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Autor: Prof. Cristiano Roberto Martins Foli Colaboradores: Prof. Ricardo Tinoco Prof. José Carlos Morilla Resistência dos Materiais EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Professor conteudista: Cristiano Roberto Martins Foli Natural de Franca (SP), graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp (2002), mestrado em Engenharia Aeronáutica e Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA (2004) e doutorado em Engenharia Aeronáutica e Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA (2011). Ministra aulas em cursos de Engenharia na UNIP desde 2006, tais como: Resistência dos Materiais, Complementos de Resistência dos Materiais, Estática nas Estruturas, Estruturas Hiperestáticas, Teoria das Estruturas. É coordenador do curso de Engenharia Civil da UNIP – São José dos Campos, desde 2011. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) F665s Foli, Cristiano Roberto Martins. Resistência dos materiais / Cristiano Roberto Martins Foli. - São Paulo: Editora Sol, 2018. 192 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2-043/18, ISSN 1517-9230. 1. Treliças planas. 2. Esforços solicitantes. 3. Aplicação de cargas axiais. I. Título. CDU 624 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Kleber Nascimento Carla Moro Vitor Andrade EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Sumário Resistência dos Materiais APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 REVISÃO DE MECÂNICA GERAL – ESTÁTICA ...........................................................................................9 1.1 Sistema internacional de medidas (SI) ........................................................................................ 10 1.2 Resultante de uma força ................................................................................................................... 11 1.2.1 Composição de forças ............................................................................................................................11 1.2.2 Decomposição de forças .......................................................................................................................11 1.3 Momento estático ................................................................................................................................ 17 2 EQUILÍBRIO DAS ESTRUTURAS .................................................................................................................. 24 2.1 Classificação das estruturas ............................................................................................................. 24 2.2 Vínculos ou apoios ............................................................................................................................... 26 2.2.1 Apoio simples ou de primeiro gênero ............................................................................................ 26 2.2.2 Articulação ou apoio de segundo gênero ..................................................................................... 27 2.2.3 Engate ou apoio de terceiro gênero ................................................................................................ 27 2.3 Tipos de carregamento ....................................................................................................................... 27 2.4 Cálculo de reações de apoio ............................................................................................................ 28 3 TRELIÇAS PLANAS ........................................................................................................................................... 49 3.1 Classificação de treliças planas....................................................................................................... 50 3.2 Hipóteses para análise de treliças planas ................................................................................... 52 3.3 Método dos nós .................................................................................................................................... 53 3.4 Método das seções .............................................................................................................................. 70 4 ESFORÇOS SOLICITANTES ............................................................................................................................. 75 4.1 Força cortante (V) ................................................................................................................................. 75 4.2 Momento fletor (M) ............................................................................................................................ 75 4.3 Convenção de sinais ............................................................................................................................ 76 4.4 Diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M) ........................................................ 76 4.5 Diagrama de força normal (N) ......................................................................................................100 Unidade II 5 TENSÕES E DEFORMAÇÕES NORMAIS E CISALHANTES .................................................................115 5.1 Introdução .............................................................................................................................................115 5.2 Tensão normal .....................................................................................................................................116 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 5.3 Deformação na tensão normal .....................................................................................................118 5.4 Cisalhamento .......................................................................................................................................119 5.5 Tensão de cisalhamento ..................................................................................................................120 5.6 Deformações no cisalhamento .....................................................................................................130 6 RELAÇÃO TENSÃO X DEFORMAÇÃO ......................................................................................................133 6.1 Introdução.............................................................................................................................................133 6.2 Lei de Hooke .........................................................................................................................................136 6.3 Tensão admissível ...............................................................................................................................141 6.4 Tensão x Deformação de Cisalhamento ....................................................................................143 Unidade III 7 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DE FIGURAS PLANAS ..............................................................149 7.1 Introdução .............................................................................................................................................149 7.2 Momento estático ..............................................................................................................................150 7.3 Centro de gravidade de uma figura plana ...............................................................................151 7.4 Momento de inércia ..........................................................................................................................160 7.5 Translação de eixos ............................................................................................................................163 7.6 Módulo resistente ..............................................................................................................................167 7.7 Raio de giração ....................................................................................................................................167 8 APLICAÇÃO DE CARGAS AXIAIS ..............................................................................................................172 8.1 Deformações sob carregamento axial .......................................................................................181 7 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 APRESENTAÇÃO A disciplina Resistência dos Materiais tem como principal objetivo relacionar as cargas aplicadas a uma peça ou estrutura às deformações resultantes, projetando assim dimensões e aplicações para um funcionamento sem falhas. São apresentados ao estudante de Engenharia conceitos e fundamentos de fenômenos referentes ao projeto de corpos rígidos, o que permite associar aplicações práticas de pensamentos complexos em situações reais da vida profissional. Portanto, o objetivo geral é prover ao aluno o desenvolvimento da habilidade de análise dos fenômenos e capacitá-lo ao uso e emprego das equações fundamentais que regem os corpos rígidos. O livro-texto abordará a revisão de alguns tópicos, com ênfase mais aprofundada em: • revisão de mecânica geral; • equilíbrio das estruturas; • treliças planas; • esforços solicitantes. Em seguida, demonstrará novos conceitos e tratará sobre: • tensões e deformações normais e cisalhantes; • relação tensão x deformação; Por fim, retratará os seguintes assuntos: • características geométricas de figuras planas; • aplicação de cargas axiais. Recomenda-se uma leitura apurada do texto, quantas vezes for preciso, para que seja adquirido o conceito apresentado. INTRODUÇÃO Este livro-texto é indicado aos alunos dos cursos de Engenharia, no qual consta a disciplina de Resistência dos Materiais. Os conceitos básicos são abordados de forma simples e objetiva para que o estudante dê início à análise estrutural e do comportamento dos materiais. 8 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 A disciplina de Resistência dos Materiais considera um conhecimento prévio em mecânica, física, matemática e, principalmente, em estática. Porém, nos capítulos iniciais, esses conceitos serão revistos. As teorias e equações apresentadas serão aplicadas em exercícios resolvidos; assim, o aluno terá um contato mais prático com os conceitos da disciplina. 9 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Unidade I 1 REVISÃO DE MECÂNICA GERAL – ESTÁTICA Figura 1 O estudo da Mecânica é dividido em três grandes áreas de conhecimento: Mecânica dos Corpos Rígidos, Mecânica dos Corpos Deformáveis e Mecânica dos Fluidos. A resistência dos materiais se baseia nas leis da Estática e será aplicada para corpos rígidos e corpos deformáveis. A Estática está fundamentada na primeira e terceira leis de Newton, que compreendem corpos rígidos sob ação de forças em equilíbrio. Desta maneira, será feita uma revisão de conceitos de grandezas vetoriais (força e momento). O estudo dos efeitos de uma ou várias forças sobre um corpo é de extrema importância em resistência dos materiais, uma vez que, em todo projeto de Engenharia, o efeito das forças sobre a peça ou estrutura definirá um funcionamento sem apresentar falha. • Força: segundo as leis de Newton, define-se força como a ação de um corpo sobre outro. É utilizado para sua representação o conceito vetorial; portanto, a força tem um ponto de aplicação, intensidade, direção e sentido: Equação: F m.a= Quando a força é aplicada a um corpo, pode provocar deformação e/ou movimento. Um dos conceitos mais utilizados é o da força peso. • Peso: é força que existe sobre todos os corpos, sendo exercida sobre eles por meio do campo gravitacional da Terra, conforme figura a seguir: 10 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Peso: características vetoriais Direção: vertical Sentido: de cima pra baixo Ponto de aplicação: centro de gravidade do corpo Figura 2 – Força peso Consequentemente, cuidados devem ser utilizados para não se confundir massa e peso, porque, enquanto o peso de um corpo muda de acordo com a gravidade, o da massa nunca varia, ou seja, é constante. 1.1 Sistema internacional de medidas (SI) Para padronizar as unidades de medida de várias grandezas, é adotado o SI. O quadro a seguir apresentará valores, definidos como básicos, e também os valores estabelecidos a partir deles, denominados derivados. Quadro 1 – Unidade de medidas do Sl Grandeza Unidade Símbolo Comprimento Metro m Massa Quilograma kg Tempo Segundo s Força Newton N = kg.m/s2 Peso Newton N = kg.m/s2 Pressão Pascal Pa = N/m2 Tensão Pascal Pa = N/m2 A utilização de unidades maiores ou menores que a do SI pode ser acompanhada de múltiplos e submúltiplos das referidas unidades mediante o emprego dos prefixos SI. Vejamos alguns exemplos. Quadro 2 – Múltiplos e submúltiplos da unidade Prefixos Símbolo Fator Giga G 109 Mega M 106 Quilo K 103 Deci D 10-1 Centi C 10-2 Mili M 10-3 11 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Como dito, a força é uma grandeza vetorial, e conceitos de mecânica vetorial serão apresentados. Lembrete As unidades mais comumente utilizadas para força são: Newton (N) ou Quilograma-força (kgf), em que 1 kgf é aproximadamente 10 N. Elas devem ser representadas no Sistema Internacional de Medidas (SI). 1.2 Resultante de uma força Quando temos várias forças sendo aplicadas a um corpo determinado, a força resultante (efeito de uma só força) ajuda no estudo de seus efeitos sobre o corpo. A força resultante pode ser determinada por composição ou decomposição das forças. 1.2.1 Composição de forças A soma ou subtração de forças somente será feita se elas estiverem na mesma direção, encontrando sua resultante. Figura 3 – Composição de forças Portanto, forças com a mesma direção e sentido são somadas, enquanto aquelas com a mesma direção e sentidos opostos são subtraídas. 1.2.2 Decomposição de forças Forças com direções diferentes da sua resultante podem ser encontradas através da decomposiçãodaquelas que talvez estejam no plano (direções x e y) ou no espaço (direções x, y e z), como demonstrado a seguir: Figura 4 – Forças no espaço 12 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Para essa situação, utiliza-se a resultante Fr ou suas componentes Fx, Fy e Fz para o estudo do efeito no corpo. De maneira geral, o efeito das forças no plano é a maneira mais utilizada para análise de problemas envolvendo forças. F = força a ser decomposta α = ângulo formado por F em relação ao eixo x Fx, Fy = componentes nas direções x e y Figura 5 – Forças no plano Utilizando a trigonometria, tem-se para essa situação: ( ) ( ) ( ) Fx F cos Fy Fsen Fy tg Fx = α = α = α Pelo Teorema de Pitágoras, a resultante fica: 2 2F Fx Fy= + Exemplo 1 Dadas duas forças sobre um parafuso, determine a resultante atuando: 13 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Figura 6 Resolução: Como a força resultante é dada por 2 2F Fx Fy= + , tem-se que calcular a componente das duas forças em relação a x (Fx) e a y (Fy). Fx1 = F1cos(15º) = 200 * 0,96 ≅ 192 kN Fx2 = F2cos(35º + 15º) = F2cos(50º) = 50 * 0,64 ≅ 32 kN Fx = Fx1 + Fx2 ≅ 224 kN Fy1 = F1sen(15º) = 200 * 0,25 ≅ 50 kN Fy2 = F2sen(35º + 15º) = F2sen(50º) = 50 * 0,76 ≅ 38 kN Fy = Fy1 + Fy2 ≅ 88 kN Logo, a força resultante é: 2 2F 224 88 240,66kN= + ≅ 14 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Portanto, podem-se substituir as duas forças (F1 e F2) por uma única F . Porém, qual seria o ângulo que essa nova força resultante teria sobre o parafuso: 15º, 35º ou um novo ângulo? Figura 7 Utilizando a relação trigonométrica, temos: tg cateto oposto cateto adjacente Fy Fx ( ) ,α = = = =88 224 0 392 arctg(0,392) ≅ 21,40º Ou seja, pode-se substituir o efeito das duas forças por uma única de aproximadamente 240,66 kN, com um ângulo de 21,40º. Exemplo 2 Verifique se o sistema de forças está em equilíbrio: Figura 8 Resolução: Em um sistema de forças em equilíbrio, a somatória de todas as forças em x e y são iguais a zero. 15 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ∑Fx = 0 ∑Fy = 0 Fx = - F1cos(60º) - F2sen(30º) + F4 = - 10 - 5 + 15 = 0 Fy = + F1sen(60º) - F2cos(30º) - F3 = 17,32 - 8,66 - 8,66 = 0 Sim, o sistema está em equilíbrio de forças. Exemplo 3 Determine as forças nos cabos para manter o motor em equilíbrio: Figura 9 Resolução: Transformando nosso sistema de eixos x e y, temos: 16 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Figura 10 Lembrando que P = m . a = 100 . 10 = 100 N Para manter o sistema em equilíbrio, a somatória das forças em x e y tem que ser igual a zero, então: ∑Fx = 0 → FAcos(25º) - FBcos(65º) = 0 (1) ∑Fy = 0 → -FAsen(25º) + FBsen(65º) = 0 (2) isolando FA na equação (1), tem-se: FBcos(65º ) FA FA 0,466FB cos(25º ) = → = (3) Substituindo FA da equação (3) na equação (2): - 0,466FB . sen(25º) + FBsen(65º) - P = 0 - 0,466FB + 0,906FB - 1000 = 0 - 0,196FB + 0,906FB = 1000 0,71FB = 1000 FB ≅ 1408,45 N Substituindo FB na equação (3): FA = 0,466 . 1408,45 ≅ 656,33 N FA = 656,33 N FB = 1408,45 N 17 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1.3 Momento estático Momento é definido como a grandeza física que dá a medida da tendência de uma força “F” provocar rotação em torno de um eixo fixo. A determinação deve levar em consideração o módulo da força “F” e a distância da força em relação ao eixo fixo. Figura 11 – Força e momento O momento escalar é determinado como a relação do vetor “F”, que atua sobre um corpo rígido fixo no ponto “O”, da seguinte maneira: Equação: M = Fxd onde: M é o momento escalar. O é o polo ou o centro de momento. d é a distância perpendicular de “O”, a linha de ação de “F”. A unidade de momento é força vezes distância, portanto, no SI: M=N.m (Newton metro). A fim de entender melhor o efeito da força em relação ao eixo fixo, um bom exemplo é a aplicação da força para se abrir uma porta. 18 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Figura 12 – Efeito da força sobre um eixo fixo Lembrete Para cálculo do momento, força e distância devem formar um ângulo de 90º. Na figura é possível ver duas forças, uma na direção tangencial à distância do eixo fixo (F1), e outra perpendicular à distância do eixo fixo (F2). A força F1 tem efeito de compressão sobre a porta, não tendo efeito giro. Já a F2, quando aplicada à maçaneta, faz com que a porta gire em torno do eixo fixo, abrindo ou fechando. Quanto maior a distância de aplicação da força em relação ao eixo fixo, maior será o momento; por isso, quanto maior a distância da maçaneta da porta (posição A), mais fácil a sua abertura. Esse mesmo conceito pode ser aplicado na troca de um pneu de carro: quanto maior for a barra da ferramenta, menor o esforço para girar o parafuso. No exemplo apresentado, o efeito da força faz com que o objeto gire em torno de um eixo fixo. Porém, no curso de Resistência dos Materiais, projetam-se peças ou estruturas resistentes a esse giro, ou seja, a aplicação da força não necessariamente trará giro ao corpo. 19 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Exemplo 1 Determine o momento da força em relação ao ponto “O” em cada uma das barras: a) F = 300 N 5 m O Figura 13 Solução: M = F x d M = 300 x 5 M = 1500 N . m Neste momento é importante determinar o sentido de giro da estrutura. Como ela está travada no ponto “O”, a tendência de giro é no sentido horário, lembrando que a estrutura não irá fazê-lo, trata-se apenas de sua tendência. b) 5 m 3 m O F = 300 N Figura 14 20 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Resolução: M = F x d M = 300 x 3 M = 900 N . m sentido horário Linha de ação da força F F = 300 N 3 m 5 m O Figura 15 Observe que, se unirmos a linha de ação de “F” com a distância de 5 m, não teremos um ângulo de 90º. Portanto, a distância que gera momento é de 3 m. c) F = 300 N F = 200 N 3 m 5 m O Figura 16 21 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Observação Neste exemplo têm-se duas forças, logo, deve-se considerar o efeito delas sobre o eixo “O”. Este livro-texto sempre irá considerar como positivo o sentido anti-horário, nada impedindo que se adote o contrário. Os resultados encontrados invariavelmente serão os mesmos. y+ x+ +M Figura 17 Resolução: M = F x d M = -300 x 3 - 200 x 5 M = -1900 O sinal negativo mostra o sentido de giro; uma vez que foi adotado anti-horário como positivo, temos que o sentido real de giro é horário. Assim, será dada uma resposta positiva. M = 1900 N . m sentido horário d) F = 300 N F = 500 N 3 m 2,5 m 2,5 m O Figura 18 22 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Resolução: M = F x d M = -300 x 3 + 500 x 2,5 M = + 350 M = 350 N . m sentido anti-horário e) 100 kN 40º 4 m3 m O Figura 19 Resolução: Neste exemplo tem-se uma força com ângulo de 40º. Para o cálculo do momento, é necessário efetuar a decomposição da força nas direções x e y. 100 kN 40º 4 m3 m O Figura 20 Fx = F . cos(40º) = 100 . 0,766 ≅ 76,6 kN Fy = F . sen(40º) = 100 . 0,642 ≅ 64,2 kN 23 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIADOS MATERIAIS Pode-se se observar que a linha de ação da força Fx não forma ângulo de 90º, não gerando momento. Já a decomposição da força em relação ao eixo y configura um ângulo de 90º e será utilizada para o cálculo do momento. M = F x d = - 64,2 x 3 ≅ - 192,6 M ≅ 192,6 N . m sentido horário f) F1 = 250 N 2 m 5 m 30º O 60º 3 m 36,87º F2 = 300 N F3 = 500 N Figura 21 Resolução: Decompondo-se as forças em relação a x e y, utilizando somente aquelas que geram momento, tem-se: M = F x d M = - F1cos(30º) x 2 - F2sen(60º) x 5 - F3cos(36,87º) x 5 + F3sen(36,87º) M ≅ - 433,04 - 1299,03 + 2000 - 1200 M ≅ - 2532 M ≅ 2532 N . m sentido horário 24 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Saiba mais Para o estudo de Mecânica Geral, é importante que o aluno entenda o significado de alguns conceitos e princípios fundamentais, tais como: unidades, modelos e leis de movimento e equilíbrio. A fim de conhecer mais a respeito, leia: HIBBELER, R. C. Estática: mecânica para engenharia. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 2 EQUILÍBRIO DAS ESTRUTURAS Figura 22 Ao olhar a seu redor, é possível encontrar uma infinidade de estruturas. Elas estão presentes em vários formatos: máquinas, automóveis, aviões, edifícios e até mesmo no corpo humano, na forma de ossos, músculos, tendões etc. Trata-se de sistemas compostos de uma ou mais peças, ligadas entre si e ao meio exterior, constituindo um conjunto estável. O comportamento de uma estrutura independe de sua finalidade, e os mesmos conceitos são utilizados nas diversas áreas de conhecimento, ou seja, idêntica teoria que explica o funcionamento de uma estrutura mecânica aplica-se, por exemplo, àquelas civis, navais ou aeronáuticas. 2.1 Classificação das estruturas As estruturas podem ser classificadas em três principais grupos dependendo de sua geometria, ou seja, em função das dimensões de comprimento, espessura e altura. São elas: • Unidimensionais: uma dimensão predomina sobre as outras. Por exemplo: vigas, treliças, pilares e colunas. 25 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Figura 23 – Barra unidimensional • Bidimensionais: duas dimensões predominam sobre a terceira. Por exemplo: placas, lajes e chapas. Figura 24 – Chapa bidimensional • Tridimensionais: três dimensões têm a mesma ordem de grandeza. Por exemplo: barragens e blocos. Figura 25 – Bloco tridimensional 26 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Observação Há também a classificação quanto ao seu equilíbrio estático: sendo isostáticas, hipostáticas e hiperestáticas. Para as duas primeiras, os esforços internos e externos são determinados utilizando-se as três equações de equilíbrio estático (ΣFx=0, ΣFy=0, ΣM=0). Para as estruturas hiperestáticas, somente as três equações de equilíbrio não determinam os esforços. Este livro-texto abordará somente problemas isostáticos ou hipostáticos. 2.2 Vínculos ou apoios Para uma estrutura em equilíbrio estático, quando a somatória de todas as forças aplicadas a ela é zero, deve-se impedir o deslocamento de pontos da estrutura, introduzindo vínculos (barreiras). Os pontos impedidos de deslocamento reagirão às forças aplicadas à estrutura em sentido contrário. O objetivo aqui é determinar o valor dessa força conhecida, como reação de apoio. No plano, um corpo rígido qualquer tem três graus de liberdade de movimento: deslocamento em duas direções e rotação. Dependendo do tipo de apoio, ele impedirá tais movimentos. 2.2.1 Apoio simples ou de primeiro gênero Esse tipo de apoio trava a estrutura em uma única direção, portanto, tem-se apenas uma reação. Figura 26 – Apoio simples Para facilitar a representação, utilizam-se as seguintes simbologias: Figura 27 – Representações de apoio simples 27 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Como exemplo de movimento, tem-se o skate: pode-se movimentá-lo para frente e para trás e girar, porém, se o skatista ficar parado em cima, haverá uma reação no sentido contrário, impedindo o deslocamento para baixo. 2.2.2 Articulação ou apoio de segundo gênero Esse tipo de apoio trava a estrutura em duas direções, portanto têm-se duas reações de apoio. Figura 28 – Apoio de segundo gênero e sua representação Como exemplo, tem-se a dobradiça da porta, para a qual o único movimento possível é o de rotação. Ela impede os movimentos para baixo e para cima, assim como para frente e para trás. 2.2.3 Engate ou apoio de terceiro gênero Esse tipo de apoio trava a estrutura em três direções, logo, têm-se três reações de apoio. Nesse tipo de vínculo é necessário calcular o momento. Figura 29 – Apoio de terceiro gênero e sua representação Como exemplo de movimento, tem-se um poste enterrado no solo: todos os movimentos estão impedidos. 2.3 Tipos de carregamento Segundo Philpot (2013), em geral, vários tipos de cargas são suportados pelas estruturas. Aquelas que atuam em um pequeno comprimento são denominadas cargas concentradas. As cargas de pilares (colunas) ou de outros elementos, assim como as forças de reações de apoio, são representadas 28 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I tipicamente por cargas concentradas. As cargas concentradas também podem representar cargas por roda de veículos ou as forças aplicadas por equipamentos à estrutura. As cargas que se estendem ao longo de uma parte da estrutura são denominadas cargas distribuídas. Aquelas que possuem módulo constante são denominadas cargas uniformemente distribuídas. Exemplos delas incluem o peso da laje de um piso de concreto ou as forças resultantes da ação do vento. Em alguns casos, a carga pode ser linearmente distribuída, o que significa que a carga distribuída, como o próprio termo sugere, tem seu módulo variando de modo uniforme ao longo do vão de carregamento. Pressões de neve, de solo e de fluidos são exemplos de considerações que podem criar cargas linearmente distribuídas. Uma estrutura também pode estar sujeita aos momentos concentrados, que tendem a flexioná-la e a girá-la. Com frequência, eles são criados por outros elementos que se conectam à estrutura principal. Carga concentrada Carga uniformemente distribuída Carga linearmente distribuída Momento concentrado (carga momento) Figura 30 – Símbolos usados para vários tipos de cargas 2.4 Cálculo de reações de apoio Para o cálculo das reações de apoio, serão utilizados os conceitos de estática, ou seja, um corpo está em equilíbrio quando a resultante de todas as forças que nele atuam forem nulas. ∑Fx = 0 ∑Fy = 0 ∑M = 0 Serão utilizados exemplos para melhor explicar o procedimento do cálculo das reações de apoio. 29 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Exemplo 1 Calcule as reações de apoio da estrutura: 100 kN 4 m4 m B A Figura 31 Resolução: A fim de facilitar o desenvolvimento do exercício, é possível colocar todas as forças em um diagrama, chamado diagrama de corpo livre (DCL). Ray Rby Rbx 100 kNDCL Figura 32 Lembrando que do lado A temos um vínculo de primeiro gênero, e do lado B, de segundo gênero. Portanto, precisamos determinar o valor das reações causadas por tais vínculos. Observação Este livro-texto sempre adotará o seguinte sistema de eixos: y+ x+ +M Figura 33 30 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I O procedimento utilizado para resolver esses tipos de exercício será: 1) A somatória de forças em x deve ser igual a zero (sistema em equilíbrio). ∑Fx = 0 Como há somente RBx na direção x, então: Rbx = 0 2) Asomatória de forças em y deve ser igual a zero (sistema em equilíbrio). ∑Fy = 0 Em y, têm-se: Ray + Rby - 100 = 0 Ray + Rby = 100 Por enquanto, não é possível determinar as reações devido às duas incógnitas. 3) A somatória de momento em um ponto deve ser igual a zero (sistema em equilíbrio). Pode-se escolher qualquer trecho, geralmente seleciona-se aquele onde estão as duas reações de apoio. Neste caso, o ponto B. ∑MB = 0 Rayx8 100x4 0 Rayx8 100x4 100x4 Ray 8 Ray 50kN − + = − = − = = 4) Após a determinação de uma das reações de apoio através da equação de momento, volta-se à somatória de forças em y para determinar a faltante, portanto: Ray + Rby =100 50 + Rby =100 Rby = 100 - 50 31 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Rby = 50 kN Ray = 50 kN Rby = 50 kN Neste exemplo, pode-se perceber que há uma força no centro da estrutura; a força se distribuirá igualmente para os dois lados (A e B). Exemplo 2 Calcule as reações de apoio da estrutura: 100 kN200 kN 3 m2 m 3 m B A Figura 34 Resolução: Ray Rby Rbx 200 kN 100 kNDCL Figura 35 1) ∑Fx = 0 Rbx = 0 2) ∑Fy = 0 Ray + Rby - 200 -100 = 0 Ray + Rby = 300 3) ∑MB = 0 32 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Rayx8 200x6 100x3 0 Rayx8 200x6 100x3 1500 Ray 8 Ray 187,5kN − + + = − = − − = = 4) Ray + Rby =300 187,5 + Rby =300 Rby = 300 - 187,5 Rby = 112,5 kN Ray = 187,5 kN Rby = 112,5 kN Exemplo 3 Calcule as reações de apoio da estrutura: 8 m 2 m 150 kN 35º BA Figura 36 Ray Rby Rax 150 kN DCL Fx Fy Figura 37 Fx = Fcos(35º) ≅ 150 x 0,82 ≅ 123 kN 33 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Fy = Fsen(35º) ≅ 150 x 0,57 ≅ 85,5 kN 1) ∑Fx = 0 Rax - 123 = 0 Rax = 123 kN 2) ∑Fy = 0 Ray + Rby - 85,5 = 0 Ray + Rby = 85,5 Lembrete Sempre que se tiver uma força inclinada, ela deverá ser decomposta nos eixos x e y para análise de seus efeitos sobre a estrutura. 3) Neste exemplo será encolhido o ponto A para somatória de momentos. ∑MA = 0 Rbyx10 85,5x8 0 Rbyx10 85,5x8 684 Rby 10 Rby 68,4kN − + = − = = = 4) Ray + Rby =85,5 Ray + 68,4 =85,5 Ray = 85,5 - 68,4 Ray = 17,1 kN Ray = 123 kN 34 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Ray = 17,1 kN Rby = 68,4 kN Exemplo 4 Calcule as reações de apoio da estrutura: Q = 50 kN/m 4 m A B Figura 38 A carga está uniformemente distribuída; sempre que ela estiver assim, deverá ser concentrada. Para concentrá-la, deve-se calcular a área da carga distribuída. Note que a carga representa um retângulo, em que o valor é a altura. A carga concentrada é encontrada multiplicando-se o comprimento da carga pelo seu valor. Ray Rby Rax 50 x 4 = 200 kN 2 m 2 m DCL Figura 39 O ponto de aplicação da carga concentrada deve ser no centro geométrico da figura; no caso do retângulo, na metade do comprimento total da carga distribuída. Atenção, esse ponto não fica no centro da estrutura, mas no centro da carga distribuída. Uma vez que a carga foi concentrada, o exercício fica semelhante aos anteriores. 1) ∑Fx = 0 Rax = 0 35 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2) ∑Fy = 0 Ray + Rby - 200 = 0 Ray + Rby = 200 3) ∑MA = 0 Rbyx4 200x2 0 Rbyx4 200x2 400 Rby 4 Rby 100kN − = = = = 4) Ray + Rby = 200 Ray + 100 = 200 Ray = 200 - 100 Ray = 100 kN Rax = 0 kN Ray = 100 kN Rby = 100 kN Exemplo 5 Calcule as reações de apoio da estrutura: Q = 50 kN/m 5 m 6 m A B Figura 40 36 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Ray Rby Rax 50 x 6 = 300 kN 8 m 3 m DCL Figura 41 1) ∑Fx = 0 Rax = 0 2) ∑Fy = 0 Ray + Rby - 300 = 0 Ray + Rby = 300 3) ∑MA = 0 Rbyx11 300x8 0 Rbyx11 300x8 2400 Rby 11 Rby 218,18kN − = = = = 4) Ray + Rby = 300 Ray + 218,18 = 300 Ray = 300 - 218,18 Ray = 81,82 kN Rax = 0 kN Ray = 81,82 kN Rby = 218,18 kN 37 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Exemplo 6 Calcule as reações de apoio da estrutura: Q = 30 kN/m 100 kN 5 m 3 m 0,5 m2 m A B Figura 42 Ray Rby Rax 3 x 30 = 90 kN100 kN 6,5 m 2 m2 m DCL Figura 43 1) ∑Fx = 0 Rax = 0 2) ∑Fy = 0 Ray + Rby - 100 - 90 = 0 Ray + Rby = 190 3) ∑MA = 0 Rbyx10,5 90x8,5 100x2 0 Rbyx10,5 90x8,5 100x2 710 Rby 965 Rby 91,90kN − − = = + = = 38 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I 4) Ray + Rby = 190 Ray + 91,90 = 190 Ray = 190 - 91,9 Ray = 98,10 kN Rax = 0 kN Ray = 98,10 kN Rby = 91,9 kN Exemplo 7 Calcule as reações de apoio da estrutura: Q = 60 kN/m 6 m A B Figura 44 A carga é linearmente distribuída e a figura geométrica é um triângulo. Portanto, para calcular a carga concentrada, deve-se determinar a área do triângulo, em que o valor da carga é a altura do triângulo. Ray Rby Rax 4 m = 2 m = 180 kNDCL 6 3 6 x 60 2 Figura 45 39 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Como a carga tem a forma de triângulo, seu ponto de aplicação fica no centro geométrico do triângulo, ou seja, é o valor da base (comprimento da carga) dividido por 3. Uma vez que a carga foi concentrada, o exercício fica semelhante aos anteriores. 1) ∑Fx = 0 Rax = 0 2) ∑Fy = 0 Ray + Rby - 180 = 0 Ray + Rby = 180 3) ∑MA = 0 Rbyx6 180x4 0 Rbyx6 180x4 720 Rby 6 Rby 120kN − = = = = 4) Ray + Rby = 180 Ray + 120 = 180 Ray = 180 - 120 Ray = 60 kN Rax = 0 kN Ray = 60 kN Rby = 120 kN 40 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Exemplo 8 Calcule as reações de apoio da estrutura: 4 mA B4 m 40 kN . m Figura 46 Ray Rby Rax 40 kN . m 4 m 4 m DCL Figura 47 Neste exemplo, tem-se um momento concentrado de 40 kN.m; consequentemente, o procedimento adotado para o cálculo das reações de apoio será igual. O cuidado que se deve ter é que o momento independe da distância: em qualquer ponto em que for calculado na estrutura, seu valor será de 40 kN.m. 1) ∑Fx = 0 Rax = 0 2) ∑Fy = 0 Ray + Rby = 0 Apesar de não haver força em y, não significa que as reações sejam nulas. A soma das duas é que será zero, ou seja, elas terão sentidos opostos. 3) ∑MA = 0 Rbyx8 40 0 Rbyx8 40 40 Rby 8 Rby 5 + = = − −= = − 41 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS No início do exemplo, considerou-se no DCL o sentido de Rby para cima. Ao encontrar o valor negativo de Rby, não é que as contas estejam erradas, mas o sentido de Rby. Portanto, basta indicar no fim do exemplo o sentido correto de B. Rby = 5 kN↓ 4) Como já se sabe, o sentido de Rby adotará o valor negativo para Rby (pois aponta o contrário ao eixo considerado positivo de y). Ray - Rby = 0 Ray - 5 = 0 Ray = 5 kN Rax = 0 kN Ray = 5 kN↑ Rby = 5 kN↓ Exemplo 9 Calcule as reações de apoio da estrutura: 100 kN 4 m Figura 48 Ray Rax 100 kN 4 m DCL Ma Figura 49 42 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Neste exemplo, a estrutura está engastada, ou seja, possui vínculo de terceiro gênero. Além de calcular as reações em x e y, tem-se uma terceira reação a ser calculada, o momento (Ma). O sentido de Ma pode ser escolhido aleatoriamente: se ao fim dos cálculos ficar positivo, estará correto, caso contrário, basta invertê-lo. Para tanto, pode-se ver que a força de 100 kN tem a tendência de fazera estrutura girar no sentido horário; como Ma é uma reação, ela deverá ser contrária. Um cuidado a ser tomado é que a estrutura esteja vinculada somente em A, não havendo reações em outro ponto. 1) ∑Fx = 0 Rax = 0 2) ∑Fy = 0 Ray - 100 = 0 Ray = 100 kN 3) ∑MA = 0 - 100 x 4 + Ma = 0 Ma = 100 x 4 Ma = 400 kN . m Rax = 0 kN Ray = 100 kN Ma = 400 kN . m 43 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Exemplo 10 Calcule as reações de apoio da estrutura: Q = 25 kN/m 8 m Figura 50 Ray Rax 200 kN 4 m 4 m DCL Ma Figura 51 1) ∑Fx = 0 Rax = 0 2) ∑Fy = 0 Ray - 200 = 0 Ray = 200 kN 3) ∑MA = 0 - 200 x 4 + Ma = 0 Ma = 200 x 4 Ma = 800 kN . m Rax = 0 kN Ray = 200 kN Ma = 800 kN . m 44 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Nos exemplos seguintes, serão calculadas as reações de apoio às estruturas denominadas pórticos. Exemplo 11 Calcule as reações de apoio da estrutura: Figura 52 Figura 53 45 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Será adotado o mesmo procedimento dos exemplos anteriores. 1) ∑Fx = 0 Rax - 10 = 0 Rax = 10 kN 2) ∑Fy = 0 Ray + Rby - 20 = 0 Ray + Rby = 20 3) ∑MA = 0 Rbyx4 20x2 10x3 0 Rbyx4 10 10 Rby 4 Rby 2,5kN − + = = = = 4) Ray + Rby = 20 Ray + 2,5 = 20 Ray = 20 - 2,5 Ray = 17,5 kN Rax = 10 kN Ray = 17,5 kN Rby = 2,5 kN 46 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Exemplo 12 Calcule as reações de apoio da estrutura: Figura 54 Figura 55 1) ∑Fx = 0 Rax + 30 = 0 Rax = - 30 47 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Como o valor da reação em x ficou negativa, isso indica que o sentido adotado no DCL está errado, portanto: Rax = 30 kN ← 2) ∑Fy = 0 Ray + Rby - 30 - 25 - 20 = 0 Ray + Rby = 75 3) ∑MA = 0 Rbyx5 20x6 25x3 30x1 30x1,5 0 Rbyx5 180 180 Rby 5 Rby 36kN − − − + = = = = 4) Ray + Rby = 75 Ray + 54 = 75 Ray = 75 - 54 Ray = 21 kN Rax = 30 kN← Ray = 21 kN Rby = 54 kN Exemplo 13 Uma empilhadeira de 2.700 kg é usada para levantar um caixote de 1.500 kg. Determine a reação em cada uma das duas (a) rodas dianteiras A e (b) traseiras B. 48 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I 0,4 m 0,6 m A B G’ G 0,3 m Figura 56 Para o exemplo, tem-se o seguinte DCL: Figura 57 Cuidado com o valor da força que deve ser transformada em Newton. Para simplificação, a gravidade será adotada com 10 m/s2. ∑Fx = 0 Ray + Rby - 15 - 28 = 0 Ray + Rby = 43 ∑MB = 0 49 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 15x1,3 Rayx0,9 28x0,3 0 Rayx0,9 27,9 27,9 Rby 0,9 Rby 31kN − + = = = = Ray + Rby = 46 Ray - 31 = 46 Ray = 12 kN Como a empilhadeira possui duas rodas dianteiras e duas traseiras, as reações são divididas por dois. A reação na roda dianteira é de 6 kN, com 15,5 kN na traseira. 3 TRELIÇAS PLANAS Uma treliça é uma estrutura constituída por um grupo de elementos dispostos na forma de um ou mais triângulos. Ela é denominada plana quando todos os seus componentes pertencerem a um único plano. A sua utilização na prática pode ser observada em telhados, pontes, viadutos, guindastes, torres etc. Em geral, as barras de uma treliça são finas e podem suportar pequena carga lateral. Todas as cargas são, portanto, aplicadas às juntas, e não às barras da treliça. Umas das hipóteses utilizadas para treliças planas é que seus elementos estejam ligados entre si por meio de pinos lisos e sem atrito, assim a única forma geométrica estável é o triângulo. Figura 58 – Estabilidade de treliças planas Geralmente usa-se a nomenclatura indicada a seguir para notação de treliças planas. 50 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Figura 59 – Nomenclatura de uma treliça plana 3.1 Classificação de treliças planas Assim como as estruturas analisadas, as treliças podem ser classificadas em hipostáticas, isostáticas ou hiperestáticas. Para classificação das treliças planas, serão utilizadas as seguintes relações matemáticas: Treliça isostática → b + V = 2N; Treliça hipostática → b + V < 2N; Treliça hiperestática → b + V > 2N. Onde: b é o número de barras na treliça. V é o número de reações de apoio. 2N é o número de nós da treliça. Exemplo de aplicação Classifique as treliças como hipostáticas, isostáticas ou hiperestáticas: a) Figura 60 51 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Solução Figura 61 Número de nós N = 7. Número de barra b = 11. Número de reações de apoio V = 3. b + V = 14 2N = 14 b + V = 2N → Treliça isostática. b) Figura 62 Solução: Figura 63 52 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Número de nós N = 8. Número de barra b = 13. Número de reações de apoio V = 4. b + V = 17. 2N = 16. b + V > 2N → Treliça hiperestática. 3.2 Hipóteses para análise de treliças planas Para simplificação nas análises de treliças, admitem-se as seguintes hipóteses: • Os elementos são ligados entre si por meio de pinos lisos (sem atrito). Na realidade, atualmente muito poucas treliças usam conexões com pinos, e não existem pinos lisos e sem atrito. • Os elementos são retilíneos. Se não fossem, as forças axiais fariam com que surgissem momentos fletores. • O deslocamento da treliça é pequeno. As cargas aplicadas fazem com que os elementos sofram alteração de comprimento, o que, por sua vez, deforma a treliça. As deformações não são de valor suficiente para causar mudanças significativas na forma e nas dimensões globais da treliça. • As cargas são aplicadas exclusivamente aos nós. Os elementos são montados de forma que as cargas e as reações sejam aplicadas exclusivamente aos nós (juntas ou conexões) da treliça. Satisfeitas todas as hipóteses mencionadas, as barras da treliça só serão solicitadas por forças normais. Elas podem ser de tração ou compressão. Figura 64 – Forças normais agindo em uma barra da treliça 53 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 3.3 Método dos nós Para aplicação do método, escolhe-se um dos nós da treliça, independentemente de sua posição, isolando-o completamente do restante da estrutura. O nó torna-se um corpo livre em equilíbrio sob as forças a ele aplicadas. As equações de equilíbrio aplicáveis, ΣFH = 0 e ΣFV = 0, podem ser utilizadas para determinar as forças desconhecidas nas barras que ali se encontram. Deve ficar claro que, com estas duas equações, não podem ser definidas mais do que duas incógnitas em um nó. Exemplo de aplicação Determine os valores das forças nas barras da treliça e indique se as forças são de tração ou compressão. Figura 65 Solução: 1) Determinação das reações de apoio. Figura 66 54 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Mb 0=∑ Ray.6 30.3 0− + = 30.3 Ray 10kN 9 = = Fy 0=∑ Ray Rby 30 0+ − = 10 Rby 30 0+ − = Rby 20kN= Fx 0=∑ Rax 0= 2) Método dos nós. Pode-se se escolher qualquer nó para o início do método, evite o começo dos nós com mais de duas barras. Nó a. Figura 67 No isolamento do nó devem-se colocar as forças que lá estiverem, neste exemplo a reação de apoio (Ray) e no lugar das barras usam-se forças. O sentido da força (chegando ou saindo do nó) pode ser arbitrário. Se a força encontrada ficar negativa, isto indica que a opção selecionadaestá errada, neste caso basta inverter a escolha. 55 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Uma prévia análise pode ser feita. Uma vez que for executado o somatório de forças em y e a reação de apoio estiver para cima, para anulá-la a decomposição da força Fcay dever ser para baixo; porém se esta análise prévia não for feita o sinal no fim, irá indicar o sentido correto. Figura 68 Por trigonometria encontra-se o valor do ângulo (33,69º) formado pelas barras ac e ab. ( ) co 4Tg ca 6 α = = 1 4tan 6 − α = 33,69ºα ≅ Fy 0=∑ 10 Fca.sen(33,69) 0− = ( ) 10 Fca sen 33,69º = Fca 18kN≅ Fx 0=∑ Fba Fca.cos(33,69) 0− − = Fba 18.cos(33,69)− = 56 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Fba 18.cos(33,69)= − Fba 15≅ − Como o valor encontrado de Fba ficou negativo, deve-se inverter o sentido da força Figura 69 Fba 15kN≅ → Esta inversão é importante, pois para avaliar se a força é de tração ou compressão, deve-se verificar a força no nó. Força chegando no nó, compressão na barra. Força saindo do nó, tração na barra. Portanto: Fca – compressão. Fba – tração. Para determinar a força na barra bc, pode-se escolher tanto o nó c como o b. Nó b Figura 70 57 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Outro detalhe importante é que quando a força Fba estiver saindo do nó a ela também deverá estar o fazendo do nó b. ΣFy = 0 20 Fcb.sen(53,13º ) 0− = ( ) 20 Fcb sen 53,13º = Fcb 25kN≅ Não é necessário, mas para conferir pode-se fazer a somatória em x. ΣFy = 0 Fba Fcb.cos(53,13º ) 0− + = 15 Fcb cos(53,13º ) = Fcb 25kN≅ Fcb chegando no nó Fcb – compressão. Resumindo: Figura 71 58 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Exemplo de aplicação Determine os valores das forças nas barras da treliça e indique se as forças são de tração ou compressão. Figura 72 1) Determinação das reações de apoio. Figura 73 59 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ΣMa = 0 Rby.4 100.4 0+ − = 100.4 Rby 100kN 4 = = ΣFx = 0 100 Rax 0− = Rax 100kN= ΣFy = 0 Ray Rby 0− + = Ray 100kN= 2) Método dos nós. Nó a. Figura 74 ΣFy = 0 100 Fca 0− + = Fca 100kN≅ ΣFx = 0 60 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Fba 100 0+ − = Fba 100kN≅ Fca – tração. Fba – tração. Nó b. Figura 75 ΣFy = 0 100 Fcb.sen(45º ) 0− = ( ) 100 Fcb sen 45º = Fcb 141,4kN≅ Fcb chegando no nó Fcb – compressão. 61 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Resumindo: Figura 76 Exemplo de aplicação Determine os valores das forças nas barras da treliça e indique se as forças são de tração ou compressão. Figura 77 62 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Solução: 1) Determinação das reações de apoio. Figura 78 Ma 0=∑ Rby.8 20.3 30.4 0+ − − = Rby 22,5kN= Fx 0=∑ 20 Rax 0− = Rax 20kN= Fy 0=∑ Ray Rby 30 0+ − = Ray 7,5kN= 63 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2) Método dos nós. Nó a. Figura 79 Fy 0=∑ 7,5 Fca.sen(36,87º ) 0− + = Fca 12,5kN≅ Fx 0=∑ Fad Fca.cos(36,87º ) 20 0+ − − = Fad 30kN≅ Fca – compressão. Fad – tração. Nó b Figura 80 64 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Fy 0=∑ 22,5 Fcb.sen(36,87º ) 0− = 22,5 Fcb sen(36,87º ) = Fcb 37,5kN≅ Fx 0=∑ Fbd Fcb.cos(36,87º ) 0− = Fbd 37,5.cos(36,87º )= Fbd 30kN≅ Fdb saindo do nó Fdb – tração. Nó d Figura 81 Fy 0=∑ 30 Fdc 0− + = 65 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Fcb 30kN= Fdc saindo do nó Fdc – tração. Resumindo: Figura 82 Exemplo de aplicação Determine os valores das forças nas barras da treliça e indique se as forças são de tração ou compressão. Figura 83 Solução: 1) Determinação das reações de apoio. 66 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Figura 84 Ma 0=∑ Rby.6 20.3 10.1 0+ − + = Rby 8,3kN= Fx 0=∑ Rax 10 0− = Rax 10kN= Fy 0=∑ Ray Rby 10 20 0+ − − = Ray 21,7kN= 2) Método dos nós. Nó a. Figura 85 67 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS O nó a apresenta três forças desconhecidas, portanto deve-se escolher outro nó antes do nó a. Nó c Figura 86 Fy 0=∑ Fac 10 0− = Fac 10kN= Fx 0=∑ Fdc 0kN= Fac – compressão. Voltando ao nó a Figura 87 Fy 0=∑ Fca Fad.sen(18,43) 21,7 0− − + = 68 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I 21,7 10 Fad sen(18,43º ) −= Fad 37,0kN= Fad chegando no nó. Fad – compressão. Fx 0=∑ 10 Fab Fad.cos(18,43º ) 0+ − = Fab 35,1 10= − Fbd 25,1kN= Fbd saindo do nó Fbd – tração. Nó e. Figura 88 Fy 0=∑ Fbe 0kN= Fx 0=∑ 10 Fde 0− + = Fde 10kN= 69 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Fde chegando no nó Fde – compressão Nó b. Figura 89 Fy 0=∑ 8,3 Fdb.sen(18,43) Feb 0− − = 8,3 0 Fdb sen(18,43º ) += Fdb 26,2kN= Fdb chegando no nó Fdb – compressão. Resumindo: Figura 90 70 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I 3.4 Método das seções Ele é utilizado para determinar as forças atuantes dentro de um elemento da treliça. Este método baseia-se no princípio de que se um corpo estiver em equilíbrio, qualquer parte dele também estará. Ao usar tal método para determinar a força em uma dada barra, é passado um plano imaginário através de toda a treliça, que é dividida em duas seções, conforme figura a seguir. Figura 91 – Plano imaginário para aplicação do método das seções Para determinar as cargas axiais atuantes nas barras de uma treliça plana, através do Método das seções, deve-se proceder da seguinte forma: • Corta-se a treliça em duas partes. • Adota-se uma das partes para verificar o equilíbrio, ignorando-se a outra até o próximo corte. Ao cortar a treliça, deve-se observar que o corte a intercepte de tal forma, que se apresentem no máximo três incógnitas, para que possa haver solução, através das equações de equilíbrio. • Repita o procedimento, até que todas as barras estejam calculadas. Uma vantagem do Método das seções é que, na maioria dos casos, a força em uma barra da treliça pode ser calculada sem que seja necessário determinar as forças nas outras barras. Se fosse usado o método dos nós, seria preciso o cálculo das forças nas outras barras, nó após nó, do fim da treliça até a barra em questão. Exemplo de aplicação Determine os valores das forças nas barras bc e dc da treliça e indique se as forças são de tração ou compressão. 71 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Figura 92 Solução: Este exemplo já foi resolvido utilizando-se o Método dos nós, e será executado para demonstrar o Método das seções. Como se quer calcular as forças nas barras cb e bd, será feito um corte nesta região. Figura 93 As reações de apoio já foram determinadas. Rax 20kN= Ray 7,5kN= Rby 22,5kN= 72 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I No início considera-seque as forças nas barras são de tração (saindo do nó). Caso a força fique com valor negativo, significa que ela é de compressão (chegando no nó). Cálculo de Fcb. Fy 0=∑ ( )Ray 30 Fcb.cos 53,13º 0− − = 7,75 30 Fcb cos(53,13º ) −= Fcb 37,5kN= − Como Fcb está com sinal negativo, indica que a força Fcb é de compressão. Cálculo de Fdb. Fx 0=∑ Rax 20 Fcb.sen(53,13º ) Fdb 0− − + = Fdb 20 20 37,5.sen(53,13º )= − + + Fdb 22,5kN= Como Fdb é positivo, demonstra que a força é de tração. Resumindo: Fcb 37,5kN Compressão= → Fdb 22,5kN Tração= → Exemplo de aplicação Determine os valores das forças nas barras ca, cb e db da treliça e indique se as forças são de tração ou compressão. 73 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Figura 94 Solução: 1) Determinação das reações de apoio. Neste exemplo de aplicação não será necessário o cálculo das reações de apoio, pois não entraram no corte das regiões de interesse. 2) Como se quer calcular as forças nas barras ca, cb e db, será feito um corte na região. Figura 95 São três forças a serem calculadas, portanto será necessário utilizar as três equações de equilíbrio: Mc 0=∑ 50.cos(30º ).6 50sen(30º ).3 Fdb.3 0+ + = 74 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I 334,8 Fdb 3 = − Fdb 111,60kN= − Como Fdb está com sinal negativo, indica que a força Fdb é de compressão. Fy 0=∑ Fcb.cos(33,69º ) 50.cos(30º ) 0− − = 50.cos(30º ) Fcb cos(33,69º ) = − Fcb 52,0kN≅ − Como Fcb está com sinal negativo, significa que a força Fcb é de compressão. Fx 0=∑ Fca Fdb Fcb.sen(33,69º ) 50.sen(30º ) 0− − + = Fca 111,60 28,84 25= + − Fca 115,4kN≅ Como Fca está com sinal positivo, demonstra que a força Fca é de tração. Resumindo: Fdb 115,4kN Tração= → Fcb 52,0kN Compressão= → Fdb 111,60kN Compressão= → 75 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 4 ESFORÇOS SOLICITANTES Anteriormente foi demonstrado o efeito da aplicação de forças externas em um ponto e o que ele gerava em outro local (reações de apoio). Estudaremos o efeito dessa força internamente na estrutura. As forças internas podem gerar forças de tração ou compressão (forças normais), forças cortantes (cisalhantes) e momentos internos (momento fletor). Para o projeto de uma estrutura, deve-se estudar o efeito da força ao longo da estrutura, que varia com o seu comprimento. Uma das maneiras de estudar o comportamento das forças internas ao longo da estrutura é com a utilização de diagramas de força cortante, diagrama de momento fletor e diagrama de força normal. Os diagramas expressam os valores de forças cortantes, momentos fletores e forças normais como funções de uma posição arbitrária x ao longo da estrutura. Com as suas respectivas equações, é possível determinar seus valores para qualquer ponto ao longo da estrutura. Tais informações são úteis aos engenheiros, para estabelecer os pontos de máximo valor das forças e definir onde colocar materiais de reforço. A construção de diagramas será abordada através de exemplos de aplicação. No início, serão apresentados os diagramas de força cortante e momento fletor; ao fim, o diagrama de força normal. 4.1 Força cortante (V) Esforço cortante é a força perpendicular à peça, que é calculada a partir da tensão cisalhante sobre ela. O efeito do esforço cortante é o de provocar o deslizamento linear, no sentido do esforço, de uma seção sobre a outra infinitamente próxima, acarretando o corte ou cisalhamento da peça. É indicado pela letra “V”. O exemplo a seguir ilustra como o esforço cortante atua em uma barra qualquer. Figura 96 – Força cortante 4.2 Momento fletor (M) O momento fletor é definido como a soma vetorial dos momentos provocados pelas forças externas de um dos lados da seção tomada como referência em relação a um eixo nela contido, no caso, o eixo z. O momento fletor tende a flexionar a peça, como resultado de tensões normais de sinais contrários na mesma seção, ou seja, tende a fazer a seção girar sobre um eixo localizado no seu próprio plano, comprimindo uma parte e distendendo a outra. O momento fletor é indicado pela letra “M”. 76 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Figura 97 – Momento fletor 4.3 Convenção de sinais Para a construção dos diagramas de força cortante e momento fletor, é importante definir uma convenção de sinais antes de determinar as equações que definirão os esforços internos. Este livro-texto seguirá a seguinte convenção de sinais: Figura 98 – Convenção de sinais Para melhor entendimento, resolveremos os exercícios sempre utilizando a convenção demonstrada na figura à esquerda, ou seja, um esforço cortante interno positivo de baixo para cima e um momento fletor positivo no sentido anti-horário. Nada impede que se utilize a convenção mostrada na figura à direita. 4.4 Diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M) Os exemplos a seguir demonstrarão de forma prática a construção dos diagramas de força cortante (V) e momento fletor (M). Saiba mais Para determinar a magnitude e o sentido da força cisalhante e do momento fletor em uma seção arbitrária da peça, aplica-se o método das seções, que consta em: UGURAL, A. C. Mecânica dos materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 77 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Exemplo 1 Construa o diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M) para a seguinte estrutura: 100 kN 4 mA B4 m Figura 99 Resolução: Para facilitar a resolução do exemplo, será seguido um roteiro de cálculo. 1) Determine as reações de apoio. Observação Este é um passo importante, pois, caso as reações sejam determinadas de forma incorreta, todos os cálculos estarão errados. Ray Rby Rbx 100 kNDCL Figura 100 ∑Fx = 0 Rbx = 0 ∑Fy = 0 Ray + Rby - 100 = 0 Ray + Rby = 100 78 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I ∑MB = 0 - Rayx8 + 100 x 4 = 0 Ray = 50 kN Ray + Rby = 100 50 + Rby = 100 Rby = 50 kN Ray = 50 kN Rby = 50 kN Rbx = 0 2) O próximo passo a ser seguido é fazer cortes na estrutura e introduzir os esforços internos. Eles devem ser realizados antes e depois de uma carga concentrada, lembrando que as reações de apoio são cargas concentradas. O corte é executado em uma posição arbitrária e desconhecida. 100 kN 4 m4 m a A Bb a b Figura 101 É necessário iniciar pelo corte a-a. As equações que serão encontradas estão no intervalo entre 0 ≤ x ≤ 4, onde 0 representa o início da estrutura. Ray = 50 kN M+ V+ x Figura 102 79 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Para determinar a força cortante (V), será calculada a somatória de forças em y. ∑Fy = 0 50 - V = 0 Portanto, V = 50 kN Essa equação será utilizada para a construção do diagrama de força cortante. Para determinar o momento fletor (M), será calculada a somatória de momentos no corte. ∑Ma - a = 0 - 50 . x + M = 0 Consequentemente, M = 50 . xkN . m Uma verificação importante pode ser feita: a derivada do momento M é igual à cortante V. Caso contrário, há algum erro. Ao finalizar o corte a-a, passe ao corte b-b. Ray = 50 kN 100 kN x x - 44 m b b V+ M+ Figura 103 Para esse segundo corte, a estrutura deve ser novamente desenhada, desconsiderando o corte a-a. As novas equações que forem encontradas valem no intervalo entre 4 ≤ x ≤ 8; o intervalo de valores 80 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I de x deve ser acumulado, ou seja, onde um intervalo terminar, outro deve começar. Neste exemplo, como temosdois cortes, o término será o fim da estrutura. A distância precisa ser sempre do início da estrutura até o corte e vale x. Como já se conhece a distância do início até a carga de 100 kN e o seu comprimento total é x, a parte que falta da força até o corte é x-4. Procedendo como no corte anterior, determinam-se as equações de força cortante e momento fletor. ∑Fy = 0 50 - 100 - V = 0 V = - 50 kN ∑Mb - b = 0 - 50 . x + 100 . (x - 4) + M = 0 - 50 . x + 100 . x - 400 + M = 0 M = - 50 . x + 400 Resumindo: Tabela 1 Intervalo Cortante (V) (kN) Momento fletor (M) (kN.m) 0 ≤ x ≤ 4 V = 50 M = 50 . x 4 ≤ x ≤ 8 V = - 50 M = - 50 . x + 400 3) Construção do diagrama de força cortante e momento fletor. 81 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Figura 104 Para construção do diagrama de força cortante, observa-se que, no intervalo entre 0 ≤ x ≤ 4, a equação é constante a 50 kN. No intervalo, em que há cargas concentradas sempre, o valor da cortante será constante. O mesmo ocorre no intervalo 4 ≤ x ≤ 8. A equação para a construção do diagrama de momento fletor é linear, ou seja, uma reta. Para a construção de uma reta, são necessários dois pontos. O ideal é que sejam usados os pontos de início e fim de intervalo. 0 ≤ x ≤ 4 M = 50 . x para x = 0 → M = 50 . 0 = 0 para x = 4 → M = 50 . 4 = 200 Marcando os dois pontos no diagrama e ligando-os com uma reta, tem-se a primeira parte do diagrama. 4 ≤ x ≤ 8 M = - 50 . x + 400 para x = 4 → M = -50 . 4 + 400 = 200 para x = 8 → M = -50 . 8 + 400 = 0 82 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Assinalando os dois pontos no diagrama e ligando-os com uma reta, tem-se a segunda parte do diagrama. Observação No diagrama de momento fletor, o valor de x onde um intervalo termina é igual onde outro começa, portanto, nesse ponto, ambas as equações encontradas devem ter o mesmo valor, ou seja, substituindo o valor 4 nas equações dos dois intervalos, encontra-se o valor 200 kN.m. Esta é uma maneira de conferir se as equações estão corretas, o que ocorre somente se não houver momento concentrado na estrutura. Tal situação será estudada em exemplos posteriores. Em estruturas com apoios de primeiro e segundo gêneros (estruturas apoiadas), o diagrama de momento fletor sempre será zero nos apoios. Em estruturas engastadas, o diagrama se inicia ou termina com o valor do momento no engaste. Exemplo 2 Construa o diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M) para a seguinte estrutura: 100 kN 150 kN 4 m3 m3 mA B Figura 105 Resolução: 1º passo – reações de apoio. Ray Rby Rbx 100 kN 150 kNDCL Figura 106 83 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Os procedimentos para se determinar as reações de apoio já foram apresentados, portanto: Rbx = 0 Ray = 130 kN Rby = 120 kN 2º passo – fazer os cortes na estrutura. 100 kN 150 kN 3 m 3 m 4 m c cb b a A B a Figura 107 Intervalo: 0 ≤ x ≤ 3 Ray = 130 kN X a a V+ M+ Figura 108 ∑Fy = 0 130 - V = 0 V = 130 kN ∑Ma - a = 0 - 130 . x + M = 0 M = 130 . x 84 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Intervalo: 3 ≤ x ≤ 6 Ray = 130 kN 3 m 100 kN x - 3 x b b V+ M+ Figura 109 ∑Fy = 0 130 - 100 - V = 0 V = 30 kN ∑Mb - b = 0 - 130 . x + 100 . (x - 3) + M = 0 - 130 . x + 100 . x - 300 + M = 0 M = 30 . x + 300 Intervalo: 6 ≤ x ≤ 10 Ray = 130 kN 3 m 100 kN 150 kN 3 m x - 6 x c c V+ M+ Figura 110 85 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ∑Fy = 0 130 - 100 - 150 - V = 0 V = - 120 kN ∑Mc - c = 0 - 130 . x + 100 . (x - 3) + 150 . (x - 6) + M = 0 - 130 . x + 100 . x - 300 + 150 . x - 900 + M = 0 M = -120 . x + 1200 Resumindo: Tabela 2 Intervalo Cortante (V) (kN) Momento fletor (M) (kN.m) 0 ≤ x ≤ 3 V = 130 M = 130 . x 3 ≤ x ≤ 6 V = 30 M = 30 . x + 300 6 ≤ x ≤ 10 V = -120 M = - 120 . x + 1200 3º passo – construção do diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M). Figura 111 0 ≤ x ≤ 3 M = 130 . x 86 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I para x = 0 → M = 0 para x = 3 → M = 330 3 ≤ x ≤ 6 M = 30 . x + 300 para x = 3 → M = 330 para x = 6 → M = 480 6 ≤ x ≤ 10 M = - 120 . x + 1200 para x = 6 → M = 4800 para x = 10 → M = 0 Nos exemplos anteriores, foram vistos o diagrama de força cortante e o momento fletor para cargas concentradas. Agora, serão construídos os diagramas para cargas distribuídas. Exemplo 3 Construa o diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M) para a seguinte estrutura: Q = 100 kN/m 5 m A B Figura 112 Resolução: 1º passo – reações de apoio. 87 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Os procedimentos para determinar as reações de apoio já foram apresentados, portanto: Rax = 0 Ray = 250 kN Rby = 250 kN 2º passo – fazer os cortes na estrutura. A principal diferença no corte, quando se tem uma carga distribuída, é que ele deve ser feito dentro da carga distribuída em uma posição arbitrária e desconhecida x. a aA B 5 m Q = 100 kN/m Figura 113 Como a carga está distribuída no comprimento total da estrutura, o intervalo será entre 0 ≤ x ≤ 5. Q = 100 kN/m 100 . x x/2 x/2 x a a V+ M+ Ray = 250 kN Figura 114 Sempre que uma carga estiver distribuída, ela deve ser concentrada. Como visto, multiplica-se o comprimento pelo valor da carga, sendo seu ponto de aplicação o centro. Na parte da estrutura que foi cortada, o valor se mantém 100kN/m, porém o seu comprimento foi reduzido a x. Portanto, a carga concentrada é 100.x e seu ponto de aplicação fica na metade de x. Conforme os exemplos anteriores: 88 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I ∑Fy = 0 250 - 100 . x - V = 0 V = 250 - 100x ∑Ma - a = 0 2 x 250.x 100.x. M 0 2 M 250.x 50.x − + + = = − Outra diferença encontrada no diagrama para cargas distribuídas é que a equação da cortante sempre será de primeiro grau (reta) e o momento fletor uma equação de segundo grau (parábola). 3º passo – construção do diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M). Figura 115 0 ≤ x ≤ 5 V = 250 - 100 . x para x = 0 → V = 250 para x = 5 → V = - 250 Como a equação da cortante é de primeiro grau, ligam-se os dois pontos com uma reta. 0 ≤ x ≤ 5 89 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS M = 250 . x - 50 . x2 para x = 0 → M = 0 para x = 5 → M = 0 Como a equação do momento fletor é de segundo grau, ligam-se os dois pontos com uma parábola; o sinal do termo quadrático definirá o lado da parábola. Um conteúdo importante que deve ser encontrado para cargas distribuídas é o ponto máximo ou mínimo da parábola. Quando a cortante passar pelo eixo zero, ou seja, V=O, tem-se um ponto de máximo ou mínimo da parábola, então: V 250 100.x 0 250 100x 250 x 100 x 2,5m = − = − = = Aplicando o valor de x encontrado na equação do momento fletor, tem-se o valor de momento máximo. M = 250 . x - 50 . x2 M = 250 . 2,5 - 50 . 2.52 M = 312,5 kN . m Exemplo 4 Construa o diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M) para a seguinte estrutura: 2 m 2 m 2 m 2 m BB 50 kN 150 kN/m Figura 116 90 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Resolução: 1º passo – reações de apoio. Rbx = 0 Ray = 150 kN Rby = 200 kN 2º passo – fazer os cortes na estrutura. 50 kN 150 kN/m dcba dcba 2 m 2 m 2 m 2 m B A Figura 117 Intervalo:0 ≤ x ≤ 2 Ray = 150 kN x M+ V+ a a Figura 118 ∑Fy = 0 150 - V = 0 V = 150 kN ∑Ma - a = 0 91 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - 150 . x + M = 0 M = 150 . x Intervalo: 2 ≤ x ≤ 4 Ray = 150 kN x M+ 2 m2 m x - 2 50 kN V+ b b Figura 119 ∑Fy = 0 150 - 50 - V = 0 V = 100 kN ∑Mb - b = 0 - 150 . x + 50 . (x - 2) + M = 0 - 150 . x + 50 . x - 100 + M = 0 M = 100 . x + 100 Intervalo: 4 ≤ x ≤ 6 92 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Ray = 150 kN x M+ 2 m2 m x - 4 50 kN 150 . (x - 4) V+ c c Figura 120 ∑Fy = 0 150 - 50 - 150 . (x - 4) - V = 0 150 - 50 - 150 . x + 600 - V = 0 V - 150 . x + 700 ∑Mc - c = 0 ( ) ( )2 2 2 2 (x 4) 150.x 50.(x 2) 150. x 4 . M 0 2 150.x 50.x 100 75 x 8x 16 M 0 150.x 50.x 100 75.x 600.x 1200 M 0 700.x 75.x 1100 M 0 M 75.x 700.x 1100 −− + − + − + = − + − + − + + = − + − + − + + = − + + + = = − + − Intervalo: 6 ≤ x ≤ 8 93 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 50 kN 2 m 2 m 2 m x - 6 x M+ V+ d d 300 kN 150 kN/m Ray = 150 kN Figura 121 ∑Fy = 0 150 - 50 - 300 - V = 0 V = - 200 kN ∑Md - d = 0 - 150 . x + 50 . (x - 2) + 300 . (x - 5) + M = 0 - 150 . x + 50 . x - 100 + 300 . x - 1500 + M = 0 M = - 200 . x + 1600 Resumindo: Tabela 3 Intervalo Cortante (V) (kN) Momento fletor (M) (kN.m) 0 ≤ x ≤ 2 V = 150 M = 150 . x 2 ≤ x ≤ 4 V = 100 M = 100 . x + 100 4 ≤ x ≤ 6 V = - 150 . x + 700 M = - 75 . x2 + 700 . x - 1100 6 ≤ x ≤ 8 V = - 200 M = - 200 . x + 1600 94 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I 3º passo – construção do diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M). Aplicando as equações como nos exemplos anteriores, tem-se: Figura 122 Observação Na região onde a carga é distribuída, é preciso determinar o momento máximo, que ocorre onde a cortante é zero. V = - 150 . x + 700 0 = - 150 . x + 700 x = 4,67 M = - 75 . x2 + 700 . x -1100 M = - 75 . (4,672) + 700 . 4,67 - 1100 M = 533,3 kN . m 95 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Exemplo 5 Construa o diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M) para a seguinte estrutura: 100 kN 4 m Figura 123 Resolução: 1º passo – reações de apoio. Ray Rax 100 kN 4 m DCL Ma Figura 124 Como visto, estruturas engastadas geram reação de momento no engaste, portanto: Rax = 0 Ray = 100 kN Ma = 400 kN . m 96 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I 2º passo – fazer os cortes na estrutura. Ma = 400 kN . m Ray = 100 kN x a a V+ M+ Figura 125 Intervalo: 0 ≤ x ≤ 4 ∑Fy = 0 100 - V = 0 V = 100 kN ∑Ma - a = 0 - 100 . x + 400 + M = 0 M = 100 . x - 400 3º passo – construção do diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M). Figura 126 0 ≤ x ≤ 4 M = 100 . x - 400 97 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS para x = 0 → M = - 400 para x = 4 → M = 0 Exemplo 6 Construa o diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M) para seguinte estrutura: M = 80 kN . m Q = 50 kN . m 2 m1 m1 m Figura 127 1º passo – reações de apoio. Rax = 0 Ray = 100 kN Ma = 220 kN . m 2º passo – fazer os cortes na estrutura. M = 80 kN . m Q = 50 kN . mc c b b a a 1 m 1 m 2 m Figura 128 98 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Intervalo: 0 ≤ x ≤ 1 Ma = 220 kN . m Ray = 100 kN x a a V+ M+ Figura 129 ∑Fy = 0 100 - V = 0 V = 100 kN ∑Ma - a = 0 - 100 . x + 220 + M = 0 M = 100 . x - 220 Intervalo: 1 ≤ x ≤ 2 Ma = 220 kN . m 1 m x - 1 M+ V+ b b x Ma = 80 kN . m Ray = 100 kN Figura 130 ∑Fy = 0 100 - V = 0 V = 100 kN ∑Mb - b = 0 99 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - 100 . x + 220 + 80 + M = 0 M = 100 . x - 300 Intervalo: 2 ≤ x ≤ 4 Ma = 220 kN . m 1 m 1 m x - 2 50 . (x - 2) M+ c c V+ x Mx = 80 kN . m Ray = 100 kN Figura 131 ∑Fy = 0 100 - 50 . (x - 2) - V = 0 100 - 50 . x + 100 - V = 0 V = 200 - 50 . x ∑Mc - c = 0 ( ) ( ) ( )2 2 2 x 2 100.x 220 80 50. x 2 . M 0 2 100.x 220 80 25 x 4.x 4 M 0 100.x 220 80 25.x 100.x 100 M 0 M 25.x 200.x 400 − − + + + − + = − + + + − + + = − + + + − + + = = − + − Resumindo: Tabela 4 Intervalo Cortante (V) (kN) Momento fletor (M) (kN.m) 0 ≤ x ≤ 1 V = 100 M = 100 . x - 220 1 ≤ x ≤ 2 V = 100 M = 100 . x - 300 2 ≤ x ≤ 4 V = 200 - 50 . x M = - 25 . x2 + 200 . x - 400 100 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I 3º passo – construção do diagrama de força cortante (V) e momento fletor (M). Figura 132 No diagrama de momento fletor observa-se um degrau para o comprimento x = 2 m. Essa diferença é ocasionada pelo momento concentrado de 70 kN.m. 4.5 Diagrama de força normal (N) O diagrama de força normal apresenta o efeito da força que age no sentido de compressão ou tração na peça ou estrutura, ou seja, na direção perpendicular à área da seção transversal. O efeito provocado pela força normal é de alongamento ou encurtamento da estrutura, mantendo sua seção transversal paralela e plana. Figura 133 – Efeitos da força normal A convenção de sinais adotada considera a força normal como positiva se seu efeito for de tração e negativa se ele for de compressão. Adotaremos a força normal positiva saindo do corte. 101 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Figura 134 – Sinais no corte Exemplo 1 Determine o diagrama de força normal para a seguinte estrutura: 25 kN 5 m Figura 135 1º passo – reações de apoio. Ray Rax 25 kN DCL Ma Figura 136 ∑Fx = 0 Rax - 25 = 0 Rax = 25 kN ∑Fy = 0 Ray = 0 ∑FMa = 0 102 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Ma = 0 Rax = 25 kN Ray = 0 Ma = 0 2º passo – fazer os cortes na estrutura. Figura 137 ∑Fx = 0 25 + N = 0 N = - 25 kN 3º passo – construção do diagrama de força normal. Figura 138 Pode-se observar que a força normal de compressão de 25 kN age em todo o comprimento da estrutura. Exemplo 2 Determine o diagrama de força normal para a seguinte estrutura: 103 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Placas de suporte 60 kN 80 kN d c b a 120 kN Figura 139 1º passo – reações de apoio. Ray = - 100 kN 2º passo – fazer os cortes na estrutura. Placas de suporte 60 kN 80 kN d c b a 120 kN Figura 140 104 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Analisando de baixo para cima: N Ray = 100 kN Figura 141 ∑Fy = 0 100 + N = 0 N = -100 kN 120 kN N Ray = 100 kN Figura 142 ∑Fy = 0 100 - 120 + N = 0 N = 20 kN 105 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 80 kN c b a 120 kN N Ray = 100 kN Figura 143 100 - 120 + 80 + N = 0 N = - 60 kN 3º passo – construção do diagrama de força normal. Figura 144 106 EN GC - R ev isã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 09 /1 7 Unidade I Exemplo 3 Determine o diagrama de força normal para a seguinte estrutura: Figura 145 Resolução: 1º passo – reações de apoio. Ray = 53,3 kN↑ Rbx = 120 kN→ Rby = 73,3 kN↓ 2º passo – fazer os cortes na estrutura. Ela
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