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Comportamento motor

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DESCRIÇÃO
Abordagem dos parâmetros e conceitos fundamentais sobre o desenvolvimento motor e das mudanças
nos domínios afetivo, cognitivo e psicomotor que ocorrem ao longo da vida. Além do apontamento das
características epidemiológicas do envelhecimento e das avaliações aplicadas pelo profissional de
Educação Física em algumas fases do desenvolvimento humano.
PROPÓSITO
Conhecer o desenvolvimento motor humano; as modificações nos aspectos motor, afetivo e cognitivo; as
alterações decorrentes do processo de envelhecimento; e quanto é fundamental avaliar esse indivíduo
para que o profissional de Educação Física tenha uma atuação ajustada para o planejamento de sua
intervenção e contribua para a saúde e qualidade de vida.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar como os domínios afetivo, cognitivo e psicomotor interferem no desenvolvimento perceptivo
MÓDULO 2
Reconhecer o impacto do processo de envelhecimento nas habilidades motoras
MÓDULO 3
Definir os critérios para uma avaliação motora ou psicomotora e a utilização de alguns testes de
proficiência motora, avaliação psicomotora e escala de desenvolvimento motor
INTRODUÇÃO
Veremos como o comportamento motor é influenciado por áreas relacionadas a domínios diferentes.
Desde o nascimento até a velhice, os aspectos afetivos, cognitivos e motores modificam-se e geram
percepções variadas em cada indivíduo. Veremos como o processo de envelhecimento pode interferir na
saúde e na qualidade de vida dos idosos, impactando a realização de suas atividades diárias e suas
capacidades e habilidades motoras.
Em seguida, será destacada a importância da avaliação motora e psicomotora para o trabalho do
profissional de Educação Física, pois, de acordo com a faixa etária, diferentes testes poderão ser
utilizados para identificar o nível de aptidão e desenvolvimento de cada indivíduo, favorecendo o ajuste
necessário para todo tipo de treinamento.
Para ampliar as habilidades motoras, prevenir ou atenuar comorbidades específicas do envelhecimento,
ou mesmo garantir melhora no desenvolvimento psicomotor, o profissional de Educação Física poderá
se beneficiar desse conhecimento, ampliando as possibilidades de uma intervenção que garanta a
manutenção, autonomia, saúde física, mental, psíquica e emocional em todas as idades.
MÓDULO 1
� Identificar como os domínios afetivo, cognitivo e psicomotor interferem no desenvolvimento
perceptivo
O COMPORTAMENTO HUMANO
Quando estudamos o comportamento humano, temos que considerar inúmeros aspectos que
influenciam nesse processo. Fatores físicos e mecânicos que utilizam um conjunto de habilidades que
envolvem hereditariedade, experiência e aprendizado são solicitados para a execução de um gesto
motor. Neste conteúdo, veremos o desenvolvimento motor segundo a perspectiva desenvolvimentista e,
nesse caso, classificaremos o comportamento humano como pertencente e interligado intrinsecamente
entre três domínios:
Imagem: Shutterstock.com
COGNITIVO OU MENTAL
Imagem: Shutterstock.com
AFETIVO-SOCIAL (REFERINDO-SE AOS SENTIMENTOS E ÀS
EMOÇÕES)
Imagem: Shutterstock.com
MOTOR
VALE LEMBRAR QUE HÁ UMA RELAÇÃO ENTRE
DOMÍNIO MOTOR E COGNITIVO.
� ATENÇÃO
Sabemos ser possível classificar determinado comportamento em um desses domínios, e haverá o
predomínio de um sobre os outros. Entretanto, convém esclarecer que em todos os comportamentos existe a
participação desses três.
DOMÍNIO AFETIVO
O desenvolvimento da criança precisa do convívio para se estruturar, pois o início de sua sociabilização
será marcado pelas relações humanas, pelo desejo de se integrar a partir do olhar, dos gestos e da
palavra, ou seja, socializar. Esse processo é muito importante, principalmente se considerarmos que o
cérebro apresenta na infância uma capacidade aumentada para se remodelar, partindo das experiências
vividas pela criança com o ambiente e com o outro. Essa relação desenvolve a maioria dos processos
cognitivos, incluindo a interação afetiva e a cooperação entre os neurônios e suas conexões.
Imagem: shutterstock.com
Imagem: shutterstock.com
Desde os primeiros momentos de vida, a criança apresenta seu próprio repertório de condutas afetivas
que permitem a ela a comunicação e a possibilidade de expressar seus desejos. Suas necessidades
básicas, como sono, fome, sede e alguns desconfortos, são as primeiras formas de comunicação e de
reação afetiva para com pessoas e objetos. Pouco a pouco, a criança se apropria de expressões faciais
e gestos de forma a integrar novas manifestações afetivas, lhes atribuindo um novo significado e de
maneira mais eficiente ao seu contexto social. Assim, amplia-se a troca afetiva da criança com os pais e
outras pessoas que fazem parte de seu círculo de afetos e relações.
Essas condutas afetivas não são apenas uma forma de reagir ao ambiente ou a alguma experiência,
mas também um aspecto importante no desenvolvimento que permite a criação de novas experiências e
conceitos formadores de sua personalidade e capacidade de perceber que somos seres sociais, dotados
de intenção, interpretação e significados próprios capazes de influenciar o comportamento.
� ATENÇÃO
Podemos afirmar, então, que a criança aprende muito sobre comunicação, autonomia e construção de sua
cognição antes mesmo de ter alcançado efetivamente esses domínios.
Portanto, o desenvolvimento afetivo permitirá a ampliação de sua interação com o meio e a percepção
da linguagem, substituindo sua forma mais primitiva de comunicação por algo mais ajustado e de acordo
com sua cultura e seus costumes. É importante salientar que todo esse processo de “desenvolvimento”
cognitivo ocorrerá a partir de sua relação com os outros e com os objetos e, necessariamente, essa
relação de dá a partir de sua motricidade.
DOMÍNIO COGNITIVO E DE LINGUAGEM
O SURGIMENTO DA CAPACIDADE DE
COMPREENDER, PENSAR E DECIDIR COMO AGIR NO
MUNDO É O QUE CARACTERIZA O
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO.
Processos mentais que envolvem memória, atenção, percepção e imaginação se integram construindo
formas de se alcançar a resolução de problemas. As funções sensorial, perceptiva, motora, linguística,
intelectual e psicológica são as que permitirão um desenvolvimento cognitivo integral, desde que esses
processos ocorram de forma satisfatória.
O ser humano se apropria da linguagem desde sempre, aprendendo a se comunicar com os outros,
falando, conversando e organizando suas experiências que nomearão o mundo, construindo e
expressando suas ideias e opiniões. Dessa forma, a criança aprende porque interage, sendo um ser
social construído a partir de sua cultura e da interação e mediação de outro ser humano,
necessariamente. Quando nesse processo ocorre uma escassez ou a presença de estímulos em
momentos não adaptados, poderemos ter uma alteração importante no desenvolvimento.
Imagem: shutterstock.com
De acordo com Piaget (1973), a criança é o próprio agente de seu desenvolvimento, partindo de alguns
determinantes para construção e compreensão desse processo, que são:
A maturação do sistema nervoso central
Um ambiente físico estimulante
A aprendizagem propriamente dita
A tendência do equilíbrio de todo esse processo
O nascimento da criança é o começo do desenvolvimento cognitivo, que deverá evoluir acompanhando
o crescimento e a maturidade, permitindo que na fase adulta o indivíduo tenha obtido o conhecimento
necessário e possível. As diversas capacidades ou competências que um indivíduo apresenta são o que
irá compor sua inteligência, de forma multifacetada, sendo o resultado de influências genéticas e
ambientais que se combinaram de forma complexa.
� RESUMINDO
Isso significa que a inteligência é uma adaptação ao meio em que o indivíduo está inserido e necessita,
inicialmente, da manipulação dos objetos do meio para que a “adaptação” ocorra (FONSECA, 1998).
A cada situação nova vivida, o organismo cria um mecanismo de adaptação ao mundo exterior.
�
Assim, são construídas novas estruturas, que deverão ser contínuas e que desenvolvemintelectualmente o indivíduo a partir de exercícios e estímulos oferecidos por aqueles que o cercam e
pelo próprio meio, formando a inteligência.
�
Desde o nível mais básico de nossa existência, as trocas bioquímicas e simbólicas aperfeiçoam as
potencialidades de um indivíduo, exercitando sua inteligência humana.
Isso significa que, ao estabelecer uma interrelação com o seu meio a partir dos esquemas de ação e de
representação, o indivíduo atuará sobre sua própria realidade, conhecendo-a. Os primeiros reflexos
(sugar e pegar) que uma criança apresenta, associados aos aspectos que pertencem a determinada
ação, compreendem os esquemas de ação. Quando a criança passa a representar situações, suas
ações e experiências, adquirindo o que chamamos de função semiótica, estamos falando de esquema
de representação.
MAS, AFINAL, O QUE É SEMIÓTICA?
Semiótica é um termo de origem grega que significa basicamente o estudo dos signos. Os signos são
as representações mentais (em nosso pensamento, em nosso cérebro) de determinada coisa. Por
exemplo: quando olhamos para uma bola vermelha, nosso cérebro cria essa imagem, que é uma cópia
similar à bola vermelha. Dizemos que é uma cópia similar, porque o objeto, no caso, a bola vermelha
não está dentro da sua cabeça, mas, sim, na imagem que você fez daquele objeto. Sabemos que a bola
existe devido à representação mental que fizemos dela em nossa cabeça. Isso é o que chamamos de
signos.
Dessa forma, as crianças entram em contato com o meio, com novos objetos, e tentam encaixá-los em
seus esquemas por meio de ações e representações. Quando observamos a capacidade de uma
criança para aprender e se desenvolver cognitivamente, nota-se que isso depende das formas de
pensamento que ela predispõe para assimilar o ensino, ou seja, depende do nível de competência
cognitiva, e não somente da forma como é ensinada (PIAGET, 1973).
DOMÍNIO PSICOMOTOR
O DOMÍNIO PSICOMOTOR INTEGRA OS CONCEITOS
DA PSICOMOTRICIDADE PARA QUE POSSAMOS
ENTENDER A RELAÇÃO ENTRE ESSE DOMÍNIO E O
DESENVOLVIMENTO E CONTROLE MOTOR.
O movimento humano e o desenvolvimento motor são interligados pelo desenvolvimento psicomotor.
�
Esse, por sua vez, integra o movimento humano com as relações que o indivíduo faz consigo mesmo,
com os outros, com o ambiente e com os objetos.
�
As aquisições motoras, afetivas e cognitivas serão a base para o desenvolvimento de um movimento
organizado, integrado e consciente, que se realiza em um corpo que se expressa e se relaciona.
A psicomotricidade organiza o movimento humano, integrando-o a partir de suas vivências, e será a
ação motora o resultado de sua individualidade, o que inclui sua linguagem e socialização. Os aspectos
psico são relacionados a tudo que compõe os aspectos mentais, isso inclui a cognição e a afetividade
do ser humano. Os aspectos motores têm relação com a motricidade, o movimento e os aspectos
orgânicos e biológicos do sujeito. É importante destacar que esses aspectos são indissociáveis, ou seja,
não se separam, estão sempre conectados e se expressam juntos, pois um indivíduo é constituído por
uma ação de trocas constantes entre sua psiquê e o seu corpo.
PSIQUÊ
Tudo o que acontece na mente humana, formada por fenômenos, é o que chamamos de PSIQUÊ.
Os sentimentos, as percepções e os pensamentos são funções da psiquê que permitem ao ser
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humano se adaptar e se relacionar com os outros e com o meio em que vive.
Imagem: shutterstock.com
� Psiquê humana — sentimentos, percepções e pensamentos
O movimento humano é observado em seu aspecto psicomotor com todas as suas nuances, utilizando o
corpo para promover o desenvolvimento humano, tendo em vista que o movimento corporal e suas
estruturas se conectam, representando um sujeito que precisa ser compreendido em suas relações
consigo mesmo, com o ambiente, os objetos e suas relações interpessoais. Os componentes pessoais e
internos, e os aspectos que pertencem a determinado ambiente, se relacionam continuamente com os
sujeitos. Essa relação ocorrerá por meio do movimento, das emoções e sensações, captando todos os
estíFmulos necessários ao desenvolvimento humano.
O domínio psicomotor será definido, então, pelo desenvolvimento neurobiológico que permite uma
organização das funções motoras, cognitivas e emocionais cada vez mais elaboradas. Essas funções
seguem uma sequência dentro do processo de maturação do indivíduo. Na medida em que o sujeito
amplia sua capacidade de percepção de si mesmo, de sua ação no mundo e da expressão por meio de
suas ações, seu desenvolvimento ocorrerá de forma harmônica e ele ampliará seu autoconhecimento.
Imagem: shutterstock.com
� Domínio psicomotor — importante para a aprendizagem esportiva
SENSAÇÃO X PERCEPÇÃO
O DESENVOLVIMENTO MOTOR HUMANO É
CARACTERIZADO POR SEGUIR UMA SEQUÊNCIA
ESPERADA E POR PERMITIR A ACUMULAÇÃO DE
EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS QUE SE SOMAM E SE
COMPLETAM.
As habilidades motoras se desenvolvem naturalmente em uma criança, porque fazem parte de sua
ampliação e de seu desenvolvimento global e individual. Esse desenvolvimento é, portanto, resultado de
diversos fatores individuais e ambientais que se interligam e ampliam o desenvolvimento da
socialização, cognição, afetividade e das qualidades físicas. O profissional de Educação Física
direciona e planeja sua intervenção, considerando todos esses aspectos, e não apenas os motores.
� SAIBA MAIS
A aprendizagem motora sempre envolverá em sua base algum elemento da percepção, ou seja, a aquisição
de movimentos voluntários se associa diretamente ao funcionamento perceptivo-motor.
OS ESTÍMULOS SENSORIAIS RECEBEM UM
SIGNIFICADO QUE SÓ SERÁ POSSÍVEL A PARTIR DA
PERCEPÇÃO.
Os nossos órgãos dos sentidos têm receptores específicos que recebem e interpretam estímulos, são os
terminais nervosos que transformam um estímulo em impulso nervoso.
�
Inicialmente, nosso corpo detecta a energia física do ambiente e a transforma em sinais
nervosos/captação de estímulos sensoriais e isso será uma determinada sensação.
�
Após esse processo de sentir, haverá o processo de seleção, organização e interpretação de
sensações/decodificação de estímulos sensoriais/interpretação e categorização, ao qual chamaremos
de percepção.
Quanto melhor a capacidade do indivíduo em organizar suas sensações, preparando-as para serem
interpretadas e percebidas, melhor a capacidade do indivíduo de aprender a partir da sua comunicação
com o meio ambiente. Além disso, o desenvolvimento das percepções é fundamental para o sucesso
nas ações cognitivas e motoras da criança e, quando não são desenvolvidas, potencialmente podem
favorecer o surgimento de problemas no aprendizado de habilidades motoras.
Imagem: shutterstock.com
� Socialização, cognição, afetividade e qualidades físicas
O DESENVOLVIMENTO DAS PERCEPÇÕES DE
FORMA ADEQUADA DEPENDE TANTO DA
MATURAÇÃO QUANTO DAS EXPERIÊNCIAS
VIVENCIADAS.
As experiências influenciam positivamente o desenvolvimento das percepções, pois aprimoram as
capacidades perceptivas.
�
A precisão da percepção está relacionada ao processo de maturação do indivíduo.
� ATENÇÃO
Vale ressaltar que o contexto ambiental no qual se está inserido, a especificidade da tarefa motora a ser
realizada e a maturação são fatores que interferem diretamente no desenvolvimento da percepção. É
importante compreender os conceitos perceptivos motores para a adequação do trabalho que visa ao
aprendizado e ao desenvolvimento infantil. Além disso, o desenvolvimento das funções perceptivas não
depende exclusivamente da maturação, mas, sim, das vivências e possibilidades de experimentação
sensorial.
Diferentes autores definem conceitos como estímulo, sensação e percepção. As informações que uma
pessoa recebe, antes mesmo de serem interpretadas, são definidas por Schmidt e Wrisberg (2001)
como um estímulo. Dessa forma, um som que corta o ambiente, ou mesmo quando encostamos em
uma panela quente são exemplos de estímulos sentidos inicialmente e que darãoinício a um
processamento de resposta. Um estímulo, na concepção de Hurtado (1983), pode ser caracterizado por
algo natural ou social que tenha sido captado por algum órgão sensorial. Isso inclui visão, tato, audição
e olfato, entre outros, seja um fator químico, ambiental mecânico ou mesmo físico.
Imagem: shutterstock.com
� Os sentidos
Quando o estímulo é captado, damos início imediatamente ao que chamaremos de sensação, ou seja,
determinado receptor sensorial será ativado e iniciará uma atividade neural que levará informação ao
cérebro. Podemos entender como a recepção de determinado estímulo vindo de um ou de vários órgãos
sensoriais. Após a sensação, vários processos têm início para que aconteça a percepção. Os órgãos
sensoriais captaram as sensações e informaram ao cérebro. A partir daí haverá a seleção, o
processamento, a organização e a integração de tudo que foi sentido pelo nosso cérebro
(GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013; HAYWOOD; GETHEL, 2016; HURTADO, 1983).
A sensação pode ser subdividida em interoceptivas, proprioceptivas e exteroceptivas.
SENSAÇÕES INTEROCEPTIVAS
As sensações interoceptivas permitem ao cérebro tomar conhecimento do que acontece nos órgãos
internos e se manifesta de diferentes maneiras (fome, calor, frio, desconforto etc.). São inconsistentes, e
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seu significado é aprendido por meio da experiência.
SENSAÇÕES PROPRIOCEPTIVAS
Já as proprioceptivas permitem ao cérebro tomar conhecimento do seu movimento (movimento
corpóreo) no espaço e da sua posição em relação aos outros, por exemplo, o equilíbrio.
SENSAÇÕES EXTEROCEPTIVAS
As exteroceptivas se originam nos receptores periféricos da pele ou das membranas mucosas,
decorrentes dos estímulos vindos do ambiente e podem ser de três tipos: dor, temperatura (calor e frio) e
tato leve.
A integração dos eventos sensoriais externos ao corpo humano é um processo mais dinâmico do que
simplesmente sentir ou detectar um estímulo. Envolve a consciência do indivíduo acerca do que
acontece ao seu redor, isso é a percepção. É necessário que haja a integração do que foi sentido
(sensorialmente) com as sensações que já estão armazenadas em determinada pessoa.
É essa dinâmica que promove a percepção de cada um, na qual uma determinada informação é
comparada a informações decorrentes de experiências anteriores. Essa integração entre duas ou três
sensações àquelas já armazenadas permitem uma classificação, uma interpretação e uma percepção
acerca de algo que é sentido (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013; HAYWOOD; GETHEL, 2016;
PAYNE; ISAACS, 2007).
DESENVOLVIMENTO PERCEPTIVO VISUAL
O movimento humano depende da integração de alguns sistemas e, para o desenvolvimento motor, a
principal Imagem de informação exteroceptiva é a visão. O sistema visual interfere no controle do
movimento, identificando variações no ambiente como objetos, inclinações, obstruções no caminho, e
permitindo a antecipação a eventos que estão por acontecer, como o movimento de pessoas ou objetos
que estão ao nosso redor, e orienta a movimentação do corpo em relação ao espaço. A visão pode ser
dividida em dois sistemas:
VISÃO FOCAL
A Visão focal é específica para a identificação de objetos. Ela é responsável pela identificação
consciente de objetos, principalmente aqueles que percebemos no centro do nosso campo visual. A
visão focal associada à orientação da atenção processa a informação no sentido de identificar um
estímulo. Dessa forma, a visão focal orienta a atenção auxiliando e contribuindo para a performance
motora, direcionando o foco para as informações ambientais que são essenciais para o sucesso.
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VISÃO AMBIENTAL
A Visão ambiental é especializada em controlar o movimento. Ela permite às pessoas detectar a
orientação de seus corpos no ambiente de forma inconsciente e contempla todo o campo visual, sendo
usada para o controle de todo tipo de movimento, inclusive os de coordenação fina. A informação visual,
seja pela visão focal seja ambiental, exerce papel distinto na qualidade de execução motora. Na visão
ambiental, o controle do movimento tem como conceito fundamental um fenômeno chamado fluxo
óptico, que é o movimento de padrões de raios de luz de um ambiente na retina de uma pessoa, o que
significa que o indivíduo poderá perceber o movimento, a posição e a sincronização. O fluxo óptico
oferece ao observador informações sobre o seu movimento, gerando estabilidade e equilíbrio, ajuste da
velocidade em relação ao ambiente, a direção do movimento em relação aos objetos fixos e a percepção
dos objetos propriamente ditos.
As crianças desenvolvem suas capacidades motoras e perceptivas simultaneamente, mas é possível
que ocorra em ritmos diferentes. Vejamos alguns aspectos importantes relacionados à percepção visual:
Imagem: Shutterstock.com
� Acuidade visual
ACUIDADE VISUAL
Capacidade que permite a distinção em detalhes em ambientes estáticos ou em movimento e de
objetos. Pode ser dividida em acuidade visual dinâmica, quando distingue detalhes em objetos em
movimento; e acuidade visual estática, quando percebe detalhadamente tanto o indivíduo como o
objeto ao qual dedica atenção.
Imagem: Shutterstock.com
� Desenvolvimento da figura-fundo de maneira lúdica por meio de brinquedos manipulativos
FIGURA-FUNDO
A percepção de figura-fundo é importante para que a criança tenha capacidade de separar o objeto e os
seus arredores, ou seja, o ambiente que o cerca. A capacidade de observar com clareza o objeto-alvo,
ou a imagem do seu pano de fundo é muito importante para a realização de uma habilidade motora.
Essa percepção de figura-fundo encontra-se em desenvolvimento nas crianças e, na medida em que se
oferecem tarefas de manipulação diversificadas, é esperado um aumento do desempenho motor e o
desenvolvimento dessa capacidade.
Imagem: Shutterstock.com
� Passar a bola requer noção de profundidade.
PROFUNDIDADE
Essa percepção é um dos aspectos mais interessantes da percepção visual. É uma variação da visão
que deve ser considerada por professores, pais e técnicos para habilidades diversificadas com uma bola
ou durante o ensino de como manuseá-la. As variações como a textura da bola, o tamanho e a cor,
assim como a velocidade em que será lançada, a trajetória e a distância que deve alcançar são
importantes no fornecimento de indicações de profundidade, e isso interfere diretamente na realização
bem-sucedida de uma ação.
Imagem: Shutterstock.com
� Para realização dos fundamentos técnicos dos esportes, a coordenação visomotora é fundamental.
COORDENAÇÃO VISOMOTORA
É a capacidade de rastrear e fazer uma interpretação acerca de determinado objeto que esteja em
movimento. O que se destaca nessa capacidade é o fato de a experiência ser fundamental para o
desenvolvimento da precisão, pois melhora a condição de interceptação de um objeto em velocidade,
por exemplo.
DESENVOLVIMENTO PERCEPTIVO MOTOR
O DESENVOLVIMENTO PERCEPTIVO MOTOR SE DÁ
A TODO MOMENTO, SEMPRE QUANDO
INFORMAÇÕES SENSORIAIS DE UM AMBIENTE SÃO
CAPTADAS, SE ORGANIZAM E SE REORGANIZAM.
OU SEJA, QUANDO NOVAS INFORMAÇÕES SE
SOMAM ÀS JÁ EXISTENTES, PERMITINDO A
REALIZAÇÃO DE UM MOVIMENTO DE FORMA
EFICAZ.
Fases diferentes compõem o processo perceptivo-motor, sendo elas (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY,
2013):
O estímulo
A recepção de informações ambientais
O processamento dessas informações
A escolha do movimento mais adequado
A realização do movimento
� EXEMPLO
Uma bola é lançada (estímulo), informações sensoriais do ambiente são coletadas pelos receptores
especializados (ex.: tátil, auditivo) e são transmitidas ao cérebro como energia neural, lá ocorre o
processamento e a comparação da informação recebida com a informação já armazenada anteriormente; e
assim é escolhida a melhor opção de movimento (PAYNE; ISAACS, 2007).
O processo perceptivo motor tem como destaque as sensações proprioceptivas, onde receptores
localizados nas cápsulas articulares, ligamentos, músculos, tendõese pele possuem componentes
necessários para a regulação do tônus e da atividade muscular, sendo uma aferência neural cumulativa
para o sistema nervoso central (PAYNE; ISAACS, 2007).
A propriocepção é a capacidade de reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e
orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais
sem utilizar a visão (SCHMIDT; WRISBERG, 2001). Esse tipo de percepção permite a manutenção do
equilíbrio e a realização de diversas atividades práticas, sendo resultado de vários fatores, entre eles a
interação das fibras musculares de sustentação, informações táteis e sistema vestibular (SCHMIDT;
WRISBERG, 2001).
O desenvolvimento perceptivo-motor compreende percepções simples desenvolvidas nos primeiros
anos de vida e percepções complexas desenvolvidas posteriormente e que exigem um desenvolvimento
cognitivo mais avançado para interpretação e utilização conjunta. As percepções complexas se
classificam como percepção espacial, temporal, espaço-temporal, figura-fundo e análise-síntese:
Imagem: shutterstock.com
� Passar embaixo de objetos auxilia o desenvolvimento da percepção espacial.
PERCEPÇÃO ESPACIAL
A percepção espacial é a capacidade de identificar localizações como perto/longe, em cima/embaixo,
aqui/ali, dentro/fora, ao lado, em frente/atrás dentre outras. Permite que o indivíduo se movimente de
forma consciente. As aulas de Educação Física criam oportunidades para que essa percepção se
amplie, partindo de deslocamentos, quando o professor dá ao aluno uma dessas referências e quando
desenvolve dinâmicas e brincadeiras.
Imagem: shutterstock.com
� Esportes com bola auxiliam a percepção temporal.
PERCEPÇÃO TEMPORAL
A percepção temporal possibilita ao indivíduo formar ou abstrair informações com base nas relações
temporais como velocidade, intensidade, noção de tempo, sequência, duração, sucessão e ritmo. Dentre
essas relações, o ritmo é a que mais se observa para que as outras possam se desenvolver, pois a falta
dessa percepção dificulta a integração das outras variáveis (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).
Atividades conduzidas por ritmos musicais, a prática de jogos diversos e de esportes favorecem o
desenvolvimento da percepção temporal.
Imagem: shutterstock.com
� Um goleiro necessita da sua percepção espaço-temporal desenvolvida para saltar e realizar suas
defesas.
PERCEPÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Essa percepção utiliza simultaneamente as percepções de tempo e de espaço, o que solicita maior
capacidade do indivíduo em coordenar seus movimentos adaptando-os da forma mais adequada
possível em decorrência de mudanças rápidas. O indivíduo será capaz de projetar seu corpo de forma
correta, de acordo com o tempo e o espaço percebidos por ele.
SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
A especialista Marina Guedes de Oliveira Lopes explicará a diferença entre sensação e percepção e sua
implicação para o desenvolvimento motor.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE SENSAÇÃO, É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) É a detecção da energia física do ambiente e sua transformação em sinais nervosos motores.
B) É o que sentimos, por isso não tem relação com a energia física do ambiente.
C) É a transformação da energia física do ambiente em estímulos motores.
D) É a resposta motora à detecção da energia física do ambiente por estruturas externas ao nosso
corpo.
E) É a transformação em sinais nervosos da energia física do ambiente detectada por nosso corpo.
2. O DOMÍNIO PSICOMOTOR INTEGRA OS CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE
E DEPENDE DE UM DESENVOLVIMENTO NEUROBIOLÓGICO PARA
ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES MOTORAS. SOBRE ESSE DOMÍNIO, PODEMOS
AFIRMAR QUE:
A) Desenvolve-se isoladamente por meio da prática esportiva.
B) É pré-requisito para a noção de sensação e percepção.
C) Atua com os domínios afetivos e cognitivos para a aprendizagem motora.
D) Requer ótima percepção de ritmo, velocidade, tempo e espaço.
E) Integra as funções de sensação e percepção.
GABARITO
1. Sobre sensação, é correto afirmar que:
A alternativa "E " está correta.
Os nossos órgãos dos sentidos possuem receptores específicos que recebem e interpretam estímulos
do ambiente. Em seguida, os terminais nervosos transformam um estímulo em impulso nervoso para
serem interpretados nas regiões superiores do sistema nervoso central. Em outras palavras, nosso
corpo detecta a energia física do ambiente e a transforma em sinais nervosos. Esse processo pode ser
caracterizado como determinada sensação.
2. O domínio psicomotor integra os conceitos da psicomotricidade e depende de um
desenvolvimento neurobiológico para organização das funções motoras. Sobre esse domínio,
podemos afirmar que:
A alternativa "C " está correta.
O desenvolvimento do domínio psicomotor está relacionado aos aspectos psicomotores e atua de forma
integrada com os domínios cognitivos e afetivos para o desenvolvimento total de um indivíduo.
MÓDULO 2
� Reconhecer o impacto do processo de envelhecimento nas habilidades motoras
COMPORTAMENTO MOTOR NO ADULTO E NO
IDOSO
O processo de desenvolvimento motor, de certa forma, permanece estável na idade adulta, mas
apresenta o início de um declínio, caracterizando o envelhecimento. Nesse processo, surgem algumas
limitações em decorrência das alterações que ocorrem ao longo da vida adulta e se faz necessário que o
profissional de Educação Física identifique as possibilidades de intervenção motora. Durante o processo
de envelhecimento, a capacidade de execução de uma tarefa pode ser ou não comprometida, tendo em
vista que ocorrerá uma redução nas funções motoras. Essa redução poderá ocasionar comorbidades,
enfraquecimento dos sistemas e redução da mobilidade no adulto e no idoso.
Imagem: shutterstock.com
Apesar de o envelhecimento ser um processo inevitável, o adulto e o idoso não precisam sofrer as
consequências dessa fase de forma intensa ou incapacitante, podendo se manter ativos. Essa postura,
quando adotada e orientada pelo profissional de Educação Física, poderá reduzir as alterações
características da idade, melhorando a capacidade funcional e de realização das atividades básicas
diárias. Todos esses fatores se somam, favorecendo a melhora da saúde, qualidade de vida e previsão
de longevidade e envelhecimento saudável.
EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO
POPULACIONAL
O envelhecimento é um fenômeno populacional mundial, um processo com implicações a nível do
funcionamento global que repercute na esfera pessoal, familiar e ocupacional. Biologicamente é uma
fase de senescência, com diminuição da capacidade funcional e evolução tendencial para a doença. Os
quadros de perturbação cognitiva podem ser frequentes, o que reflete de forma marcante o grau de
autonomia/independência desses indivíduos. Podemos afirmar que o movimento é primordial nas etapas
iniciais da vida, mas durante o envelhecimento ele é imprescindível para que o idoso possa adaptar seu
corpo às fases desse processo.
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Em todos os lugares do mundo, chegar à velhice é uma realidade, e o número de indivíduos com 60
anos ou mais é o que mais cresce no Brasil e no mundo. Doenças crônicas e internações hospitalares
estão associadas às consequências desse processo de ampliação do número de idosos. Nesse sentido,
intervenções de políticas públicas e de atendimento especializado para essa população com o intuito de
promover um envelhecimento saudável são mais do que necessárias, podendo torná-los mais ativos e
ocasionar significativa melhora na saúde e qualidade de vida.
� VOCÊ SABIA
O conceito de saúde vai muito além da simples ausência de doença, como definiu a Organização Mundial da
Saúde (OMS) em 1946, pois saúde engloba um completo bem-estar físico, mental e social e, nesse
sentido, oportunidades para práticas corporais e aquisição de hábitos saudáveis para os idosos é
fundamental.
Além de favorecer a identificação de um novo estilo de vida, será possível a construção de uma rotina
que promova saúde e bem-estar. O envelhecimentonão tem que, necessariamente, estar associado
ao adoecimento, pois, mesmo sendo uma fase em que certas doenças apresentam maior prevalência,
a adoção de hábitos saudáveis melhora a qualidade de vida e contribui para reduzir ou evitar o
aparecimento de comorbidades.
A prevenção e a manutenção da saúde associam-se historicamente à Educação Física, o que favorece a
criação de estratégias e intervenções nas políticas públicas e na própria legislação para minimizar os
riscos de doenças crônicas não transmissíveis e os seus agravos. Esse trabalho pode ser feito por meio
de orientação, promoção e estimulação de hábitos da vida ativa, tendo o objetivo de promover saúde a
partir das práticas corporais. Envelhecer é um fenômeno comum a todos os seres vivos, decorrente
da própria natureza do ser humano, e isso deverá ser visto de forma natural.
� VOCÊ SABIA
A distribuição etária na população brasileira tem se modificado ao longo das últimas décadas. Estima-se que
até 2045 o número de idosos será superior ao de crianças (MILLER; CASTANHEIRA, 2013).
Todas essas projeções justificam a preocupação com a população idosa e evidenciam a necessidade,
quase urgente, de se pensar em prestação de serviços para essas pessoas e incrementar ações que
previnam ou minimizem os efeitos do envelhecimento.
IMPACTOS DO ENVELHECIMENTO NAS
HABILIDADES MOTORAS
Os domínios cognitivos, afetivos e psicomotores se estruturam e interferem no desenvolvimento e no
comportamento motor na vida adulta à medida que o indivíduo envelhece. Essas interferências se dão a
partir da interação de algumas variáveis que podem ser categorizadas como: a natureza da tarefa, as
condições do ambiente e as próprias características afetivas, cognitivas e psicomotoras de um
indivíduo. Nesse sentido, modificações variadas ocorrem no sistema fisiológico e influenciam a
performance motora de cada indivíduo.
� SAIBA MAIS
A performance, como sabemos, é a qualidade de execução de um determinado movimento e, durante o
processo de envelhecimento, essa qualidade poderá ser comprometida.
O nível de sucesso na realização de alguma tarefa motora é influenciado por fatores como o estágio do
desenvolvimento motor, suas características individuais, as demandas dessas tarefas e, além disso, as
circunstâncias em que o indivíduo está inserido em algum ambiente. Os fatores que determinam o nível
de aptidão física, como força, velocidade e flexibilidade, sofrem mudanças conforme o indivíduo avança
em sua idade, o que naturalmente interfere em sua performance motora.
� ATENÇÃO
Cabe ressaltar que os hábitos praticados por toda a vida, saudáveis ou não, serão sentidos nessa fase de
envelhecimento.
Os estudos voltados para a área da gerontologia identificam aspectos que interferem no envelhecimento
e afetam a vida cotidiana dos indivíduos. Jovens e adultos ativos podem ter seus sistemas fisiológicos
deteriorados mais lentamente por conta de sua capacidade física. O envelhecimento biológico natural é
o resultado de um processo gradual relacionado ao tempo, à idade e aos eventos fisiológicos
degenerativos. A esse processo damos o nome de senescência. Por outro lado, indivíduos que são
afetados em meados da vida adulta até o fim de sua vida por doenças contraídas não representam o
período da senescência, e sim de senilidade.
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� Gestos simples são realizados com dificuldade afetando a funcionalidade.
Algumas teorias abordam o envelhecimento em níveis que variam desde o celular até o organismo por
inteiro. Não vamos detalhar cada uma dessas teorias, mas as citaremos de forma sucinta.
� SAIBA MAIS
Podemos falar da teoria do desligamento genético, na qual o número de replicações das células é
desligado e programado por aspectos genéticos; da hipótese da teoria da mutação genética, em que
órgãos e tecidos se deterioram e suas células se modificam na medida em que aumentam, alterando o seu
funcionamento; e da teoria dos radicais livres, também em nível celular, que se refere ao aparecimento de
deficit na performance motora, na saúde geral ou em ambos.
Os sistemas envolvidos nesse processo estão menos estáveis e mais vulneráveis a rupturas na medida
em que envelhecemos, gerando maior predisposição a doenças. Além disso, a redução da efetividade
do sistema imunológico aumenta o risco de doenças e o tempo de recuperação quando acometido por
alguma comorbidade. Com o avançar da idade, os sistemas envolvidos nesse processo são menos
estáveis e mais vulneráveis a rupturas. Vejamos algumas alterações importantes que impactam
diretamente o desempenho e as habilidades motoras:
ALTERAÇÕES ANATOMOFISIOLÓGICAS
O sistema musculoesquelético do adulto se modifica à medida que a pessoa envelhece. Isso ocasiona
diminuição de sua estatura. Devido ao ressecamento dos discos intervertebrais, seus núcleos se tornam
mais rígidos, mais fibrosos, perdem água e a condição de absorção de choque.
A densidade mineral óssea também sofre alterações em todos os ossos do corpo e pode levar a um
quadro de osteoporose. Nesse caso, haverá um aumento da vulnerabilidade óssea, tendo em vista que
um osso com osteoporose apresenta diminuição no processo de produção e absorção mineral óssea. A
consequência dessa comorbidade será uma alteração no equilíbrio do metabolismo de cálcio que é
regulado pelo sistema endócrino.
Perdas leves na densidade mineral óssea caracterizam um quadro chamado de osteopenia. Na
condição mais grave, a osteoporose, os ossos mais frágeis predispõem a quedas. Um comprometimento
leva a outro, pois, em caso de fraturas, o idoso precisará de um tempo maior de tratamento e mais
tempo acamado, com consequências que afetam diretamente sua autonomia. Essa alteração pode ser
tratada com prática de exercícios com sustentação de peso, ou seja, pressão intraóssea gerando um
estresse saudável e acompanhamento médico.
O sistema musculoesquelético nos indivíduos mais velhos pode apresentar uma condição chamada
sarcopenia ou atrofia da massa muscular esquelética, que se caracteriza pela redução da área de
secção transversa dos músculos, gerando significativa perda de função muscular e prejudicando a
realização de atividades simples e habilidades motoras. A força é um aspecto referente à aptidão física
importante para performance, desde as atividades funcionais da vida diária até níveis mais altos de
rendimento.
É importante destacar que a sarcopenia pode ocorrer em qualquer idade, mas adultos que mantêm um
estilo de vida ativo apresentam declínios menores na força muscular quando comparados àqueles que
são inativos. Embora a expressão força muscular seja usada muitas vezes para descrever as funções
musculares de uma tarefa, várias habilidades requerem alguma combinação da força com a resistência
muscular, que também é desenvolvida com o treinamento físico.
O sistema nervoso central se modifica estruturalmente com o envelhecimento, resultando em
decréscimo das várias funções, perdendo continuamente neurônios que não serão substituídos. Os
sistemas respiratório e circulatório terão suas funções reduzidas, principalmente se o idoso tem um
estilo de vida mais sedentário; as paredes arteriais tornam-se mais rígidas, e isso pode levar a uma
condição chamada de arteriosclerose, gerada pelo aumento da calcificação e formação de tecido
conjuntivo de colágeno nas artérias.
Finalmente, a composição corporal após os 60 anos tende a modificar. A gordura intra-abdominal está
relacionada ao desenvolvimento de diabetes e hipertensão. O ganho de peso na vida adulta pode ser
atribuído a diversos fatores, entretanto a redução do gasto energético é ponto fundamental para esse
aumento. Assim, a redução da mobilidade interfere na funcionalidade, na autonomia e na condição
psicossocial, o que pode gerar o aumento da necessidade de apoio e de serviços que contribuam para a
manutenção da vida diária.
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� A prática de atividade física por idosos implica em manutenção da autonomia funcional.HABILIDADES MOTORAS
As habilidades motoras compreendem os movimentos observáveis durante o processo de
desenvolvimento motor. Esses movimentos serão reveladores quando notarmos as modificações
ocorridas ao longo de toda a vida do indivíduo. Naturalmente, os movimentos tomam formas diversas,
simples e complexas, assim como se ajustam, se ampliam e são combinados partindo basicamente de
três categorias: estabilizador, locomotor e manipulativo.
MOVIMENTO ESTABILIZADOR
O movimento estabilizador requer algum grau de equilíbrio e naturalmente está presente em toda
atividade motora ampla. A estabilidade engloba movimentos que têm o objetivo de adquirir ou manter o
equilíbrio de uma pessoa em relação à força da gravidade. Nesse caso, movimentos não locomotores —
que podem ser chamados de movimentos axiais, giros e posturas invertidas — fazem parte das
habilidades estabilizadoras.
MOVIMENTOS LOCOMOTORES
Os movimentos locomotores estão relacionados a mudanças de localização e envolvem habilidades
como correr, caminhar, saltar e até mesmo rolar para frente e para trás.
MOVIMENTOS MANIPULATIVOS
Finalmente, os movimentos manipulativos se referem às motricidades ampla e fina. Movimentos como
chutar, arremessar, pegar, soltar, rebater, quicar entre outros são incluídos nessa categoria.
No dia a dia de qualquer pessoa, muitas atividades exigem a combinação de movimentos de
estabilização, locomoção e/ou manipulação. Do mesmo modo, habilidades e aspectos físicos diversos
são necessários para a execução dessas tarefas e para a manutenção da autonomia do idoso.
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� ATENÇÃO
Chamaremos atenção para os fatores psicomotores como tônus — que dão origem a ações básicas de
contração e descontração; e equilíbrio — que é o responsável pelo controle postural e desenvolvimento das
aquisições de locomoção e estabilização. Com o envelhecimento, esses fatores declinam e dificultam a
realização de vários movimentos, podendo até mesmo impedi-los.
Dessa forma, o envelhecimento leva a um declínio progressivo das capacidades físicas e das funções
musculares. Esse declínio reflete diretamente nas habilidades necessárias para desempenhar as
atividades da vida diária (AVDs) e leva progressivamente à diminuição da independência e da autonomia
do indivíduo. Quando vista sob a perspectiva da qualidade de vida, a autonomia assume um estatuto de
valor, sendo um ideal social, moral e político, pois será a forma pela qual o indivíduo irá lidar e gerenciar
sua própria vida (FARINATTI, 2000).
OS IDOSOS E AS HABILIDADES MOTORAS
A especialista Marina Guedes de Oliveira Lopes explicará os impactos do envelhecimento nas
habilidades motoras.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA PODERÁ INTERVIR E ATUAR COM A
POPULAÇÃO IDOSA CONTRIBUINDO PARA SUA SAÚDE. DE QUE FORMA
PODERÁ SER FEITA ESSA INTERVENÇÃO?
A) Com a criação de leis e intervenções nas políticas públicas e na própria legislação, com o objetivo de
minimizar os riscos de doenças crônicas não transmissíveis e os agravos decorrentes delas.
B) Desenvolvendo um trabalho por meio de orientação, promoção e estimulação de hábitos de vida
ativa, tendo o objetivo de promover saúde a partir das práticas corporais.
C) Prescrevendo vitaminas e suplementos para reduzir esse processo, pois envelhecer é um fenômeno
comum a todos os seres vivos, decorrente da própria natureza do ser humano, e isso deverá ser visto de
forma natural.
D) Promovendo ações e palestras que informem sobre esse processo, orientando psicologicamente o
idoso e apresentando a ele documentários e informativos para que ele mesmo faça suas atividades
físicas.
E) Desempenhando um trabalho de reabilitação, pautado nos princípios da fisioterapia e da reeducação
postural, cuidando do idoso acamado e que apresenta uma condição de saúde mais frágil.
2. SOBRE O ENVELHECIMENTO, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) O sistema nervoso central se modifica estruturalmente com o envelhecimento, resultando em
decréscimo de várias funções, mas os neurônios se regeneram, minimizando as perdas.
B) Os sistemas respiratório e circulatório terão suas funções reduzidas com um estilo de vida sedentário,
mas essas alterações não implicam perdas funcionais.
C) O ganho de peso na vida adulta pode ser atribuído a diversos fatores e é irreversível em indivíduos
idosos.
D) A redução da mobilidade interfere no funcionamento físico, na autonomia, na condição psicossocial e,
consequentemente, na condição motora.
E) O envelhecimento leva a um declínio progressivo das capacidades físicas e das funções musculares,
condição conhecida como osteopenia ou osteoporose.
GABARITO
1. O profissional de Educação Física poderá intervir e atuar com a população idosa contribuindo
para sua saúde. De que forma poderá ser feita essa intervenção?
A alternativa "B " está correta.
O profissional de Educação Física tem a função de desenvolver práticas de ação e prevenção pela
elaboração e/ou coordenação de programas de exercícios físicos por meio das práticas corporais. Não é
permitido ao profissional da Educação Física prescrever qualquer tipo de suplementação, vitaminas, ou
mesmo ter uma intervenção direcionada à reabilitação das funções motoras e apoio psicológico. O
permitido é um trabalho orientado que promova o restabelecimento dos níveis adequados de
desempenho físico corporal.
2. Sobre o envelhecimento, marque a alternativa correta:
A alternativa "D " está correta.
No contexto do envelhecimento, a redução da mobilidade interfere no funcionamento físico, diminuindo
seu gasto energético e favorecendo o aumento do ganho de peso, reduzindo a autonomia e sua
condição psicossocial. Todos esses fatores podem gerar o aumento da necessidade de apoio e de
serviços que possam contribuir para a manutenção da vida diária.
MÓDULO 3
� Definir os critérios para uma avaliação motora ou psicomotora e a utilização de alguns testes
de proficiência motora, avaliação psicomotora e escala de desenvolvimento motor
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO
A avaliação é uma forma de estabelecer metas a serem alcançadas a partir de determinada condição
física ou motora. Sem o conhecimento prévio de quem é e como está o indivíduo, não será possível
estabelecer um plano de treinamento. Dessa forma, é possível estabelecer um parâmetro para o início
ou continuação de determinada prescrição e/ou intervenção. Somente a partir de algo que se pode
medir será possível avaliar e estipular uma meta a ser atingida ou alcançada. A avaliação permitirá a
identificação do nível de aptidão física, desenvolvimento motor e cognitivo, permitindo a observação e
classificação necessária em qualquer processo de desenvolvimento humano.
Qualquer experiência de aprendizagem deverá ser testada/avaliada para que se tenha a dimensão do
progresso e da evolução em direção à meta. Sendo assim, a avaliação é um componente importante
para identificar a eficiência das estratégias que estão sendo utilizadas e o que não está adequado para
determinado momento. Por fim, de que forma o indivíduo se apresenta e como podemos classificá-lo ou
entendê-lo será em grande parte revelado a partir de uma avaliação, que em Educação Física classifica
as condições de saúde, psíquicas, cognitivas e psicomotoras de um indivíduo que culminam na
identificação de parâmetros de desempenho físico ou motor.
A abrangência da intervenção do profissional de Educação Física permite uma atuação efetiva junto à
população de todas as idades, favorecendo a identificação, o controle e o cuidado de questões adversas
que podem dificultar o processo de desenvolvimento motor, a melhora na saúde e na qualidade de vida.
Diversos protocolos de avaliação existentes se aplicam desde os bebês aos idosos, com características
e objetivos que atendem às necessidades de cada indivíduo, sendo utilizados para avaliação de saúde,
desempenho físico e alterações psicomotoras em qualquer idade.
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Imagem: shutterstock.comAs avaliações psicomotoras analisam o desenvolvimento dos elementos psicomotores (tônus, equilíbrio,
coordenação motora, entre outros) correlacionando-os com o desenvolvimento neurológico e funcional
do indivíduo. As avaliações motoras poderão caracterizar o desempenho das habilidades motoras
fundamentais (locomoção, manipulação e estabilização) que são importantes para a realização das
atividades básicas da vida diária e para o desenvolvimento esportivo. Finalmente, as avaliações de
aptidão física envolvem medidas fisiológicas (VO2máx), medidas de performance (força, impulsão,
flexibilidade entre outras) e composição corporal (antropometria, IMC (Índice de Massa Corporal) ).
TESTE DE PROFICIÊNCIA MOTORA DE
BRUININKS-OSERETSKY
As capacidades físicas e as habilidades motoras podem ser avaliadas e entendidas como um ponto de
partida para que o profissional de Educação Física desempenhe um trabalho mais ajustado às
necessidades de seus alunos. A aplicação de um protocolo que forneça dados relacionados ao
desenvolvimento das habilidades e capacidades motoras é fundamental para acompanhar o
desenvolvimento motor. O ambiente em que se vive e interage, as características físicas e biológicas e
as vivências motoras que experimenta influenciam o desenvolvimento motor por toda a vida do
indivíduo. As vivências influenciarão diretamente a eficiência e a precisão das habilidades e capacidades
motoras que podem ser adquiridas.
As atividades do dia a dia ou problemas do cotidiano demandam uma adaptação constante dos
músculos e segmentos corporais. Ao mesmo tempo, adaptações funcionais e morfológicas vão sendo
requisitadas, e as capacidades como força, velocidade, flexibilidade e resistência também sofrem
alterações. O teste de proficiência motora de Bruininks-Oseretsky (TBO) foi desenvolvido por Bruininks
(1978) e permite realizar um diagnóstico da proficiência em determinadas habilidades motoras de
crianças dos 4 aos 14 anos, e estabelecer o status do desenvolvimento motor em que ela se encontra
com relação aos seus pares.
Esse teste permite ainda avaliar funções, distúrbios motores e atrasos no desenvolvimento. Pode-se
utilizar a forma longa, composta por 46 itens (tarefas), ou a forma reduzida, de 14 itens derivados da
anterior. Em ambos, conseguimos obter as informações sobre funções, distúrbios motores e atrasos no
desenvolvimento. A estrutura, tanto da forma longa quanto da forma curta do TBO, possui o mesmo
número de subtestes e tem como finalidade o estudo de três componentes da proficiência motora:
motricidade global, motricidade composta e motricidade fina:
MOTRICIDADE GLOBAL
Fornece a estimativa relativa à motricidade ampla e compreende os subtestes de 1 a 4; a motricidade
ampla avalia a capacidade de controle e utilização dos grandes grupamentos musculares.
MOTRICIDADE COMPOSTA
Refere-se à eficiência na coordenação óculo-manual receptiva e propulsiva.
COMPOSTO MOTOR FINO
Fornece o índice da motricidade fina e compreende os subtestes de 5 a 8; a motricidade fina avalia a
capacidade de controle preciso dos pequenos músculos.
As duas formas são constituídas por 8 subtestes que, em seu conteúdo, representam aspectos
importantes da motricidade e de seu desenvolvimento no indivíduo. São os seguintes:
Subteste 1. Corrida de velocidade e agilidade
Um item que mensura a velocidade de corrida e a agilidade durante uma corrida rápida em uma
distância de 13,7m, envolvendo a captação e o transporte de um objeto.
Subteste 2. Equilíbrio
Oito itens que medem o equilíbrio dinâmico e estático, propõem tarefas como sustentar-se sobre
uma perna só e caminhadas sobre uma linha e uma trave.
Subteste 3. Coordenação bilateral
Oito itens que medem a coordenação sequencial e simultânea de membros superiores e
inferiores.
Subteste 4. Força
Três itens que verificam a força dos braços e ombros, abdominal e das pernas.
Subteste 5. Coordenação dos membros superiores
Nove itens que medem a coordenação do acompanhamento visual com movimentos do braço e
das mãos, e movimentos precisos de braços, mãos e dedos.
Subteste 6. Velocidade de resposta
Um item que mede a capacidade de responder rapidamente a um estímulo visual.
Subteste 7. Controle viso-motor
Oito itens que medem a capacidade de coordenar movimentos precisos das mãos.
Subteste 8. Dextralidade
Oito itens que medem a destreza das mãos e dedos e a velocidade dos braços e mãos
(BRUININKS,1978; BRUININKS; STEFFENS; SPIEGEL,1989).
A aplicação do TBO leva em média 45 a 60 minutos para o teste longo e 15 a 25 para o teste curto.
Naturalmente, não há um tempo-padrão para a execução desse protocolo, pois isso dependerá da
habilidade e prática do avaliador, do quantitativo de crianças a serem avaliadas, das idades e do
comportamento delas. O material necessário para a aplicação do teste é simples, sendo facilmente
organizado por quem irá aplicá-lo. É importante que o avaliador antecipadamente separe e organize
todos os equipamentos e materiais necessários, como cronômetro, mesas e cadeiras, e disponha os
participantes de acordo com a faixa etária.
ASPECTOS RELACIONADOS À AVALIAÇÃO
PSICOMOTORA
Os desenvolvimentos motor, cognitivo e afetivo estão interconectados e, de maneira singular em cada
indivíduo, precisam constantemente se adequar e se ajustar à medida que a criança amadurece
neurologicamente, amplia suas capacidades físicas e utiliza seus recursos sensoriais para agir, interagir
e existir no mundo. As funções psicomotoras podem ser classificadas e apresentar terminologias
diferentes de acordo com a definição de cada autor, mas isso não modifica o conceito de cada uma, e a
relação entre corpo, mente e emoções é sempre preservada.
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A avaliação psicomotora (BPM) criada por Vitor da Fonseca (2012) tem como finalidade detectar e
identificar, por meio de uma avaliação dos elementos psicomotores, as crianças que apresentam
dificuldades de aprendizagem. Essa avaliação é um instrumento psicopedagógico que poderá
reconhecer as dificuldades de aprendizagem e no desenvolvimento psicomotor precocemente. Vejamos
agora alguns elementos psicomotores que estão relacionados e descritos na avaliação de Vitor da
Fonseca:
TÔNUS
Pode ser definido como um estado de tensão permanente dos músculos. É a base psicomotora para
todo e qualquer movimento, controle postural, mímica, atitude e emoção. O estado tônico, segundo
Fonseca (2012), reflete a atenção e, sobretudo, a emoção (e-moção, pois essa não é mais do que a
preparação para a ação). Todo movimento necessita do suporte tônico. Desde as camadas mais
profundas até as mais superficiais, os músculos reagem de acordo com os estímulos que recebem e se
preparam para um comportamento organizado, coordenado, equilibrado e eficiente, expressando
sempre uma emoção.
Alterações no controle do tônus desestabilizam a atenção e podem ser refletidas em um comportamento
desorganizado, hiperativo, com paratonias ou respostas motoras exageradas, o que leva a diversas
reações emocionais, como tiques, irritabilidade e inquietude. Essas alterações podem caracterizar
imaturidade ou desintegração entre os sistemas neurológicos e musculares, o que faz do tônus um
elemento psicomotor importante a ser observado.
PARATONIAS
Alteração do estado normal de firmeza ou elasticidade de um órgão.
EQUILÍBRIO
Integra o controle postural e o desenvolvimento da marcha na medida em que o indivíduo se desenvolve
neurologicamente. Envolve os ajustes posturais necessários para qualquer ação motora, integrando um
sistema funcional complexo que articula a função tônica, propriocepção e o movimento — ou imobilidade
— que se deseja realizar.
LATERALIDADE
É a percepção de que existem dois lados no corpo. Não estamos falando de preferência ou dominância
lateral, tampouco de identificar o lado direito ou esquerdo, mas, sim, da capacidade de integração
bilateral e postural do corpo. Ou seja, a capacidade de perceber os “lados”, de perceber que lateralidade
não estárelacionada apenas aos membros superiores ou inferiores, mas aos olhos, ouvidos e todos os
nossos órgãos que apresentam essa característica.
NOÇÃO CORPORAL
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O corpo da criança é o seu instrumento de existência e troca com o mundo. Será por meio das
experiências corporais que o ser humano fará suas impressões singulares e carregadas de emoção e
representação, de maneira que constitua sua personalidade. A conscientização e o conhecimento do
corpo permite que o ser humano elabore sua forma de agir com o outro e consigo mesmo. Desse modo,
a noção corporal será o resultado do desenvolvimento do esquema e da imagem corporal.
ESQUEMA CORPORAL
É o saber pré-consciente a respeito do seu próprio corpo e de suas partes, permitindo que o sujeito se
relacione com espaços, objetos e pessoas que o circundam.
IMAGEM CORPORAL
É a representação mental inconsciente que fazemos do nosso próprio corpo, formada a partir do
momento em que esse corpo começa a ser desejado e, consequentemente, a desejar com sensações
vividas corporalmente por meio das relações sociais.
COORDENAÇÃO GLOBAL OU MOTRICIDADE AMPLA
É a ação simultânea de diferentes grupos musculares na execução de movimentos voluntários, amplos e
relativamente complexos, de forma que as ações motoras acontecem de forma harmoniosa, equilibrada,
com o controle tônico ideal para que se imprima mais ou menos força, e com a maior precisão possível.
COORDENAÇÃO FINA OU MOTRICIDADE FINA
É a capacidade de coordenar pequenos músculos em determinada atividade motora que exija precisão,
controle tônico, e controle da preensão. Essas habilidades são desenvolvidas desde o nascimento até a
fase de especialização motora, seguindo a maturação neurológica, biológica e as oportunidades motoras
experimentadas pela criança.
ORGANIZAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Capacidade de orientar-se adequadamente no espaço e no tempo. A criança precisará da noção
corporal, desenvolvimento proprioceptivo e coordenação motora ampla, já que constituem a base para a
organização espaço-temporal. A organização espacial se relaciona a conceitos e noções como perto,
longe, em cima, embaixo, dentro, fora, ao lado de, antes, depois.
AVALIAÇÃO MOTORA DE VITOR DA FONSECA
Vitor da Fonseca dedica-se há mais de 30 anos a crianças com atrasos no seu desenvolvimento,
alterações psicomotoras e dificuldade de aprendizagem. Foi ele quem criou a bateria psicomotora (BPM)
após desenvolver um trabalho voltado para a observação e reeducação psicomotora. A BPM analisa o
perfil psicomotor da criança procurando uma concordância, de forma dinâmica, com as áreas funcionais
do cérebro, e foi proposta por A.R. Luria. Essa observação busca a relação das funções neurológicas
com o comportamento e o desenvolvimento humano.
A BPM não fornece alterações neurológicas e patológicas muito detalhadas, sendo, portanto, um
instrumento de identificação da integridade psicomotora e psiconeurológica da criança. Não deverá ser
utilizada para diagnosticar deficit neurológicos, nem lesões ou disfunções cerebrais, mas poderá ser
muito apropriada para que se compreendam alguns problemas de aprendizagem e ou comportamentais
em criança de 4 a 12 anos. Conforme citamos, a BPM se baseia na observação de funções que
envolvem as três áreas funcionais de Luria. Essas unidades são necessárias a qualquer tipo de
atividade mental, na linguagem, na escrita e na elaboração psicomotora dos movimentos voluntários.
Para que você compreenda melhor, vamos observar que a cada unidade funcional corresponde a alguns
elementos psicomotores, que procuram demonstrar a relação entre o modelo psiconeurológico de Luria
e a BPM:
A.R. LURIA
Alexander Romanovich Luria (1902-1977) foi um famoso psicólogo soviético especialista em
psicologia do desenvolvimento.
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1ª UNIDADE FUNCIONAL
Regula o tônus e o equilíbrio, é a base para organização e desenvolvimento psicomotor.
Funcionalmente, compreende a função de vigilância e a capacidade de prestar atenção;
2ª UNIDADE FUNCIONAL
É onde as informações recebidas exteriormente são obtidas, captadas, processadas e armazenadas.
Essa unidade compreende os seguintes elementos psicomotores da BPM: lateralização, noção do corpo
e estruturação espaço-temporal; e
3ª UNIDADE FUNCIONAL
Regula a praxia global e a praxia fina, e é a última unidade a ser desenvolvida. É responsável por
programar, verificar e regular as funções executivas que envolvem planejamento, motricidade, tomada
de decisão e linguagem.
Segundo Fonseca (2012), existe uma hierarquização funcional que acontece durante o desenvolvimento
da criança. Essa hierarquização influencia a organização “vertical” relacionada às três áreas funcionais
de Luria. Cada área funcional corresponde a um elemento psicomotor que, de acordo com a BPM, é
denominado fator psicomotor. De acordo com essa hierarquização, o tônus se desenvolve do
nascimento até os 2 anos, o equilíbrio dos 2 aos 3 anos, a noção corporal entre os 3 e 4 anos, a
estruturação espaço-temporal dos 4 aos 5 anos e as praxias global e fina dos 6 aos 7 anos.
Na BPM, cada elemento será avaliado de acordo com o comportamento da criança. Os testes
correspondem aos fatores (elementos) que serão subdivididos em outros subfatores definidos em
termos psiconeurológicos, conforme uma ficha de registro da BPM. De acordo com a descrição de
Fonseca (2012), o nível de realização é medido em todos os fatores e subfatores, e a esses níveis são
atribuídos uma cotação de 1 a 4 pontos, conforme a seguinte descrição:
COTAÇÃO 1 PONTO (APRAXIA)
Ausência de resposta, realização imperfeita, inadequada ou descoordenada (muito fraco e fraco;
disfunções evidentes e óbvias).
COTAÇÃO 2 PONTOS (DISPRAXIA)
Realização fraca, com dificuldade de controle e sinais desviantes (fraco; insatisfatório; disfunções
ligeiras).
COTAÇÃO 3 PONTOS (EUPRAXIA)
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Realização completa, controlada e adequada (bom; disfunções indiscerníveis).
COTAÇÃO 4 PONTOS (HIPERPRAXIA)
Realização perfeita, precisa, econômica e com facilidades de controle).
AVALIAÇÃO MOTORA DE ROSA NETO
Segundo Rosa Neto (2002), não existe uma avaliação motora que, de forma holística, contemple todas
as variáveis referentes ao desenvolvimento de uma criança. Portanto, a escolha de determinada forma
de avaliação levará em conta o tempo, a prática, o local e a necessidade de cada profissional. A
aplicação de uma bateria de testes permitirá a observação de uma criança em vários ângulos,
considerando seus aspectos motores, afetivos e cognitivos, o que favorecerá a escolha de novos
caminhos em nossa prática profissional, de forma que favoreça o desenvolvimento humano.
De acordo com o autor, a avaliação motora é uma complementação importante do exame psicológico e
um componente essencial na análise das mais diferentes complicações de falta de adaptação que a
criança pode apresentar. É o ponto de partida para uma intervenção educacional, uma vez que permite:
avaliar as complicações estabelecidas; distinguir os vários tipos de debilidade; presumir e, até mesmo,
certificar a presença de problemas escolares, as perturbações motoras e as complicações de
comportamento; e examinar o desenvolvimento da criança ao longo de seu progresso evolutivo.
� ATENÇÃO
Aplicar essa avaliação em um sujeito permite determinar seu grau de progresso motor, considerando êxitos e
fracassos, e avaliar o avanço ou o atraso motor de uma criança, de acordo com os resultados obtidos nos
testes.
A EDM é indicada para crianças entre 2 e 11 anos e, para todas as referências cronológicas e cálculos,
essa bateria utiliza a contagem da idade em meses, compreendendo testes para os seguintes fatores
psicomotores:
Motricidade fina (Óculo-manual)
Motricidade global (Coordenação)
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Equilíbrio (Postura estática)
Esquema corporal (Imitação de postura, rapidez)
Organização espacial (Consciência do espaço)Organização temporal (Linguagem, estruturas temporais)
Lateralidade (Mão, olhos e pés)
O que se pretende avaliar é se a idade cronológica da criança (expressa em meses) está compatível
com a idade motora. Quando a idade cronológica é mais avançada do que a idade motora pode se dizer
que a criança se encontra em uma EDM abaixo do normal, sendo considerada em uma idade negativa
(escala de desenvolvimento inferior), e quando a idade motora é mais avançada do que a idade
cronológica, pode se dizer que a criança se encontra em uma EDM acima do normal, sendo considerada
em uma idade positiva (escala de desenvolvimento superior).
A partir da aplicação dos testes, identificaremos o(a):
IDADE MOTORA (IM)
Procedimento para pontuar e avaliar os resultados dos testes, sendo a pontuação obtida expressa em
meses.
IDADE MOTORA GERAL (IMG)
Será obtida pelo quociente entre a soma da pontuação dos seis elementos e 6. Quando a criança realiza
a prova com êxito atribui-se o símbolo (1); o resultado negativo, ou seja, quando a criança não consegue
realizar o teste, é representado pelo símbolo (0); e, quando o resultado é parcialmente positivo, é
representado pelo símbolo (1/2).
QUOCIENTE MOTOR (QM)
Será obtido a partir da divisão entre a idade motora e a idade cronológica em meses, multiplicado por
100.
QUOCIENTE MOTOR GERAL (QMG)
Obtido por meio da divisão entre a idade motora geral e a idade cronológica, multiplicado por 100.
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Esses valores são quantificados e categorizados. Com exceção dos testes de lateralidade, as outras
baterias consistem em 10 tarefas motoras cada, distribuídas entre 2 e 11 anos, organizadas
gradativamente em nível de dificuldade. Atribui-se, para cada tarefa, em caso de sucesso, um valor
adequado à idade motora expressa em meses. O teste é interrompido quando a criança não realizar a
tarefa com êxito de acordo com protocolo. Dessa forma, inicia-se o teste a partir da idade da criança no
momento da aplicação da bateria.
� EXEMPLO
Se uma criança tem 5 anos, o protocolo é iniciado com os testes correspondentes a essa idade. Se a criança
o realiza com êxito, aplica-se o teste para a idade seguinte, nesse caso de 6 anos, e assim sucessivamente
até que ela não consiga realizar a tarefa. O mesmo critério se aplica retrocedendo, quando a criança não
conseguir realizar o teste. Se a criança tem 5 anos e não consegue realizar o teste, aplica-se o teste da idade
anterior (4 anos).
Esse conjunto de provas da EDM tem como característica ser diversificado e de dificuldade graduada de
acordo com a habilidade avaliada. Após a atribuição dos pontos, utiliza-se a tabela de classificação do
desenvolvimento motor que apresenta os seguintes níveis: muito inferior, inferior, normal baixo, normal
médio, normal alto, superior e muito superior. Para a verificação do teste na íntegra, recomenda-se a
utilização do manual de avaliação motora produzido pelo autor dessa BPM, Francisco Rosa Neto.
AVALIAÇÃO MOTORA E AVALIAÇÃO
PSICOMOTORA
A especialista Marina Guedes de Oliveira Lopes apresentará os 3 instrumentos de avaliação descritos
no módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. POR QUE O TESTE DE PROFICIÊNCIA MOTORA DE BRUININKS-OSERETSKY
(TBO) PERMITE AO PROFESSOR REALIZAR UM DIAGNÓSTICO DA
PROFICIÊNCIA EM DETERMINADAS HABILIDADES MOTORAS DE CRIANÇAS
DOS 4 AOS 14 ANOS?
A) Porque comtempla avaliações que identificam exclusivamente distúrbios motores e atrasos no
desenvolvimento.
B) Porque tem como finalidade o estudo de três componentes da proficiência motora: motricidade global,
motricidade composta e motricidade fina, mas não permitem a identificação de distúrbios ou atrasos no
desenvolvimento.
C) Porque tem como finalidade o estudo de três componentes da proficiência motora: motricidade global,
motricidade composta e motricidade fina, permitindo a identificação de distúrbios ou atrasos no
desenvolvimento.
D) Porque contempla avaliações que identificam distúrbios motores e atrasos no desenvolvimento,
permitindo uma intervenção terapêutica para tratamento dessas alterações.
E) Porque tem como finalidade avaliar a motricidade global, a motricidade composta, a motricidade fina
e o ritmo, quesito esse o mais importante do desenvolvimento motor.
2. QUAL O NOME DA AVALIAÇÃO INDICADA PARA CRIANÇAS ENTRE 2 E 11
ANOS QUE UTILIZA A CONTAGEM DA IDADE EM MESES, E CÁLCULOS,
COMPREENDENDO TESTES PARA AVALIAR A COMPATIBILIDADE DA IDADE
CRONOLÓGICA COM A MOTORA?
A) Teste de proficiência motora de Bruininks-Oseretsky
B) Avaliação psicomotora de Vitor da Fonseca
C) Escala de desenvolvimento motor de Rosa Neto
D) Bateria de testes Fitnessgran
E) Bateria de testes Eurofit
GABARITO
1. Por que o teste de proficiência motora de Bruininks-Oseretsky (TBO) permite ao professor
realizar um diagnóstico da proficiência em determinadas habilidades motoras de crianças dos 4
aos 14 anos?
A alternativa "C " está correta.
O teste de proficiência motora de Bruininks-Oseretsky (TBO) permite ao professor realizar um
diagnóstico da proficiência em determinadas habilidades motoras de crianças dos 4 aos 14 anos por
estabelecer o status do desenvolvimento motor em que ela se encontra com relação aos seus pares.
Esse teste permite ainda avaliar funções, distúrbios motores e atrasos no desenvolvimento e tem como
finalidade o estudo de três componentes da Proficiência Motora: motricidade global, motricidade
composta e motricidade fina.
2. Qual o nome da avaliação indicada para crianças entre 2 e 11 anos que utiliza a contagem da
idade em meses, e cálculos, compreendendo testes para avaliar a compatibilidade da idade
cronológica com a motora?
A alternativa "C " está correta.
A escala de desenvolvimento motor EDM utiliza a idade cronológica da criança expressa em meses para
estabelecer uma relação com o seu nível de desenvolvimento. Quando a idade cronológica é mais
avançada do que a idade motora, pode-se dizer que a criança se encontra em uma EDM abaixo do
normal, e quando a idade motora é mais avançada do que a idade cronológica, pode-se dizer que a
criança se encontra em uma EDM acima do normal.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento humano contempla dimensões físicas, motoras, emocionais e cognitivas que se
interconectam e estruturam a personalidade humana. Nesse sentido, busca-se a harmonia e a conexão
entre os sentidos, hormônios, capacidade física e interação social. Esses aspectos devem ser
valorizados na prática do profissional de Educação Física, vimos ainda como isso é possível pelo
desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e psicomotor.
Sabemos que o envelhecimento é inevitável e implica em alterações morfofuncionais negativas, mas a
participação de idosos em programas de exercícios físicos melhora seus níveis de força muscular,
equilíbrio, autonomia funcional, cognição, interação social e qualidade de vida. Todos esses processos
deverão ser acompanhados e avaliados periodicamente, para que a prescrição de exercícios seja
adequada ao estado de saúde e ao nível de condicionamento físico de qualquer indivíduo.
Por fim, foram apresentadas avaliações que podem contribuir para identificação das habilidades motoras
individuais. Desse modo, o profissional de Educação Física poderá intervir de forma satisfatória e
controlada, contribuindo assim para um desenvolvimento harmonioso dos indivíduos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRUININKS, R. Bruininks-Oseretsky test of motor proficiency: examiner's manual. Minnesota:
American Guidance Service, 1978
BRUININKS, R.; STEFFENS, K.; SPIEGEL, A. The Bruininks-Oseretsky test of motor proficiency:
development, research and intervention strategies. In: Second international symposium on psychomotor
therapy and adapted physical activity, Catholic University, Bélgica, 1989.
FARINATTI, P.T.V. Flexibilidade e esporte: uma revisão de literatura. Revista Paulista de Educação
Física. São Paulo, v. 1, n. 14, p. 85-96, jan./jun. 2000.
FONSECA,V. Manual de observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores
psicomotores, 2.ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.
________ . Gerontopsicomotricidade: uma abordagem ao conceito da retrogênese psicomotora. In:
Fonseca V. Psicomotricidade: filogênese, ontogênese e retrogênese. Porto Alegre: Artes Médicas; 1998.
p. 343-81.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor:
bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7ª. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
HAYWOOD, K. M.; GETHEL, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida, 6ª. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.
HURTADO, J. G. G. M. Glossário básico de psicomotricidade e ciências afins. Curitiba:
Educa/Editer, 1983.
MILLER, T.; CASTANHEIRA, H. C. O impacto fiscal do envelhecimento populacional no Brasil:
2005-2050. Revista Brasileira de Estudos de População, 2013.
PAYNE, V. G.; ISAACS, L. D. Desenvolvimento motor humano: uma abordagem vitalícia. 6ª edição.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. 4ª ed. Rio de janeiro: Zahar, 1973.
ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
SHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da
aprendizagem baseada no problema. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
EXPLORE+
Leia mais sobre a bateria de testes Bruininks-Oseretsky no artigo Utilização e validade do teste de
proficiência motora de Bruininks-Oseretsky: uma revisão de literatura, que você pode encontrar na
internet.
Leia as impressões de Vitor da Fonseca sobre psicomotricidade no artigo Psicomotricidade: uma
visão pessoal, que você pode encontrar na internet, além desses dois livros do mesmo autor:
FONSECA, V. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.
FONSECA, V. Psicomotricidade. 4ª ed. São Paulo: Martins Imagens, 1996.
CONTEUDISTA
Marina Guedes de Oliveira Lopes
� CURRÍCULO LATTES
Aguarde enquanto preparamos tudo por aqui.Isso pode levar alguns instantes.
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