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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DO TRABALHO DE DA COMARCA DE LINHARES – ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Heitor Agulhas, nacionalidade, estado civil, vendedor, portador do RG n° …, inscrito no CPF n° …., nascido em …., filho de …… residente e domiciliado em ….. e endereço eletrônico… vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu procurador…. Inscrito na OAB/… com escritório localizado em…. E endereço eletrônico, por onde recebe intimações, com fulcro no art. 840 da CLT, propor RECLAMATÓRIA TRABALHISTA Em face de, PORCELANAS ORIENTAIS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n°… com sede no endereço…, com endereço eletrônico…., pelos fatos e fundamentos que passa a expor. I- DO CONTRATO O reclamante foi admitido em 26/10/2020 e demitido sem justa causa. Durante o contrato exercia a função de vendedor e recebia em média 1,5 salário-mínimo por mês, a título de comissão. II - DO ACIDENTE DE TRABALHO Em janeiro de 2022 o representante da empresa ré instalou prateleiras novas na sede da reclamada, ocorre que o mesmo não possui habilidades manuais para tanto e em razão disto as prateleiras não foram afixadas corretamente. Vindo a cair, atingindo a cabeça do reclamante que foi atingido violentamente, precisando de socorro médico, já que desmaiou e teve ferimentos graves. O art. 19 da lei 8213/91 estabelece que acidente de trabalho é aquele que ocorre na sede do empregador ou a serviço deste e tem como consequência perda funcional, morte ou incapacidade laborativa. Assim, inquestionável que o reclamante foi vítima de acidente de trabalho. II.A - DO DANO MORAL DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO Em razão do acidente de trabalho sofrido pelo reclamante, ele faz jus à indenização moral. Prevê o art. 223-B da CLT que aquele que causa dano moral tem o dever de indenização. Cabe ressaltar que neste caso, o dano moral é decorrente do acidente de trabalho ocorrido com o autor. Diante disto, deve o reclamado ser condenado ao pagamento de dano moral. Para tanto, o valor do pedido deve ser de R$, conforme prevê o art. 223-G §1° da CLT. II.B - DO DANO ESTÉTICO O reclamante, em decorrência do acidente de trabalho, levou 50 pontos na cabeça, e face. O que desperta grande atenção das pessoas, que reagem negativamente ao vê-lo. A citada cicatriz, caracteriza-se como dano estético. Assim, prevê o art. 223-C da CLT que, a integridade física é bem protegido e inerente à pessoa física. Assim, a empresa-ré tem o dever de indenizar o autor. Portanto, pede-se a condenação da empresa reclamada ao pagamento de dano extrapatrimonial, no valor de R$, conforme art. 233-G §1° da CLT. II.C - DO DANO MATERIAL DECORRENTE DO ACIDENTE DE TRABALHO Em razão do acidente de trabalho o reclamante teve que usar suas reservas financeiras para custear medicamentos decorrentes do acidente, os quais somam R$ 1.350,00 (mil trezentos e cinquenta reais). Além disto, gastou também R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) com sessões de terapia. O art. 949 do CC estabelece que aquele que ofende a saúde de outrem tem o dever de reparar os gastos com medicamentos e tratamentos decorrentes desta ofensa. Assim, o reclamante tem direito de receber da empresa reclamada os gastos com medicamentos e sessões de terapia, já que estes aconteceram devido a causa do acidente de trabalho sofrido. Deve, portanto, o reclamado ser considerado ao pagamento de dano material, no valor de R$ 3.850,00 (três mil oitocentos e cinquenta reais) conforme supra exposto. III - DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA DO ACIDENTE DE TRABALHO A estabilidade provisória, é tida como um dos direitos trabalhistas, visando a proteção do empregado em determinadas situações. O art. 118 da Lei 8212/91, c/c súmula 378 TST, atesta que os trabalhadores que passaram por acidente trabalhista, tem assegurado para si, doze meses de manutenção de seu emprego, sendo este iniciado quando findado o auxílio. Verifica-se que na situação do Autor, apesar de ter sido afastado por mais de 15 dias e recebido auxílio acidentário, a estabilidade de 12 meses não fora respeitada pelo seu empregador, o qual o demitiu antes do vencimento do prazo legal. Dessa forma, pede que haja o reconhecimento da estabilidade provisória, e consequentemente, a reintegração. Alternativamente, caso não seja possível a reintegração, PEDE-SE que seja convertida em indenização, na forma do art. 496 da CLT. Para tanto, atribui-se o valor provisório de R$. IV - DO FGTS O reclamado deixou de recolher o FGTS durante os 03 meses de afastamento por acidente de trabalho do reclamante. Ocorre que, o art. 15§5° da Lei 8036/90 determina que em caso de afastamento por acidente de trabalho, o empregador tem o dever de continuar fazendo os recolhimentos mensais de FGTS. Assim sendo, considerando que a empresa ré deixou de recolher o FGTS dos 03 meses de afastamento do reclamante, pede-se que a empresa-ré seja condenada a efetuar os recolhimentos destes 03 meses retroativos em favor do reclamante. V - DO PLANO DE SAÚDE Ocorre que após o dia do acidente de trabalho Heitor teve que usar suas reservas financeiras pois teve o plano de saúde concedido pela empresa cancelado. Ademais não poderia ter sido cancelado o plano de saúde pois prevê a súmula 440 do TST a manutenção do plano de saúde durante o afastamento por benefício previdenciário acidentário. Pede-se, portanto, o imediato restabelecimento do plano de saúde do reclamante tendo em vista que seu afastamento foi decorrente do acidente de trabalho sofrido. VI - DO PLANO DE SAÚDE Não obstante, podemos perceber que um dos benefícios do contrato de trabalho foi suprimido, o da assistência de plano de saúde conferido pelo seu empregador. Dessa forma, com fundamento na Sum. 440 TST, podemos perceber que há uma clara necessidade da manutenção do serviço prestado, pois o afastamento se deu em virtude do acidente de trabalho. Assim, pede-se pela manutenção de benefício de plano de saúde conferido ao reclamante. VII - JUSTIÇA GRATUITA O autor encontra-se desempregado, sem dinheiro para se manter e suas reservas já acabaram, embora ainda precise continuar o tratamento. O art. 790 §4° da CLT que o benefício da assistência judiciária gratuita será concedido ao reclamante, uma vez que é hipossuficiente financeiramente. Desta forma, pede-se a concessão do ciado benefício. VIII - DOS HONORÁRIOS Conforme os fatos expostos acima, em razão da procedência dos pedidos, pede-se os honorários sucumbenciais de acordo com o art. 791- A CLT, que devem ser fixados entre 5 e 15% sobre o valor da condenação. IX - DA TUTELA ANTECIPADA Prevê art. 300 do CPC que em caso de justo receio na demora e probabilidade do direito, é possível a concessão em sede de tutela antecipada. Na presente ação, tais requisitos estão presentes em 2 pedidos, a manutenção do plano de saúde e a reintegração ao ambiente de trabalho, posto que o trabalhador fora demitido em período estabilitário. Há que se observar que o demandante encontra-se sem reservas financeiras e precisa continuar o seu tratamento, assim, impossível esperar o resultado do processo. Assim, pede-se a concessão de liminar para que se determine a imediata reintegração do reclamante bem como a manutenção do plano de saúde, ambos rescindidos de forma arbitrária pelo reclamado. X- DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Assim, pede-se a total procedência da ação a fim de: a) Condenar o reclamado ao pagamento de dano moral b) Condenar o reclamado ao pagamento de dano estético c) Condenar o reclamado ao pagamento de dano material d) Reconhecer a estabilidade provisória e determinar a imediata reintegração do trabalhador; alternativamente que a estabilidade seja convertida em indenização; e) Condenar o reclamado ao pagamento retroativodo FGTS f) Determinar que o reclamado faça a manutenção do plano de saúde. g) Que seja concedido o benefício da Justiça gratuita; h) Que o reclamado seja condenado ao pagamento de honorários sucumbenciais; i) Que seja concedido tutela antecipada, nos termos acima expostos. Para tanto requer a citação do reclamado para apresentar defesa, caso queira. Bem como que seja intimado da decisão de tutela provisória. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a perícia médica. Dá-se a presente ação o valor de R$. Termos em que, pede deferimento. Local, data Advogada/OAB
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