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1 Sangramento uterino anormal • Afeta até 40% das mulheres • Grande impacto psicossocial PARÂMETROS DO SANGRAMENTO UTERINO ֍ “NORMALIDADE”: • Quantidade: 5-80ml / • Duração: 2-8 dias / 4,5-8 dias o Tempo de sangramento e fluxos diminuídos: uso de anticoncepcional o Tempo de sangramento prolongado e fluxo intenso: HP: miomatose uterina, DIU, pólipo, adenomiose, anovulação, coagulopatia e malignidade. • Frequência: 21-35 dias / 24-38 dias o Ciclos menores que 21/24 dias: ciclos frequentes (polimenorreia) – HP: encurtamento da fase proliferativa o Ciclos maiores que 35/38 dias: ciclos infrequentes (oligomenorreia) – HP: alargamento da fase proliferativa – anovulação. ֍ AMENORREIA: ausência de menstruação por três ciclos consecutivos ou intervalo maior que 6 meses. HP: gestação. ֍ SPOTTING: escape entre as menstruações: anticoncepcional de muito baixa dose. ֍ SANGRAMENTO PÓS-MENOPAUSA: o Principal causa: atrofia o Causa mais grave: Câncer de endométrio – causa a ser descartada. No mínimo passar uma USG para avaliar a espessura do endométrio. ֍ SINUSIORRAGIA: o Principal causa: ectopia o Causa mais grave: câncer de colo de útero. No mínimo passar o espéculo e observar. ⇒ Sydney, 2007 padronização dos sangramentos anormais. SANGRAMENTO CRÔNICO: • Anormal em volume, regularidade e/ou tempo (Perdura por mais de 3/6 meses) SANGRAMENTO AGUDO: • Episódio de grave sangramento que exige intervenção imediata • Inclui o sangramento crônico agudizado SANGRAMENTO INTERMENSTRUAL: • Ocorre entre as menstruações cíclicas e previsíveis. Substitui metrorragia. 2 MINEMÔNICO DAS CAUSAS PARA SUA: PALM COEIN Categorias de causas estruturais e não estruturais para o sangramento uterino anormal: ESTRUTURAIS: P ⇒ Pólipos A ⇒ Adenomiose L ⇒ Leiomiomas M ⇒ Malignidade/hiperplasia NÃO ESTRUTURAIS C ⇒ Coagulação O ⇒ Ovulação (disfunção) E ⇒ Endometrial I ⇒ Iatrogênica N ⇒ Não classificada CAUSAS ESTRUTURAIS PÓLIPOS • Proliferações focais que formam massas circunscritas (benignos) • Únicos ou múltiplos • Assintomáticos em 80% dos casos (o sintoma mais frequente é o sangramento) • Prevalência entre 25%-30% • Mais comum com o aumento da idade (>40 anos) e nas multíparas • Podem ficar no endométrio ou no colo do útero ADENOMIOSE • Principal enfermidade não neoplásica do endométrio • Presença de glândulas e estroma endometrial no miométrio • Incidência entre 5%--70% • Sintomatologia varia com a profundidade do miométrio atingida • A hemorragia manifesta-se a partir de 0,5mm de invasão LEIOMIOMA • Tumores ginecológicos benignos • 25%-30% das mulheres em idade reprodutiva • Compostos por células musculares lisas, circunscritas por uma pseudocápsula • 3x mais frequente em afrodescendentes e mulheres com histórico familiar positivo • Estrógeno-dependentes: cresce na gravidez e involui na pós- menopausa • Sintomatologia: dor pélvica, disfunção reprodutiva e alterações menstruais 3 MALIGNIDADE/HIPERPASIA CÂNCER ENDOMETRIAL: • 75% dos casos ocorrem na pós menopausa • Raro abaixo dos 40 anos, frequente entre 60-70. • Fatores de risco: quaisquer que aumentem a proliferação endometrial. • Sobrepeso ou obesidade, idade >40 anos, menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, reposição hormonal estrogênica sem oposição progestagênica, HAS, DM e colelitíase. • Sintoma clássico: sangramento pós-menopausa. • Desconfiar se: endométrio com espessura maior que 4mm em paciente menopausada HIPERPLASIA ENDOMETRIAL: • Ação estrogênica sem contraposição progestagência • Sintomas: sangramento, dor abdominal, cólica, aumento do volume uterino • Idade de maior frequência: 40-60 anos CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS COAGULOPATIA • Distúrbios da hemostasia: doença de von Willebrand, hemofilia, disfunções plaquetárias, púrpura trombocitopênica, distúrbios de coagulação associados a doenças como hepatopatias e leucemia. • Anticoagulação: investigar medicações, ervas... OVULATÓRIAS • Espectro de anormalidades menstruais • Insuficiência lútea: ausência de produção de progesterona cíclica • Endocrinopatias: SOP, hipotireoidismo, hiperprolactinemia, estresse mental, obesidade, anorexia, perda de peso e exercícios extremos. • Iatrogênicas: drogas, antidepressivos, modulação hormonal • Extremos da vida reprodutiva ENDOMETRIAIS: • Distúrbios primários do endométrio • Alterações de hemostasia endometrial local, decorrente de resposta inflamatória: DIP aguda, por exemplo. IATROGÊNICAS • Agentes que alteram diretamente o endométrio • Anticoncepcional oral, sistemas intrauterinos medicados • Medicamentos CONDUTA: • Tem repercussão sistêmica/hemodinâmica? Conter sangramento. • Não tem? Procurar a causa. 4 INVESTIGAÇÃO... ANAMNESE: 1. Excluir gestação 2. Ciclos anovulatórios 3. Desejo de procriação 4. Coagulopatias hereditárias 5. Comorbidades 6. Medicações 7. Hábitos de vida EXAME FÍSICO: 1. Geral 2. Abdominal 3. Pélvico a. Descartar lesões vaginais (fissura, laceração...) b. Descartar lesões em colo uterino EXAMES LABORATORIAIS: 1. Hemograma 2. Beta-HCG 3. Hormonais a. TSH, PROLACTINA, FSH, EXAMES PARA SOP 4. Tempo de sangramento e coagulação e dosagem de plaquetas EXAMES DE IMAGEM: 1. Ultrassom transvaginal a. Alteração endometrial b. Miomatose c. Pólipo d. Adenomiose 2. Histerossonografia 3. Histeroscopia 4. Ressonância magnética AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: 1. Biopsia de endométrio a. Histeroscopia ou curetagem i. Histeroscopia: caro, inacessível, pouca adesão ii. Curetagem: não ideal, mas mais acessível CONDUTA A DEPENDER DA CAUSA: 1. PALM – modalidade específica para cada causa (geralmente cirúrgico) a. Pólipo – polipectomia histeroscópica b. Adenomiose – terapias supressivas, clinicamente, histerectomia ou embolização das artérias uterinas. c. Leiomioma – farmacológico (análogo de GnRH) ou cirúrgico (histerectomia) . Tentar o clínico para preservar o útero. d. Malignidade – conduta particularizada. 2. COEIN – tratamento clínico deve ser a primeira opção a. Hormonais: ACO combinado, progesterona cíclica, contínua, injetável ou sistema uterino liberador de levonogestrel. b. Não hormonais: antiinflamatórios e antifibrinolíticos.
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