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Procedimentos
Cirúrgicos na Atenção
Primária à Saúde
Sumário
Introdução .........................................................
Anestesia Local .................................................
Drenagem de Abscesso ....................................
Exérese de Cistos, Lipomas e Nevos ................
 Cisto Sebáceo..........................................................
 Lipoma .......................................................................
 Nevos .........................................................................
Lobuloplastia ....................................................
Verrugas ............................................................
Fale com a Sanar ...............................................
Referências bibliográficas ................................
03
04
06
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13
17
23
28
32
37
38
Introdução
A atenção primária à saúde é o primeiro contato do usuário com o 
serviço de saúde. É neste serviço que a maioria, cerca de 80 a 90%, 
dos problemas de saúde da população em geral será resolvido. 
Para atingir essa resolubilidade o serviço deve incluir a oferta de 
co-procedimentos ambulatoriais, tanto clínicos quanto cirúrgicos.
Os serviços de Atenção Básica do nosso país (UBS, ESF, clínica da 
família, etc) dispõe de insumos e materiais necessários para a 
realização de grande parte dos procedimentos aqui descritos.
A realização desses procedimentos amplia o acesso dos usuários, 
otimiza a integralidade e resolutividade do cuidado e contribui 
para a redução da sobrecarga nos demais níveis de atenção.
Os procedimentos podem ser tanto eletivos quanto por demanda 
espontânea.
03
 Faremos uma breve revisão dos procedimentos de anestesia local uma 
vez que são de extrema importância na realização de alguns procedimentos 
médicos descritos neste material.
 A injeção subcutânea de anestésico bloqueia temporariamente a 
despolarização e, portanto, a transmissão dos terminais nervosos livres da 
derme e tecido subcutâneo, diminuindo a percepção da dor, o que permite 
a intervenção. 
 Existem diversos tipos de anestésicos locais, com propriedades e 
tempo de duração diferentes (lidocaína, bupivacaína, mepivacaína e 
procaína). A lidocaína será abordada como foco principal, uma vez que é a 
principal medicação utilizada em nosso meio. Trata-se de um anestésico da 
classe das amidas, que têm início da ação em cerca de 2 a 5 minutos após 
injetado, com duração de ação de cerca de 50 - 120 minutos. A dose 
recomendada é de 4 - 5 mg/kg, com dose máxima de 300 mg para evitar a 
toxicidade. A mesma pode ser combinada com vasoconstritores (epinefrina 
1:200.000) que aumentam a sua duração de ação para uma média de 60 a 180 
minutos e contribuem para menor sangramento durante o procedimento. O 
uso de anestésico combinado com vasoconstritor é contraindicado em 
extremidades como nariz, orelha, dedos e pênis, pelo risco de isquemia. 
 
 A técnica de aplicação do anestésico pode ser realizada de três formas 
principais: infiltração direta, bloqueio de campo regional ou bloqueio de 
nervos periféricos.
04
Anestesia Local
 O procedimento se inicia com a assepsia da região com uso de solução 
de iodopovidona ou clorexidina com o uso de gaze estéril. Na infiltração 
direta, a agulha com a solução anestésica é inserida na região proximal, 
diretamente na ferida, buscando alcançar o subcutâneo. Recomenda-se 
inserir totalmente a agulha até a região mais distal possível, e seguir 
inoculando a medicação na medida que a agulha é removida. Prossegue-se 
para a região mais distal a partir do último ponto de anestésico injetado, 
realizando a mesma técnica, visando anestesiar toda a ferida até sua porção 
mais distal. Deve ser realizada aspiração antes da introdução de anestésico. 
 
 A técnica de bloqueio de campo é utilizada quando estamos lidando 
com feridas contaminadas ou drenagem de abscesso, o que impossibilita a 
inoculação no local devendo ser ao redor da lesão. A administração do 
anestésico deve ser realizada na pele íntegra, saudável, adjacente à região da 
ferida contaminada ou abscesso, sempre avançando a agulha de proximal 
para distal visando anestesiar toda a ferida. 
 O bloqueio de nervos periféricos consiste na administração de 
anestésico em regiões adjacentes aos nervos ou plexos. Pode ser empregada 
quando não se consegue assepsia adequada em feridas contaminadas por 
dor excessiva, ou em procedimentos cirúrgicos maiores, quando há 
contraindicação à anestesia geral. Seu estudo em maior profundidade foge 
ao escopo deste manual, uma vez que é pouco utilizado nos procedimentos 
listados.
05
 Um abcesso é definido por uma coleção de pus na derme e tecidos 
mais profundos subjacentes. Já o furúnculo consiste na infecção de uma 
unidade pilossebácea, que se estende até camadas profundas da derme e 
tecido celular subcutâneo. O termo carbúnculo se refere à coalescência de 
furúnculos, resultando em um conglomerado inflamatório com drenagem 
cutânea.
 
 São causados em sua grande maioria por bactérias da microbiota 
cutânea como o Staphylococcus aureus e o Streptococcus pyogenes 
(Streptococcus do grupo B). Bacilos Gram negativos são encontrados em 
uma minoria dos casos. Fatores predisponentes incluem Diabetes Melito, 
imunodeficiência e quebra da barreira de pele, como ocorre em traumas, 
escarificações, picaduras de insetos, úlceras de pressão, inflamação de pele 
(eczema, radioterapia, psoríase), obesidade, dentre outros.
 
 Essas lesões se apresentam como uma coleção de pus nodular 
dolorosa no espaço subcutâneo, flutuante, podendo apresentar sinais 
flogísticos (calor, rubor, edema, dor), adenopatia regional e drenagem 
espontânea de secreção. Sinais de toxicidade sistêmica como febre e 
calafrios não são comuns. Podem vir associados ou não com celulite local. 
Furúnculos e carbúnculos costumam se apresentar em áreas ricas em 
folículos pilosos expostas à fricção e suor, tendo destaque regiões como 
face, axila e barba. Os diagnósticos diferenciais incluem: foliculite, 
hidradenite supurativa, miíase, leishmaniose e blastomicose.
06
Drenagem de Abscesso
07
Figura 1 - Desenho esquemático da formação de um abscesso cutâneo.
Fonte: 2021 UpToDate, Inc. and/or its affiliates. All Rights Reserved. 
 O procedimento de drenagem é o tratamento de escolha na grande 
maioria dos casos. Os locais que merecem atenção especial são o trígono na 
face e a região perineal. O primeiro, formado pelo dorso do nariz e 
comissuras labiais, pode evoluir com extensão da infecção para o Sistema 
Nervoso Central através do seio cavernoso. O segundo deve ser tratado com 
a maior brevidade possível, mesmo antes da presença de flutuação, devido 
ao risco de evoluir com fasceíte necrotizante dos planos profundos 
(Síndrome de Fournier). Sempre que houver suspeita de gravidade, 
encaminhar para avaliação no serviço de referência.
Figura 2 - Abscesso em membro superior.
Fonte: 2021 UpToDate, Inc. and/or its affiliates. 
All Rights Reserved. 
Figura 3 - Skin Abscesses, Furuncles, and Carbuncles
Fonte:https://www.dynamed.com/condition/skin-ab
scesses-furuncles-and-carbuncles
08
• Solução de iodopovidona tópica ou clorexidina
• Lidocaína 1% sem vasoconstrictor para anestesia local
• Campos estéreis 
• Material para procedimento: bisturi, pinça hemostática 
curva, pinça anatômica, tesoura, porta-agulha ("kit 
pequenas cirurgias")
• Lâmina de bisturi 
• Soro fisiológico para irrigação 
• Dreno de Penrose (se disponível)
• Fio de sutura nylon 
• Luva esterilizada 
• Seringa de 5 ml
• Agulha 40 x 12mm (18G Rosa)
• Agulha hipodérmica (de insulina)
• Swab de cultura, se necessário 
• Máscara e óculos para proteção
Materiais necessários para
realização do procedimento
Técnica
1. Explique o procedimento ao paciente e obtenha autorização;
2. Verifique se o abscesso possui flutuação;
3. O procedimento deve ser realizado de maneira asséptica. Com as luvas 
estéreis, máscara e óculos de proteção, prepare a área afetada com um agente 
tópicodisponível e cubra-a com o campo estéril;
4. Usando a agulha 40 x 12mm, aspira-se o anestésico do frasco (dose de 4-5 
mg/kg, máximo de 300 mg). Troca-se a agulha pela hipodérmica;
5. Introduza o anestésico numa técnica de bloqueio de campo regional. A 
anestesia deve realizar-se aproximadamente a 1 cm do perímetro de maior sinal 
de flutuação, com o cuidado de injetar no subcutâneo. Afinal, a anestesia é para 
a pele, para a confecção da abertura, nada a mais;
6. Depois, continue a fazer o bloqueio de maneira linear, ao longo da linha de 
incisão projetada, que deve ser longa;
7. Uma vez realizada a anestesia, faz-se uma incisão longa e profunda o 
suficiente ao longo da linha da pele para promover a drenagem espontânea de 
secreção purulenta. Não adianta fazer pequenas incisões, pois isso pode levar à 
recidiva dos abscessos;
8. Depois da drenagem espontânea, evite espremer a pele circunjacente, pois 
pode promover a proliferação da infecção para o tecido subcutâneo adjacente. 
Coloca-se a pinça hemostática na cavidade, a fim de quebrar as loculações e 
liberar quaisquer bolsas de material purulento residuais;
9. Irrigue a cavidade com soro fisiológico para limpeza do local;
09
10
10. Introduza uma gaze ou um dreno de Penrose no local, com 1 a 2 cm para 
fora da incisão, para permitir drenagem adequada e impedir que a incisão fique 
selada. Se necessário, pode ser fixado com um ponto simples frouxo de nylon 
3.0;
11. Curativo com gaze.
Figura 4 - Melhor Set de Instrumentos para pequenas cirurgias.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=x5bJY-opx3Q.
Figura 5 - Antissepsia da região operatória com iodopovidona.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=x5bJY-opx3Q.
Figura 6 - Posicionamento do campo operatório estéril
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=x5bJY-opx3Q.
Figura 7 - Aplicação de Anestésico Local
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=x5bJY-opx3Q.
11
 Dentre as possíveis complicações do procedimento, podemos citar: 
recidiva do abscesso, especialmente se o tamanho da incisão não for grande 
o suficiente para adequada drenagem e o local não for explorado 
corretamente, com a permanência de secreção loculada; sangramento e 
disseminação sistêmica da infecção, ainda que raro.
 
 O paciente deverá retornar em 1 ou 2 dias para remoção das gazes, 
dreno e verificação adequada da ferida. O paciente deverá trocar os 
curativos diariamente e deve ser instruído quanto a sinais de gravidade, 
como febre e calafrios. Deve-se associar antibioticoterapia caso haja celulite 
perilesional associada, imunossupressão ou presença de corpo 
estranho/prótese (telas e cateteres, por exemplo). Faz-se uso, mais 
comumente, de: penicilinas, cefalosporinas de 1º geração e quinolonas. 
Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais podem ser adicionados para 
alívio sintomático. É esperado que haja cicatrização da incisão entre 7 e 10 
dias.
Figura 8: Incisão do abscesso com bisturi
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=x5bJY-opx3Q.
Figura 9 - Drenagem de material purulento em grande monta
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=x5bJY-opx3Q.
Exérese de Cistos
Lipomas
Nevos
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 Sua formação tem gênese na oclusão de um conduto de um glândula 
sebácea, resultando na acumulação à jusante de sebo. Afetam mais 
comumente áreas como couro cabeludo, pescoço e face. São 
predominantemente assintomáticos, tendo crescimento lento e tamanhos 
variados. Manifesta-se como uma tumoração local, arredondada, pouco 
consistente, ligada à superfície externa por um ducto excretor que drena 
secreção caseosa, fétida e amorfa. Quando há infecção, se apresenta com 
sinais flogísticos.
 
 O tratamento inclui a exérese cirúrgica, contendo a cápsula para evitar 
reacumulação e recidiva. Diante a suspeita de infecção, deverá ser feita a 
drenagem tal qual um abcesso simples, para evitar a disseminação da 
infecção.
Cisto Sebáceo
Figura 10 - Cisto Sebáceo em região frontal
Fonte: DERMIS, 2010
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Materiais necessários para
realização do procedimento
• Solução de iodopovidona tópico ou clorexidina
• Lidocaína 1% sem vasoconstrictor para anestesia local
• Campos estéreis
• Material para o procedimento: pinça hemostática curva, 
pinça dente de rato, pinça anatômica, tesoura reta, 
tesoura curva, porta-agulha
• Lâmina de bisturi 
• Soro fisiológico para irrigação
• Gaze
• Luva esterilizada
• Seringa de 5 ml
• Agulha 40 x 12mm (18G Rosa)
• Agulha hipodérmica (de insulina)
• Fio de sutura nylon 2.0, 3.0, 4.0
• Máscara e óculos para proteção
15
Técnica
1. Explique o procedimento ao paciente e obtenha autorização;
2. O procedimento deve ser realizado de maneira asséptica. Com as luvas 
estéreis, máscara e óculos de proteção, prepare a área afetada com um agente 
tópico disponível e cubra-a com o campo estéril;
3. Usando a agulha 40 x 12mm, aspira-se o anestésico do frasco (dose de 4-5 
mg/kg, máximo de 300 mg). Troca-se a agulha pela hipodérmica. Introduza o 
anestésico numa técnica de bloqueio de campo regional. A anestesia deve 
realizar-se aproximadamente sobre o meio da lesão, com o cuidado de injetar no 
subcutâneo;
4. Depois, continue a fazer o bloqueio de maneira linear, ao longo da linha de 
incisão projetada, de acordo com as linhas de força da pele;
5. Uma vez realizada a anestesia, faz-se uma incisão longa e profunda o 
suficiente até identificar a cápsula do cisto;
6. Ressecção do cisto, sem romper a cápsula. Se a cápsula for rompida 
durante o procedimento, retira-se todo o material interno e segue-se a sua total 
remoção;
7. Irrigar a cavidade com soro fisiológico para limpeza do local;
8. Hemostasia;
9. Sutura da pele com pontos simples ou intradérmicos. O fio a ser utilizado 
depende do local do corpo que foi realizado o procedimento. Se o espaço morto 
residual for importante, considerar o uso de um dreno de Penrose;
10. Curativo com gaze.
OBS: Caso o Dreno de Penrose não se encontre disponível na unidade, pode-se 
fazer uso da técnica “A La Bela Gil”, que consiste no uso de um dedo de uma luva 
cirúrgica estéril, removendo as extremidades a fim de se criar conduto pérvio, de 
látex, que permita a drenagem da secreção, em substituição ao dreno tradicional.
16
Figura 11 - Incisão cirúrgica para drenagem de cisto sebáceo.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DZY6RGuqe7s.
Figura 13 - Exérese completa do cisto.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DZY6RGuqe7s.
Figura 12 - Uso de pinça com pontas rombas para auxiliar 
na dissecção da cápsula do cisto. 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DZY6RGuqe7s.
17
 O lipoma se constitui de uma neoplasia de células adiposas, podendo 
ocorrer em qualquer região do corpo com a presença de tecido adiposo 
como nádegas, dorso, pescoço, sendo mais comum superficialmente, no 
tecido subcutâneo. Raramente envolvem a fáscia ou tecido muscular 
profundo. É o tumor de partes moles benigno mais frequente. São 
geralmente assintomáticos, podendo apresentar discreta dor local nos casos 
em que tem crescimento acentuado. Frequentemente, pacientes se 
apresentam com mais de um lipoma e ocasionalmente podem ser 
portadores de Lipomatosa Familiar Múltipla, uma síndrome genética que se 
apresenta com a formação de múltiplos lipomas em diversos membros da 
família. A transformação maligna de um lipoma em um lipossarcoma é 
extremamente rara.
Lipoma
Figura 14 - Lipoma em região dorsal
Fonte: GOODTOKNOW, 2010
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• Solução de iodopovidona tópico ou clorexidina
• Lidocaína 1 % sem vasoconstrictor para anestesia local
• Campos estéreis
• Material para o procedimento: pinça hemostática curva, 
pinça dente de rato, pinça anatômica, tesoura reta, 
tesoura curva, porta-agulha
• Lâmina de bisturi 
• Soro fisiológico para irrigação
• Gaze
• Luva esterilizada
• Seringa de 5 ml
• Agulha 40 x 12mm (18G Rosa)
• Agulha hipodérmica (de insulina)
• Fio de sutura nylon 2.0, 3.0, 4.0
• Máscara e óculos para proteção
Materiais necessários para
realização do procedimento
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Técnica
1. Explique o procedimentoao paciente e obtenha autorização;
2. O procedimento deve ser realizado de maneira asséptica. Com as luvas 
estéreis, máscara e óculos de proteção, prepare a área afetada com um agente 
tópico disponível e cubra-a com o campo estéril;
3. Usando a agulha 40 x 12mm, aspira-se o anestésico do frasco (dose de 4-5 
mg/kg, máximo de 300 mg). Troca-se a agulha pela hipodérmica. Introduza o 
anestésico numa técnica de bloqueio de campo regional. A anestesia deve 
realizar-se aproximadamente sobre o centro da lesão, com o cuidado de injetar 
no subcutâneo;
4. Depois, continue a fazer o bloqueio de maneira linear, ao longo da linha de 
incisão projetada, de acordo com as linhas de força da pele;
5. Uma vez realizada a anestesia, de acordo com as linhas de força da pele, 
faz-se uma incisão longa e profunda o suficiente até identificar o lipoma;
6. Ressecção do lipoma;
7. Irrigue a cavidade com soro fisiológico para limpeza do local;
8. Hemostasia;
9. Sutura da pele com pontos simples ou intradérmicos. O fio a ser utilizado 
depende do local do corpo que foi realizado o procedimento. Se o espaço morto 
residual for importante, considerar o uso de um dreno de Penrose;
10. Curativo com gaze;
11. Enviar o material retirado para análise anatomopatológica.
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Figura 15 - Antissepsia da região operatória com iodopovidona.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=c9ZfBaudrbU.
Figura 17 - Aplicação de Anestésico Local
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=c9ZfBaudrbU.
Figura 16 - Posicionamento do campo operatório estéril
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=c9ZfBaudrbU
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Figura 19 - Uso de Pinça com pontas rombas para auxiliar na diérese.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=c9ZfBaudrbU
Figura 18 - Incisão do Lipoma com Bisturi
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=c9ZfBaudrbU
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Figura 21 - Síntese por planos da ferida operatória.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=c9ZfBaudrbU
Figura 20 - Ressecção do lipoma 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=c9ZfBaudrbU
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 Nevos são formações cutâneas compostas por depósito de pigmento 
melânico. Existem diversos subtipos como: pigmentados, dérmicos, 
hipodérmicos e hipocrômicos. Podem ser encontrados em qualquer região 
do corpo. Em alguns casos podem esconder lesões pré-cancerígenas e isso 
justifica o envio da amostra para análise anatomopatológica.
Nevos
Figura 22 - Nevos melanocítico
Fonte: DERMIS, 2010
24
• Solução de iodopovidona tópico ou clorexidina
• Lidocaína 1 % sem vasoconstrictor para anestesia local
• Campos estéreis
• Material para o procedimento: pinça hemostática curva, 
pinça dente de rato, pinça anatômica, tesoura reta, 
tesoura curva, porta-agulha
• Lâmina de bisturi nº 11
• Soro fisiológico para irrigação
• Gaze
• Luva esterilizada
• Seringa de 5 ml
• Agulha 40 x 12mm (18G Rosa)
• Agulha hipodérmica (de insulina)
• Fio de sutura nylon 2.0, 3.0, 4.0
• Máscara e óculos para proteção
Materiais necessários para
realização do procedimento
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Técnica
1. Explique o procedimento ao paciente e obtenha autorização;
2. O procedimento deve ser realizado de maneira asséptica. Com as luvas 
estéreis, máscara e óculos de proteção, prepare a área afetada com um agente 
tópico disponível e cubra-a com o campo estéril;
3. Usando a agulha 40 x 12mm, aspira-se o anestésico do frasco (dose de 4-5 
mg/kg, máximo de 300 mg). Troca-se a agulha pela hipodérmica. Introduza o 
anestésico numa técnica de bloqueio de campo regional. A anestesia deve 
realizar-se aproximadamente a 1 cm do perímetro da lesão, na sua circunferência, 
com o cuidado de injetar no subcutâneo;
4. Faz-se incisão elíptica simples, sem margens ao redor da lesão;
5. Hemostasia;
6. Sutura da pele com pontos simples ou intradérmicos. O fio a ser utilizado 
depende do local do corpo que foi realizado o procedimento;
7. Curativo;
8. Colocar a peça cirúrgica num frasco com formol. Identificá-la e 
encaminhá-la para análise anatomopatológica. Sempre descrever a lesão e os 
sintomas para auxiliar o patologista.
26
Figura 24 - Anestesia local com técnica de bloqueio de 
campo regional, com infiltração angular.
Fonte:http://www.intechopen.com/books/primary-care-at
-a-glance-hot-topics-and-new-insights/skills-in-minor-sur
gical-procedures-in-family-medicine
Figura 25 - Infiltração de anestésico em técnica de bloqueio 
de campo regional, com infiltração perilesional, através de 
múltiplas infiltrações.
Fonte:http://www.intechopen.com/books/primary-care-at
-a-glance-hot-topics-and-new-insights/skills-in-minor-sur
gical-procedures-in-family-medicine
Figura 23 - Características de uma incisão elíptica.
Fonte:http://www.intechopen.com/books/primary-care-at-a-glance-
hot-topics-and-new-insights/skills-in-minor-surgical-procedures-in-f
amily-medicine
27
Figura 28 - Síntese da ferida operatória.
Fonte:http://www.intechopen.com/books/primary-care-at-a-glance-hot-topic
s-and-new-insights/skills-in-minor-surgical-procedures-in-family-medicine
Figura 27 - Ressecção em bloco de lesão com dissecção de planos profundos com bisturi.
Fonte:http://www.intechopen.com/books/primary-care-at-a-glance-hot-topics-and-new
-insights/skills-in-minor-surgical-procedures-in-family-medicine
Figura 26 - Incisão elíptica da pele para remoção de um nevus. Deve ser performada 
em corte limpo, sem serrilha, segurando o bisturi como um lápis.
Fonte:http://www.intechopen.com/books/primary-care-at-a-glance-hot-topics-an
d-new-insights/skills-in-minor-surgical-procedures-in-family-medicine
28
 A laceração do lóbulo da orelha é um acontecimento cada vez mais 
comum, uma vez que o uso de brincos e adornos tem se tornado mais 
popular. A lesão geralmente resulta do uso de brincos grandes e pesados 
pelo efeito da gravidade, pelo trauma direto, avulsões, lesões em esportes, 
mordeduras animais, dentre outros. A intervenção cirúrgica quase sempre se 
faz necessária, uma vez que a cicatrização por segunda intenção causa 
defeitos estéticos muito marcantes, podendo inclusive complicar com 
retrações e infecções. Existem diversas pequenas variações de técnicas 
apresentadas na literatura, sendo um motivo de debate dentro da cirurgia 
plástica. Vamos apresentar aqui um conceito geral que pode ser utilizado, 
com bons resultados dentro de uma Unidade Básica de Saúde.
Lobuloplastia
• Solução de iodopovidona tópico ou clorexidina
• Lidocaína 1 % com vasoconstrictor para anestesia local
• Campos estéreis
• Material para o procedimento: pinça hemostática curva, 
pinça dente de rato, pinça anatômica, tesoura reta, 
tesoura curva, porta-agulha
• Lâmina de bisturi
Materiais necessários para
realização do procedimento
29
• Soro fisiológico para irrigação
• Gaze
• Luva esterilizada
• Seringa de 5 ml
• Agulha 40 x 12mm (18G Rosa)
• Agulha hipodérmica (de insulina)
• Fio de sutura nylon 4.0, 5.0 ou 6.0
• Máscara e óculos para proteção
Técnica
1. Explique o procedimento ao paciente e obtenha autorização;
2. O procedimento se inicia com o posicionamento do paciente, em decúbito 
lateral, deixando a orelha acometida voltada para cima;
3. O procedimento deve ser realizado de maneira asséptica. Com as luvas 
estéreis, máscara e óculos de proteção, prepare a área afetada com um agente 
tópico disponível e cubra-a com o campo estéril;
4. Usando a agulha 40 x 12mm, aspira-se o anestésico do frasco (dose de 5-7 
mg/kg, máximo de 500 mg). Troca-se a agulha pela hipodérmica. Introduza o 
anestésico numa técnica de bloqueio de campo regional. A anestesia deve 
realizar-se aproximadamente a 1 cm do perímetro da lesão, na sua circunferência, 
com o cuidado de injetar no subcutâneo. O uso do vasoconstritor é benéfico para 
este tipo de reparo porque diminui o sangramento, permitindo melhor 
visualização e coaptação mais estética de bordas;
30
5. Faz-se uma incisão utilizando a lâmina de bisturi nº 11 abrangendo toda a 
espessura do lóbulo da orelha objetivando a remoção completa da lesão e 
criação de novas margens cirúrgicas mais regulares;
6. Hemostasia;7. Sutura da pele com pontos simples. O fio utilizado depende do tamanho da 
laceração e da disponibilidade do serviço;
8. Curativo com gaze.
Figura 30 - Margens cirúrgicas novas após excisão do defeito de 
lóbulo de orelha 
Fonte: The Journal of Urgent Care Medicine
Figura 29 - A: Lacerações de Lóbulo da orelha direita por uso de 
adornos pesados. As linhas pontilhadas indicam as margens a 
serem excisadas. B: Local de implantação do brinco precursor da 
lesão.
Fonte: The Journal of Urgent Care Medicine
31
 A remoção dos pontos deve ser realizada com 7 - 14 dias, com resultado 
cosmético satisfatório. O uso de pomadas cicatrizantes comuns podem 
auxiliar na melhora estética da cicatriz. Antibióticos devem ser prescritos 
para feridas com sinais de inflamação, contaminação e lesões por 
mordedura. Para melhores resultados, o paciente deve esperar 6 meses para 
colocação de novo piercing.
 
 O médico em unidade básica de saúde deve referenciar o paciente para 
cirurgia plástica em vigência de quadros mais graves, como: lesões contusas 
importantes, avulsão quase total/total de lóbulo da orelha, lesões que 
afetam a cartilagem do pavilhão auricular, hematomas auriculares (que 
podem evoluir para “orelhas em couve-flor”), envolvimento de meato 
acústico externo e lesões que necessitem de remoção de tecido acima de 5 
Figura 31 - Sutura simples realizada circunferencialmente 
ao redor do defeito em lóbulo de orelha direita.
Fonte: The Journal of Urgent Care Medicine
32
 Verrugas podem ser definidas por proliferações benignas que ocorrem 
a partir de um infecção viral, predominantemente o HPV, em suas mais 
variadas cepas, da epiderme ou mucosa. São geralmente assintomáticas, 
porém dependendo da localização, podem ser dolorosas, como as lesões 
plantares. O desfecho mais comum é a resolução espontânea, 
especialmente em imunocompetentes. Contudo, algumas complicações 
podem surgir, como infecção bacteriana secundária e o aumento de 
tamanho e número de lesões, sendo mais comuns em pacientes 
imunossuprimidos. A transmissão se dá através do contato físico entre as 
pessoas, podendo também ocorrer casos de auto inoculação. O grau de 
infectividade é alto nas verrugas genitais (a despeito da baixa quantidade de 
vírus na lesão) e baixo nas verrugas comuns e plantares (apesar da alta 
concentração do vírus). O período de incubação é variável, podendo variar 
de 2 a 6 meses. Fatores de risco incluem: dermatite atópica, 
imunossupressão, comportamento sexual de risco. A classificação varia de 
acordo com a localização e a morfologia.
 
 A Verruga Vulgar representa cerca de 70% de todas as verrugas e 
manifesta-se por pápulas com hiperceratose, que podem aparecer em 
qualquer lugar, sendo mais comuns nos dedos (periungueais) e dorso das 
mãos. É geralmente causada pelo vírus HPV 1, 2, 4, 26-29. Diagnósticos 
diferenciais incluem o líquen plano, ceratose seborréica, ceratose actínica, 
carcinoma espinocelular e dermatose papulosa nigra.
Verrugas
Figura 32 - Verruga Vulgar
Fonte: Mdmanuals
33
 A Verruga Plantar representa cerca de 24% dos casos de verrugas e 
manifestam-se por pápulas arredondadas com hiperceratose de 
crescimento endofítico evidenciando uma área central irregular envolta por 
um anel hiperceratótico, vulgarmente conhecido como “olho de peixe”. As 
lesões podem se agrupar formando placas com hiperceratoses. É causada 
pelos vírus HPV 1, 4 e 63.
 A Verruga Plana é observada em cerca de 3,5% dos casos, se 
apresentando como pápulas planas pequenas, com pouca hiperceratose, 
em geral múltiplas e ocorrendo preferencialmente na face em crianças, 
dorso da mão em adultos, barba e pernas. É causada pelos vírus HPV 2, 3, 10, 
26-29 e 41. Os diagnósticos diferenciais são semelhantes às verrugas 
vulgares.
 A Verruga Filiforme representa 2% dos casos e são, em geral, lesões 
isoladas, pouco numerosas, semelhantes às espículas que surgem 
perpendicularmente ou obliquamente à superfície cutânea. São mais 
frequentes em face, pescoço e comissuras da boca. São causadas pelos vírus 
HPV 2, 3, 10, 23-29 e 41. O principal diagnóstico diferencial é o acrocórdon.
Figura 33 - Verruga Plantar
Fonte: Md.Saúde
 As Verrugas Anogenitais, são conhecidas como condiloma acuminado, 
se apresentando como pápulas, não ceratóticas, que coalescem formando 
placas vegetantes na mucosa da genitália e ao redor do ânus. A duração 
após a apresentação é muito variável, podendo ser de poucas semanas a 
muitos anos. São relacionados ao vírus HPV de baixo risco (6, 11, 30, 43, 44 e 
55) e alto risco (16, 18, 31, 32, 33, 35, 39, 42, 51-54). Os principais diagnósticos 
diferenciais incluem: condiloma plano, molusco contagioso, carcinoma 
escamocelular, papulose bowenóide e coroa hirsuta do pênis.
 De uma maneira geral, deve-se evitar tratamentos agressivos para as 
verrugas, uma vez que esses podem complicar com dor e cicatrizes não 
estéticas. Existem diversas formas de tratamento, havendo poucos estudos 
que apontem eficácia maior de um sobre o outro. o tratamento tópico é 
preferível inicialmente ao cirúrgico, que é reservado para casos específicos, 
como falha terapêutica, verrugas filiformes e periorificiais, sendo o 
procedimento reservado para níveis de atenção secundários ou terciários. O 
principal agente queratolítico utilizado em nosso meio é o Ácido 
Tricloroacético (ATA) 70-80%.
Figura 35 - Verruga Anogenital
Fonte: CREMESP
Figura 34 - Verruga Filiforme
Fonte: Md.Saúde
35
• Compressas 
• Ácido Tricloroacético 70-80%
• Água morna
• Lixa 
• Vaselina
• Gaze
• Luvas de procedimento
Materiais necessários para
realização do procedimento
Técnica
1. Explique o procedimento ao paciente e obtenha autorização;
2. O procedimento deve ser realizado de maneira limpa, com uso de luvas de 
procedimento;
3. Aplicar compressas com água morna sobre a região e lixar;
4. Proteger a pele adjacente com uso de vaselina;
5. Aplicar a solução de Ácido Tricloroacético;
6. Curativo com Gaze se necessário.
36
 Outras opções de tratamento incluem: podofilina, ceratolítico, que 
deve ser evitado em gestante pelo efeito antimitótico; cáusticos químicos 
como ácido nítrico fumegante; Ácido Salicílico em concentrações superiores 
à 4%; eletrocauterização com bisturi elétrico; crioablação com uso de 
nitrogênio líquido. Deve-se evitar a excisão e sutura da lesão pelo risco de 
disseminação sistêmica do vírus.
 
 É importante orientar o paciente para desestimular o uso de produtos 
populares agressivos, educar para o caráter autolimitado da doença, 
enfatizando que o desaparecimento da lesão não significa erradicação da 
doença e que recidivas são frequentes. Pacientes do sexo feminino com 
verrugas genitais ou parceiras de portadores de verrugas genitais devem ser 
acompanhadas anualmente com exame colpocitológico e exame 
ginecológico devido ao risco de câncer do trato genital por algumas cepas 
do vírus. Em crianças com lesões anogenitais, deve-se levantar a hipótese de 
abuso sexual.
37
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regular perante o Ministério da Educação
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1 Braga DC, Bortolini SM, Barazetti G, Viel J, Vebber SS. Procedimentos cirúrgicos ambulatoriais 
realizados na Atenção Primária. An Congr Sul-Bras Med Fam Comunidade. Gramado, 2014 Abril;4:169.
2 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica, 
Procedimentos. Brasília, DF. Ministério da Saúde, 2011.
3 Spelman D, Baddour LM. Cellulitis and skin abscess: Epidemiology, microbiology, clinical 
manifestations, and diagnosis. In: Lowy FD, Kaplan SL, ed. UpToDate. Waltham, Mass.: UpToDate, 2021.
4 Goldstein BG, Goldstein AO. Overview of benign lesions of the skin. In: Dellavalle RP, ed. UpToDate. 
Waltham, Mass.: UpToDate, 2021.
5 Almeida OD. Repair of Split Earlobe Lacerations in the Urgent Care. Disponível em: 
https://www.jucm.com/repair-of-split-earlobe-lacerations-in-the-urgent-care/. Acessado em 02 de julho 
de 2021.
6 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Dermatologia na Atenção Básica. 1º edição - Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
7 Deborah CH. Subcutaneous infiltration of local anesthetics. In: Stack AM, Walls RM, Miller SJ, ed. 
UpToDate. Waltham, Mass.: UpToDate, 2021.
8. Jose Maria Arribas Blanco and Maria Hernandez Tejero (2012). Skills in Minor Surgical Procedures for 
General Practitioners, Primary Care at a Glance - Hot Topics and New Insights, Dr. Oreste Capelli (Ed.), ISBN: 
978-953-51-0539-8, InTech, Available from: 
h t t p : / / w w w . i n t e c h o p e n . c o m / b o o k s / p r i m a r y - c a r e - a t - a - g l a n c e - h o t - 
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Referências bibliográficas

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