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Gabarito Álgebra Linear: AD1 - CEDERJ Márcia Fampa & Mauro Rincon - 2023.2 Tutores: André Saraiva e Dionísio Martins 1.(2.5) Sejam os vetores u = (1,−1, 0), v = (2, 1,−1) e w = (x, y, z). (a) Determine as componentes do vetor w de forma que os vetores {u, v, w} gerem o espaço IR3. (b) Determine a projeção ortogonal de w sobre v (Projvw) (c) Determine uma base ortogonal para o IR3, a partir dos vetores {u, v, w}. (d) Seja w = (1, 0,−2). Verifique se os vetores {u, v, w}, são lineramente independentes. Determine o espaço S gerado pelos vetores {u, v, w}. (e) Determine uma base e a dimensão do espaço S. SOLUÇÃO (a) Para que os vetores u, v, w formem o IR3 o vetor w não pode ser escrito como combinação linear dos vetores u e v, ou seja, au + bv 6= (x, y, z). Logo temos o seguinte sistema linear: a+ 2b = x −a+ b = y −b = z Resolvendo este sistema, para que os vetores u, v e w implica que x + y + 3z 6= 0. Tomando em particular x = s, y = t, onde s e t∈ IR então para qualquer vetor z 6= − ( t + s ) /3 geram o espaço IR3. Por exemplo podemos s = t = 0 e z = 1 , ou seja tomando w = (0, 0, 1) então [u, v, w] gera o espaço IR3. (b) A projeção ortogonal de um vetor w sobre um vetor v pode ser calculada usando a fórmula: Projvw = w · v ‖v‖2 v onde · representa o produto escalar entre vetores e ‖v‖ é a norma (mag- nitude) do vetor v. Vamos tomar, em particular, o vetor w = (0, 0, 1), obtido no item anterior. Fazendo os cálculos obtemos que: w · v ‖v‖2 = −1 6 Então a projeção ortogonal: Projvw = − 1 6 v = −1 6 (2, 1,−1) (c) Novamente vamos utilizar o vetor w = (0, 0, 1) obtido no item 1. Para obter uma base ortogonal para R3 a partir dos vetores u = (1,−1, 0), v = (2, 1,−1) e w = (0, 0, 1), podemos aplicar o processo de Gram-Schmidt para ortogonalização. Esse processo nos permite obter uma base ortogonal a partir de uma base qualquer. O processo de Gram-Schmidt envolve a criação de vetores ortogonais su- cessivamente. Vamos começar com o vetor u: Mantemos u1 = u = (1,−1, 0). Agora, vamos tornar o vetor v ortogonal a u: Calculamos a projeção de v sobre u: Projuv = v · u ‖u‖2 u Projuv = (2.1 + 1.(−1) + (−1).0) = 2− 1 + 0 = 1 ‖(1,−1, 0)‖2 (1,−1, 0) Projuv = 1 2 (1,−1, 0) = ( 1 2 ,−1 2 , 0 ) Agora, calculamos o vetor v2 ortogonal a u: v2 = v − Projuv = (2, 1,−1)− ( 1 2 ,−1 2 , 0 ) = ( 3 2 , 3 2 ,−1 ) Agora, vamos tornar o vetor w ortogonal a u e v: Naturalmente o vetor w = (0, 0, 1) ortogonal a u, ou seja, w · u = 0. Calculamos a projeção de w sobre v2: Projv2w = w · v2 ‖v2‖2 v2 = − 2 11 ( 3 2 , 3 2 ,−1 ) = − 1 11 (3, 3,−2) Agora, calculamos o vetor v3 ortogonal a u e v2: v3 = w − Projuw − Projv2w v3 = 3 11 (1, 1, 3) Agora temos uma base ortogonal {u, v2, v3} para R3. (d) Sejam a, b, c ∈ R. Para que os vetores sejam LIs, a seguinte condição deve ser satisfeita: au+ bv + cw = 0⇐⇒ a, b, c = 0 S = a(1,−1, 0) + b(2, 1,−1) + c(1, 0,−2) Logo, temos o seguinte sistema linear: a+ 2b+ 1c = 0 (I) −a+ b = 0 (II) −b− 2c = 0 (III) Da Equação (II) encontramos a = b, da Equação (III) encontramos b = −2c, logo a = b = −2c, com isso na Equação (I) temos: a+ 2a− a/2 = 0⇒ a = 0 Portanto este sistema apresenta uma única solução com a = b = −2c = 0. Logo os vetores são LI. Encontrando o espaço gerado pelos três vetores {u, v, w}, temos: au+ bv + cw = (a,−a, 0) + (2b, b,−1b) + (c, 0,−2c) = (x, y, z) Usando a matriz aumentada do sistema, temos: a 2b c x −a b 0 y 0 −b −2c z Fazendo L2← L2− (−1)L1 1 2 1 x 0 3 1 x+ y 0 −1 −2 z Fazendo L3← L3− (−1 3 )L2 1 2 1 x 0 3 1 x+ y 0 0 −5 3 x+y+3z 3 a+ 2b+ c = x 3b+ c = x+ y −5 3 c = x+y+3z 3 Da equação 3 do sistema obtemos a variável c: −5 3 c = x+ y + 3z 3 c = −x− y − 3z 5 Da equação 2 do sistema obtemos a variável b: 3b = x+ y − c = x+ y − −x− y − 3z 5 b = 2x+ 2y + z 5 Da equação 1 do sistema obtemos a variável a: a = x− 2b− c = x− 2(2x+ 2y + z 5 )− −x− y − 3z 5 a = 2x− 3y + z 5 A solução geral do sistema é 1 5 2x− 3y + z 2x+ 2y + z −x− y − 3z (e) Para determinar o espaço S gerado pelos vetores u, v e w, precisamos encontrar todas as combinações lineares desses vetores. O espaço S gerado por um conjunto de vetores é o conjunto de todas as combinações lineares desses vetores. Os vetores são u = (1,−1, 0), v = (2, 1,−1) e w = (1, 0,−2). Podemos montar uma matriz com esses vetores como colunas: A = 1 2 1 −1 1 0 0 −1 −2 Para determinar S, precisamos encontrar o espaço coluna (imagem) da matriz A, ou seja, o espaço gerado pelas colunas de A. Para isso, podemos realizar a eliminação gaussiana na matriz A para encontrar sua forma escalonada reduzida por linhas: 1 2 1 0 −1 1 0 0 0 −1 −2 0 Fazendo L2← L2− (−1)L1 1 2 1 0 0 3 1 0 0 −1 −2 0 Fazendo L3← L3− (−1 3 )L2 1 2 1 0 0 3 1 0 0 0 −5 3 0 A matriz escalonada reduzida nos mostra que a terceira coluna é um múltiplo da primeira coluna. Isso significa que o terceiro vetor w pode ser escrito como combinação linear dos outros dois vetores u e v. Portanto, o espaço gerado pelos vetores u, v e w é o mesmo que o espaço gerado pelos vetores u e v. Agora, para determinar uma base para o espaço S e a dimensão do espaço S, podemos pegar os vetores u e v, já que w é redundante em relação a eles: Uma possível base para o espaço S é {u, v}, pois esses vetores geram o mesmo espaço que {u, v, w}. A dimensão do espaço S é 2, já que ele é gerado por dois vetores linear- mente independentes u e v. 2.(1.5) Verifique se os subconjuntos são subespaços vetoriais: (a) S1 = {(x, y) ∈ IR2; x = 2y} (b) S2 = {(x, y) ∈ IR2; x = 2y − 1} (c) S3 = {(x, y, z) ∈ IR3; 2x− y + 3z = 0} SOLUÇÃO a) Fechamento sob adição: Se (x1, y1) e (x2, y2) pertencem a S1, então x1 = 2y1 e x2 = 2y2. A soma desses vetores (x1 + x2, y1 + y2), e a soma satisfaz x1 + x2 = 2y1 + 2y2, logo x1 + x2 = 2(y1 + y2) pertence a S1 Fechamento sob multiplicação: Se (x, y) pertence a S1, então x = 2y. Se multiplicarmos esse vetor por um escalar c, obtemos (cx, cy) = (2cy, cy). Como cy é um múltiplo de y, o resultado satisfaz a equação x = 2y e portanto, (cx, cy) pertencem ao S1. O vetor nulo (0, 0) pertence a S2, pois 0 = 2 ∗ 0 = 0. Assim, S1 é um subespaço vetorial. b) Fechamento sob adição: Se (x1, y1) e (x2, y2) pertencem a S2, então x1 = 2y1−1 e x2 = 2y2 − 1. A soma desses vetores (x1 + x2, y1 + y2), e a soma satisfaz x1 + x2 = 2(y1 + y2)− 1 + 2, logo x1 + x2 = 2(y1 + y2) + 1 pertence a S2 Fechamento sob multiplicação: Se (x, y) pertence a S2, então x = 2y − 1. Se multiplicarmos esse vetor por um escalar c, obtemos (cx, cy) = (2cy − c, cy). Como a equação x = 2y−1 não é afetada pela multiplicação por c, o resultado satisfaz a equação x = 2y − 1 e portanto, (cx, cy) pertencem ao S2. O vetor nulo (0, 0) não pertence a S2, pois 0 = 2 ∗ 0− 1. Assim, S2 não é um subespaço vetorial. c) Fechamento sob adição: Se (x1, y1, z1) e (x2, y2, z2) pertencem a S3, então 2x1+ y1+3z1 = 0 e 2x2−y2+3z2 = 0. A soma desses vetores (x1+x2, y1+y2, z1+z2), e a soma satisfaz 2(x1+x2)−(y1+y2)+3(z1+z2) = 2x1−y1+3z1+2x2−y2+3z2 = 0 + 0 = 0, logo (x1 + x2, y1 + y2, z1 + z2) pertence a S2 Fechamento sob multiplicação: Se (x, y, z) pertence a S3, então 2x1− y1+3z1. Se multiplicarmos esse vetor por um escalar c, obtemos (cx, cy, cz) = 2(cx) − (cy) + 3(cz) = c(2x − y + 3z) = c.0 = 0. O resultado satisfaz a equação 2x1 − y1 + 3z1 e portanto pertence ao S3. O vetor nulo (0, 0, 0) pertence a S3, pois 2 ∗ 0− 0 + 3 ∗ 0 = 0. Assim, S3 é um subespaço vetorial. 3.(2.0) Calcule, se possível, a matriz indicada: A = 2 0 1 −1 , B = 1 1 2 −2 , C = −6 −1 −2 1 1 −3 D = −4 4 1 1 1 4 −2 0 1 , E = 1 2 −3 −1 0 2 −1 0 −3 . Se for possível calcule: (i) AB −BA, (ii) 2C −D, (iii) (2Dt − 3Et)t, (iv) D2 −DE. SOLUÇÃO i) A.B = 2 0 1 −1 . 1 1 2 −2 = 2.1 + 0.2 2.1 +0.− 2 1.1 + (−1).2 1.1 + (−1).(−2) = 2 2 −1 3 B.A = 1 1 2 −2 . 2 0 1 −1 = 1.2 + 1.1 1.0 + 1.(−1) 2.2 + (−2).1 2.0 + (−2).(−1) = 3 −1 2 2 AB −BA = 2 2 −1 3 − 3 −1 2 2 = 2− 3 2− (−1) −1− 2 3− 2 AB −BA = −1 3 −3 1 ii) Só se pode somar ou subtrair matrizes de mesma ordem. Como a matriz 2C é do tipo 2 × 3 e a matriz D é do tipo 3 × 3, não é possível realizar essa operação. iii) Dt = −4 1 −2 4 1 0 1 4 1 2Dt = 2 −4 1 −2 4 1 0 1 4 1 = −8 2 −4 8 2 0 2 8 2 Et = 1 −1 −1 2 0 0 −3 2 −3 3Et = 3 1 −1 −1 2 0 0 −3 2 −3 = 3 −3 −3 6 0 0 −9 6 −9 2Dt − 3Et = −8 2 −4 8 2 0 2 8 2 − 3 −3 −3 6 0 0 −9 6 −9 = −11 5 −1 2 2 0 11 2 11 (2Dt − 3Et)t = −11 2 11 5 2 2 −1 0 11 iv) D2 = D.D = −4 4 1 1 1 4 −2 0 1 . −4 4 1 1 1 4 −2 0 1 = −14 −12 13 −11 5 9 −10 −8 −1 D.E = −4 4 1 1 1 4 −2 0 1 . 1 2 −3 −1 0 2 −1 0 −3 = −9 −8 −7 −4 2 −13 −3 −4 3 D2 −D.E = −14 −12 13 −11 5 9 −10 −8 −1 − −9 −8 −7 −4 2 −13 −3 −4 3 = −5 −4 20 −7 3 22 13 −4 −4 4(2.0) Determine a solução do sistema linear pelo Método de Gauss-Jordan; 2x− y − z = 2 x+ y − 2z = 1 x− 2y + z = 1 SOLUÇÃO: O sistema linear acima pode ser representado por uma matriz aumentada [A|b]: 2 −1 −1 2 1 1 −2 1 1 −2 1 1 Usando o Método de Eliminação de Gauss-Jordan: L1 ← 12L1 1 −1 2 −1 2 | 1 1 1 −2| 1 1 −2 1| 1 L2 ← L2 − L1 L3 ← L3 − L1 1 −1 2 −1 2 | 1 0 3 2 −3 2 | 0 0 −3 2 3 2 | 0 L2 ← 23L2 1 −1 2 −1 2 | 1 0 1 −1| 0 0 −3 2 3 2 | 0 L3 ← L3 + 32L2 1 −1 2 −1 2 | 1 0 1 −1| 0 0 0 0| 0 L1 ← L1 + 12L2 1 0 −1| 1 0 1 −1| 0 0 0 0| 0 Logo: x1 − x3 = 1 Ix2 − x3 = 0 II Da equação II temos: x2 = x3 Da equação I temos: x1 = 1 + x3. Assumindo x3 = r, r ∈ IR a solução é dada por: X = (1 + r, r, r)t 5.(2.0) O espaço nulo de uma matriz de ordem m × n é o conjunto definido por Nul(A) = {X ∈ IRn;AX = 0}. (a) Podemos afirmar que Nul(A) é um subespaço vetorial do IRn? Prove. (b) Encontrar um conjunto gerador para o espaço nulo da matriz A = 2 −1 −1 2 1 1 −2 −4 1 −2 1 1 SOLUÇÃO: (a) i. Seja O ∈ IRn o vetor nulo. Então A.O = O. Logo O ∈ Null(A). ii. Sejam X, Y ∈ Null(A).Então A(X + Y ) = Ax + AY = O + O = O, pois A é um operador linear. Logo X + Y ∈ Null(A). iii. Seja α ∈ IR e X ∈ Null(A). Então, sendo A um operador linear temos: A(α.X) = α.A(X) = αO = O. Assim α.X ∈ Null(A). Pelas propriedades acima, Null(A) é um subespaço do IRn (b) Usando o Método de Eliminação de Gauss-Jordan: 2 −1 −1 2| 0 1 1 −2 −4| 0 1 −2 1 1| 0 L1 ← 12L1 1 −1 2 −1 2 1| 0 1 1 −2 −4| 0 1 −2 1 1| 0 L2 ← L2 − L1 L3 ← L3 − L1 1 −1 2 −1 2 1| 0 0 3 2 −3 2 −5| 0 0 −3 2 −3 2 0| 0 L2 ← 23L2 1 −1 2 −1 2 1| 0 0 1 −1 −10 3 | 0 0 −3 2 3 2 0| 0 L3 ← L3 + 32L2 1 −1 2 −1 2 1| 0 0 1 −1 −10 3 | 0 0 0 0 −5| 0 L3 ← −15L3 1 −1 2 −1 2 1| 0 0 1 −1 −10 3 | 0 0 0 0 1| 0 L2 ← L2 + 103 L3 L1 ← L1 − L3 1 −1 2 −1 2 0| 0 0 1 −1 0| 0 0 0 0 1| 0 L1 ← L1 + 12L2 1 0 −1 0| 0 0 1 −1 0| 0 0 0 0 1| 0 Logo: x1 − x3 = 0 (I) x2 − x3 = 0 (II) x4 = 0 (III) Da equação II temos x2 = x3 e da equação I temos x1 = x3. Fazendo x3 = r temos o seguinte conjunto gerador: X = (r, r, r, 0)t
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