento da criança, elas 
vão se preparando para um processo de degeneração dos 
tecidos que é a rizolise. 
 embora ela tenha uma boa resposta durante todo o 
processo de rizolise, ainda assim ela é alterada e, no caso 
de traumatismo, isso prejudica a resposta da polpa. 
 quanto mais nova a criança (1 ano e meio a 2 anos), mais 
fácil de haver um extravasamento de sangue (hemorragia) 
e se auto-resolver. 
 tratamento endodontia, mas depende do tamanho da raiz 
(se o comprimento da raiz estiver menor que a metade do 
comprimento normal - exodontia). 
 acompanhamento: ate o dente esfoliar. 
 
 Caso de necrose em que o dente está amarelado. Observar a 
lesão periapical na radiografia (2, 4, 6 meses após o trauma). 
Nesses casos é necessário endodontia. 
 
HIPEREMIA 
PULPAR 
Eventualmente se 
observa a 
superfície palatina 
da coroa 
levemente 
avermelhada. 
Sem 
manifestação 
radiográfica 
Acompanhamento 
clínico e 
radiográfico. 
HEMORRAGIA 
PULPAR 
Alteração da cor 
da coroa, 
particularmente 
nos primeiros dias 
após o 
traumatismo. 
Sem 
manifestação 
radiográfica 
Acompanhamento 
clínico e 
radiográfico. 
OBLITERAÇÃO 
PULPAR 
Alteração de cor 
da coroa, 
normalmente para 
amarelo. 
Diminuição da luz 
do canal ou 
câmara pulpares. 
Acompanhamento 
clínico e 
radiográfico. 
ALTERAÇÃO 
DE COR DA 
COROA 
 
Alteração de cor 
da coroa para 
amarelo ou cinza 
(claro ou escuro) 
dias, semanas ou 
meses após o 
traumatismo. 
Relacionado ao 
fator que origina: 
hemorragia, 
obliteração ou 
necrose pulpar. 
Depende do fator 
que origina: 
acompanhamento 
clínico e 
radiográfico ou 
endodontia. 
REABSORÇÃO 
RADICULAR 
INTERNA 
Mancha rósea 
característica, 
quando a 
reabsorção se 
localiza na coroa. 
Alargamento em 
forma oval da 
câmara ou canal 
pulpares. 
Endodontia ou 
exodontia. 
REABSORÇÃO 
RADICULAR 
EXTERNA 
Sem manifestação 
clínica. 
Radiolucidez na 
região radicular 
reabsorvida e no 
osso alveolar 
adjacente. 
Endodontia ou 
exodontia. 
REABSORÇÃO 
SUBSTITUTIVA 
Infraoclusão. 
Interrupção na 
membrana 
periodontal, não 
sendo percebido 
o limite raiz/osso 
alveolar. 
Acompanhamento 
clínico e 
radiográfico ou 
exodontia. 
NECROSE 
PULPAR 
Fístula, edema e 
alteração de cor 
da coroa. 
Radiolucidez na 
região periapical. 
Endodontia ou 
exodontia. 
 
Até quando acompanhar um dente decíduo traumatizado? 
Normalmente até esse dente esfoliar. 
 
 
Orientações para evitarmos o traumatismo 
 não deixar que crianças fiquem brincado sozinhas. 
 cuidar espaços com muitos móveis, com quinas, gavetas 
que podem ser abertas. 
 cuidar objetos que podem cair facilmente. 
 não deixar as crianças em piso molhado ou de meias para 
que não escorreguem. 
 
O OVERJET ACENTUADO AUMENTA EM 50% O RISCO PARA 
TRAUMA: 
 evitar o uso prolongado de chupeta. 
 evitar a instalação de hábitos deletérios como sucção não 
nutritiva. 
 utilizar a ortodontia preventiva para correção da oclusão 
(quando possível, fazer precocemente). 
 programas voltados à orientação dos pais, cuidadores, 
professores e das próprias crianças podem ser muito bem 
vindos para o correto manejo no caso de situações de 
traumatismo dentário. 
 
Resumo: Recomendações básicas o trauma aconteceu, chegou 
ao consultório - lembrar que o mais importante é acalmar a 
família e a criança, fazer uma anamnese objetiva (quando, como 
e onde aconteceu o trauma?), exame físico objetivo (avaliar 
tecidos moles, duros), exame radiográfico (fazer menos 
radiografias possíveis para diagnóstico e; só em casos de haver 
alteração pulpar no acompanhamento. Instruções para os pais ou 
responsáveis quanto a mobilização, presença de dor, 
escurecimento do dente (pode ficar mais amarelado ou 
acinzentado), pedir para que cuidem a gengiva (se não há o 
aparecimento de fístula). Orientação de higiene oral com escova 
de cerda macia, sem pressionar, queremos repouso do dente. 
Se não for possível escovar, utilizar clorexidina 0,12% 2x ao dia 
por 7 dias (passar com gaze ou cotonete). Dieta líquida ou 
pastosa p repouso do dente. Prescrição medicamentosa (a 
literatura não e clara quanto ao uso de antibióticos, depende do 
nível de saúde geral da criança e de onde ocorreu o trauma, a 
se a criança está muito debilitada). Quanto a vacina para o tétano, 
deve ser considerada em casos onde a criança se machucou 
(cortou lábio, gengiva) brincando. Para sensibilidade e dor: 
prescrescer analgésicos (paracetamol); Antibiótico: vai do 
julgamento individual de cada profissional, depende de cada 
paciente e do tipo de trauma. 
 
 
APLICATIVO TOOTHSOS MOBILE APP: 
 Nos orienta sobre o que fazer em determinadas situações. Ele 
está baseado nas orientações do IADT. Conseguimos selecionar 
o que esta acontecendo, se o dente intruiu, se o dente foi 
perdido. O guia vai auxiliando sobre o que fazer. 
 
Caso clínico: a criança caiu da cama elástica e bateu os 
dentes. Atitude: limpar com água corrente a parte externa, e 
colocar gelo. Prescrever analgésico e anti-inflamatório (obs.: ele já 
tinha antitetânica). Radiografar p verificar se os dentes intruiram 
ou avulsionaram. Pela radiografia observamos que houve avulsão 
dos 4 incisivos superiores. O lado negativo disso, é que daqui um 
tempo será preciso colocar um mantenedor de espaço, caso 
contrário irá perder perímetro do arco. 
 
Odontopediatria: bases teóricas para uma prática clínica de 
excelência / Angela Scarparo (Org.) - 1. ed. - Barueri [SP] : 
Manole, 2021. Cap. 20 
 
Odontopediatria / Antonio Carlos Guedes-Pinto, Anna Carolina 
Volpi Mello-Moura. - [Reimpr.]. - 9. ed. - Rio de Janeiro : Santos, 
2017. Cap. 33 pag 499-503

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