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CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES ➢ Cefaleias de início recente e piora progressiva (frequência e intensidade) podem corresponder a lesões expansivas ➢ Cefaleias cujo padrão doloroso não se modifica ao longo de muitos anos é geralmente benigna ➢ A dor pulsátil e unilateral está relacionada à enxaqueca ➢ A dor de caráter compressivo está mais associada à cefaleia tensional ➢ Uma dor lancinante, aguda, periorbitária ou retro-orbitária levanta a hipótese de cefaleia em salvas. EPIDEMIOLOGIA ➢ 4-9% das consultas na APS ➢ 99% é primária e 1% é secundária a doenças potencialmente fatais ➢ 93% dos homens e 99% das mulheres terá ao menos um episódio durante a vida ➢ As cefaleias podem ser classificadas em primárias ou secundárias IMPORTANTE SABER ➢ Quantos tipos o paciente apresenta ➢ Qual a frequência ➢ Idade atual ➢ Idade de início ➢ Padrão temporal, horário de início e periodicidade ➢ Duração ➢ Caracterização da dor ➢ Intensidade (atrapalha as atividades? – limitante, É incapacitante? – impede atividades, Excruciante? – leva ao descontrole) ➢ Natureza ou qualidade da dor ➢ Local e irradiação ➢ Sintomas associados (náuseas, vômitos, alteração de consciência, sintomas neurológicos focais, sintomas visuais, descarga nasal ➢ Predisposição ou fatores desencadeantes ➢ Fatores de melhora e de piora ➢ História familiar ➢ Pródromos ➢ Influência hormonal ➢ Resposta a dor (o que faz, quanto limita as atividades e quais medicações usa) ➢ Estado de saúde entre os ataques ➢ Problemas médicos crônicos ➢ Fatores de risco na infância para desenvolvimento de migrânea: cinetose, for abdominal recorrente, pseudoangina, vertigens, dores do crescimento, distúrbios do sono, vômitos cíclicos e hiperatividade. SINAIS DE ALARME ➢ A 1ª ou pior dor de cabeça da vida ➢ Cefaleia de início súbito ➢ Cefaleias de início recente <1 ano ➢ Cefaleia nova após os 50 anos ➢ Cefaleia associada a alterações do exame neurológico, alterações de consciência, rigidez de nuca e febre ➢ Cefaleia nova em paciente imunodeprimido, com coagulopatia ou neoplasia ➢ Cefaleia após traumatismo craniano ➢ Cefaleias desencadeadas por esforço físico ➢ Cefaleias progressivas ou refratárias ao tratamento ➢ Características não usuais em cefaleias primárias CLASSIFICAÇÃO ➢ CEFALEIAS AGUDAS: ➢ CEFALEIAS SUBAGUDAS: instalação insidiosa, ápice em dias ou até 3 meses, sobretudo nas cefaleias secundárias ➢ CEFALEIAS CRÔNICAS: presença superior a 3 meses. o Podem recidivar por períodos variáveis e desaparecerem, ressurgindo tempos depois (migrânea e em salvas) o Nesses casos é importante fazer um diário, anotando os dias em que a cefaleia ocorreu, o padrão da dor, fatores desencadeantes e a resposta à medicação. CEFALEIAS PRIMÁRIAS SEM ETIOLOGIA DEMONSTRÁVEL PELOS EXAMES CLÍNICOS OU LABORATORIAIS USUAIS ➢ Enxaqueca ou migrânea ➢ Cefaleia tensional ➢ Cefaleia em salvas e outras trigeminoautonômicas ➢ Outras cefaleias primárias (hípnica, primária da tosse, do esforço físico e associada a atividade sexual) CEFALEIA TENSIONAL ➢ Tipo mais comum de cefaleia ➢ Grande prevalência em adultos jovens ➢ Episódios recorrentes de dor de cabeça ➢ Duração de cerca de 30 minutos até 7 dias ➢ Tem caráter de pressão ou aperto ➢ Geralmente é bilateral ➢ Tem intensidade fraca a moderada ➢ Não é agravada por atividade ou esforço físico ➢ Pode ser acompanhada ou não de fono ou fotofobia o Quando está presente por tempo igual ou superior a 15 dias/mês ou 180dias/ano está caracterizada a cefaleia tensional crônica TRATAMENTO ➢ É similar ao da enxaqueca e o uso de relaxantes musculares e a abordagem do estresse contribuem para o controle das crises. ➢ Quando a cefaleia passa a ser crônica deve-se lançar mão do tratamento profilático a fim de evitar o abuso de analgésicos . ENXAQUECA (MIGRÂNEA) ➢ Unilateral ➢ Pulsátil ➢ Começa antes dos 20 anos o Pode ser acompanhada de: suor, palidez, anorexia, náuseas, vômitos, fonofobia, fotofobia e distúrbios autonômicos. o Pode ter como fatores desencadeantes: jejum, chocolate, distúrbios emocionais, modificação no padrão de sono, e ingesta alcoólica. o Sintomas prodrômicos podem estrar associados (escotomas cintilantes e parestesias graduais). o Também pode haver mudanças de humor, alterações de raciocínio e anorexia horas antes da crise. o Piora aos esforços físicos ou manobras que aumentem o fluxo sanguíneo para o cérebro. o Melhora com condições que diminuem o afluxo sanguíneo cefálico. AURA: sintoma neurológico temporário que pode se referir à área focal do cérebro que foi atingida. Ela pode ocorrer antes, durante ou depois da cefaleia. TRATAMENTO DA ENXAQUECA ➢ Tratar doenças concomitantes, principalmente hipertensão e depressão, ➢ Utilizar técnicas de relaxamento físico e mental ➢ Regular o padrão de sono ➢ Praticar atividade física ➢ Terapia cognitiva comportamental, acupuntura e massagens e compressas podem ser úteis. o ANALGÉSICOS SIMPLES como paracetamol ou AINES podem ser utilizados no tratamento sintomático e devem ser ingeridos assim que se iniciam os sintomas. Se utilizados em excesso podem causar cefaleia resultante de uso excessivo de medicações abortivas de crise. o Os TRIPTANOS são agonistas dos receptores serotoninérgicos com eficácia comprovada no tratamento da enxaqueca e devem ser considerados para as crises moderadas e fortes. (Possuem várias contraindicações, dentre elas gravidez, HAS não controlada, pacientes com insuficiência arterial, isquemia, infarto, angina, ou em pacientes em uso concomitante de ISRS ou lítio o ANTIEMÉTICOS como a clorpromazina podem ser utilizados. O STATUS ENXAQUECOSO OCORRE QUANDO A CRISE DURA MAIS DE 24 HORAS E CORTICOIDES PODEM SER ASSOCIADOS ÀS DEMAIS CLASSES TERAPÊUTICAS. TRATAMENTO PROFILÁTICO ➢ Está indicado para pacientes com mais de duas crises por mês ou que, tendo apenas 1 ou 2, essa seja extremamente grave ou demorada, ou aos casos em que as crises não respondam à medicação abortiva. ➢ Os medicamentos mais utilizados são: betabloqueadores (propranolol), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), antagonista dos canais de cálcio (flunarizina) e alguns anticonvulsivantes (ácido valproico, topiramato e lamotrigina) ➢ O tratamento é usualmente mantido por um período de 6 meses, monitorizando o indivíduo com o diário da dor. CEFALEIA EM SALVAS OU CLUSTER ➢ Principal representante do grupo das cefaleias trigeminoautonômicas ➢ Mais comum em homens (3:1) ➢ Início entre 20 e 40 anos ➢ Unilateral ➢ Duração média de 30-180 minutos e evolui com crises várias vezes ao dia (até 8 salvas/dia) ➢ Dor de grande intensidade ➢ Localização fronto-orbitária ➢ Irradiação para o hemicrânio ou face ipsilateral ➢ É desencadeada ou agravada pelo consumo de bebida alcoólica ➢ Há certo predomínio à noite, acorda o paciente ➢ Possui tendência a ocorrer na mesma época do ano e na mesma hora do dia A dor é tão forte que promove agitação e ansiedade antecipatória próximo ao horário previsto do próximo episódio TRATAMENTO ➢ Sumatriptana (6mg SC), ergotamínicos (1mg, 2x/dia) e inalação de oxigênio a 100%, 7L/min, 15 minutos, usando máscara facial. ➢ Ambas têm a mesma eficácia mas a cefaleia rebote é mais comum na oxigenoterapia e sumatriptana. ➢ O tratamento profilático é feito com verapamil em doses fracionadas, de 120 a 1200mg. ➢ Para as formas episódicas pode ser utilizado o valproato de sódio e a prednisona (1mg/kg, máximo de 60mg dia, por 3 dias, VO), reduzindo 5-10mg a cada 3 dias ➢ Nas formas crônicas a droga de escolha é o carbonato de lítio, com nível plasmático entre 0,4 e 0,8 mEq/L. ➢ A retirada do medicamento é feita após 7 dias sem crise e nos casos crônicos a medicação é utilizada por longo período. SÍNDROME SUNCT ➢ Cefaleia breve, unilateral e neuragiforme, com hiperemia conjuntivale lacrimejamento. ➢ Pouco frequente 1:15.000 indivíduos ➢ Predomínio em homens ➢ Geralmente atinge maiores de 50 anos ➢ Pode ocorrer de 50 a 100 ataques por dia com duração de 1 a 15 minutos ➢ Os ataques podem ser acompanhados de hiperemia conjuntival ipsilateral e lacrimejamento ➢ Congestão nasal e rinorreia são frequentes ➢ Diagnóstico diferencial: neuralgia do trigêmeo ➢ Tratamento: carbamazepina, lamotrigina, gabapentina ou topiramato. CEFALEIAS SECUNDÁRIAS ➢ Cefaleia atribuída a trauma de cabeça/cervical ➢ Cefaleia atribuída a doença vascular craniana ou cervical ➢ Cefaleia atribuída a transtorno intracraniano ou vascular ➢ Cefaleia atribuída a uma substância ou sua retirada ➢ Cefaleia atribuída a infecção ➢ Cefaleia atribuída a transtorno de homeostase ➢ Cefaleia atribuída a transtorno de crânio, pescoço, olhos, ouvido, nariz, seios da face, dentes, boca ou outras estruturas faciais ou cranianas ➢ Cefaleia atribuída a transtorno psiquiátrico NEURALGIAS CRANIANAS, DOR FACIAL PRIMÁRIA E CENTRAL E OUTRAS CEFALEIAS ➢ Neuralgias cranianas e causas centrais da dor facial ➢ Outras cefaleias, neuralgias cranianas e dor facial primária ou central
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