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FILOSOFIA E SOCIOLOGIA DO DIREITO PROCEDIMENTO ESPECIAL – ARBITRAGEM Jurisdição Estatal – Ocorre através do estado/juiz de Direito Jurisdição Privada – Ocorre através da Arbitragem 1.0 - Conceito: A Arbitragem é meio heterocompositivo de solução de conflitos onde um terceiro imparcial decide o conflito existente entre as partes. 2.0 - Previsão Legal: Lei 9.307/96 Lei de Arbitragem 3.0 – Vantagens: 3.1 – Celeridade (Art.23), 3.2 – Informalidade , 3.3 – Irrecorribilidade (Art. 18) , 3.4 – Especialização, 3.5 – Confidencialidade 4.0 – Espécies de Arbitragem 4.1 – Institucional, 4.2 – Ad hoc, 4.3 – De Direito, 4.4 – Interna, 4.5 – Internacional 5.0 – Legitimados 5.1 – Partes capazes de contratar (Art. 1º) 5.2 – Administração Pública (Art. 1º) 6.0 – Objeto 6.1 – Direitos Patrimoniais Disponíveis (Art. 1º) 7.0 – Nomas Aplicáveis Art. 2º - Pode ser utilizado o Direito Positivo, Equidade (caput), Princípios Gerais do Direito, Usos e costumes, Regras internacionais de comércio.(§2º) Obs: Não é possível arbitragem da Administração Pública utilizando equidade. Também é hipótese de exceção a confidencialidade. (Art. 2º, §3º) 8.0 – Instituição da Arbitragem 8.1 - A instituição da Arbitragem ocorrerá através da Convenção de Arbitragem. 8.2 - Por sua vez, a convenção de Arbitragem poderá ser através: (Art. 3º) 8.2.1 – Cláusula compromissória (Art. 4º) 8.2.2 – Compromisso Arbitral (Art. 9º) 9.0 – A cláusula compromissória é espécie de convenção de arbitragem onde as partes, através de cláusula contratual se compromete a submeter eventual conflito que vier a surgir a arbitragem. (Art. 4º) 9.1 – A previsão de cláusula compromissória em contrato afasta a jurisdição estatal. 9.2 - Entretanto, a existência de cláusula compromissória deve ser arguída em preliminar de contestação conforme prevê o Art. 337, X do CPC, não competindo ao juiz conhecer de ofício a existência de Arbitragem. 9.3 - Necessário ressaltar que a falta de alegação de Arbitragem em preliminar de contestação acarreta a preclusão do direito com a consequente renúncia ao juízo arbitral (§6º do Art. 337 do CPC) 9.4 - A sentença que reconhece a arbitragem, extingue o processo sem resolução de mérito a teor do que dispõe o Art. 485, VII do CPC. 10 – Cláusula Compromissória em contratos: Art. 4º, §1º - Deve ser por escrito, inserido no próprio contrato ou em documento apartado. 10.1 - DE CONSUMO Como regra geral, não se admite cláusula compromissória em contratos de consumo conforme prevê Art. 51, VII da lei 8078/90. Todavia, a jurisprudência vem admitindo esta cláusula nos contratos de consumo nas seguintes hipóteses: (Resp 1.189.050) Inexistência de vulnerabilidade do consumidor Iniciativa do Consumidor Concordância expressa do Consumidor 10.2 - DE ADESÃO Contratos de adesão são aqueles com cláusulas pré dispostas, onde o aderente não pode discutir/negociar o seu conteúdo. Neste caso a cláusula compromissória terá validade, desde que respeitado as seguintes condições (Art. 4º, §2º): Redação em negrito da cláusula (a doutrina recomenda sublinhar) Assinatura aposta especificamente na cláusula Para aqueles que entendem ser aplicável a cláusula compromissória em contratos de adesão nas relações de consumo, necessário observar o §3º do Art. 54 da lei 8.078/90 que dispõe sobre necessidade de fonte tamanho 12. 10.3 - DE TRABALHO É possível a prática da arbitragem de forma irrestrita no direito coletivo do trabalho conforme se percebe através da leitura do Artigo 114, §1º da CF. “recusando-se à negociação é possível eleger árbitros” Portanto, é possível a arbitragem tanto nos dissídios de greve (lei 7789) quanto nos dissídios coletivos. Nas relações individuais de trabalho, é possível a cláusula compromissória em relação ao empregado considerado pela doutrina como Hipersuficiente conforme Art. 507-A da CLT. “Aquele que percebe salário superior a duas vezes o limite máximo de benefícios do regime geral da previdência Social, mediante sua solicitação ou expressa concordância” 11 – Cláusula compromissória “cheia” e “vazia” 11.1 - Enquanto a cláusula cheia reúne todas as informações necessárias para a instituição da arbitragem como nome dos árbitros, local da arbitragem, local da sentença arbitral, procedimentos etc, a cláusula vazia não traz em seu bojo as informações mínimas necessárias para a instituição da arbitragem. 11.2 – A lei de arbitragem estabelece procedimento extrajudicial (Art.6º) e judicial (Art.7º) para a execução da cláusula “vazia’’ de arbitragem 11.3 - PROCEDIMENTO EXTRAJUDICIAL PARA EXECUÇÃO DA CLÁUSULA VAZIA Não havendo acordo prévio para a instituição da arbitragem, a parte interessada convocará a outra por qualquer meio de comunicação, desde que haja comprovante de recebimento estipulando o local, dia e horário para firmar o compromisso arbitral. (Art.6º caput) Todavia, a parte requerida não comparecendo, ou comparecendo e recusando-se a firmar o compromisso arbitral, a parte interessada poderá ajuizar demanda judicial no foro do lugar onde originalmente seria o julgamento da causa. (§ único do Art. 6º) 11.4 - PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA A EXECUÇÃO DA CLÁUSULA VAZIA Havendo a cláusula compromissória e recusando-se a instituição da arbitragem, a partir interessada requererá a citação da parte contrária para comparecer ao juízo afim de se definir o compromisso arbitral. A petição deverá contar a matéria objeto do conflito e o pedido deverá ser instruído com documento contendo a cláusula compromissória (§1º) O juiz tentará promover a conciliação do conflito objeto do litígio e não sendo possível tentará, mediante comum acordo das partes a celebração do compromisso arbitral. (§2º) Não concordando as partes sobre os termos do compromisso, o juiz, decidirá, após ouvir o réu, no prazo de 10 dias (§3º), definindo inclusive quem serão os árbitros caso a cláusula compromissória não o mencione. (§4). Não comparecendo a parte autora, sem justo motivo, o processo será extinto sem resolução do mérito. (§5º) Entretanto, não comparecendo o réu a audiência, o juiz, ouvido o autor, irá estatuir a respeito do conteúdo do compromisso. (§6º) §7º - A sentença na ação de execução da cláusula compromissória vazia valerá como compromisso arbitral. (Obs: O recurso que atacar esta sentença não terá efeito suspensivo conforme Art. 1012, §1, IV do CPC) 12 – AUTONOMIA DA CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA Necessário ressaltar que a cláusula compromissória de arbitragem é autônoma em relação ao contrato onde ela está inserida, de tal forma que a nulidade do contrato não acarreta a nulidade da cláusula compromissória. (Art. 8º) – PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA CLÁUSULA ARBITRAL Já o parágrafo único do artigo 8º trata-se da competência conferida ao árbitro para decidir sobre sua própria competência, o que significa dizer que caberá a ele analisar a validade do contrato e da cláusula compromissória nele inserida, bem como eventual suspeição ou impedimento em relação à sua atuação no caso em questão – PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA – COMPETÊNCIA 13 – Compromisso Arbitral (Art.9º) É a convenção de arbitragem onde as partes que estão em conflito, o submetem a arbitragem. Pode ser judicial, quando é celebrado por termo nos autos e submetido o conflito a arbitragem (§1º) Por ser extrajudicial, quando é celebrado por documento particular assinado por duas testemunhas ou instrumento público. (§2º) 14 – Informação obrigatória que deve constar no compromisso arbitral. (Art.10º) Nome, estado civil, profissão, residência das partes Nome, profissão, residência dos árbitros ou do Tribunal Arbitral Matéria que é objeto do litígio Local em que será proferido a sentença Arbitral 15 – Extinção do Compromisso Arbitral (Art. 12) Recusa do Árbitros, desde que as partes não aceitem substituto Falecimentodo(a) Árbitros, desde que as partes não aceitem substituto Desrespeito ao prazo para proferir a sentença arbitral, apesar de já ter sido notificado.
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