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ASPECTOS SEMIOLÓGICOS DO DISCURSO-AULA01

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ASPECTOS SEMIOLÓGICOS DO DISCURSO
SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA: AS 
CONTRIBUIÇÕES DE FERDINAND DE 
SAUSSURE E CHARLES SANDERS PEIRCE
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Descobrir o contexto histórico da semiótica, ressaltando seus aspectos inovadores para a análise de diferentes
linguagens;
2. conhecer as principais abordagens da semiótica e seus principais campos de atuação, com destaque para a
comunicação social e seus objetos de análise;
3. identificar a diferença entre semiologia e semiótica, através da matriz sígnica de Saussure e Peirce;
4. reconhecer a estrutura do signo a partir da dicotomia saussuriana de significado/ significante;
5. comparar diferentes tipos de signos de acordo com a classificação da semiótica.
1 O que é Semiótica?
Convidamos você a fazer uma viagem ao mundo da leitura e, para isso, não será preciso ir muito longe.
Caminhando pela rua, por exemplo, durante todo o tempo compreendemos o que se passa à nossa volta: placas,
cores, roupas, vozes, desenhos, formas.
Se não prestamos atenção ao entorno, é porque estamos distraídos - lembranças, pensamentos, imagens - a
própria cabeça se encarrega de produzir significados. Nós somos verdadeiros “processadores de significado”, em
quase todos os momentos de nossa vida e não somente quando lemos um texto.
Talvez, você esteja com vontade de perguntar: e o que isso tem a ver com leitura?
Diríamos que tem tudo a ver, porque ler vai além das letras que compõem um texto verbal, ler é, antes de tudo,
decifrar o mundo e dele fazem parte também as imagens, os movimentos, os ritmos dentre outros, portanto
produzir o texto é manifestar-se de forma expressional, é tramar vários fios que irão nos fornecer belos tecidos,
sejam eles verbais ou não verbais, passíveis de interpretação, decodificação.
Ter opiniões e argumentos deve ser preocupação de todos os usuários de uma língua, pois é pré-requisito para
atividade da escrita. As pessoas que não procuram entender o mundo, analisar os acontecimentos sob prismas
diferentes ou assumir atitude crítica diante da fala dos outros, nada têm a dizer a seus interlocutores, a não ser
repetir discursos prontos, de cuja elaboração não participaram.
Percebemos, então, que a leitura se dá em mais de um nível. Vamos destacar:
• o verbal: em que lemos e interpretamos palavras dispostas num texto linguístico;
• o não verbal: em que lemos vários sinais como placas (de trânsito), movimentos (danças), táteis 
(Braille), sonoros (Morse);
• o verbal e não verbal (publicidade, história em quadrinhos, charges).
•
•
•
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• o verbal e não verbal (publicidade, história em quadrinhos, charges).
Assista ao vídeo para saber um pouco sobre a semiótica: https://www.youtube.com/watch?v=AIDwRcyb4rw
Por que, com todas estas ferramentas, ainda temos dificuldades para responder ao que é pedido?
Como entender tudo isso?
É nesse ponto da viagem que entra a Semiótica.
Para começar a conversa, devemos dizer que o significado da palavra já vem carregado de discussões e não
vamos complicar logo aqui no começo, vamos tentar desvendar o segredo do nome pela origem:
Sem(i) (<semeio) ótica = ciência dos signos, das significações.
Ótica < do grego optiké
Signo
fenômeno da visão e da luz
Você está preparado para ter novos olhares, isto é, encontrar novos significados em coisas que antes só você via?
A Semiótica nos apresenta um pouco dessa nova forma de olhar as coisas. Buscar novos significados para os
signos que nos rodeiam.
2 Introduzindo a nomenclatura
Assista ao vídeo para saber sobre a nomenclatura: https://www.youtube.com/watch?v=JUlwIwvUmZM
Semiótica - designação de origem anglo-saxã, proposta pelo filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce
(1839 - 1914).
Semiologia - vertente neolatina da cultura europeia, proposta pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857
- 1913).
Segundo Saussure, a língua é um objeto teórico, um constructo, um sistema cujos elementos integrantes e
integradores são os signos. É uma instituição social que se distingue de outras instituições, políticas, jurídicas
etc. pela natureza especial do sistema de signos que constitui. O autor considera a língua como um sistema de
signos que se formam pela união do sentido e da imagem acústica.
Partindo do pressuposto que a língua é um sistema de comunicação humana, a semiologia irá além dessa
comunicação, pois distingue dois tipos de sinais:
os naturais e os convencionais. Os signos seriam não só as palavras, mas também os gestos, as imagens, os sons
não somente linguísticos. Nesse caso, Saussure tratou a semiologia como a ciência geral dos signos que estuda
todos os fenômenos de significação. Tem por objeto os sistemas de signos das imagens, gestos, vestuários, ritos,
além dos verbais.
•
https://www.youtube.com/watch?v=AIDwRcyb4rw
https://www.youtube.com/watch?v=AIDwRcyb4rw
https://www.youtube.com/watch?v=JUlwIwvUmZM
https://www.youtube.com/watch?v=JUlwIwvUmZM
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Segundo Claudine Normand, “Saussure e Benveniste são tomados como referências reveladoras do essencial em
jogo no que não fora definido até então: língua, discurso, comunicação”.
Para saber mais acesse o link:
https://periodicos.ufsm.br/letras/article/download/11920/7341
Nocões retiradas da Revista Eletrônica de Jornalismo científico ComCiência.
Autoria de Carlos Vogt:
A outra vertente da moderna semiologia, designada mais especificamente pelo termo semiótica, tem suas
origens mais contemporâneas, na vasta obra do lógico e filósofo americano Charles Sanders Peirce.
Peirce preocupa-se em formular um método capaz de conferir significado às ideias filosóficas. As opiniões e o
estabelecimento de sua verdade constituem o objetivo fundamental do método científico.
Para Peirce, um signo é algo que, de algum modo, representa alguma coisa para alguém, dirige-se a alguém, cria
na mente dessa pessoa um signo equivalente ou um signo melhor desenvolvido.
Assim, língua, literatura, moda, culinária, comportamento animal, música, pintura, jogos, rituais, regras sociais,
tudo que, por alguma razão, passou a ser percebido como sendo em si significante e, tendo um significado,
passou também à categoria de objeto semiológico ou semiótico.
Pode-se observar que, diante dos conceitos apresentados, torna-se indispensável o estudo do signo, das suas
características, formação e implicações.
E o que é signo
Os signos estão em rotação, pois o mundo está em constantes mudanças. Os grupos humanos sempre fizeram
uso de modos de expressão a fim de se aproximarem socialmente e essas manifestações podem ser encontradas
desde os desenhos nas grutas de (1), aos (2), (3) e (4). Até aLascaux jogos e danças rituais objetos primitivos 
escrita não era alfabética, mas havia ideogramas, pictogramas, (5), formas próximas ao desenho.hieróglifos
https://periodicos.ufsm.br/letras/article/download/11920/7341
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Os signos, portanto, estão presentes em todos os sistemas de produção de sentido e hoje, mais do que
antes, estão se produzindo e reproduzindo de forma bastante rápida, visto que vivemos a era das
multimídias e as informações e mensagens povoam nosso cotidiano, no minuto em que os fatos estão
acontecendo. A leitura é simultânea ao acontecimento.
Para Saussure, o signo linguístico une não uma coisa a uma palavra, mas um conceito e uma imagem
acústica, que é a representação material da própria palavra, registrada em nossa mente.
Significante
(lápis)
Significante (imagem acustica): manifesta-se para nós por meio de suas propriedades.
Significado
(conceito) 
Significado: é o conceito que vem à mente (objeto que serve para escrever).
Saussure partiu do pressuposto de que não usamos apenas a língua para nos comunicar, anunciando a linguística
como um primeiro tópico a ser estudado dentro de uma ciência maior: a semiologia.
A natureza do signo linguístico foi concebida como uma entidade psíquica de duas faces indissociáveis que criam
um significante (imagem acústica) e significado (conceito). A arbitrariedadedessa relação possibilita a produção
de diferentes sistemas de significação.
A língua surge como uma parte da linguagem, isto é, um sistema de sinais usados para exprimir ideias, enquanto
a linguagem em sentido amplo é multiforme, abrangendo vários domínios: físicos, psíquicos, individuais e sociais
3 Signo do ponto de vista de Peirce
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Estes signos não são o próprio lápis, mas dependem da natureza do signo. Um signo ou representamen é tudo
aquilo que, sob um certo aspecto ou medida, está para alguém em lugar de algo. Ao dirigir-se a alguém, cria na
mente dessa pessoa um signo equivalente ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo esse signo que ele cria o
interpretante do primeiro signo. O signo está no lugar de algo, seu objeto. Está no lugar desse objeto, porém não
em todos os seus aspectos, mas apenas com referência a uma espécie de ideia (PEIRCE, 2. 228 apud NÖTH, 1998,
p. 65).
A interpretação de um signo está na mente de quem o observa, o receptor. É um processo dinâmico a que
Peirce chama semiose.
Como se pode perceber, Peirce centra na interpretação do signo, a semiose, os seus estudos. O representamen do
signo seria o significante na nomenclatura de Saussure. No caso, o representamen seria a percepção do signo,
isto é, como uma pessoa o percebe. Nas palavras de Peirce, é “o veículo que traz para a mente algo de fora”. O
objeto corresponde ao referente, à coisa em si. O interpretante é o significado do signo, a interpretação do signo.
É o que se cria na mente como efeito do signo.
“Um signo dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou talvez um signo mais
desenvolvido. Chamo o signo assim criado o interpretante do primeiro signo.” (PEIRCE, 2. 228 apud NÖTH, 1998,
p. 65)
Uma pessoa ao ver uma placa de “É proibido fumar” (representamen) visualiza o cigarro (objeto) e rejeita o
hábito de fumar ou sente vontade de fumar (interpretante). Percebe-se que cada signo pode criar um
interpretante, logo a semiose pode resultar em interpretantes sucessivos, pois pensar leva a situações diversas
de acordo com experiências diferentes. É o que chamamos “vários olhares” ou “várias interpretações” para um
mesmo representamen.
A classificação peirceana dos signos
Do ponto de vista do representamen, teremos três categorias, segundo Peirce:
Primeiridade ou qualissigno: Qualidade do signo. É a leitura emocional, isto é, aquela que é percebida
por um dos sentidos.
Ao visualizarmos as imagens, elas nos provocam sensações, pois mexem com nossos sentidos.
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Por exemplo, ao olharmos a última imagem, além da visão, poderemos salivar, pois é como se sentíssemos o
cheiro e o paladar. Temos o signo em relação a si mesmo. Segundo Santaella, tudo aquilo que dá sabor, tom, cor à
nossa vida, isto é, afeta a “nossa consciência imediata” está no sentimento que chamamos de qualidade. É a
consciência de um momento que não precisa estar no presente, mas representa a primeiridade, pois é o que
imediatamente vem à nossa cabeça ao visualizarmos algo, é o possível.
Secundidade ou sinsigno: é a coisa ou evento que existe hoje.
Veja o exemplo abaixo:
Ao visualizar essa nuvem negra no céu, podemos: sentir medo, caso possamos prever uma tragédia; alívio, se
estivermos num longo período de estiagem.
São possibilidades. É o qualissigno.
Mas:
...se, no momento seguinte: chover.
Realizou-se a possibilidade, aconteceu a previsão. Reação: é o real.
A corporificação é o sinsigno.
Terceiridade ou legissigno: é uma lei. Todo signo convencional é um legissigno. É o resultado de uma
convenção ou lei estabelecida pelo homem.
Cada palavra de uma língua é um legissigno. Veja a seguir!
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A visualização da imagem seria o qualissigno: sentimento de beleza, tranquilidade, qualidade de vida. É o
sentir.
É o ser. A reação à imagem: atuação do homem na natureza. Perda da qualidade de vida. Seria o sinsigno.
É preciso impedir essa ação. Cria-se a lei e uma representação para ela. Legissigno: símbolo do direito
ambiental.
O caminho histórico da Semiótica
No final da primeira parte da viagem, vamos apresentar alguns dos homens que percorreram o caminho
semiótico, espalhando umas sementes para que nós pudéssemos colher, hoje, alguns de seus frutos. Sem dúvida,
há muito ainda a ser visto e analisado. São os primeiros passos!
Apresentamos a vocês:
Platão: tratou de aspetos da teoria dos signos; definiu signo verbal e significação.
John Locke: na sua época, foi a principal figura da história da semiótica: para ele, os signos eram grandes
instrumentos de conhecimento e se dividiam em ideias (signos que contemplam as coisas na mente de quem as
observa) e palavras (signos das ideias do emissor). As palavras seriam signos de signos ou metassignos.
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Ferdinand de Saussure: modificou o pensamento linguístico e semiótico do século XX, provocando uma revisão
generalizada da metodologia das ciências humanas. Foi o primeiro teorizador racional dos fenômenos
linguísticos. Com Saussure, começou-se a estudar a língua como um sistema, com dicotomias cujos termos
opostos referem-se à ciência da linguagem. A relação significante/ significado deu início ao estudo das
significações a que se chama Semiologia.
Peirce: cientista-lógico-filósofo. A Semiótica, como é estudada hoje, nasceu na sua quase totalidade dos estudos
de Peirce. Em seus escritos, Peirce diz que toda ideia é um signo e que a vida é feita de uma série de ideias, logo o
homem é um signo. Para ele, não há vida sem signo. Os conhecimentos resultam das ideias que constituem o
mundo e elas não são finitas, isto é, uma ideia pode ser revista e reformulada, o homem é um ser cognitivo,
construtor de conhecimentos e estes permeiam o mundo, modificando os olhares e as significações. As teorias
peirceanas têm influenciado profundamente as correntes contemporâneas da filosofia da ciência.
Houve muita caminhada nessa história, reconhecendo-se o papel de Galeno, médico grego, que viveu entre 131 e
210 da era cristã e falou na Semiótica da Medicina, destacamos os que consideramos mais significativos para
nosso estudo. Muito ainda se falará em semiótica e suas aplicações nessa nossa viagem pelo mundo dos signos.
Assista ao vídeo para saber mais sobre a semiótica.
https://www.youtube.com/watch?v=Sufj61veTO0
O que vem na próxima aula
• A leitura: um conceito polissêmico;
• a linguagem verbal e a linguagem não verbal: distinções e articulações;
• a interação comunicativa do texto como manifestação verbal ou não verbal e sua significância que 
depende de uma pluralidade de matérias semiológicas que se combinam na integração textual;
• os tipos de análise semiológica, com ênfase nas linguagens verbais e não verbais.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu a importância de ampliar as possibilidades de leitura pela observação do mundo;
• analisou como a Semiótica apresenta aspectos inovadores para a análise de diferentes linguagens;
• percebeu a importância da estrutura do signo pela dicotomia saussuriana de significado/ significante e 
pela concepção de Peirce;
• conheceu o contexto histórico básico da semiótica.
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https://www.youtube.com/watch?v=Sufj61veTO0
https://www.youtube.com/watch?v=Sufj61veTO0
	Olá!
	1 O que é Semiótica?
	2 Introduzindo a nomenclatura
	3 Signo do ponto de vista de Peirce
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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