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Trabalho Arbitragem no Direito Coletivo

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ARBITRAGEM NO Direito Coletivo do Trabalho:
ANÁLISE CRÍTICA
Cidade
2023
A arbitragem é um método alternativo de solução de conflitos, no qual as partes envolvidas em uma disputa decidem submeter sua controvérsia a um ou mais árbitros, em vez de recorrer ao Poder Judiciário. A decisão proferida pelo árbitro, denominada sentença arbitral, tem força executiva, equiparando-se a uma sentença judicial. A arbitragem baseia-se na vontade das partes de resolverem suas divergências de forma privada e confidencial.
Historicamente, a arbitragem remonta à antiguidade, sendo utilizada em diferentes civilizações para solucionar conflitos comerciais e diplomáticos. No âmbito legal, a arbitragem passou a ser reconhecida e regulamentada pelos Estados, por meio de leis específicas. A previsão legal da arbitragem varia de país para país, mas muitas nações adotaram leis modernas de arbitragem com base na Lei Modelo da Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (UNCITRAL), que serve como guia para a elaboração de legislações nacionais sobre o assunto.
No Brasil, a arbitragem foi prevista inicialmente pela Lei nº 9.307/1996, conhecida como Lei de Arbitragem. Essa lei trouxe diretrizes para a utilização desse método de resolução de disputas, estabelecendo requisitos e procedimentos para a validade da convenção de arbitragem e a condução do procedimento arbitral. Posteriormente, a Lei nº 13.129/2015 trouxe alterações importantes à Lei de Arbitragem, buscando aprimorar sua aplicação e fortalecer a segurança jurídica nos processos arbitrais.
Os direitos sujeitos à arbitragem são, em geral, aqueles de natureza patrimonial e disponível, ou seja, que envolvem interesses privados e podem ser objeto de livre disposição pelas partes envolvidas na disputa. Essa abrangência é comumente aplicada tanto no âmbito nacional quanto internacional.
No contexto nacional, no Brasil, a Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307/1996) estabelece que a arbitragem pode ser utilizada para resolver conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis, ou seja, aqueles que podem ser objeto de transação e renúncia. Esses direitos abarcam uma ampla gama de questões, tais como:
Contratos comerciais: Disputas decorrentes de contratos de compra e venda, contratos de prestação de serviços, contratos de locação, contratos de franquia, entre outros, podem ser submetidas à arbitragem. Questões relacionadas a inadimplemento contratual, rescisão, indenizações, entre outras, podem ser tratadas por meio desse método.
Questões societárias: Disputas entre sócios de uma empresa, como conflitos de acionistas, acordos de acionistas, dissolução e liquidação de sociedades, podem ser resolvidas por meio da arbitragem.
Propriedade intelectual: Controvérsias relacionadas a direitos autorais, marcas, patentes e outros aspectos de propriedade intelectual também podem ser submetidas à arbitragem, desde que sejam considerados direitos disponíveis pelas partes envolvidas.
Conflitos consumeristas: Embora a arbitragem seja menos comum em disputas de consumo, em alguns casos específicos, como contratos celebrados entre empresas e consumidores, é possível estabelecer cláusulas de arbitragem para solucionar conflitos.
Questões trabalhistas: No âmbito do Direito do Trabalho, a utilização da arbitragem para solucionar disputas trabalhistas é controversa, como mencionado anteriormente. Geralmente, são considerados indisponíveis os direitos trabalhistas relacionados a salários, horas extras, férias, 13º salário, entre outros.
É importante ressaltar que existem limitações legais em relação aos direitos que podem ser submetidos à arbitragem, principalmente quando se trata de direitos indisponíveis, que são aqueles relacionados a questões de ordem pública, interesse coletivo ou que afetam terceiros de forma ampla. Em muitos países, incluindo o Brasil, a legislação estabelece restrições quanto à arbitragem de direitos indisponíveis.
Em resumo, os direitos sujeitos à arbitragem são aqueles de natureza patrimonial e disponível, que envolvem interesses privados e podem ser objeto de livre disposição pelas partes. A arbitragem é amplamente utilizada em disputas comerciais, societárias, propriedade intelectual e outras áreas em que os direitos em questão se enquadrem nessa categoria.
Existem duas espécies de convenção de arbitragem: a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. Ambas têm o objetivo de estabelecer a arbitragem como meio de solução de conflitos entre as partes envolvidas.
Cláusula compromissória: A cláusula compromissória é um dispositivo inserido em um contrato prévio, seja ele um contrato de compra e venda, contrato de prestação de serviços, contrato societário, entre outros. Essa cláusula estipula que eventuais litígios decorrentes daquele contrato serão submetidos à arbitragem em caso de divergência entre as partes. Geralmente, a cláusula compromissória deve ser expressa e clara, indicando que as partes optam pela arbitragem como forma de solução de controvérsias.
A inclusão da cláusula compromissória em contratos é uma prática comum em transações comerciais internacionais, bem como em muitos contratos nacionais, em especial aqueles que envolvem empresas e setores específicos que frequentemente recorrem à arbitragem. A cláusula compromissória tem como finalidade estabelecer previamente a forma de resolução de eventuais disputas, evitando a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
Compromisso arbitral: O compromisso arbitral é um acordo autônomo, celebrado pelas partes envolvidas em uma disputa após a ocorrência do conflito. Nesse caso, quando as partes não possuem uma cláusula compromissória prévia, elas podem firmar o compromisso arbitral para submeter a controvérsia à arbitragem. O compromisso arbitral pode ser celebrado por meio de um contrato separado ou por meio de um acordo específico, estabelecendo as regras e procedimentos que regerão o processo arbitral.
No compromisso arbitral, as partes concordam em submeter a disputa à arbitragem, selecionam os árbitros que julgarão o caso e estabelecem as regras processuais a serem seguidas. O compromisso arbitral pode ser formalizado por meio de um documento escrito, como um termo de compromisso ou uma cláusula adicional em um contrato existente.
Ambas as espécies de convenção de arbitragem têm como objetivo principal estabelecer a arbitragem como meio de solução de conflitos e são fundamentais para a validade e eficácia do procedimento arbitral. A escolha entre a cláusula compromissória e o compromisso arbitral dependerá da existência de um contrato prévio que possibilite a inclusão da cláusula compromissória ou da necessidade de um acordo específico entre as partes para submeter a disputa à arbitragem.
No Direito do Trabalho, tanto no âmbito individual quanto coletivo, há discussões sobre a possibilidade de utilização da arbitragem. No caso do Direito do Trabalho Individual, há divergências sobre a validade da arbitragem em contratos de trabalho, especialmente diante da natureza dos direitos trabalhistas, que muitas vezes são considerados indisponíveis e de ordem pública. Alguns entendem que a arbitragem é incompatível com o Direito do Trabalho, enquanto outros defendem a autonomia da vontade das partes na escolha desse método de solução de conflitos.
No Direito do Trabalho Coletivo, a arbitragem também é tema de debates. Enquanto alguns defendem que a arbitragem pode ser utilizada nas negociações coletivas como forma de solucionar divergências entre empregados e empregadores, outros argumentam que essa modalidade de solução de conflitos pode fragilizar os direitos dos trabalhadores, desconsiderando a força normativa dos sindicatos e das convenções coletivas.
A aplicação da arbitragem no Direito do Trabalho, tanto no âmbito individual quanto coletivo, é um tema controverso e suscita diferentes entendimentos entre os estudiosos e operadores do direito. Vou abordar os principais argumentos favoráveis e contrários à utilização da arbitragemnesse contexto, destacando suas peculiaridades.
Direito do Trabalho Individual:
A) Argumentos favoráveis: Algumas correntes defendem que a arbitragem pode ser aplicada no Direito do Trabalho Individual, principalmente em contratos celebrados entre empregados e empregadores com maior poder de barganha e complexidade. Os defensores argumentam que a arbitragem oferece celeridade, especialização dos árbitros e confidencialidade, além de permitir que as partes escolham os especialistas que julgarão sua controvérsia. A autonomia da vontade e a liberdade contratual são ressaltadas como princípios que permitem a escolha da arbitragem como via de solução de conflitos trabalhistas.
B) Argumentos contrários: Por outro lado, muitos entendem que a arbitragem é incompatível com o Direito do Trabalho Individual. Argumenta-se que os direitos trabalhistas são predominantemente indisponíveis, de ordem pública e envolvem questões de proteção social e equilíbrio entre as partes. Alega-se que a arbitragem poderia fragilizar a proteção dos direitos do trabalhador, já que os árbitros podem ter menor sensibilidade para tratar de questões sociais e coletivas, além de poder haver dificuldades de acesso à justiça e assimetria de poder nas negociações.
Direito do Trabalho Coletivo:
A) Argumentos favoráveis: No âmbito do Direito do Trabalho Coletivo, há defensores da utilização da arbitragem como meio de solução de conflitos nas negociações coletivas. Argumenta-se que a arbitragem pode agilizar os processos de negociação, evitar greves e promover a estabilidade das relações de trabalho. A possibilidade de escolha de árbitros especializados, que conheçam a realidade das relações trabalhistas, é vista como um ponto positivo. Além disso, a autonomia coletiva e a liberdade sindical são mencionadas como fundamentos que respaldam a utilização da arbitragem nas convenções coletivas.
B) Argumentos contrários: Por outro lado, críticos afirmam que a arbitragem no Direito do Trabalho Coletivo pode enfraquecer a proteção dos direitos trabalhistas. Argumenta-se que a negociação coletiva possui uma dimensão coletiva e política que não pode ser adequadamente tratada em um procedimento arbitral, que é essencialmente individual e focado na solução de conflitos pontuais. Além disso, a força normativa dos sindicatos e a representatividade dos trabalhadores podem ser prejudicadas pela arbitragem, que pode limitar o poder de negociação coletiva e assegurar a supremacia dos interesses econômicos do empregador.
Em resumo, a aplicação da arbitragem no Direito do Trabalho é um tema controverso. Enquanto alguns defendem sua utilização como meio eficiente de solução de conflitos, outros argumentam que ela pode fragilizar os direitos dos trabalhadores e comprometer a proteção social. A análise dessas questões envolve ponderar a natureza dos direitos trabalhistas, a autonomia da vontade, a equidade nas negociações e a garantia de acesso à justiça.

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