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SEMANTICA DA LINGUA INGLESA - CONHECENDO A PRAGMATICA

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Prévia do material em texto

Autoria: Ma. Anay Cardoso Miranda
Revisão técnica: Ma. Rita de Cássia Eleutério De Moraes
SEMÂNTICA DA LÍNGUA INGLESA
CONHECENDO A
PRAGMÁTICA
Introdução
Prezado Estudante, esta unidade apresenta o conceito de Pragmática sob a
fundamentação teórica de George Yule e de outros teóricos da linguagem a �m
de fazer com que você possa compreender os aspectos sociais da estrutura do
discurso. Vamos também conhecer os conceitos de gênero, usos e formas de
produção textuais como voz do sujeito.
Para nortear nossos estudos, buscamos compreender os aspectos sociais,
discursivos e as plurissigni�cações de diferentes gêneros em contextos de fala e
de escrita, bem como na análise de situações comunicativas diversas.
No decorrer de nossos estudos sobre Pragmática, você vai perceber o quanto é
importante estudar a linguagem na perspectiva do falante, observando suas
escolhas lexicais, suas restrições nas interações sociais, assim como quanto às
consequências das escolhas lexicais em uso na interação comunicativa. Por
isso, �que atento ao assunto desta unidade e mergulhe no estudo da Pragmática
aplicada à Língua Inglesa. Vai ser empolgante!
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 41 minutos.
A palavra Pragmática vem do grego pragmátikós e do latim pragmatica e se
refere àquilo que é prática, o que é objetivo. Em Linguística, portanto, a
Pragmática estuda e analisa o discurso com base no contexto comunicacional.
De acordo com o linguista escocês-americano George Yule (1947-), a Pragmática
consiste no estudo dos signi�cados durante a comunicação entre o falante ou
escritor e a interpretação do ouvinte ou leitor, como de�nido no livro intitulado
Pragmatics (1996).
3.1 Pragmática – George Yule
Para esse autor, mais do que analisar o que o comunicador quer dizer com o
discurso que usa, a Pragmática se preocupa em estudar o que o falante declara,
levando em conta o contexto e as in�uências deste na comunicação.
Em se tratando da Pragmática, George Yule nos mostra que a vantagem desse
estudo é poder discutir a respeito da intencionalidade, os objetivos e a emoção
das pessoas durante seus atos de fala, enquanto a desvantagem é que todos
estes conceitos são subjetivos por comporem a linguagem humana e, por isso,
são extremamente complexos de serem analisados.
Também temos que considerar outro fato importante que trata da
informatividade transmitida pela linguagem, ou seja, cada vez que nos
comunicamos, desejamos, em muitos momentos, informar sobre diferentes
aspectos, compreendendo a extensão do utterance (enunciado). As
consequências, portanto, para esse autor, têm relação com o que os
falantes/escritores querem dizer com esses enunciados, do que as palavras ou
frases possam signi�car.
Figura 1 - A comunicação humana
Fonte: GaudiLAb, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Imagem de duas mulheres conversando no
ambiente de trabalho. Ambas estão sentadas e
estão sorrindo. Na frente delas estão dois
computadores, que estão desligados, enquanto
as duas estão interagindo.
Exempli�cando o que o autor nos apresenta, em uma interação presencial
temos:
- I found an old bicycle lying on the ground. The chain was rusted and the tires
were �at. (Encontrei uma bicicleta velha no chão. A corrente estava enferrujada e
os pneus estavam furados) (YULE, 2008, p. 5, tradução nossa).
Os participantes dessa interação, ao ouvirem esse enunciado, partilham do
conhecimento de que uma bicicleta possui partes especí�cas que distinguem de
outros objetos e que, por esse motivo, é desnecessário comunicar que a corrente
e os pneus fazem parte dela.
Imperioso, porém, para o locutor é comunicar que embora seja uma bicicleta, ela
está velha, jogada no chão e que suas partes estão, temporariamente,
inabilitadas para o uso, porém, ela continua a ser uma bicicleta.
Ao assumir tais fatos sobre a Pragmática de Yule, podemos acrescentar que
para que os enunciados emitidos pelos participantes das interações
comunicativas façam sentido, também existe uma dependência de um maior ou
menor grau de proximidade desses falantes, valores de ordem sociais e fatores
até como idade e poder.
Ele também assevera que além da função interpessoal (interpersonal function)
dos falantes/escritores, há a função textual (textual function) deles, que
perpassa a criação de textos bem formados e apropriados, acrescentando-se
ainda a função ideacional (ideational function) ou representativa de um
pensamento e a uma experiência de modo coerente.
Por assim dizer, temos o discurso como atravessando a perspectiva dos
signi�cados na vida social dos indivíduos. Para Yule: “(…) within the study of
discourse, the pragmatic perspective is more specialized. It tends to focus
speci�cally on aspects of what is unsaid or unwritten (yet communicated) within
the discourse being analyzed” (“dentro do estudo do discurso, a perspectiva
Pragmática é mais especializada. Ela tende a focalizar especi�camente em
aspectos do que não é dito ou escrito (embora comunicado) com o discurso
sendo analisado”) (YULE, 2008, p. 84, tradução nossa).
Para entender melhor como a Pragmática do discurso se comporta é importante
compreender que as questões associadas ao discurso estão intimamente
ligadas às formas e às estruturas que estão presentes nos textos que os
compõem, bem como nas crenças, conhecimento de mundo e nas expectativas
dos falantes/escritores, isto é, todos esses fatos se juntam para a compreensão
de como pensa o locutor.
3.1.1 Significados e aspectos sociais de estrutura do discurso
Em termos de discurso, José Luiz Fiorin (2012), linguista brasileiro, apresenta-o
como objeto linguístico e histórico. Esse autor apresenta que, apesar de o
discurso ser uma “construção linguística”, ele está vinculado à uma
especi�cidade que o �xa a regras de um dado tempo. Um dos critérios
interessantes do discurso e que, na verdade, também se relaciona ao texto, trata
da recursividade, isto é, o fato dele poder ser repetido inúmeras vezes. Fiorin
(2012) também nos coloca que a relação interdiscursiva, ou seja, de um discurso
com outros discursos, permite que tenhamos sua face histórica, uma vez que
esse diálogo entre discurso se faça à parte de uma determinação no tempo.
Em seu livro Linguagem e Ideologia, Fiorin (1998, p. 17) a�rma que o discurso:
“(...) não é um amontoado de frases. O discurso tem uma estrutura”.
Simpli�cando o que o autor determina, temos que o discurso se faz a partir não
apenas da construção sintática veri�cada no contexto das palavras, mas ele se
inscreve no inconsciente dos falantes por meio de relações com outras
entidades discursivas que estão em circulação em um dado local e tempo.
Fiorin (1998) de�ne a semântica discursiva como:
Os “campos de determinações inconscientes” que fazem parte do modo como
os indivíduos veem o mundo em uma determinada época e, assim, temos o que
ele chama de formação social dada.
Nela reside o aspecto ideológico que pode tornar-se consciente para �ns de
manipulação ou de determinação de padrões, pois veri�camos que pela
linguagem, por meio de textos verbais ou não-verbais.
Nesse sentido, há uma demanda poderosa de escritos que podem nos
in�uenciar, inclusive negativamente. Um exemplo claro disso são as fake news,
que denotam o caráter brutal da informatividade em favor da desinformação,
outrossim, com a rajada de discursos racistas e de ódio veri�cados nas redes
sociais.
Herbert Paul Grice (2004) apresenta um exemplo interessante que trata bem de
evidenciar a questão do discurso inapropriado e a estratégia que um dos
interlocutores usa, que ilustra a situação social de encontro entre esses
interlocutores, comentando sobre alguém que eles veem no evento:
A: Mrs. X is an old bag.
(silence)
B: the weather has been quite delightful this summer, hasn´t it?
A: A Senhora fulana é uma mala sem alça.
(silêncio breve)
B: O clima tem estado delicioso nesse verão, não tem? (GRICE, 2004, p. 54,
tradução nossa).
Vamos analisar esse breve diálogo:
Nessa situação social, a inconveniência desencadeada pelo comentário do
interlocutor A, muito provavelmente se dá porconta não apenas das palavras
usadas, mas por conta da não manutenção de um discurso sobre alguém que
está aquém da situação interativa de A e B e esse alguém, a “fulana”, pode ser
signi�cativa para B. 
Além desses fatos apresentados, veri�camos que a expressão “an old bag”,
equivalente à “mala sem alça”, também denota uma carga discursiva
depreciativa que passa a marcar um tipo de pessoa que incomoda, o que nos faz
crer que estamos imersos na ideia de que essas pessoas existem e que, naquela
situação, veri�ca-se alguém com aquela característica.
3.2 Pragmática e Semântica
José Luiz Fiorin (1947 - ) nasceu em Birigui, São Paulo. Sua formação se
deu nos anos setenta e nos anos oitenta ele concluiu o mestrado e o
doutorado na Universidade de São Paulo (USP), onde também atuou
como docente e coordenador de cursos. É autor e organizador de vários
volumes sobre Linguística.
VOCÊ O CONHECE?
Se, de um lado, a Semântica, enquanto parte dos Estudos Linguísticos, estuda o
sentido das palavras e das sentenças, a Pragmática, como já vimos, vai além do
sentido e compreende o que o falante quer dizer quando enuncia algo em uma
determinada sentença. Essa distinção não permite que descartemos a relação
íntima entre elas na medida em que elas se complementam na análise das
situações de comunicação entre falantes e no campo do armazenamento de
fatos importantes relacionados à comunicação humana.
Alan Baddeley, Michael Eysenck e Michael Anderson escreveram Memory (2009),
que trata dos tipos de memória e essa obra fornece informações importantes
que fazem com que compreendamos a associação da armazenagem e da
recuperação de informações a �m termos o desempenho apropriado nas
interações necessárias à participação social dos interlocutores.
Sobre a memória semântica: entre os tipos de memória de longo prazo, temos a
memória semântica, que se assemelha a um dicionário ou uma enciclopédia, ao
registrar o conhecimento sobre o que há no mundo, enquanto a memória
episódica relaciona-se a armazenar experiências para relembrá-las mais tarde. 
Desse modo, criamos procedimentos que avançam com esses tipos de memória
e criam processos de armazenamento próprios que são relativos ao aspecto
processual de nossas ações discursivas, que tratam de nossa vida sensorial e
cognitiva.
Figura 2 - Esquema da memória de longo tempo
Fonte: DanWhite1000, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
No esquema, escrito em língua inglesa,
encontram-se, à esquerda, o que é a memória
episódica, marcada por suas percepções
sensoriais. À direita, a memória semântica que
trata do significado das coisas, fatos e outros e,
ao centro, abaixo de ambas, está a união delas
em uma natureza processual, que trata de como
fazer as coisas. Elas estão representadas por
ícones: a música, uma xícara de café, balões de
diálogos, um coração, números, símbolos de
sono e da configuração de mecanismos.
O que está convencionado, portanto, em termos de língua, é de preocupação
de�nida pela Semântica, que assume o conteúdo descrito pela língua. Por
exemplo, ao dizermos a palavra ball acionamos imediatamente a imagem do
objeto redondo com o qual as crianças brincam, portanto, essa descrição
evidencia seu aspecto semântico, de sentido da palavra.
Entretanto, ao se ouvir a expressão throw (somenone) a curveball você não
poderá recuperar o mesmo sentido aplicado a somente bola. Será necessário
reaver um dado contextual típico da língua inglesa que põe essa expressão
como “surpreender alguém com algo”, como em: Michael threw me a curveball
when he asked about you and our relationship. I couldn´t answer him very well.
(Michael me surpreendeu quando me perguntou sobre você e nossa relação.
Não pude responder a ele muito bem). Tal aspecto deve ser atribuído não ao
sentido, mas ao uso da palavra em um determinado contexto.
Nesse sentido, Semântica e Pragmática tratam de dar conta do que os
falantes/escreventes fazem com a língua e como pode haver criatividade e
inovação no uso da língua, provocando, inclusive, a inclusão de sentidos novos
aos termos já convencionados.
Em termos de ensino de língua estrangeira e, especialmente, em termos de
estudo da língua inglesa, veri�camos que todos os aspectos levantados até
agora denotam que devemos levar em conta o desdobramento dos signi�cados
considerando a comunicação na produção de textos e discursos no cotidiano
das pessoas. Com isso, o objetivo é atingir diferentes meios, sejam eles
pro�ssionais, familiares, religiosos ou acadêmicos para explicitar os processos
de aquisição desse novo idioma considerando como importante a língua, mas
também do contexto de uso dela.
Se consideramos essas possiblidades, passamos a ver a língua como uma
entidade extremamente viva, entretanto ela também deve ser encarada como
algo que determina territórios e, por esse, fato ela deve guardar uma
determinada uniformidade e atemporalidade. Assim, chegamos a um termo em
que, para alguém que esteja adquirindo uma língua estrangeira, parecerá
bastante razoável que se deva dar um lugar muito importante em seu estudo
para a interpretação do que se faz com ela.
Portanto, o contexto é determinante para o uso, o qual marca uma memória
episódica importante para a recuperação do sentido a �m de que haja, também,
uma interpretação plausível do que se ouve/lê, isto é, o contexto �agra o uso e o
armazena para recuperá-lo em breve. Não conseguir recuperar essas
experiências pode representar estar fora de contexto ou, ainda, até não poder se
comunicar com a mesma familiaridade ou �uidez daqueles que atualizam a
língua com mais frequência.
3.2.1 Relação entre língua e contexto
Figura 3 - Imagem sugestiva da fala fora de contexto
Fonte: FHPhoto, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Imagem com dois objetos: uma lupa e um
caderno de notas, onde se lê Out of context (Fora
de contexto). Esses objetos estão em cima de
uma base de madeira.
Para a Linguística, a língua é composta por estruturas linguísticas e designa-se
como um fato social. Esse último caráter nos interessa no estudo de línguas,
pois veri�camos que o contexto deverá ser incluído como aspecto social
necessário para a comunicação.
Ferdinand de Saussure (1857-1913) foi quem de�niu a língua como fato social
no começo do século XX e foi Noam Chomsky (1928-) quem pontou um aspecto
importante que contribui para o ensino de línguas, “cada língua em particular é
uma manifestação especí�ca do estado inicial uniforme” (CHOMSKY, 1998, p.
24). Desse modo, para esse autor, não temos uma idade para aprender uma
língua estrangeira e estamos potencialmente preparados para adquiri-la em
qualquer parte da vida.
As questões levantadas por Saussure e Chomsky �zeram com que o contexto,
aos poucos, fosse sendo inserido no âmbito do ensino de línguas. No livro
Teaching English as a Foreign Language, Geoffrey Broughton et al. (2003, p. 35,
tradução nossa) asseveram que: “Designers of syllabuses and writers of EFL
texts are now concentrating on techniques of combining the teaching of
traditionally necessary aspects of the language (…) with greater emphasis on the
meaningful use of the language” (Os designers de currículos e os escritores de
textos do ensino de língua como língua estrangeira estão agora concentrados
em técnicas que combinam o ensino tradicionalmente necessário de aspectos
da língua com grande ênfase no uso signi�cativo dela). Para esses autores, o
objetivo dessa perspectiva, além do situacional veri�cado nas aulas de língua,
está no enfoque dado ao emprego das estruturas da gramática, como a
contextualização de formas em si.
Língua como fato social, que existe na
coletividade, no começo do século XX.
Utiliza o termo “estado inicial” para caracterizar o
que seria um dispositivo de aquisição da língua
(CHOMSKY, 1998, p. 24).
Ferdin
and de
Sauss
ure 
Noam
Choms
ky 
A contextualização, ainda para esses autores, faz parte do conhecimento muitas
vezes compartilhados em diferentes culturas e, por isso, veri�ca-se um estoque
de conhecimentos compartilhados que podem apoiar a aquisição no novo
idioma. O fato mais signi�cativo,nesse sentido, é buscar meios de usar esses
apoios a �m de melhor aproximar os idiomas, de origem e em foco.
Leia o excerto abaixo:
Há, aproximadamente, 7 mil idiomas falados em todo o mundo e todos
eles têm diferentes sons, vocabulários e estruturas, mas eles modelam a
maneira como nós pensamos? A cientista cognitiva Lera Boroditsky
compartilha exemplos de idiomas, de uma comunidade aborígene da
Austrália, que usa pontos cardeais em vez das palavras "esquerda" e
"direita", às diversas palavras para "azul" em russo, que sugere que a
resposta seja um sonoro sim. Para saber mais sobre o assunto, assista o
vídeo: “Como a linguagem modela nossa forma de pensar”, com a
cientista cognitiva Lera Boroditsky no TedWomen 2017 e disponível no
link abaixo:
Acesse
(https://www.ted.com/talks/lera_boroditsky_how_language_shapes_the_
way_we_think?language=pt-br#t-565400)
VOCÊ QUER VER?
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
https://www.ted.com/talks/lera_boroditsky_how_language_shapes_the_way_we_think?language=pt-br#t-565400
“O ensino de língua pressupõe uma teoria da linguagem e isto é
suprido pela Linguística Aplicada. A visão tradicional de que a
língua inglesa consistia em uma bateria de regras gramaticais e
um livro de vocabulário produzindo um método de ensino
selecionado com regras e exceções para ensinar em uma
determinada sequência.” 
BROUGHTON, G. et al. Teaching English as a foreign language.
New York: Routledge, 2003. p. 35.
Considerando o fragmento acima, avalie as seguintes asserções
e a relação proposta entre elas:
I. Com a Linguística, especi�camente, com a Pragmática, o
contexto revelou-se como fundamental para a compreensão da
língua na produção e interpretação de formas.
PORQUE
II. O que realmente importa para a comunicação humana é a
língua em uso e as formas empregadas que se encontram
arquivadas na memória ou reatualizadas em usos criativos.
Assinale a alternativa correta:
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma
justi�cativa da I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é
uma justi�cativa da I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma
proposição falsa
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição
verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.
VERIFICAR
Halliday (2007) apresenta que: “(...) the organization of language, its form, is
meaningful: that is, linguistic activity participates in situations alongside man’s
other creative activities” (a organização da língua, sua forma, é signi�cativa: ou
seja, a atividade linguística participa nas situações ao lado de outras atividades
criativas do homem.) (HALLIDAY, 2007, p. 137, tradução nossa). Nesse sentido,
veri�camos que a participação dos aspectos internos e externos às enunciações
são importantes para a interpretação do que dito ou escrito.
No caso da Pragmática e da Semântica, ambas se associam ao que a
complexidade da língua apresenta, isto é, dada uma situação de fala ou de
escrita, temos o acionamento de uma memória de enunciados e de discursos
que atravessam a linguagem. Não há como fugir desse formato tão
determinativo da ação humana.
É necessário entender que as formas linguísticas podem ser inúmeras para
expressar o que o falante/escritor deseja comunicar. As metáforas, a ironia e
outros dispositivos nos permitem a melhor comunicação com nossos
interlocutores. Grice (2004) nos fornece exemplos bem interessantes de como
nos apropriamos das formas com funções comunicativas especí�cas, como o
exemplo da metáfora You are the cream of my coffee (Você é o creme do meu
café).
A metáfora, semelhantemente à comparação, opera no nível do pensamento
estabelecendo uma relação entre um item A e um item B. Na cultura inglesa e
americana, especialmente na inglesa, temos a imagem do café com creme como
uma combinação muito recorrente, por isso, o locutor que optou por essa
metáfora estabelece uma comparação para o tipo de relação deles e da
importância do outro para ele.
3.3 Formas e funções
Quanto à ironia, Grice (2004) nos apresenta uma situação interessante e que
podemos usar como exemplo: “X, com quem A teve uma relação próxima até
então, revelou a um rival de pro�ssão de A um segredo. A e sua audiência
[amigos em comum] ambos conhecem o fato. A diz: X é um bom amigo” (GRICE,
2004, p. 53, tradução nossa). A ironia reside justamente no fato de não haver
verdade no que se diz, que é partilhado pelos interlocutores, embora tenha sido
enunciado o contrário.
O eufemismo e a hipérbole também são muito comuns em nossas enunciações
em função do efeito delas, a saber, em relação à primeira, ameniza o evento ou a
realidade e, a segunda, exagera uma situação, fato ou evento. Grice (2004, p. 50,
grifos do autor) nos apresenta um exemplo bastante pertinente de eufemismo:
“De um homem que tenha quebrado toda a mobília, se diz: Ele estava um pouco
embriagado”.
Aqui, veri�ca-se a retirada da força enunciativa que deveria ser colocada na
sentença, uma realidade amenizada. A hipérbole é muito acionada para
expressar o exagero com que nos manifestamos em relação a nossos
sentimentos, por exemplo, quando dizemos: “Vamos! Estou morrendo de fome”.
Aqui, temos uma impossibilidade, isto é, não posso ter necessidades quando
estou morto.
Figura 4 - Imagem referente à ironia
Fonte: Page Light Studios, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Imagem de uma placa na qual existe a
mensagem “Beware of dog” (Cuidado com o
cão), centralizada e colocada em um portão de
ferro. Ao lado do portão, à direita da imagem,
um homem com um pequeno cão, à direita.
Funcionalmente, essas formas nos remetem a uma maior vivacidade de nossas
enunciações, na medida em que denotamos um caráter mais expressivo, típico
das �guras de linguagem. Além disso, podemos estar passando de uma
linguagem denotativa para uma linguagem conotativa, apresentando maior ou
menor grau de subjetividade, pois a linguagem depende efetivamente das
demandas dos participantes, de suas necessidades expressivas e
comunicativas, bem como de sua capacidade de acionar formas linguísticas em
determinadas situações. Na verdade, tudo depende dos interlocutores e de suas
demandas.
Émile Benveniste (1902-1976) nos coloca a questão do sujeito na enunciação,
especialmente, da publicação de seu livro, em 1958, Da subjetividade na
linguagem. Ele aponta que um sujeito depende de outro sujeito para se de�nir
3.3.1 Produção textual como voz do sujeito
como tal, em suas palavras, o sujeito “(...) é um homem que encontramos
falando no mundo, um homem falando com outro homem, e a linguagem ensina
a própria de�nição de homem” (BENVENISTE, 1995, p. 285).
Desse modo, temos que, na interação e pela formulação das enunciações, os
homens vão se de�nindo enquanto sujeitos da linguagem e acrescentamos a
esse fato que o tom com que esses homens vão fazer a enunciação determina a
voz com eles vão enunciar.
Nesse aspecto da voz, na Pragmática, podemos dizer que ela se relaciona ao
uso da linguagem pelo falante, à atividade de um sujeito quanto ao uso da
linguagem. Essa voz vai ganhar pluralidade na medida em que, na enunciação,
surge não apenas a voz do sujeito enunciador, mas também outras vozes
relacionadas a outros sujeitos que já falaram antes do sujeito-enunciador, isto é,
quando falamos algo, estamos também re�etindo outras vozes de outros
sujeitos nas nossas falas.
Em um 7º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública, uma
professora de Inglês elaborou um plano de ensino bimestral visando
aprimorar a produção escrita dos estudantes. Para isso, planejou com a
turma a construção do blog, contando com o auxílio daqueles que já
tinham mais experiência com as TIC para, também, auxiliar os colegas.
Conforme uma sequência didática, formada por etapas a serem seguidas
no decorrer de um trimestre de trabalho, devem ser sugeridas atividades
para que ao �nal a turma tenha um arcabouço de textos elaborados por
eles, a partir das atividades sugeridas, e que tenham passado pela
avaliação docente, seguindo os quesitos doplano de ensino para o
trimestre.
ESTUDO DE CASO
Figura 5 - Imagem relativa à produção de texto
Fonte: GaudiLab, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na imagem de um homem consultando dados
em um computador e escrevendo em um bloco
de notas. Ele é jovem, usa óculos e está sentado
usando tais materiais que se encontram em uma
mesa de madeira.
Na produção textual, seja ela em nível oral ou escrito, temos um re�exo muito
explícito desse fato: falamos e escrevemos textos a partir de outros textos, de
outras falas, de outros discursos, de outros sujeitos.
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
Leia o excerto abaixo:
“Para garantir que uma implicatura particular conversacional
esteja presente, o ouvinte responderá aos seguintes dados: (1)
um sentido conversacional das palavras juntamente com a
identidade de quaisquer referentes que estejam envolvidos; (2)
um princípio cooperativo e sua máxima; (3) o contexto,
linguístico ou de outra ordem, do enunciado (...)”
GRICE, H. P. Logic and conversation. In:  COLE, P.; MORGAN, J. L
(ed.). Syntax and semantics. Speech Acts. New York: Academic
Press, 2004. p. 41-58. v. 3. p. 50.  
Sobre os aspectos apresentados acima, analise as assertivas a
seguir:
I. É necessário entender que as formas linguísticas podem ser
inúmeras para expressar o que o falante/escritor deseja
comunicar.
II. Funcionalmente, as �guras nos remetem a uma maior
vivacidade de nossas enunciações, pois denotam um caráter
mais expressivo.
III. Quando se trata de formas linguísticas, devemos estabelecer
regras muito rígidas no trato com as funções a elas atribuídas.
IV. É fundamental compreender que parte da expressividade da
língua em uso está na convencionalidade exposta pelas
gramáticas.
V. Seria necessário marcar bem o lugar de cada forma para que
pudéssemos nos comunicar com mais �uidez frente aos
ouvintes.
É correto o que se a�rma em:
a. I e II.
 b. I e III.
c. II e IV.
d. III e IV.
e. IV e V.
VERIFICAR
Como a produção textual é um processo que envolve algumas etapas, é
importante a leitura e debate de textos relacionados, o planejamento da escrita,
por meio de diversos tipos de estratégias, a saber:
3.4 Produção textual
A escrita livre.
O freewriting.
O brainstorming.
É importante pensarmos, também, na avaliação do produto �nal, pois ela é parte
essencial do ensino e aprendizagem e se torna tanto mais efetiva quando o
estudante recebe as devolutivas do professor, como um suporte necessário para
a construção efetiva do conhecimento. Nessa devolutiva oferecida ao estudante,
o professor pode oferecer textos do mesmo gênero discursivo para serem
reescritos, servindo de andaimes para novas e melhores produções.
A estratégia do  process approacches  que defende o trabalho de escrita em
pequenos grupos, considera que o autor precisa re�nar seu texto para torná-lo
claro e agradável ao leitor. 
Assim, o estudante/escritor forma a consciência de que é importante pensar no
leitor e nas possíveis inferências que ele pode fazer ao ler o texto. Essa
estratégia também é válida à medida que ajuda o estudante a fazer a revisão de
textos, pois ao se depararem com os problemas textuais do colega, ele
reconhece os seus, além de ajudá-los com ideias criativas a que tem contato por
meio da leitura de outros textos.
Em todos os aspectos sugeridos acima, compreendemos que existe uma
relação direta do gênero textual selecionado para a atividade de produção de
texto com o tipo de enunciação. É fato que ao evidenciarmos os lugares de
enunciação, ou vozes implicadas nela, analisamos tais lugares a �m de
Os mapas conceituais.
Os roteiros.
A elaboração de perguntas.
A revisão do texto nos quesitos gramatical, ortográ�co, de
clareza, coesão e coerência.
esclarecer que toda enunciação, seja ela da ordem da oralidade ou da escrita.
Ela traz em si a importância de resgatar o sujeito e sua voz em um determinado
contexto criado para a enunciação.
Há, também, a Pragmática, que nos leva a considerar as atividades realizadas
em sala como voltadas para as situações reais de produção, com o foco voltado
para os usos da língua real e na aplicação de práticas que possam gerar
habilidades de uso dessa língua real.
Para Jeremy Harmer (2010), o gênero é um tipo escrita de fácil compreensão
pela comunidade falante. Essa de�nição nos parece su�ciente para
compreender como cada manifestação de texto se comporta na sociedade,
como eles apresentam características especí�cas que os fazem distintos e
reconhecíveis.
Quanto à produção textual, em língua inglesa, Jeremy Harmer em How to teach
English (2010), faz uma distinção importante a “escrita para aprender” e “escrita
para escrever”. No caso da primeira, há uma conexão direta com o ensino de
estruturas linguística e a prática delas. No caso da segunda, as motivações
estão associadas à produção de texto para o desenvolvimento das habilidades
de escrita, para produzir escritores. O livro trata de atividades práticas e
evidencia que o processo de escrita constitui-se de um planejamento, de esboço,
de revisão e edição.
3.4.1 Gênero e discurso
Figura 6 - Imagem de gêneros diferentes de escritos
Fonte: BigAlBaloo, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Imagem de livros com diferentes tamanhos e
títulos em uma estante. São treze exemplares de
livros pequenos, grandes, finos e grossos sobre
mitos, drama, comédia, poesia e outros,
representando diferentes gêneros.
Harmer (2010) apresenta que podem ser sugeridas aos estudantes atividades
com diferentes gêneros, como postcards, entrevistas e relatórios. Quanto aos
exemplos fornecidos pelo autor, temos que no caso dos postcards, veri�camos
que a supressão muitas vezes de palavras sugere que nesse gênero a voz do
sujeito pode ter uma centralidade na ação, mais que no sujeito em si da ação,
como, exempli�ca Harmer: “ We´re having a good time, The food is wonderful”
(HARMER, 2010, p. 114, tachado do autor).
Há, portanto, uma preocupação em evidenciar as ações realizadas por um
sujeito em uma viagem e o relato dessas ações em um texto escrito, por
exemplo. No caso das entrevistas, o foco no sujeito representa sua voz
enunciando fatos sobre sua vida e suas experiências.
Assim, para Harmer (2010), perguntas e respostas são a estratégia desse
gênero, focalizando na apreensão de um sujeito com voz própria e pertencente
ao mundo empírico, como uma celebridade, por exemplo. No caso dos relatórios,
temos que o foco da produção escrita é um referente, que pode até se tratar de
um sujeito físico, porém o foco reside em um evento ou fato que se coloca em
evidência.
Frente ao enunciado, veri�camos que o falante/escritor se esforça em ativar
mecanismos como �guras de linguagem, formas concretas, abstratas e outros
recursos para trazer à baila o que se apresenta para enunciar. Opera-se também
a atividade de escolher entre o que está convencionado e o que o contexto
demanda, evidenciando, certamente, a comunicação.
Todavia, muito do que fazemos em relação à língua está preso ao contexto,
como já veri�camos que ocorre, pois na medida em que o ouvinte/leitor coopera
ou não com o enunciado, este se determina pela necessidade de cobrir uma
série de demandas que aparecem. Porém, é necessário compreender que o que
os falantes/escritores fazem com a língua não é perfeitamente compreendido
CONCLUSÃO
Pense em um plano de aula com uma atividade
de produção textual em Língua Inglesa para ser
desenvolvida com os estudantes do 9º ano do
Ensino Fundamental que priorize o
Planejamento do texto: brainstorming.
Para tanto, a principal habilidade a ser
trabalhada é a listagem de ideias para a
produção textos considerando o tema de sua
escolha. O plano de aula deve conter: Conteúdo,
Objetivos, Desenvolvimento, Avaliação e
Recursos didáticos.
VAMOS PRATICAR?
como convencionado, ou seja, muitos dos usos linguísticos perfazem uma
demanda também criativa ou de reuso dos enunciados em diferentes situações
ou contextos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
entender o conceito de Pragmática, de George Yule;
compreender os possíveis signi�cadose aspectos sociais
de estrutura do discurso;
identi�car a função e a forma das produções textuais
como voz do sujeito;
identi�car os conceitos de gênero e discurso.
Clique para baixar conteúdo deste tema.
BADDELEY, A.; EYSENCK, M.; ANDERSON, M. Memory. 3. ed. London:
Psychology Press, 2020.
BENVENISTE, E. Problemas de linguística geral I. 4. ed. Campinas:
Pontes, 1995.
BROUGHTON, G. et al. Teaching English as a foreign language. New York:
Routledge, 2003.
Referências
CHOMSKY, N. Linguagem e mente: pensamentos atuais sobre antigos
problemas. Tradução: Lúcia Lobato. Brasília: Universidade de Brasília,
1998.
FIORIN, J. L. Da necessidade da distinção entre texto e discurso. In:
BRAIT, B.; SOUZA-e-SILVA, M. C (org.) Texto ou discurso? São Paulo:
Contexto, 2012, p. 145-165.
GRICE, H. P. Logic and conversation. In: COLE, P.; MORGAN, J. L (ed.).
Syntax and semantics. Speech Acts. New York: Academic Press, 2004. v.
3. p. 41-58.
HALLIDAY, M. A. K. Language and Education. In: WEBSTER, J. J. The
Collected Works of M. A. K. Halliday. London/New York: Continuum,
2007. v. 9.
HARMER, Jeremy. How to teach English. 6 ed. New York: Pearson
Education Limited, 2010.
YULE, G. Pragmatics. London: Oxford University Press, 2008.

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