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Dor-no-peito (2)

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Prof. Dr. Rossano César Bonatto
rcbonatto@gmail.com
Cardiologia Pediátrica 
Dor Torácica (“no peito”) 
em Pediatria
DOR NO PEITO
 Queixa comum no PS e consultas ambulatoriais
 ± 0,5% dos atendimentos nos PSs de Pediatria
 Todas as faixas etárias
 Igualmente entre os sexos masculino e feminino
 Maioria das vezes não há doença cardíaca na faixa etária 
pediátrica
 Alta prevalência de doenças cardiovasculares nos adultos.
Dor Torácica
Ansiedade em pacientes e familiares
 Superestimada prevalência de causas cardíacas – familiares 
relatam que suspeitam dessa etiologia em mais de 50% dos 
casos 
 Faltas escolares (40%)
 Restrição das atividades físicas (69%)
Friedman et al ;J Ped(2013)
Ambulatório de Cardiologia Pediátrica - 1996 a 2017
Frequência etiologia cardíaca em 
crianças com dor torácica
Estudo Local Total pacientes Pacientes etiologia cardíaca
Pantell and Goodman (1983) AC 100 1 (1)
Selbst et al (1998) PSI 407 16(4)
Gastesi et al (2003) PSI 161 1(0,5)
Massin et al (2004) AC/PSI 69/168 3(4) /8(5)
Danduran et al (2008) AC 263 0 (0)
Friedman et al (2011) AC 406 5 (1,2)
Saleeb et al (2011) AC 3700 37 (1)
Sert et all (2012) AC 280 1 (0,3)
Angoff et all (2013) AC 1016 2 (0,2)
Harahsheh et all (2017) AC 3167 8 (0,25)
Diagnóstico Diferencial
Músculo-esqueléticas 
Contração da parede do tórax (exercício, lesão excessiva, tosse)
Deformidades torácicas
Traumas
Costocondrites / Síndrome de Tietze
Mastalgia/ Mastite
Cutâneo (herpes zoster)
Diagnóstico Diferencial
Respiratórias 
Asma
Pneumonia
Pneumotórax / Pneumomediastino
Embolia pulmonar
Pleurite / Derrame pleural (Lúpus eritematoso sistêmico)
Tosse crônica
Corpo estranho em via aérea
Abdominais e gastrointestinais 
Esofagites
Corpo estranho esôfago
Espasmo / Dismotilidade esofágica
Gastrite
Dor por trauma abdominal 
Colecistite
Psicogênicas
Ansiedade
Pânico
Transtorno somatoforme (conversão)
Depressão
Diagnóstico Diferencial
Diagnóstico Diferencial
Hematológicas e oncológicas
Doença falciforme
Tumor torácico ou mediastinal
Idiopáticas (PS 12-61%, AC 37-54 %)
Cardiovasculares (PS 0,6-5%, AC 0,3-0,7%)
Arritmias
Doenças coronarianas
Infarto agudo do miocárdio
Vasoespasmo da artéria coronária (ingestão toxicológica)
Estrutural (cardiomiopatias, estenose valvular, prolapso válvula mitral)
Miocardite
Pericardite
Endocardite
Aneurisma ou dissecção da aorta (Síndromes de Marfan e Turner)
Diagnóstico Diferencial
DOR NO PEITO
Anamnese e Exame Físico
 Caracterizar a dor
 Frequência?
 Interfere nas atividades habituais
 Já ocorreu antes ?
 Problemas familiares podem precipitar ?
 Distúrbios do ritmo cardíaco
“ Dor ” = Sensação Diferente
(extrassístole)
DOR NO PEITO
Diagnóstico
 Anamnese
 < 12 anos: 2 vezes mais chance de causas orgânicas
 Adolescentes: 2,5 vezes mais chances de causas psicológicas 
 Exame clínico minucioso
 Exame radiológico de tórax 
 Eletrocardiograma em repouso 
Exames de auxílio diagnóstico
Exame História/ Sintomas Sinais
Radiografia 
de Tórax
Trauma
Febre
Tosse
Taquipneia
Dor de inicio agudo
Dor associada com exercício
Dor com despertar noturno
História de ingestão de corpo 
estranho
Taquipneia, estertores
Aparecimento de terceira bulha
Taquicardia
Alteração de ausculta cardíaca
Diminuição ou ausência murmúrio 
vesicular
Palpação de enfisema subcutâneo
Engasgos, sialorréia
ECG Dor relacionada ao exercício físico
Síncope ou palpitações
Uso de drogas
Considerar na febre
Comorbidades associadas
Exame cardíaco alterado
Taquicardia (>180 bpm/min)
Aparecimento de terceira bulha
ECO Dor torácica intensa aos esforços 
ou síncope associada
Febre (> 38,5 °C)
Dor torácica anginosa
Comorbidades
Historia familiar suspeita 
Novo sopro
Galope
Hipofonese de bulhas cardíacas
Atrito pericárdico
Hiperfonese de B2 
Edema periférico
ECG alterado
 Profissionais não estão adequadamente 
treinados / sem experiência
 Uso exames complementares desnecessários
 ECG
 Teste ergométrico
 ECO
 Holter
Friedman et al; Pediatrics (2015)
 Dor associada a exercícios físicos ou síncope, com irradiação para as costas,
mandíbula, braço esquerdo ou ombro esquerdo, que aumenta de intensidade na
posição supina e/ou temporariamente associada a febre.
SCAMP - Standardized Clinical Assessment and Management Plan (Plano de Avaliação e
Gerenciamento Clínico Padronizado). Verghese GR, Friedman KG, Rathoud RH, Meiri A, Salleb
SF, Graham DA,Geggel RL and Fulton DR. Boston Children Hospital.
J Am Heart Assoc. 2012;1:jah3‐e000349 doi: 10.1161/JAHA.111.000349.)
Potenciais causas cardíacas de dor torácica:
- Morte súbita ou inexplicada
- Cardiomiopatia
- Estado de hipercoagulabilidade
- Sopro patológico, ritmo de galope
- Atrito pericárdico, B2 anormal
- Hipofonese das bulhas cardíacas
- Edema periférico, Extremidades dolorosas ou edemaciadas.
- Taquipneia
- Febre
 Antecedente pessoal:
 Antecedente familiar (familiares de primeiro grau:
 Exame físico:
- Artrite ou vasculite sistêmicas
- Estado de hipercoagulabilidade
- Imobilização prolongada
https://doi.org/10.1161/JAHA.111.000349
(2009)
(june/2010-may/2011)
Congenital Heart Disease. 2017;1–6. wileyonlinelibrary.com/journal/chd
Congenital Heart Disease. 2017;1–6. wileyonlinelibrary.com/journal/chd
Sinais de alarme indicativos de 
causas cardíacas
História do paciente atual
• Dor torácica aos esforços
• Síncope durante exercício
• Dor torácica com irradiação para dorso, mandíbula, 
braço esquerdo ou ombro esquerdo
• Dor torácica que aumenta com posição supina
• Dor torácica associada à febre (> 38,4 ° C)
História médica pregressa
• Estado de hipercoagulabilidade
• Artrite / vasculite
• Imobilização
História Familiar
• Morte inexplicável repentina
• Cardiomiopatia
• Estado de hipercoagubilidade
Exame físico
• FR aumentada de acordo com faixa etária
• Temperatura > 38,4 ° C
• Mal estado geral
• Extremidades dolorosas
• Sopro patológico
• Galope
• Hiperfonese de B2 / Hipofonese de bulhas
• Atrito pericárdico
• Edema periférico
Sinais de alarme indicativos de causas cardíacas
 Músculo-esquelética (30%)
 Relacionada com respiração ou posição
 Causada por estiramento da musculatura torácica
Trauma e tosse podem desencadear
 Exercício físico vigoroso realizado anteriormente
 Uma posição específica pode provocar a dor
DOR NO PEITO
DOR NO PEITO
As dores são reais e podem continuar
Não trarão problemas
Analgésicos, se necessários
Reavaliação clínica em curto prazo
Músculo-esquelética / Costocondrite
Conduta
Informe ao 
paciente
não vem do coração
vem do tórax
não é perigoso
não causará morte 
É isso ……por enquanto….

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