Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO – TOMBAMENTO – Tombamento é uma intervenção na propriedade privada de forma restritiva, art. 216 § 1º CF/88, com a finalidade de proteger o patrimônio cultural brasileiro para às gerações futuras. FUNDAMENTO LEGAL: Decreto-Lei 25/1937 Art. 1º Constituem o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. • Observação: Existem sim os tombamentos para questões históricas (que é a maior parte dos tombamentos), contudo, nem sempre precisa ser um patrimônio historicamente relevante, de acordo com o Decreto-Lei 25/1937, pode ser também um patrimônio culturalmente relevante, como é o caso dos patrimônios bibliográficos ou artísticos. QUEM PODE LEGISLAR SOBRE O TOMBAMENTO? Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal (INCLUSIVE OS MUNICÍPIOS COM FUNDAMENTAÇÃO NO ART 30) legislar concorrentemente sobre: VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; QUEM PODE EFETUAR OS TOMBAMENTOS? Art. 30. Compete aos Municípios: IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. QUALQUER ENTE FEDERATIVO PODE TOMBAR UM BEM PÚBLICO! QUAIS SÃO OS ÔNUS E ENCARGOS SOBRE OS BENS TOMBADOS? Isto é, uma vez definido que aquele bem será tombado qual o tipo de limitação/ restrição ele sofre? O Art. 17 do Decreto- Lei 25/1937 diz que as coisas tombadas não poderão, em caso nenhum serem destruídos, demolidos e mutilados, nem sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de 50% do dano causado. Ou seja, sem a autorização do órgão competente, o proprietário do bem tombado não pode sequer reparar/reformar o bem tombado. Atenção! (limitação para os vizinhos daquele móvel tombado) Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandado destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso a multa de 50% por cento do valor do mesmo objeto. É DEVER DO PROPRIETÁRIO PRESERVAR A COISA TOMBADA! MAS, E SE ELE NÃO TIVER RECURSOS? Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que for avaliado o dano sofrido pela mesma coisa. Isto é, o proprietário identifica que precisa reformar o imóvel tombado ele, por sua vez, precisa informar o IPHAN (federal) da necessidade dessas obras, pois se o mesmo não informar e deixa com que o imóvel sofra danos ele será punido com uma multa correspondente ao dobro do valor do dano causado. § 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional mandará executá-las, a expensas da União (isto é, a União paga pela reforma, visto que, o proprietário indicou a necessidade e não possui recursos para tanto), devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo de seis meses, ou providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa. § 2º À falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, poderá o proprietário requerer que seja cancelado o tombamento da coisa. É uma rara hipótese, pois o proprietário do bem que sofre um ônus restritivo por parte da Administração pode requerer o fim desse ônus, ou seja, o fim do tombamento. Na hipótese de que: se ele informa que o bem imóvel precisa das obras de reformar e o Poder Público não faz essas obras. Não terá direito subjetivo com esse tombamento. Tombamento: é o último ato de um processo; É uma forma de intervenção restritiva; O proprietário não perde a autoridade do bem tombado; O bem tombado pode ser vendido e/ou alugado (mediante consulta ao conselho); NÃO PODE SE ALTERAR AS CARACTERÍSITICAS QUE LEVARAM AO TOMBAMENTO DE DETERMINADO BEM; Bens móveis também podem ser tombados; TOMBAMENTO PODE SER FEITO POR LEI? Um dos pontos cruciais é a notificação do proprietário, para que assim ele se manifeste sob o interesse da Administração Pública, sem a notificação NÃO TEM TOMBAMENTO, a lei especifica do tombamento exige a notificação, o proprietário tem o direito de se manifestar mesmo que fale ou não, por lei não tem isso. Por lei não se segue o procedimento geral (notificar). SERVIDÃO ADMINISTRATIVA • A servidão administrativa ela tem natureza jurídica de ônus real de uso, imposto pela Administração; • Ocorre para a realização de obra ou serviço público de interesse coletivo; • Incide sobre bens imóveis; • É instituída por Decreto e efetivada por acordo administrativo ou sentença judicial (via de regra, busca-se o acordo administrativo com o proprietário) • Deve ser registrada no cartório de registro de imóveis para possuir efeito erga omnes. (esse registro nesse cartório com efeito erga omnes serve para dar publicidade, onde3 nenhum terceiro poderá demonstrar oposição à servidão. • A servidão administrativa incide sob imóveis públicos (doutrina majoritária), contudo, segue a hierarquia federativa. • Existe indenização condicionada, desde que comprovada o dano. DECRETO-LEI 3.365/41 ART 40: o expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei. ART 10 – parágrafo único – Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização decorrentes de atos do Poder Público. → Esse fundamento serve para garantir o prazo prescricional de 05 anos para buscar um ressarcimento em razão da servidão administrativa. RESUMÃO. A CF, em seu artigo 5 garante o direito à propriedade aos brasileiros e estrangeiros residentes no brasil ao direito a propriedade, mas condiciona seu uso ao atendimento da função social. Assim, pode ocorre situações em que o Estado intervém na propriedade, com base na lei e na CF, para moldá-la à sua função social. Logo, servidão administrativa é uma dessas formas de intervenção do Estado na propriedade. É um direito real que submete um bem a suportar determinada utilidade pública, isto é, o proprietário daquele bem vai ser limitado aos seus direitos plenos de uso e gozo da coisa. Além da função social na propriedade, a servidão administrativa possui outro princípio base que é o SUPREMACIA do interesse público sobre o privado, nesse caso, o Poder Público vai poder utilizar parte da propriedade para garantir a execução dos serviços públicos. DUAS FORMAS DE INSTITUIR A SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: 1º) ACORDO ENTRE AS PARTES (se as partes acordaram em fazer servidão administrativa, basta fazer um registro formal desse fato). 2º) DECISÃO JUDICIAL (as partes não chegaram em um acordo e o Poder Judiciário teve que intervir). No geral, a servidão administrativa é permanente, contudo, existem alguns fatores que podem levar à sua extinção; • DESAPARECIMENTO DO BEM GRAVADO; • INCORPORAÇÃO DO BEM GRAVADO; • PERDA DE INTERESSA DO PODER PÚBLICO EM UTILIZAR A PARTE DOMINIO ALHEIO. Por fim, conclui-se que, a servidão administrativa não gera automaticamente um direito à indenização, já que, ela nãosuprimiu totalmente o direito à propriedade, só haverá indenização se o dano causo for comprovado. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA Se baseia em: • Função social da propriedade; • Supremacia do interesse Público; • Poder de polícia. A limitação administrativa é toda imposição geral, unilateral, gratuita e de ordem pública, que condicione o exercício do direito às atividades particulares ao bem-estar comum. É uma limitação geral, mas sim à todas aquelas que se enquadram na hipótese legal. É comum que essas limitações que impõe ao proprietário obrigações positivas, negativas e permissivas, limitando o direito de propriedade, tenham origem na própria lei. OBRIGAÇÃO POSITIVA: norma que determinado proprietário a fazer a limpeza de seu terreno. OBRIGAÇÃO NEGATIVA: casos em que uma pessoa que irá construir em uma área urbana, tenha que respeitar determinada área de recuo. OBRIGAÇÃO PERMISSIVA: ocorre quando o proprietário tem que suportar, por exemplo, a entrada de agentes sanitários na sua casa. Em geral, a doutrina entende que essas limitações administrativas têm um caráter definitivo, ou seja, igual aos das servidões, mas diferente das ocupações e requisições. Por fim, a doutrina compreende que, em regra, não há direito a indenização no caso das Limitações Administrativas, pois são de caráter geral, isto é, não são individualizadas e tem como origem o Poder de Polícia. REQUISIÇÃO CADMINISTRATIVA. • INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO. A CF tem expresso no art. 5 inciso XXV, que em caso de perigo eminente, a autoridade competente pode usar da propriedade particular, garantindo ao proprietário uma indenização posterior, se houver dano. Ou seja, pela previsão Constitucional, é notório que não basta o Administrador Público querer requisitar um bem particular, é necessário, então, que exista o perigo eminente. Assim, a requisição administrativa é uma modalidade de intervenção estatal, por meio do qual o Estado vai se utilizar de bens móveis e imóveis e serviços particulares para as situações que ocorra perigo eminente à coletividade. A doutrina entende que a Requisição Administrativa não depende de qualquer tipo de autorização judicial, ou seja, é dotada de autoexecutoriedade e, também possui a característica de ser transitória. Em relação a indenização, é aplicada a regra de outros casos de intervenção na propriedade, implica dizer que só há uma indenização posterior de houver dano comprovado. Pode ser tanto civil quanto militar, que é o que acontece, por exemplo, no resguardo da segurança interna e na manutenção da soberania nacional. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA É uma utilidade transitória que pode ser remunera ou gratuita, por meio do qual, o Poder Público se utiliza de bens particulares para executar OBRAS ou serviços públicos. Tal instituto possui a característica de direito NÃO real e só incide sobre bens imóveis. Possui natureza transitória e só pode acontecer se houver necessidade em prestação de algum serviço público ou obra pública. • Pode gerar ou não um direito à indenização. A indenização vai ocorrer se estiver vinculada a um processo de desapropriação, se não estiver vinculada. Em regra, não há indenização. A indenização só ocorrerá caso o proprietário tenha algum prejuízo. Na ocupação temporária tudo é programado. De uma forma ou outra o privado tem que ceder espaço para a Administração, se disserem não a Administração entra com um decreto de ocupação temporária e ocupa aquele espaço por determinado período.
Compartilhar