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Planejamento Dietético e Elaboração do plano alimentar Nutrição e Dietoterapia do Adulto e do Idoso Curso de Nutrição-UNIFACVEST Disciplina: Nutrição nos Ciclos da Vida II Profª Márcia Rippel • Unidades de Ensino: 03 e 04 • Título da Aula: Planejamento Dietético e Elaboração do Plano Alimentar • Competências das Unidades: conhecer os aspectos relacionados a elaboração de planos alimentares para adultos e idosos e conhecer o guia alimentar da população brasileira. • Resumo: aprender a calcular o gasto de energia e determinar o nível de atividade física e o gasto calórico adicional consequente dela; • Palavras-chave: guias alimentares; recomendações nutricionais; planejamento alimentar; necessidades energéticas, necessidades diárias. Necessidades Energéticas Planejamento de cardápio CONTEXTUALIZAÇÃO DA AULA Guia Alimentar para a População Brasileira Dez Passos para uma Alimentação Saudável Necessidades energéticas O cálculo energético total é um fator muito importante a qual define a quantidade energética que um indivíduo deve consumir. Existem várias formas de fazer esse cálculo e nessa aula vamos aprender várias maneiras de se calcular. Cálculo Energético GASTO ENERGÉTICO GET: Gasto Energético Total GEB: Gasto Energético Basal ou TMB: Taxa de Metabolismo Basal AF: Atividade Física T ou ETA: Termogênese ou efeito térmico dos alimentos GET = GEB + AF + T/ETA ENERGIA = CALORIA = Kcal GET = GER + AF + T/ETA GET: Gasto Energético Total GER: Gasto Energético Repouso ou TMR: Taxa de Metabolismo Repouso AF: Atividade Física T ou ETA: Termogênese ou efeito térmico dos alimentos GASTO ENERGÉTICO BASAL OU TAXA METABÓLICA BASAL ✓ É a energia que uma pessoa gasta estando acordada de, aproximadamente, 12 a 14 horas de jejum, após oito horas de descanso físico, não tendo se exercitado exaustivamente no dia anterior e em repouso completo, em um estado físico e mental tranquilo e em temperatura ambiente. ✓ O gasto energético basal é, portanto, a quantidade de energia que o nosso organismo necessita para manter os processos metabólicos essenciais para funcionar adequadamente, o que inclui, por exemplo, a secreção de hormônios, excreção renal, contração muscular, atividades dos sistemas nervoso, respiratório e cardiovascular. ✓ Deve ser medida por 30-60 minutos, com o indivíduo acordado, logo após uma noite de sono, em jejum de 10-12 horas e em ambiente com temperatura agradável. GASTO ENERGÉTICO EM REPOUSO OU TAXA METABÓLICA EM REPOUSO ✓ É a energia gasta quando o indivíduo se encontra sem jejum longo prévio (mas com três a quatro horas da última refeição) e em repouso por 30 minutos antes da realização do teste, para compensar qualquer esforço físico feito anteriormente ao exame. ✓ Tende a ser de 10-20% maior que a TMB. ✓ Mais utilizada por menores restrições. OUTROS FATORES A SEREM CONSIDERADOS NO CÁLCULO ✓ Atividade física: ▪ Segundo maior componente do gasto energético. ▪ Compromete de 15 – 30% das necessidade diárias de energia. ▪ Componente MAIS VARIÁVEL do gasto energético. ✓ Efeito Térmico dos Alimentos: ▪ Contribui cerca de 10% do gasto energético diário. ▪ Energia gasta para atividades de digestão, transporte e metabolismo dos nutrientes. ▪ Energia gasta para armazenar as reservas corporais de glicogênio e gordura. ▪ Alimentos proteicos tendem a ter maior gasto. Cálculo Energético Calcular valor calórico total pela fórmula das DRI´s; Calcular valor calórico total pela fórmula de Harris e Benedict; Calcular valor calórico total pela regra de bolso. Dietary Reference Intakes – DRI’s Equações para estimar a Necessidade de Energia – EER Adultos 19 anos ou mais (Kcal/dia) EQUAÇÕES PARA ESTIMAR O VALOR CALÓRICO TOTAL Idade: anos Peso: Kg Altura: m Homens EER = 662 – (9,53 x idade) + AF x [(15,91 x peso) + (539,6 x altura)] Mulheres EER = 354 – (6,91 x idade) + AF x [(9,36 x peso) + (726 x altura)] DRI´s Harris e Benedict Homens TMB = 66,5 + (13,75 x peso) + (5,0 x altura) - (6,75 x idade) Mulheres TMB = 655,1 + (9,56 x peso) + (1,85 x altura) - (4,67 x idade) EQUAÇÕES PARA ESTIMAR O GASTO ENERGÉTICO BASAL E EM REPOUSO ✓ As equações originais de Harris-Benedict publicadas em 1918 e 1919, para gasto energético basal são: GET = TMB x Fator Atividade x Fator Injúria x Fator Térmico Idade: anos; Peso: Kg; Altura: cm Harris e Benedict Acamado = 1,2 Acamado + móvel = 1,25 Ambulante = 1,3 FATOR ATIVIDADE FATOR INJÚRIA Desnutrição leve = 1,1 Desnutrição moderada = 1,2 Cirurgia pequena = 1,1 Cirurgia grande = 1,2 Infecção leve = 1,2 Infecção moderada = 1,4 Infecção severa = 1,6 FATOR TÉRMICO ≤ 37 °C = 1,0 38 °C = 1,1 39 °C = 1,2 40 °C = 1,3 41 °C = 1,4 Harris e Benedict por Mifflin e St Jeor Homens GEB = (10 x peso) + (6,25 x altura) - (5 x idade) + 5 Mulheres GEB = ( 1 0 x peso) + (6,25 x altura) - (5 x idade) + 161 EQUAÇÕES PARA ESTIMAR O GASTO ENERGÉTICO BASAL E EM REPOUSO ✓ As equações de Harris-Benedict revisadas por Mifflin e St Jeor em 1990: Idade: anos; Peso: Kg; Altura: cm VCT = TMB x Fator Atividade x Fator Injúria x Fator Térmico • Perda de peso: 20 – 25 kcal/kg peso • Manter peso: 25 – 30 kcal/kg peso • Ganho de peso: 30 – 40 kcal/kg peso Regra de Bolso IMC ADULTO: OMS, 2002 Regra de Bolso IMC IDOSO: OPAS, 2002 Estado Nutricional IMC (Kg/m2 ) Baixo peso < 23 Peso normal 23 ≤ IMC < 28 Risco de obesidade 28 ≤ IMC < 30 Obesidade ≥ 30 Estado Nutricional IMC (Kg/m2 ) Desnutrição Grau III < 16 Desnutrição Grau II 16 – 16,9 Desnutrição Grau I 17 – 18,4 Eutrofia 18,5 – 24,9 Pré-obesidade (sobrepeso) 25 – 29,9 Obesidade Grau I 30 – 34,9 Obesidade Grau II 35 – 39,9 Obesidade Grau III ≥ 40 Guia Alimentar para a População Brasileira ✓ Primeiras diretrizes alimentares oficiais para a população acima de 2 anos; ✓ Elaborado através de consulta pública pela internet com a contribuição de diversos participantes; ✓ Surgiu da necessidade deinstruir a população brasileira quanto à alimentação saudável; ✓ Traz informações para prevenção de DCNT´s, doenças cardíacas e câncer; ✓ Traz orientações sobre deficiências nutricionais e sobre as doenças infecciosas. 1ª VERSÃO DO GUIA ALIMENTAR EM 2008 2ª VERSÃO DO GUIA ALIMENTAR EM 2014 ✓ Foram necessárias alterações nas orientações, adequando a orientação de práticas alimentares para promoção da saúde e prevenção de doenças; • Foco nas DCNT´s devido ao aumento na incidência e as mortes decorrentes (80%) em países de baixa ou média renda; • Mudanças sociais e políticas: redução do número de filhos por família e aumento da expectativa de vida; ✓ Traz informações sobre qualidade dos alimentos e respeitando a regionalidade; ✓ Temas: princípios da alimentação saudável, a escolha dos alimentos, o ato de comer e a comensalidade, a compreensão e a superação dos obstáculos e os dez passos para uma alimentação adequada e saudável. PRINCÍPIOS DO GUIA ALIMENTAR Ingestão dos alimentos ser maior do que a ingestão dos nutrientes Recomendações sobre a alimentação devem estar em sintonia com o seu tempo Alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável Os diferentes saberes que geram o conhecimento para a formulação de guias alimentares Como os guias alimentares ampliam a autonomia nas escolhas alimentares Planejamento de cardápios ✓ Objetivo: promover e/ou recuperar a saúde, juntamente com um incentivo a melhora de hábitos alimentares. ✓ Deve levar em consideração: ▪ As características do paciente, como o estado de saúde, a alimentação habitual, o estilo de vida e rotina; ▪ A individualidade e contexto do paciente, como a rotina, a ocupação, os horários, a condição financeira, os hábitos culturais e religiosos, entre outros, para que se alcance um bom nível de adesão do paciente ao cardápio. ▪ Definir das recomendações para o indivíduo em questão. ▪ O planejamento do cardápio deve ter como base recomendaçõesdietéticas. É a partir disso que serão definidos os valores que devem ser alcançados durante o cálculo da dieta. CARACTERÍSTICAS ✓ Evitar propostas muito radicais de cardápio e nem sempre é necessário ou indicado manter a ingestão proposta no cardápio nos limites, sejam inferiores ou superiores, das recomendações de ingestão; ✓ Selecionar os alimentos de forma que todos os nutrientes sejam ofertados em proporções ou quantidades adequadas para se atingir o objetivo traçado para o paciente, sempre com foco principal na manutenção da saúde. ✓ Macronutrientes: CARACTERÍSTICAS ✓ Micronutrientes: Intervalos de distribuição aceitáveis dos macronutrientes para o planejamento dietético Para planejar uma dieta deve-se levar em conta suas características: ✓Idade ✓Sexo ✓Atividade Física ✓Condições socioeconômicas ✓Hábitos Alimentares ✓Clima PLANO ALIMENTAR Para a composição do cardápio, deve-se considerar a distribuição do aporte calórico: 10 passos para uma Alimentação Saudável ✓ Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação • Alimentos in natura: obtidos diretamente de plantas ou de animais e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza. • Alimentos minimamente processados: alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas. • Alimentos processados: os alimentos passam por métodos de preservação como salga, salmoura, cura e defumação, com o objetivo de aumentar a duração de alimentos. • Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais que envolvem a utilização de uma grande quantidade de ingredientes, feitas inteiramente ou principalmente de substâncias extraídas de alimentos. ✓ Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. ✓ Limite o uso de alimentos processados, consumindo-os, em pequenas quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados. ORIENTAÇÕES ✓ Evite o consumo de alimentos ultraprocessados pois são nutricionalmente desbalanceados. ✓ Coma com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia; ✓ Faça compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados; ✓ Desenvolva, exercite e partilhe habilidades culinárias. ✓ Planeje o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece; ✓ Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora; ✓ Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais. ORIENTAÇÕES
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