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Hanseníase
Introdução 
• A hanseníase é uma doença infecciosa, 
contagiosa, de evolução crônica, causada 
pela bactéria Mycobacterium leprae; 
• Um bacilo álcool-ácido resistente, de mul-
tiplicação lenta e não cultivável in vitro, 
apesar das inúmeras tentativas realizadas 
desde a sua descoberta até o momento atual; 
• Atinge principalmente a pele, as mucosas 
e os nervos periféricos (braços, mãos, pés, 
pernas e nos olhos, que podem ser muito 
graves), com capacidade de ocasionar le-
sões neurais, podendo acarretar danos ir-
reversíveis, inclusive exclusão social, caso 
o diagnóstico seja tardio ou o tratamento 
inadequado; 
• O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo en-
tre os países que registram casos novos. Em 
razão de sua elevada carga, a doença perma-
nece como um importante problema de sa-
úde pública no país; 
• Acomete pessoas de ambos os sexos e de 
qualquer idade; 
• Necessário um longo período de exposição 
à bactéria, sendo que apenas uma pequena 
parcela da população infectada realmente 
adoece. 
 
Quadro clínico 
• Manchas (brancas, avermelhadas, acasta-
nhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da 
pele com alteração da sensibilidade térmica 
(ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou 
tátil (ao tato); 
• Comprometimento do(s) nervo(s) peri-
férico(s): geralmente espessamento (en-
grossamento), associado a alterações sensi-
tivas e/ou motoras e/ou autonômicas; 
• Áreas com diminuição dos pelos e do suor; 
• Diminuição ou ausência da sensibilidade 
e/ou da força muscular na face, e/ou nas 
mãos e/ou nos pés, em que a pessoa se 
queima ou se machuca sem perceber; 
• Sensação de formigamento e/ou fisgadas, 
principalmente em mãos e pés; 
• Diminuição ou ausência da sensibilidade 
e/ou da força muscular na face, e/ou nas 
mãos e/ou nos pés; 
• Caroços (nódulos) no corpo, em alguns ca-
sos avermelhados e dolorosos; 
• Além dos sinais e sintomas mencionados, 
pode-se observar: 
 - Dor, choque e/ou espessamento de ner-
vos periféricos; 
 - Diminuição e/ou perda de sensibilidade 
nas áreas dos nervos afetados, principal-
mente nos olhos, mãos e pés; 
 - Diminuição e/ou perda de força nos mús-
culos inervados por estes nervos, principal-
mente nos membros superiores e inferiores 
e, por vezes, pálpebras; 
 - Edema de mãos e pés com cianose (arro-
xeamento dos dedos) e ressecamentoda pele; 
 - Febre e artralgia, associados a caroços 
dolorosos, de aparecimento súbito; 
 - Aparecimento súbito de manchas dor-
mentes com dor nos nervos dos cotovelos 
(ulnares), joelhos (fibulares comuns) e tor-
nozelos (tibiais posteriores); 
 - Entupimento, feridas e ressecamento do 
nariz; 
 - Ressecamento e sensação de areia nos 
olhos; 
 - Olho vermelho crônico (conjuntivite), 
sensação de “areia nos olhos”, embaça-
mento da visão (alteração da córnea); 
 - “Dor nas juntas” (artralgias e artrites), 
câimbras, nódulos sobre as articulações, le-
sões ósseas de mãos e pés. É muito comum 
pacientes com queixas álgicas múltiplas, 
nos ossos das pernas (periostite), na muscu-
latura e tecido celular subcutâneo, sendo co-
mum o relato da expressão “dor na carne”, 
sendo uma queixa importante em crianças o 
Marianne Barone (T5) DIP – Prof. Elisabeth Dotti Consolo 
que frequentemente a impossibilita de par-
ticipar das brincadeiras e exercícios. 
 - “Ínguas” (linfadenomegalias) indolores 
no pescoço, axilas e virilhas, baço aumen-
tado, cianose de mãos e pés (acrocianose), 
mãos e pés “inchados” (edemaciados), úlce-
ras indolores e com bordas elevadas, geral-
mente múltiplas, em membros inferiores 
(úlceras tróficas); 
 - Fígado e baço aumentados, insuficiência 
suprarrenal ou renal, atrofia dos testículos; 
 - “Entupimento” (obstrução), resseca-
mento e/ou sangramento (“cascas de ferida”) 
da mucosa nasal, com inchaço (edema) da 
região do osso do nariz, ou até desabamento 
nasal, “caroços” ou ulcerações indolores no 
“céu da boca” (palato), e rouquidão. 
 
Transmissão 
• Individuo com hanseníase, na forma infec-
tante da doença, sem tratamento, elimina 
o bacilo para o meio exterior, infectando 
outras pessoas suscetíveis, ou seja, com 
maior probabilidade de adoecer; 
• A forma de eliminação do bacilo pelo do-
ente são as vias aéreas superiores (por 
meio do espirro, tosse ou fala), e não pelos 
objetos utilizados pelo paciente; 
• Também é necessário um contato pró-
ximo e prolongado; 
• Apresenta longo período de incubação, 
ou seja, o tempo em que os sinais e sinto-
mas se manifestam desde a infecção; 
• Geralmente, esse período dura em média 
de dois a sete anos, porém, há referências a 
períodos inferiores a dois e superiores a dez 
anos; 
• Não se transmite a hanseníase pelo abraço, 
compartilhamentos de pratos, talheres, rou-
pas de cama e outros objetos. Já as pessoas 
com muitos bacilos, chamadas de multiba-
cilares (MB), constituem o grupo contagi-
ante, mantendo-se como fonte de infecção 
enquanto o tratamento específico não for 
iniciado. 
Tipos de hanseníase 
• Existem diversas formas clínicas de han-
seníase, sendo que eles estão relacionados à 
maneira como o organismo reage ao bacilo 
que causa o adoecimento; 
• De forma geral, são divididas em dois ti-
pos: paucibacilar (casos que apresentam 
até cinco lesões de pele, indeterminada e tu-
berculoiode) e multibacilar (dimorfa e vir-
chowiana, quando há mais de cinco lesões). 
 
→ 
• É o estágio inicial da doença e conta com 
até cinco manchas de contornos mal defi-
nidos; 
• A lesão de pele geralmente é única, mais 
clara do que a pele ao redor (mancha), 
não é elevada (sem alteração de relevo), 
apresenta bordas mal delimitadas, e é seca 
(não ocorre sudorese na respectiva área). Há 
perda da sensibilidade (hipoestesia ou 
anestesia) térmica e/ou dolorosa, mas a tá-
til (habilidade de sentir o toque) geralmente 
é preservada; 
• Estes casos não têm comprometimento 
neural. 
 
→ 
• Provoca manchas ou placas de até cinco 
lesões que são bem definidas e comprome-
tem um nervo; 
• Manifesta-se por uma placa (mancha ele-
vada em relação à pele adjacente) total-
mente anestésica ou por placa com bordas 
elevadas, bem delimitadas e centro claro 
(forma de anel ou círculo). Com menor fre-
quência, pode se apresentar como um único 
nervo espessado com perda total de sensi-
bilidade no seu território de inervação; 
• Estes casos podem apresentar neurite (in-
flamação do nervo). 
 
→ 
• Também conhecida como dimorfa, ela 
apresenta manchas e placas acima de 
cinco lesões, com bordas às vezes bem ou 
pouco definidas; 
• Apresenta o comprometimento de dois 
ou mais nervos e os episódios reacionais 
ocorrem com mais frequência. Os episó-
dios reacionais são fenômenos imunológi-
cos que ocorrem de modo súbito e que po-
dem levar a perda funcional de nervos pe-
riféricos e agravantes das incapacidades; 
• Várias manchas de pele avermelhadas 
ou esbranquiçadas, com bordas elevadas, 
mal delimitadas na periferia, ou por múlti-
plas; 
• Lesões bem delimitadas semelhantes à le-
são tuberculóide, porém a borda externa é 
esmaecida (pouco definida); 
• Há perda parcial a total da sensibilidade, 
com diminuição de funções autonômicas 
(sudorese e vasorreflexia à histamina); 
• É comum haver comprometimento assi-
métrico de nervos periféricos, as vezes vi-
síveis ao exame clínico; 
• É a forma mais comum de apresentação da 
doença (mais de 70% dos casos). Ocorre, 
normalmente, após um longo período de in-
cubação (cerca de 10 anos ou mais), devido 
à lenta multiplicação do bacilo (que ocorre 
a cada 14 dias, em média. 
 
→ 
 
• Essa é a forma mais infectante da doença. 
Nela, existe uma dificuldade em identificar 
qual é a pele normal e qual está danificada; 
• Não apresenta manchas visíveis. A pele 
apresenta-se avermelhada, seca, aparece-
rem caroços (pápulas e nódulos) escuros, 
endurecidos e assintomáticos(hansenomas) 
= eritema nodoso; 
• Perda parcial a total das sobrancelhas (ma-
darose) e, também dos cílios, além de outros 
pelos, exceto os do couro cabeludo, axilas e 
dorso; 
• A face costuma ser lisa (sem rugas) o nariz 
é congesto, os pés e mãos arroxeados e ede-
maciados, a pele e os olhos secos; 
• O suor está diminuído ou ausente de 
forma generalizada, porém é mais intenso 
nas áreas ainda poupadas pela doença, 
como o couro cabeludo e as axilas; 
• Câimbras e formigamentos nas mãos e pés, 
dor nas juntas (articulações) problemas de 
circulação ou de coluna; 
• Nos jovens dor testicular (orquites), com-
prometimento dos testículos, levando à 
azospermia (infertilidade), ginecomastia 
(crescimento das mamas) e impotência; 
• Os nervos periféricos e seus ramos super-
ficiais estão simetricamente espessados, al-
terações de sensibilidade térmica, dolorosa 
e tátil no território desses nervos (facial, 
ulnar, fibular tibial), e em áreas frias do 
corpo, como cotovelos, joelhos, nádegas e 
pernas. 
 
→ 
 
• As reações hansênicas são fenômenos in-
flamatórios agudos que cursam com exacer-
bação dos sinais e sintomas da doença e 
acometem um percentual elevado de casos; 
• Resultam da ativação de resposta imune 
contra o M. leprae e podem ocorrer antes, 
durante ou após o tratamento da infecção; 
 
• As reações são classificadas em dois ti-
pos, denominados: 
 - Reação tipo 1 (ou reação reversa): são 
reações de hipersensibilidade celular e ge-
ram sinais e sintomas mais restritos, associ-
ados à localização dos antígenos bacilares; 
 - Reação tipo 2 (ou eritema nodoso 
hansênico): é uma síndrome mediada por 
imunocomplexos, resultando em um quadro 
sistêmico e acometendo potencialmente di-
versos órgãos e tecidos. 
 
Diagnóstico 
• Avaliação neurológica simplificada 
(ANS); 
• Exame físico geral dermatológico e neuro-
lógico para identificar lesões ou áreas de 
pele com alteração de sensibilidade e/ou 
comprometimento de nervos periféricos, 
com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou 
autonômicas; 
• Inclui a inspeção minuciosa das mãos, pés 
e olhos, a palpação de nervos periféricos 
(ulnar, mediano, radial, fibular e tibial pos-
terior) e a realização de testes da sensibili-
dade e força muscular, além da averiguação 
da acuidade visual. 
 
→ 
• As lesões de pele da hanseníase se torna-
rem mais avermelhadas e inchadas; 
• Os nervos periféricos ficarem mais dolo-
rosos; 
• Houver piora dos sinais neurológicos de 
perda de sensibilidade ou perda de função 
muscular; 
• As mãos e pés ficarem inchados; 
• Houver surgimento abrupto de novas le-
sões de pele até 5 anos após a alta medica-
mentosa. 
 
→ 
• Manchas ou “caroços” na pele, quentes, 
dolorosos e avermelhados, às vezes ulcera-
dos; 
• Febre, “dor nas juntas”, mal-estar; 
• Ocasionalmente dor nos nervos periféricos 
(mãos e pés); 
• Comprometimento dos olhos; 
• Comprometimento sistêmico (anemia se-
vera aguda, leucocitose com desvio à es-
querda, comprometimento do fígado, baço, 
linfonodos, rins, testículos, suprarrenais). 
 
→ 
• Baciloscopia direta para bacilos álcool-
ácido resistentes (BAAR) busca detectar a 
presença do M. leprae em esfregaços de 
raspado intradérmico e estimar a carga 
bacilar apresentada pelo paciente; 
• A pesquisa do bacilo também pode ser 
feita em fragmentos de biópsia de pele, ner-
vos, linfonodos e outros órgãos. Nesses ca-
sos, a baciloscopia avalia a carga bacilar 
apenas no fragmento analisado. 
 
→ 
• O exame histopatológico é empregado 
nos casos em que o diagnóstico persiste in-
definido mesmo após a avaliação clínica e 
baciloscópica da hanseníase em relação a 
outras doenças dermatológicas e nos casos 
de acometimento neural sem lesões cutâ-
neas, quando os fragmentos são obtidos do 
tecido nervoso. 
 
→ 
• O Brasil é o primeiro país do mundo a in-
corporar, no âmbito do SUS, um teste rá-
pido para detecção de anticorpos anti-M. 
leprae como método auxiliar as ações de 
controle da hanseníase; 
• Deve ser utilizado como ferramenta de 
apoio na avaliação de contatos; 
• Ultrassom de nervos periféricos: espes-
samentos focais, edema intraneural, micro-
abscessos e perda da arquitetura fascicular 
normal dos nervos periféricos. 
 
Tratamento 
 
• Tratamento medicamentoso para rea-
ção hansênica: o tratamento medicamen-
toso para reação hansênica é realizado con-
forme classificação do tipo de reação; 
 
• Reação tipo 1 ou reação reversa: trata-
mento é com prednisona ou dexametasona; 
• Reação tipo 2 do tipo eritema nodoso 
hansênico: tratamento é com talidomida, 
que pode ser associado à prednisona em 
caso de comprometimento dos nervos; 
• Na impossibilidade de uso desse medica-
mento, pode-se utilizar a prednisona ou 
pentoxifilina.

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