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RoteiroAula2-FilosofiaeSociologiadoDireito-22-08-2022

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Roteiro aula 2 - Filosofia e Sociologia do Direito - 22/08/2022
1ª Dimensão – Liberdade – Direitos civis e políticos – Prestação negativa do Estado – Direitos
Formais / Clássicos. 
O que se buscava era VILPS = vida, igualdade, liberdade, propriedade, segurança
Contexto: Revolução Inglesa - 1689 e Revolução Francesa – 1789 
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2ª Dimensão – Igualdade (formal e material) – Direitos sociais e econômicos – Prestação positiva
do Estado – Direitos reais ou concretos 
Constituição Mexicana – 1917 
Constituição de Weimar – 1919
Contexto: Revolução Industrial – 1760 à 1840
Exemplo: Educação, Saúde, Moradia, Lazer, Alimentação, Proteção a maternidade, Assistência aos
desamparados. (Art.6º da CF/88), livre iniciativa – Art. 170 da CF. 
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3ª Dimensão – Fraternidade/solidariedade – Direitos Coletivos e Difusos – Prestação positiva do
Estado 
Direitos Difusos = São direitos indivisíveis, direcionados a um público indeterminado ligado por
uma situação de fato. 
Ex1: Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado 
Ex2: Direito à paz
Ex3: Exercício do Direito de greve em transporte público. 
Ex4: Retirada de medicamentos do mercado que comprovadamente causam câncer. 
Direitos Coletivos = São direitos indivisíveis pois o bem jurídico tutelado não pode ser fracionado,
direcionados a um publico determinado ou determinável ligados por uma relação jurídica base. 
Ex1: Direitos da categoria de trabalhadores que exercem a função de professor e que são lesados
pelo empregador.
Ex2: Advogados que são lesados pela prática de captação indevida de clientes (Art. 34, III da lei
8.906/94)
Ex3: Direito a indenização em razão de violência racial promovida contra quilombola. 
Ex4: Direito dos condôminos em decorrência do rompimento de uma caixa d’água.
Direitos Individuais Homogêneos – São direitos de natureza individual e divisíveis visto que o
bem jurídico tutelado pode ser fracionado, mas os titulares são ligados por uma origem comum e
mesma relação de fato. 
Ex1: Empregados dispensados coletivamente sem o recebimento das verbas rescisórias devidas. 
Ex2: Salários pagos em atraso aos trabalhadores de uma empresa. 
A partir de 1960 surgem os direitos humanos de terceira dimensão. 
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4ª Dimensão – 
x Pesquisas biológicas e manipulação do patrimônio genético (Corrente: Norberto Bobbio)
x Tutela da democracia, do direito à informação e do pluralismo político (Corrente: Paulo
Bonavides)
Marco Histórico: Lei de Biossegurança (lei 11.105/2005)
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5ª Dimensão - 
Direito à paz 
Marco Histórico: 11 de setembro 
Dicotomia do Direito enquanto norma (Natural x Positivo)
Escola Jusnaturalista 
Premissa do Direito Natural: É a justiça universal, imutável e natural que decorre da natureza das
coisas (relação humana) e portanto, já nasce incorporado ao homem e está acima da lei escrita pelo
homem. Obs: Admite o positivismo desde que estivesse em consonância com o direito natural. Ex:
Direito à vida, liberdade. (É um direito que “brota” da própria vida)
Outras palavras, aquilo que é justo por natureza. 
Concepções e Evolução: 
1) Antiguidade Clássica – Século VIII a.c até 476 d.c (jusnaturalismo Cosmológico)
Expoentes: Platão, Aristóteles 
Idéia central: a natureza era governada por uma lei universal racional e imanente que decorria do
divino.
Fontes: Razão, leis universais 
2) Idade Média – 476 d.c à 1.453 d.c (jusnaturalismo Teológico)
Influência: Santo Agostinho (354 à 430) (sintetizou o pensamento grego e o religioso). “Direito
Natural é a porção intelectual do homem na verdade de Deus, ou na lei eterna de Deus” Obra:
Cidade de Deus. Obs: Fato histórico: Invasão do império romano pelos Visigodos – 380 d.c
São Tomás de Aquino (1.225 à 1274): concebe algumas espécies de lei: a lei eterna, a lei natural e
a lei humana puramente convencional e relativa, e que deve procurar refletir o conteúdo das leis
eterna e natural. “ o ser humano tem direitos naturais que fazem parte da sua natureza, pois
lhe foram dados por Deus”. (Racionalidade Cristã)
Idéia central: Concepção religiosa de justiça, a partir do princípio de um Deus criador, do qual
emana a harmonia do universo. Continua a ser vista em um quadro superior de ideias, já agora
subordinado a uma visão teológica, a partir do princípio de um Deus criador, do qual emana a
harmonia do universo. 
3) Idade Moderna - 1.453 d.c à 1.789 d.c (jusnaturalismo Racional) 
Idéia central: A razão humana é que passa a ditar o que é justo ou injusto. Marcado pelo
contratualismo.
O racionalismo moderno universaliza a razão humana, estabelecendo a noção de direitos
fundamentais eternos, naturais e imutáveis, inspirando a Declaração de Direitos de Virgínia
(1776) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) 
Hugo Grocio – 1583 – Holanda - Definiu o direito natural como um julgamento perceptivo no qual
as coisas são boas ou más por sua própria natureza, ou seja, o iusnaturalismo racionalista de origem
laica. 
Expoentes: Thomas Hobbes (1588), John Locke (1632), Jean Jacques Rosseau(1712), Charles
Montesquieu (1869), Immanuel kant (1724) 
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Escola Juspositivista
Idéia Central: É a justiça real, mutável e posta pelo homem através de um conjunto de princípio e
regras que regem a vida social de um povo, instituído pelo Estado através de um contrato social.
Com a ascensão do positivismo jurídico o Direito fora equiparado à legislação e completamente
afastado da filosofia. Tratava-se de um movimento que reconhecia tão somente a “letra fria da lei”.
Direito seria o que estaria positivado em texto legal. A ética, a moral e os princípios eram sempre
esquecidos. O Direito é apenas aquilo que está positivado, ou seja, definido, sacramentado,
formalizado em lei. 
Expoente: Hans Kelsen – Obra: Teoria Pura do Direito. “Proposição de abordagem do direito de
forma isenta”, afastada da ciência e da moral. “O direito moral ou imoral deve ser cumprido”.
Espécies:
Código Hamurabi, (lei de talião) 1770 a.c – Pérsia 
Lei das XII tábuas – 461 a.c – Roma 
Lex Civile iures – 530 a.c – Roma – Civil law
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Escola Pós Positivista 
Expoente: Ronald Dworkin - 1931
Idéia Central: Normatização dos Princípios que representam a moral. 
No pós-positivismo há uma compreensão do Direito muito além da “letra fria da lei”, porém sem
desprezar o direito positivo. Trata-se de uma leitura ética, moral do Direito; todavia, sem recorrer ao
abstrato e ao metafísico. No pós-positivismo, além haver a limitação do poder do governante,
também ocorre o surgimento do conceito de direito fundamental, tendo como base a dignidade da
pessoa humana, promovendo, desse modo, a aproximação do Direito aos princípios, à Filosofia.
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Ordem Jurídica/Sistema Jurídico: É a dimensão hierárquica das normas, ou seja, regras e
princípios do direito de um Estado, dotado de unidade, coerência e completude. 
1) Sistema Romano Germânico – Sistema adotado no Brasil e Baseado precipuamente na lei
escrita.
Denominado Civil Law, foi desenvolvido pelo Imperador Justiniano em 530 A.C. 
2) Sistema Common Law – Adotado em Países Anglo Saxãos (Reino Unido, Estado Unidos da
América, Canadá, Austrália etc.). Baseado nos costumes e jurisprudência prevalecendo sobre a lei.
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Integração da Norma Jurídica
É fato que o julgador não pode se excusar de julgar o caso concreto sob a alegação da existência de
lacunas na norma (Art.140 CPC). Para tanto, utiliza-se das técnicasintegrativas previstas em lei.
Nesse sentido, o ordenamento jurídico Brasileiro, a teor do que dispõe o Art. 4º da Lei de
Introdução ao Direito Brasileiro possibilita em caráter subsidiário, a utilização da analogia,
costumes e princípios gerais. 
Nesse sentido, necessário considerar que: 
Analogia: Método de interpretação jurídica utilizado quando, diante da ausência de previsão,
aplica-se um dispositivo legal que regula caso idêntico. 
Exemplo: Prevê o artigo 128 do código penal que aborto só é permitido em casos excepcionais e
que seja feito por médico. Entretanto, caso seja feito por parteira, e em caso de estupro, poderá ser
utilizado a analogia. 
Costumes: Trata-se do uso reiterado, da repetição constante e uniforme de determinado ato
social com a convicção de obrigatoriedade prática.
Podem ser: 
1) Secundum Legem: Decorrem de imposição legal.
Exemplo 1) Na hipótese prevista no §2º do art. 445, do Código Civil, que ao tratar dos vícios
redibitórios prevê que: Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos
serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto
no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. 
Exemplo 2) Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo,
quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
2) Praeter Legem: é o costume que está além da lei, aquele que se utiliza para suprir a omissão
legislativa, para complementar a lei. Diz respeito à uma situação que não está nem proibida, nem
permitida pelo ordenamento jurídico. 
Exemplo1: Prática da emissão do cheque pré datado (Súmula 370 do STJ)
Exemplo 2: O título de crédito em branco ou com omissões pode ser preenchido pelo credor de boa
fé antes da sua cobrança 
Exemplo3: Pagamento de uma dívida, apesar de prescrita. (obrigação natural)
3) Contra legem: São costumes difundidos em sociedade, contudo, contrário a lei vigente
Exemplo1: O fato de não se respeitar o prazo máximo de 15 minutos para atendimentos em bancos
– em municípios como o de Salvador onde há lei nesse sentido – não retira a eficácia normativa. 
Exemplo 2: O fato de todos jogarem no bicho não retira o seu caráter de ilicitude, especificamente
de contravenção penal. 
Princípios Gerais do Direito: São enunciados normativos que orientam a compreensão do
ordenamento jurídico no tocante à elaboração, aplicação, integração, alteração ou supressão das
normas. Representam o núcleo do sistema legal. 
Os princípios possuem tríplice função: 
•Informadora para o legislador;
•Normativa para os casos de lacunas; 
•Interpretadora, como critério de orientação para o intérprete e para a magistratura.
Abaixo os princípios que são comuns aos ramos do direito: 
São eles:
•Princípio do Devido Processo Legal; (Art. 5º, LIV)
•Princípio do Direito de Ação; (Art. 5º, XXXV)
•Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa; e (Art. 5º, LV)
•Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. (Art 1º, III)
Equidade : Consiste na adaptação da regra existente à situação concreta, observados os critérios
de justiça. 
Ex: Art. 390 da CLT o qual estabelece que as mulheres podem pegar peso de até 20 quilos para o
trabalho contínuo e 25 quilos para o trabalho ocasional. 
Obs: a equidade, somente será utilizada quando a lei permitir de maneira expressa. (§ único do Art.
140 do CPC). Exemplo: Arbitragem. 
Elementos do Direito = Estado / Norma / Conteúdo da Norma 
Organização da Norma Jurídica = Sistemas Jurídicos

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