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Josias Santos Hipótese →Fatores genéticos e ambientais predispõem crises asmáticas 1)Definir asma e descrever os fatores desencadeantes de crise. A asma é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. É definida pela história de sintomas respiratórios, como chiado, falta de ar, aperto no peito e tosse, que variam no tempo e na intensidade, juntamente com limitação variável do fluxo aéreo expiratório. DESCRIÇÃO DA ASMA A asma é uma doença respiratória crônica comum que afeta 1–29% da população em diferentes países. A asma é caracterizada por sintomas variáveis de chiado, falta de ar, aperto no peito e/ou tosse e por limitação variável do fluxo aéreo expiratório. Tanto os sintomas quanto a limitação do fluxo aéreo variam caracteristicamente ao longo do tempo e em intensidade. Essas variações geralmente são desencadeadas por fatores como exercícios, exposição a alérgenos ou irritantes, mudanças climáticas ou infecções respiratórias virais. limitação do fluxo aéreo expiratório. Isso deve ser documentado a partir de testes de reversibilidade do broncodilatador ou outros testes. Os sintomas e a limitação do fluxo aéreo podem se resolver espontaneamente ou em resposta à medicação e, às vezes, podem estar ausentes por semanas ou meses. Por outro lado, os pacientes podem experimentar surtos episódicos (exacerbações) de asma que podem ser fatais e acarretar um fardo significativo para os pacientes e para a comunidade. A maioria das mortes por asma ocorre em países de baixa e média renda. A asma geralmente está associada à hiperresponsividade das vias aéreas a estímulos diretos ou indiretos e à inflamação crônica das vias aéreas. Essas características geralmente persistem, mesmo quando os sintomas estão ausentes ou a função pulmonar é normal, mas podem se normalizar com o tratamento. Fatores desencadeantes Alergias: Pólen, ácaros, pelos de animais, mofo e outras substâncias podem desencadear uma resposta alérgica das vias aéreas, causando inflamação e broncoconstrição. Infecções respiratórias: Vírus e bactérias que afetam as vias aéreas podem causar inflamação e broncoconstrição, piorando os sintomas de asma. Exposição a irritantes ambientais: Fumaça de cigarro, poluição do ar, produtos químicos, poeira e outros irritantes podem desencadear a inflamação das vias aéreas. Mudanças climáticas: Variações de temperatura, umidade e clima podem afetar a asma. Exercício físico: O exercício pode desencadear a asma em algumas pessoas, especialmente se não forem tomadas medidas preventivas, como o uso de medicação broncodilatadora antes da atividade. Estresse emocional: O estresse emocional pode afetar a respiração e desencadear a asma. Refluxo gastroesofágico: O refluxo ácido do estômago pode afetar as vias aéreas e desencadear a asma. Referências Global Strategy for Asthma Management and Prevention. [s.l.: s.n.], 2023. Disponível em: <https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2023/05/GINA-2023-Full-Report-2023-WMS.pdf>. 2)Classificar a asma da paciente na admissão e no retorno. A asma é classificada com base na gravidade dos sintomas e na resposta ao tratamento. A classificação mais comum é a classificação proposta pela Global Initiative for Asthma (GINA), que é baseada na avaliação da função pulmonar e da presença de sintomas. De acordo com a GINA, a asma pode ser classificada em quatro categorias: O conceito atual de gravidade da asma é baseado na “dificuldade de tratar” Josias Santos Em estudos epidemiológicos, a asma é frequentemente classificada como 'leve', 'moderada' ou 'grave' com base apenas no tratamento prescrito pela GINA ou BTS Step, independentemente do nível de controle da asma dos pacientes. Isso pressupõe que o tratamento prescrito foi apropriado para as necessidades do paciente, enquanto a asma costuma ser subtratada ou super tratada. ● Asma grave é definida como asma que permanece descontrolada apesar do tratamento otimizado com altas doses de ICS-LABA, ou que requer altas doses de ICS-LABA para evitar que se torne descontrolada. ● A asma grave deve ser diferenciada da asma de difícil tratamento devido a tratamento inadequado ou inapropriado, ou problemas persistentes de adesão ou comorbidades, como rinossinusite crônica ou obesidade, pois necessitam de tratamento muito diferente em comparação com a asma relativamente refratária a tratamentos de alta dose ICS-LABA ou até mesmo corticosteróides orais (OCS). ● A asma moderada é atualmente definida como asma bem controlada com o tratamento do Passo 3 ou Passo 4, por exemplo, com doses baixas ou médias de ICS-LABA em qualquer uma das faixas de tratamento ● A asma leve é atualmente definida como asma bem controlada com tratamento de baixa intensidade, ou seja, 2 semanas. O PFE médio continua a aumentar e a variabilidade diurna do PFE diminui por cerca de 3 meses. Variação excessiva no PFE sugere controle subótimo da asma e aumenta o risco de exacerbações. ICS-formoterol de baixa dose conforme necessário, ou ICS de baixa dose mais SABA conforme necessário Por esta definição retrospectiva, a gravidade da asma não pode ser avaliada a menos que um bom controle da asma tenha sido alcançado e o tratamento diminuído para encontrar a dose efetiva mínima do paciente na qual sua asma permanece bem controlada, ou a menos que a asma permaneça descontrolada apesar de pelo menos vários meses de terapia máxima otimizada. →No momento da admissão da paciente, a asma que essa apresentava era descontrolada, ou seja, ela estava em um quadro de exacerbação dos sintomas: dispneia, opressão torácica, sibilos, tosse particularmente à noite ou de manhã cedo . →No momento do retorno, espera-se que essa paciente esteja com uma asma controlada, nesse sentido, o tratamento visa a manutenção. Referências Global Strategy for Asthma Management and Prevention. [s.l.: s.n.], 2023. Disponível em: <https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2023/05/GINA-2023-Full-Report-2023-WMS.pdf>. 3)Descrever o tratamento da asma, conforme a classificação. Josias Santos O objetivo do tratamento da asma é a melhora da qualidade de vida, obtida pelo controle dos sintomas, prevenção das exacerbações e melhora ou estabilização da função pulmonar. Isso pode ser atingido na maior parte dos casos, devendo o tratamento incluir, obrigatoriamente, medidas não farmacológicas (medidas educativas, controle de fatores desencadeantes/agravantes), indicadas em todos os casos, e farmacoterapia, conforme indicado para cada grupo de gravidade. A base do tratamento medicamentoso da asma persistente é o uso continuado de corticosteroides inalatórios associado a medicamentos de alívio com efeito broncodilatador. O corticoide oral não tem papel no controle, exceto em casos de exacerbação grave se considera o curso de corticosteróide oral por cerca de 7 dias. O ajuste da terapêutica deve visar o uso das menores doses necessárias para a obtenção do controle da doença, com isso reduzindo o potencial de efeitos adversos e os custos. O encaminhamento ao pneumologista deve ser feito a partir dos casos moderados persistentes. Os esquema medicamentoso segue os seguintes princípios: Exacerbação: piora abrupta dos sintomas respiratórios. As exacerbações devem ser controladas porque, com o avanço do quadro, ocorre remodelação pulmonar, e a obstrução, antes reversível, pode se tornar irreversível. O tratamento da exacerbação consiste no uso de: 1. Broncodilatadores - SABA (salbutamol) ou SAMA (ipratrópio) inalatórios Salbutamol: a) Nebulização: 2,5-5,0mg/mL (10-20 gotas) a cada 20 min, por 3 doses Em seguida, a cada 2-6 horas b) Spray: 100mcg/dose (4-8 jatos) a cada 20 min, por 3 doses Ipratrópio: a) Nebulização (adultos): 0,5mg (40 gotas) a cada 20 min, por 3 doses Em seguida, a cada 2-4 horas b) Spray (adultos): 4-8 jatos a cada 20 min, por 3 doses Em seguida, a cada 2-4 horas 2. Corticoide sistêmico VO (preferível) ou EV Ex. prednisona, prednisolona, metilprednisolona, hidrocortisona. 3. Oxigenioterapia 4. Suporte ventilatório (ventilação não invasiva→ ventilação mecânica e IOT) Orientações na alta hospitalar: Prescrever corticoide oral 5-7 dias Prescrever CI + LABA (manutenção) Explicar técnica correta da medicação Reavaliar em 10-15 dias Referenciar casos graves ao especialista Josias Santos Para manutenção e Resgate Referências Global Strategy for Asthma Management and Prevention. [s.l.: s.n.], 2023. Disponível em: <https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2023/05/GINA-2023-Full-Report-2023-WMS.pdf>. 4)Compreender a farmacologia das drogas para asma citadas no caso (prednisona, salbutamol, formoterol e budesonida) Budesonida e prednisona Classe: corticoides de ação intermediária (t ½ entre 12-36 horas). MA: penetram no citoplasma celular e se ligam a receptores próprios, liberando proteínas que entram no núcleo das células e alteram a transcrição do DNA, podem estimular ou reprimir a síntese proteica. Como ação anti-inflamatória, os corticoides aumentam a síntese de lipocortina, que inibe a fosfolipase A2 e, consequentemente, toda a cadeia do ácido araquidônico, resultando na redução da síntese de mediadores inflamatórios (PG, LT). Efeitos adversos: Por interrupção da terapia Exacerbação da doença subjacente para qual foram prescritos Insuficiência suprarrenal aguda* Síndrome da abstinência de corticoides Josias Santos Pseudotumor cerebral (elevação da PIC com papiledema) --------Por uso continuado--------------------- Edema e HAS (efeito mineralocorticoide aumenta reabsorção Na/H2O) Hiperglicemia Formação de úlceras pépticas (inibem PG protetoras no TGI) Transtornos comportamentais Síndrome de Cushing Catarata Osteoporose Trombose Imunossupressão e vulnerabilidade a infecções --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A insuficiência suprarrenal aguda se dá porque a terapia sistêmica com corticoides a longo prazo (≥ 1 semana) causa feedback negativo no eixo HHA (hipotálamo-hipófise adrenal), inibindo ACTH e CRH, visto que os fármacos imitam altas [ ] de cortisol. Por interrupção da terapia Por uso continuado Assim, com a interrupção abrupta da terapia, esse eixo não é capaz de se restaurar devidamente, resultando na insuficiência suprarrenal aguda. Por isso, a interrupção do uso de corticoides sistêmicos a longo prazo deve ser feita por desmame. Atenção! A administração de corticoides pela manhã, quando possível, é feita na tentativa de “driblar” o feedback negativo sobre o eixo HHA, visto que é o momento do dia em que há maior secreção de cortisol natural (o eixo HHA, fisiologicamente, já detecta maiores níveis de cortisol). --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Salbutamol e formoterol Classe: agonistas β2. MA: estimulam diretamente os receptores β2 dos brônquios, ativando a proteína G que ativa a enzima adenil-ciclase. Essa enzima converte ATP em AMPc, o que resulta em broncodilatação. Salbutamol é um SABA: se liga ao domínio externo do receptor β2 e, por isso, a ligação é rápida, e a broncodilatação gerada é de curta duração (em média, 4 horas). Formoterol é um LABA: embora se ligue a domínios internos do receptor β2, é uma exceção do grupo dos LABA, visto que seu efeito tem início rápido, e a broncodilatação é longa (em média, 12 horas). Efeitos adversos: ● Taquicardia (perda da seletividade em altas doses, e ação sobre β1 cardíaco) ● Arritmias ● Tremores (ação em β2 da musculatura lisa) ● Hipocalemia Ipratrópio Classe: anticolinérgicos. MA: bloqueio da ligação da ACh aos receptores muscarínicos brônquicos, evitando a broncoconstrição. Ipratrópio é um SAMA: anticolinérgico de ação curta. Efeitos adversos: • Xerostomia • Gosto metálico • Glaucoma Referências PANAVELI, T. Farmacologia ilustrada. 6th edição. editora ARTMED, 2016. Josias Santos 5)Discutir se os asmáticos são grupo de risco no inverno. Os asmáticos são considerados um grupo de risco no inverno. Durante o inverno, o ar frio e seco pode agravar os sintomas da asma, aumentando a inflamação e a irritação das vias respiratórias. Além disso, as infecções respiratórias, como gripes e resfriados, são mais comuns no inverno e podem desencadear ou piorar os sintomas da asma. Os asmáticos precisam tomar precauções extras no inverno para evitar agravar os sintomas da asma. Algumas medidas que podem ajudar incluem: Usar um umidificador para adicionar umidade ao ar; Evitar exposição ao ar frio e seco; Tomar vacinas para prevenir gripes e resfriados; Lavar as mãos com frequência para evitar infecções respiratórias; Em resumo, os asmáticos são considerados um grupo de risco no inverno devido à possibilidade de agravamento dos sintomas da asma em decorrência do ar frio e seco, bem como do aumento da incidência de infecções respiratórias. Referências Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – Global Iniciative for Asthma (GINA 6)Identificar os exames solicitados na asma e suas alterações. Espirometria: é o exame mais importante para o diagnóstico e monitoramento da asma. Ele mede a quantidade de ar que uma pessoa pode inspirar e expirar e a velocidade com que o ar é expirado. Na asma, os resultados da espirometria geralmente mostram uma diminuição do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), o que indica uma obstrução das vias aéreas. Testes de função pulmonar: incluem o Peak flow (medida de pico de fluxo expiratório) e o Peak expiratory flow (medida do fluxo expiratório de pico). Eles avaliam a força e o fluxo de ar que uma pessoa pode expirar. Teste de provocação brônquica: também conhecido como teste de desafio broncoprovocativo, é um exame usado para avaliar a reatividade das vias aéreas. Consiste em expor o paciente a um agente que pode desencadear uma resposta alérgica e medir a resposta das vias aéreas. Radiografia de tórax: pode ser solicitada para descartar outras condições pulmonares que possam estar causando os sintomas. Achados possíveis: coração em gota e hiperinsuflação pulmonar →diafragma achatado, aumento do espaço retroesternal e redução do espaço retrocardíaco Testes de alergia: pode ser feito para determinar se o paciente tem alergias que possam estar desencadeando os sintomas da asma. As alterações que podem ser encontradas nesses exames incluem: Na espirometria, a diminuição do VEF1 é um indicador de obstrução das vias aéreas. Nos testes de função pulmonar, a redução da força e do fluxo de ar expirado também pode ser um sinal de obstrução das vias aéreas. No teste de provocação brônquica, a resposta das vias aéreas pode ser exagerada, indicando reatividade das mesmas. Na radiografia de tórax, pode haver um aumento da hiperinsuflação pulmonar, bem como espessamento da parede brônquica. Josias Santos Nos testes de alergia, podem ser encontrados resultados positivos para substâncias que desencadeiam reações alérgicas, o que pode ser um fator agravante para a asma. Exames de imagem →não são usados rotineiramente no diagnóstico de asma, mas podem ser úteis para investigar a possibilidade de comorbidades ou diagnósticos alternativos em adultos com asma de difícil tratamento. A imagem também pode ser usada para identificar anormalidades congênitas em bebês com sintomas semelhantes aos da asma e diagnósticos alternativos em crianças com asma de difícil tratamento. A tomografia computadorizada (TC) de alta resolução dos pulmões pode identificar condições como bronquiectasias, enfisema, nódulos pulmonares, espessamento da parede das vias aéreas e distensão pulmonar e pode avaliar a distensibilidade das vias aéreas. A presença de enfisema detectado radiograficamente é considerada na diferenciação entre asma e DPOC (Caixa 5-4, p.166), mas não há um limite aceito e essas condições podem coexistir. Além disso, o aprisionamento de ar (que pode estar presente na asma e também é uma característica do envelhecimento) pode ser difícil de distinguir do enfisema. Atualmente, a imagem do tórax não é recomendadapara prever os resultados do tratamento ou o declínio da função pulmonar ou para avaliar a resposta ao tratamento. Se pedirmos uma gasometria nesse paciente, o que esperamos encontrar é uma alcalose respiratória. Isso acontece pois há um quadro de taquipneia, então a normalidade é hipocapnia ( redução da pressão de CO2), se tiver normocapnia, ou pior, hipercapnia, acende a luzinha, é caixão e vela preta, a constrição está tão elevada que seu organismo não está dando conta de excretar aquele CO2. Nesses casos, a conduta é intubação orotraqueal Referências: Global Strategy for Asthma Management and Prevention. [s.l.: s.n.], 2023. Disponível em: <https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2023/05/GINA-2023-Full-Report-2023-WMS.pdf>. 7)Interpretar a espirometria do paciente asmático. Os principais achados da espirometria em pacientes com asma incluem uma diminuição no volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e na relação entre o VEF1 e a capacidade vital forçada (VEF1/CVF). Esses parâmetros refletem a capacidade do paciente de expirar o ar dos pulmões e a eficiência das vias aéreas em conduzir o ar. Durante um ataque de asma, o VEF1 e a relação VEF1/CVF podem cair drasticamente, o que indica uma obstrução significativa das vias aéreas. Após o tratamento, o VEF1 e a relação VEF1/CVF podem melhorar significativamente, indicando uma melhora na função pulmonar. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Diagnóstico funcional �Obstrução das vias aéreas caracterizada por redução do VEF1 (inferior a 80% do previsto) e da relação VEF1/CVF (inferior a 75%); �O diagnóstico de asma é confirmado pela presença de obstrução ao fluxo aéreo que desaparece ou melhora significativamente após broncodilatador (aumento do VEF1 de 7% em relação ao valor previsto e 200 ml em valor absoluto, após inalação de beta-2 agonista de curta duração). --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Além disso, a espirometria também pode ser usada para monitorar a resposta do paciente ao tratamento da asma ao longo do tempo e ajudar a avaliar a gravidade da doença. Em resumo, a espirometria é uma ferramenta importante para o diagnóstico e acompanhamento da asma, permitindo a avaliação objetiva da função pulmonar do paciente. Referências Josias Santos Diagnóstico clínico e funcional da asma brônquica. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 50, n. 2, p. 121–121, 2004. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302004000200020>. Acesso em: 12 maio 2020. 8)Listar as causas de candidíase oral e os cuidados necessários. A candidíase oral é uma infecção fúngica que ocorre na boca e na garganta causada pelo fungo Candida albicans. Algumas das causas da candidíase oral incluem: Uso prolongado de antibióticos: Os antibióticos podem matar as bactérias benéficas que normalmente impedem o crescimento excessivo do fungo Candida na boca. Sistema imunológico enfraquecido: Pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como aquelas com HIV/AIDS ou que estão recebendo quimioterapia, têm maior risco de desenvolver candidíase oral. Uso de corticosteroides: O uso prolongado de corticosteróides, como a prednisona, pode aumentar o risco de candidíase oral. Diabetes: diabetes mal controlado têm maior risco de desenvolver candidíase oral. Higiene bucal inadequada: A falta de higiene bucal adequada pode levar ao acúmulo de bactérias e fungos na boca, aumentando o risco de infecções. Os cuidados necessários para prevenir ou tratar a candidíase oral incluem: Higiene bucal adequada: Escovar os dentes regularmente, usar fio dental e enxaguar a boca com água limpa após as refeições podem ajudar a prevenir a candidíase oral. Controle de outras condições médicas: O controle de outras condições médicas, como diabetes e HIV/AIDS, pode ajudar a reduzir o risco de candidíase oral. Uso apropriado de antibióticos e corticosteróides: O uso apropriado de antibióticos e corticosteroides pode ajudar a reduzir o risco de candidíase oral. Tratamento adequado: Se a candidíase oral já estiver presente, o tratamento adequado com medicamentos antifúngicos prescritos pelo médico é necessário para curar a infecção. Visita ao dentista regularmente: Consultas regulares ao dentista podem ajudar a identificar a candidíase oral precocemente e prevenir complicações. Referências: VILA, Taissa; SULTAN, Ahmed S.; MONTELONGO-JAUREGUI, Daniel; et al. Oral Candidiasis: A Disease of Opportunity. Journal of Fungi, v. 6, n. 1, p. 15, 2020. Disponível em: <https://www.mdpi.com/2309-608X/6/1/15/htm>. Candidiasis - Infections. MSD Manual Consumer Version. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/home/infections/fungal-infections/candidiasis>. 9)Diferenciar atopia, asma e bronquite. A atopia, a asma e a bronquite são condições médicas que afetam o sistema respiratório, mas apresentam diferenças. Aqui estão as principais diferenças entre elas: Josias Santos Atopia é definida como uma tendência anormal de produzir anticorpos IgE em resposta a alérgenos ambientais comuns. Embora não seja um estado de doença, atua como um pré-requisito para o desenvolvimento de doenças alérgicas, incluindo asma atópica. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A atopia é o principal fator de risco para asma, trata-se de uma síndrome que torna o sistema imune propenso à síntese de imunoglobulinas da classe IgE após exposição a certos tipos de antígeno (chamados de alérgenos). Em geral, os alérgenos são proteases não humanas. Tal processo é denominado "sensibilização alérgica", e as IgE sintetizadas ficam ligadas à superfície de mastócitos na mucosa da via aérea, promovendo degranulação imediata dessas células (com liberação de substâncias broncoconstritoras) caso o indivíduo entre em contato com o alérgeno novamente. Mais de 80% dos asmáticos são atópicos, porém nem todos os atópicos têm asma, o que significa que fatores adicionais são necessários para o desenvolvimento de asma em portadores de atopia. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A hiperresponsividade brônquica (BHR) refere-se à sensibilidade aumentada ou à reatividade excessiva das vias aéreas a uma variedade de estímulos broncoconstritores. Embora a HRB seja uma característica da asma, ela também é encontrada em indivíduos não asmáticos, incluindo indivíduos com rinite alérgica (RA) e na população em geral. A atopia e a HRB na asma estão intimamente relacionadas. A atopia induz a inflamação das vias aéreas como uma resposta de IgE a um alérgeno específico, que induz ou amplifica a BHR. Além disso, a HRB na AR muda de acordo com a exposição ou evitação de alérgenos relevantes. Mesmo na população em geral, a taxa de sensibilização a alérgenos comuns está significativamente associada à HRB. Neste artigo, discutimos a relação entre atopia e HRB na população em geral, em asmáticos e naqueles com RA, o que deve ampliar nosso entendimento sobre a fisiopatologia da atopia e da HRB. Na asma ocorrem episódios de obstrução REVERSÍVEL ao fluxo expiratório, os quais variam sua frequência e intensidade de forma espontânea ou em resposta ao tratamento, justificando manifestações clínicas como dispneia, sibilos, tosse e sensação de “aperto no peito”. Os pacientes podem ser completamente assintomáticos nos intervalos entre as crises, ou podem apresentar sintomas residuais contínuos. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A asma é caracterizada por um tipo especial de inflamação crônica nas vias aéreas inferiores, de etiologia desconhecida, que predispõe a surtos de broncoespasmoreversível, acompanhados de manifestações clínicas estereotipadas (dispneia, sibilos, tosse e aperto no peito). Na ausência de tratamento adequado, pode ocorrer remodelamento brônquico, levando à perda irreversível da função pulmonar. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Atopia: A atopia é uma predisposição genética a desenvolver uma reação alérgica a certas substâncias. Pessoas com atopia têm maior risco de desenvolver doenças alérgicas, como a asma. Alguns exemplos de alérgenos que podem desencadear uma reação alérgica em pessoas com atopia, incluem ácaros, pólen, fungos e pelos de animais. Asma: A asma é uma condição crônica que afeta as vias respiratórias. Ela é caracterizada por inflamação e estreitamento das vias aéreas, o que pode dificultar a respiração. Os sintomas típicos da asma incluem falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito. A asma pode ser desencadeada por alérgenos, poluentes do ar, infecções respiratórias e outros fatores. Bronquite: A bronquite é uma inflamação das vias aéreas que pode ser aguda ou crônica. A bronquite consiste em um processo no qual o diâmetro do brônquio é diminuído e a quantidade de glândulas mucosas aumenta, produzindo assim mais muco, em resposta às agressões ao epitélio respiratório causadas pelo tabagismo e inalações de outros tipos de fumaças tóxicas. A bronquite aguda geralmente é causada por uma infecção viral ou bacteriana e pode durar algumas semanas. Já a Josias Santos bronquite crônica é caracterizada por uma tosse persistente e produção de muco por pelo menos três meses por ano, durante dois anos consecutivos. A bronquite crônica é frequentemente associada ao tabagismo e à exposição a poluentes do ar. Em resumo, enquanto a atopia é uma predisposição genética a reações alérgicas, a asma e a bronquite são condições respiratórias que podem ser desencadeadas por diversos fatores, como alérgenos, poluentes e infecções. A asma é caracterizada por inflamação e estreitamento das vias aéreas, enquanto a bronquite é uma inflamação das vias aéreas que pode ser aguda ou crônica e é frequentemente associada ao tabagismo e à exposição a poluentes do ar. Referências: SUH, Dong In ; KOH, Young Yull. Relationship Between Atopy and Bronchial Hyperresponsiveness. Allergy, Asthma & Immunology Research, v. 5, n. 4, p. 181, 2013. 10)Descrever a farmacologia dos anti-histamínicos. Definição A histamina é um mensageiro químico gerado principalmente nos mastócitos. Por meio vários receptores, ela medeia respostas celulares, incluindo as: ● reações alérgicas e inflamatórias ● a secreção de ácido gástrico ● a neurotransmissão em algumas regiões do cérebro. A histamina não possui aplicações clínicas, mas os fármacos que interferem na sua ação (anti-histamínicos ou bloqueadores do receptor da histamina) têm importantes aplicações terapêuticas. A Histamina Onde encontramos a histamina? Ela é encontrada em altas concentrações nos mastócitos e basófilos. Presente em praticamente todos os tecidos, com quantidades significativas nos: • Pulmões • na pele • nos vasos sanguíneos • no trato gastrintestinal. • No cérebro (funcionando como neurotransmissor) • como componente de venenos • nas secreções de picadas de insetos. Síntese da histamina 1. aminoácido histidina à sofre descarboxilação pela histidina-descarboxilase à formando a amina histamina. 2. a histamina pode ser armazenada em grânulos ou inativada pela diaminoxidase. OBS: histidina-descarboxilase está presente nas células de todo o organismo, inclusive nos neurônios, nas células parietais gástricas e nos mastócitos e basófilos. Liberação da histamina A histamina é um dos mediadores químicos liberados nos tecidos em resposta aos estímulos como: • Destruição das células (como resultado de frio, de toxinas de organismos, de traumas, de venenos de insetos e aranhas), alergias e anafilaxias (alergia grave). Ação da histamina Auxilia na inflamação através de: • Liberação de óxido nítrico pelo endotélio vascular -> causando vasodilatação dos pequenos vasos sanguíneos • Aumenta a secreção de citocinas pró-inflamatórias em vários tipos de células e em tecidos locais. • aumento da permeabilidade dos capilares. A histamina liberada liga-se a vários tipos de receptores (H1, H2, H3 e H4) gerando efeitos como: 1. receptores H1 age na: Excreção exócrina = aumentando a produção de muco nasal e brônquico, resultando em sintomas respiratórios. Musculatura lisa brônquica = a constrição dos bronquíolos resulta nos sintomas da asma e na redução da capacidade pulmonar. Terminações nervosas sensoriais = por isso causa prurido e dor. Musculatura lisa intestinal = a constrição resulta em cólicas intestinais e diarreia. ● Receptores H1 e H2 agem no(a): Sistema cardiovascular = reduz a pressão arterial sistêmica, o que reduz a resistência periférica. Provoca cronotropismo positivo (mediado pelos Josias Santos receptores H2) e inotropismo positivo (mediado pelos receptores H1 e H2). Pele = a dilatação e o aumento na permeabilidade dos capilares resulta no vazamento de proteínas e líquido para os tecidos. Na pele, isso resulta na clássica “tríplice resposta”: edema, rubor devido à vasodilatação local e calor. ● receptor h2 age no: Estômago = estímulo da secreção gástrica de ácido clorídrico. Assim os processos patológicos da histamina são: • rinite alérgica, dermatite atópica , conjuntivite, urticária, broncoconstrição, asma e anafilaxia. Anti-histamínicos H1 Definição São bloqueadores dos receptores H1 clássicos. Tipos: Alcaftadina, Azelastina, Bepotastina, Bronfeniramina, Cetirizina, Cetotifeno, Ciclizina, Ciproeptadina, Clemastina , Clorfeniramina, Desloratadina, Difenidramina, Dimenidrinato, Doxilamina, Emedastina, Fexofenadina, Hidroxizina, Levocetirizina, Loratadina, Meclizina, Olopatadina, Prometazina. Divididos em Primeira geração: são os mais antigos, porém ainda amplamente utilizados, já que são eficazes e baratos. Função: bloqueiam a resposta mediada pelo receptor de histamina no tecido alvo. Além de entrar no sistema nervoso central (SNC), causando sedação. Efeitos adversos: tendem a interagir com outros receptores, produzindo uma variedade de efeitos indesejados. • Existem efeitos adicionais não relacionados com o bloqueio H1, pois devemos lembrar que os antagonistas H1 de primeira geração podem se ligar a outros receptores como os: receptores colinérgicos, adrenérgicos ou serotoninérgicos. Segunda geração: são específicos para os receptores periféricos H1. • não atravessam a barreira hematoencefálica, causando menos depressão do SNC do que os de primeira geração. Efeitos: Pelos anti-histamínicos H1 bloquearem a resposta mediada pelo receptor de histamina no tecido alvo, eles são muito mais eficazes em prevenir os sintomas que a histamina provoca do que em revertê-los depois de desencadeados. Imagem 1: Efeitos dos anti-histamínicos H1 sobre os receptores histamínicos, adrenérgicos, colinérgicos e serotoninérgicos Josias Santos Usos terapêuticos Em condições alérgicas e inflamatórias: os bloqueadores H1 são úteis no tratamento e na prevenção de reações alérgicas causadas por antígenos que agem nos anticorpos imunoglobulina E. Contraindicações: Não são indicados no tratamento da asma brônquica, pois a histamina é apenas um dos diversos mediadores que são responsáveis por causar reações bronquiais. Referências: PANAVELI, T. Farmacologia ilustrada. 6th edição. editora ARTMED, 2016. 11)Definir DRGE e correlacionar com a asma. A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma patologia que apresenta alta prevalência. É caracterizada pela presença de sintomas relacionados à presença de refluxo de conteúdo gástrico no esôfago, que pode ou não ser acompanhado de alterações na mucosa esofágica. É importante lembrar que a presença de refluxo do conteúdo gástrico por si só não configura diagnóstico de DRGE. A DRGE é uma condição em que o refluxo está associado a sintomas significativos. É a afecçãocrônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes, acarretando variável espectro de sintomas (esofágicos ou extra-esofágicos), associados ou não a lesões teciduais. Convém destacar três aspectos importantes na definição apresentada: ● Admite-se a participação de componentes do refluxo duodenogástrico na fisiopatogenia da afecção. Em função disso, propõe-se o termo refluxo de conteúdo gastroduodenal ("não-ácido") e não apenas de conteúdo gástrico (ácido); ● Admite-se a existência de sintomas esofágicos e extra-esofágicos; ● Destaca-se que os sintomas podem ou não ser acompanhados por lesões teciduais esofágicas diagnosticadas pelo exame endoscópico. Manifestações clínicas e diagnóstico O primeiro passo para o diagnóstico adequado da DRGE é o conhecimento do conceito atual da afecção e das suas várias formas de apresentação clínica. As manifestações clínicas consideradas típicas da DRGE são pirose e regurgitação. Apesar desses sintomas sugerirem a presença da afecção, vale salientar que outras doenças (como úlcera péptica, gastrites e eventualmente neoplasias) podem cursar com um deles. Contudo, quando tais queixas co-existem, a possibilidade do paciente ter DRGE é superior a 90%. Mais recentemente, reconheceu-se que outras manifestações clínicas podem ser decorrentes de refluxo gastroesofágico (RGE). Considera-se que dor torácica não-coronariana, sensação de globus faríngeo, manifestações extra-esofágicas respiratórias (fundamentalmente tosse e asma brônquica) e otorrinolaringológicas (basicamente disfonia e pigarro) possam também ser decorrentes de RGE. Lembrar que a ausência de manifestações típicas do refluxo (pirose e regurgitação) não exclui o diagnóstico da DRGE. Pacientes com manifestações atípicas frequentemente não apresentam sintomas típicos do refluxo. São cabíveis dois tipos de abordagem inicial em pacientes com DRGE: tratamento empírico (teste terapêutico) e tratamento baseado na confirmação diagnóstica da afecção por exames subsidiários. Na decisão sobre a abordagem a ser adotada, é importante considerar a idade e a presença ou não de manifestações de alarme. Recomenda-se confirmação diagnóstica em pacientes com idade superior a 40 anos, na presença de manifestações de alarme, tais como disfagia, odinofagia, anemia, hemorragia digestiva e emagrecimento, nos indivíduos com história familiar de câncer e naqueles com queixas de náuseas e vômitos e/ou sintomas de grande intensidade ou de ocorrência noturna. Josias Santos Quando, no entanto, está-se frente a manifestações típicas em pacientes com menos de 40 anos de idade, sem manifestações de alarme, pode-se considerar a instituição do teste terapêutico. Nesses casos é prescrito um inibidor da bomba protônica (IBP) em dose plena diária por 4 semanas, como conduta inicial. A resposta satisfatória, com remissão dos sintomas, sugere o diagnóstico da DRGE. Entretanto, a respeito do teste terapêutico, é necessária cautela porque estudo baseado em revisão sistemática de literatura conclui que: "o teste terapêutico com inibidores de bomba protônica, em pacientes com suspeita clínica de DRGE, não estabelece o diagnóstico confiável da afecção". Justificando tal afirmação, destaca-se que o RGE pode desencadear sintomas decorrentes da acidez do material refluído (ex: pirose retroesternal). Contudo, pode também determinar sintomas que são mais dependentes da presença física do refluxo que da sua acidez propriamente dita (ex: regurgitação e muitas das manifestações extra-esofágicas). Os sintomas decorrentes da acidez do refluxo costumam melhorar com o uso de medicamentos anti-secretores (os mais usados são os IBP). Porém, os sintomas decorrentes da presença física do refluxo (independentes da sua acidez) não são adequadamente controlados por tais drogas. Portanto, havendo melhora da queixa clínica durante o teste terapêutico com IBP, sugere-se fortemente a participação do refluxo gastroesofágico. Caso contrário, não se pode descartar o diagnóstico da DRGE pois há duas situações que podem justificar o insucesso do teste: 1. os sintomas apresentados pelo paciente podem ser decorrentes de refluxo "não-ácido" que não é adequadamente tratado pelos medicamentos anti-secretores; 2. os sintomas podem ser decorrentes de refluxo ácido não adequadamente bloqueado pelo IPB em uso. Endoscopia com biópsia A endoscopia com biópsia é um dos exames mais comuns que os médicos utilizam para confirmar um diagnóstico de DRGE. O endoscopista irá examinar seu esôfago e extrair uma amostra do tecido para exame. Este procedimento pode ajudar a identificar complicações e podem dar suporte ao diagnóstico de DRGE. No entanto, sinais de DRGE podem não ser sempre visíveis durante a endoscopia. Portanto, seu médico pode recomendar outros exames de diagnóstico para avaliação de seus sintomas. Exame do pH esofágico por cápsula O exame de pH esofágico utiliza uma pequena cápsula para medir o nível do pH (conteúdo ácido) no seu esôfago por até 96 horas.1 Este exame também permite que seu gastroenterologista avalie o efeito do tratamento com IBP no nível do pH e nos sintomas de refluxo. O exame do pH esofágico: ▪ É um procedimento minimamente invasivo ▪ Permite que você continue suas atividades diárias regulares e sua dieta ▪ Ajuda seu médico a fazer um diagnóstico seguro Exame do pH esofágico com impedância O sistema de exame de pH esofágico com impedância coleta dados de toda a extensão do seu esôfago e identifica diferentes tipos de eventos de refluxo. As informações obtidas a partir do exame de refluxo ajudam seu médico a escolher a opção de tratamento correta. Este sistema de exame: ▪ Mede o conteúdo ácido e não ácido no seu esôfago ▪ Monitora a duração dos eventos de refluxo ▪ Ajuda que seu médico determine a causa dos seus sintomas ▪ Confirma a eficácia do tratamento com IBP Exame do pH esofágico por cateter O sistema de exame de pH esofágico por cateter coleta dados de pH do esôfago e identifica eventos de refluxo ácido. As informações obtidas a partir do exame auxiliam no direcionamento do tratamento correto. ▪ Identifica o refluxo ácido ▪ Monitora a duração dos eventos de refluxo ▪ Ajuda seu médico a definir a causa dos seus sintomas ▪ Confirma a eficácia do tratamento com IBP Josias Santos Exame de manometria O exame de manometria auxilia no diagnóstico de doenças relacionadas à deglutição. Durante este procedimento de diagnóstico, será posicionado um cateter em seu esôfago e solicitado que você faça o movimento de engolir algumas vezes. O sistema de manometria detecta e registra as pressões resultantes destas ações, e estas pressões serão analisadas pelo médico. O procedimento completo leva aproximadamente 10 minutos. Tratamento O tratamento da DRGE objetiva controlar os sintomas, cicatrizar as lesões e prevenir complicações, podendo ser fundamentalmente clínico ou cirúrgico. A grande maioria dos pacientes se beneficia com tratamento clínico, que deve abranger medidas comportamentais e farmacológicas, as quais devem ser implementadas simultaneamente. As modificações comportamentais no tratamento da DRGE são: ● Perder peso ou impedir ganho adicional; ● Moderação na ingestão dos seguintes alimentos: ricos em gorduras, condimentados, cítricos, café, chá, chocolate, bebidas alcoólicas e que possuem gás; ● Evitar refeições volumosas; ● Evitar deitar por duas horas após as refeições; Cessação do tabagismo; ● Evitar roupas apertadas; ● Evitar medicamentos que causam boca seca; ● Não comer antes das atividades físicas (alimentar hora antes de se exercitar); ● Elevação da cabeceira da cama (15cm). Os medicamentos que são indicados no tratamento da DRGE favorecem a inibição da secreção gástrica, haja visto que atuam melhorando os sintomas e cicatrizando a esofagite. Os fármacos disponíveis são: ▪ Inibidores da bomba de prótons (omeprazol, esomeprazol); ▪ Antiácidos e sucralfato; ▪ Alginato; ▪ Bloqueadores dos receptores H2 da histamina (cimetidina, ranitidina); ▪ Procinéticos (metoclopramida,domepridona). A escolha dos fármacos é baseada na apresentação clínica e na gravidade dos sintomas dos pacientes. Com relação a cirurgia, pacientes jovens, não obesos, muito sintomáticos, que respondem bem ao uso de medicação e que apresentam exames alterados (EDA, pHmetria ou impedânciopHmetria esofágica) poderão se candidatar à cirurgia antirrefluxo, conhecida como fundoplicatura. A cirurgia consiste em envolver a parte superior do estômago em volta do esfíncter esofágico inferior para criar uma barreira que impeça o refluxo. Relação DRGE x Asma Existe uma associação entre asma e refluxo gastroesofágico (RGE). A prevalência de RGE é mais alta em asmáticos do que em pessoas sem asma. Por outro lado, a presença de RGE está associada a sintomas respiratórios asmáticos. Em outras palavras, a asma piora o refluxo e o refluxo piora a asma. Alguns autores estudaram a presença de sintomas clássicos de RGE em asmáticos e observaram que pirose, regurgitação e disfagia foram relatadas, respectivamente, por 77, 55 e 24% dos entrevistados. Os mecanismos associados à elevada frequência de sintomas de RGE em asmáticos estão relacionados a alterações ligadas à asma e a efeitos de medicamentos. A disfunção do sistema nervoso autônomo, o aumento do gradiente de pressão entre o tórax e o abdômen e mudanças da posição do diafragma são alterações presentes na asma e que podem desempenhar um papel no aparecimento de hérnia hiatal e RGE. Outros autores observaram que doses repetidas de salbutamol administradas por via inalatória resultavam em diminuição da pressão basal do esfíncter inferior do esôfago e ainda outros autores observaram que o uso de 60 mg de prednisona por via oral durante sete dias aumentou o tempo de contato entre o ácido proveniente do estômago e o esôfago. Na presença de RGE existe uma associação entre os episódios de refluxo e os sintomas respiratórios em pacientes com asma. Existem alguns possíveis mecanismos para explicar essa associação. A microaspiração Josias Santos de suco gástrico ácido poderia resultar em inflamação brônquica e broncoconstrição. Reflexos vagais originados em receptores do terço inferior do esôfago poderiam resultar em estímulo colinérgico em vias aéreas e também em liberação de alguns neuropeptídeos pró-inflamatórios. Qualquer um desses dois mecanismos poderia resultar em aumento da hiperresponsividade pulmonar. Alguns estudos em laboratório sugerem que a microaspiração pode desempenhar um papel importante. Investigações recentes sobre a função esofágica e biomarcadores teciduais em pacientes com asma e DRGE associada estabeleceram um papel relevante para a motilidade esofágica e anormalidades sensoriais neuronais na ligação entre as duas doenças. A caracterização do substrato inflamatório subjacente mostrou resultados mistos, pois foram descritas alterações inflamatórias tipo 2 neutrofílicas e eosinofílicas. Referências Editorial Asma e refluxo gastroesofágico Asthma and gastroesophageal reflux Mílton de Arruda Martins. [s.l.: s.n.], 2007. Disponível em: <https://cdn.publisher.gn1.link/jornaldepneumologia.com.br/pdf/2007_33_2_2_portugues.pdf>. Acesso em: 10 maio 2023. February 2021 - Volume 21 - Issue 1 : Current Opinion in Allergy and Clinical Immunology. journals.lww.com. Disponível em: <https://journals.lww.com/co-allergy/Abstract/2021/02000/Gastroesophageal_reflux_and_asthma__when>. https://journals.lww.com/co-allergy/Abstract/2021/02000/Gastroesophageal_reflux_and_asthma__when
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