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INFERTILIDADE - Qual a definição de “Infertilidade”? Como deve ser o diagnóstico? É a ausência de gravidez após 1 ano de relações sexuais frequentes desprotegidas (2-4 vezes na semana) e sem uso de método contraceptivo. - Qual a diferença entre Infertilidade primária e secundária? - Infertilidade primária, na qual não houve gestações prévias; - infertilidade secundária, na qual houve uma gestação prévia, embora não necessariamente com um nascido vivo. - Como é calculado o período fértil na mulher? - Quais as principais causas de infertilidade na mulher? (Causas ovarianas, tubáreas, uterinas e externas) Diminuição da reserva ovariana, distúrbios ovulatórios (fator ovulatório), lesão tubária, obstrução ou aderências peritubárias (incluindo endometriose com evidência de aderências tubárias ou peritoneais), fatores uterinos, distúrbios sistêmicos (dentre eles, infecções ou doenças crônicas como distúrbios autoimunes ou insuficiência renal crônica), fatores cervicais e imunológicos e fatores inexplicados (incluindo endometriose sem evidência de aderências tubárias ou peritoneais). FATOR OVARIANO: SOP é a principal causa por anovulação crônica FATOR UTERINO: Sinéquias intrauterinas, pólipos endometriais, miomas submucosos (distorção da cavidade uterina) e anomalias congênitas (septo uterino, útero bicorno)., hiperplasia do endométrio, leiomiomas submucosos, sinéquias intrauterinas FATOR TUBOPERITONEAL: Endometriose, DIP, cirurgias prévias e tuberculose pélvica. salpingite ístmica nodosa, pólipos tubários, espasmo tubário e resíduos mucosos intratubários. - Qual a relação entre idade e infertilidade na mulher? A mulher experimenta queda gradual da fertilidade já aos 25 anos de idade, acentuando-se marcadamente após os 35 anos e principalmente aos 37 anos, devido à não renovação do número de folículos primordiais, bem como à perda da maioria deles, além do declínio na qualidade oocitária devido ao processo de envelhecimento. Acrescente-se, à queda numérica e da qualidade dos folículos, uma maior exposição a outras causas de infertilidade, entre as quais a DIP, endometriose e miomas, doenças que impactam a fertilidade feminina, além das mudanças endócrinas e menor receptividade endometrial, já confirmada por estudos histológicos endometriais em diversos animais e mesmo em humanos. - Como deve ser a investigação inicial para cada uma das patologias mencionadas acima? FATOR OVULATÓRIO: SOP - Oligovulação ou anovulação (que se manifestam como oligomenorreia ou amenorreia), Hiperandrogenemia (altos níveis de androgênios circulantes) ou hiperandrogenismo (manifestações clínicas de excesso de androgênio), Ovários policísticos detectados por ultrassonografia. FATOR TUBÁRIO: Histerossalpingografia e videolaparoscopia com cromotubagem, - principal exame para investigar permeabilidade tubária; sorologia para clamídea; Laparoscopia - é considerada a técnica ideal para o diagnóstico de doença tubária e peritoneal. FATOR UTERINO: Histerossonografia - permite delinear melhor lesões na cavidade uterina e delimitar endométrio; Histeroscopia. Pelo fato de possibilitar a observação direta, a histeroscopia é considerada o padrão-ouro para avaliação da cavidade uterina. O procedimento inclui a inserção de um endoscópio na cavidade uterina através do canal do colo do útero e a instilação de meio de distensão para possibilitar a observação.2 - Quais as principais causas de infertilidade no homem? Podem ser divididas em 4 grupos: Distúrbio endócrinos e sistêmicos (relacionados ao hipogonadismo secundária-hipogonadotrófico), defeitos testiculares na espermatogênese, distúrbios no transporte do espermatozóide e infertilidade masculina idiopático, disfunção erétil As causas são baixa qualidade seminal – redução no número (oligospermia e azoospermia), na motilidade (astenospermia) ou no número de formas normais (teratospermia) dos espermatozóides – devido principalmente a hipofunção testicular idiopática, alterações genéticas e varicocele; impossibilidade de deposição dos espermatozóides no fundo da vagina, que ocorre de dificuldades no coito ou de disfunções ejaculatórias; obstrução – azoospermia obstrutiva; e alteração funcional dos espermatozóides – fragmentação do DNA, por exemplo. - Quais os parâmetros devem ser avaliados no espermograma? Quais os valores de normalidade esperados? Devem ser avaliados 5 parâmetros: Volume de ejaculado, concentração de espermatozoides, motilidade, morfologia normal e concentração de leucócitos. - Cite quais tratamentos de fertilidade são considerados de baixa e de alta complexidade. BAIXA COMPLEXIDADE: Coito programado e injeção intrauterina, indução da ovulação ALTA COMPLEXIDADE: Fertilização in vitro e Transferência intratubária de gametas (GIFT - Como deve ser feita a orientação para o casal para o coito programado? O tratamento de CP consiste na indução da ovulação com desenvolvimento de um ou mais folículos por ciclo, combinado com um cronograma de relações sexuais no período fértil. É necessário para o tratamento de CP o conceito do período fértil. As mulheres são mais férteis nos dois dias antes da ovulação e os casais devem ser instruídos para ter relações sexuais durante esse período para que o esperma esteja presente no trato genital antes de o folículo romper e liberar o oócito Em tratamentos de CP, é aconselhável predizer a ovulação preferencialmente por acompanhamento ultrassonográfico seriado e desencadear o gatilho ovulatório com gonadotrofina coriônica humana (hCG) exógeno para garantir maior sucesso na determinação do período fértil. - Explique o racional das medicações usadas para indução da ovulação. O citrato de clomifeno (CC) é o agente oral de indução da ovulação mais antigo e amplamente utilizado. O clomifeno é uma droga não esteroide derivada do trifeniletileno, que estruturalmente se assemelha muito ao estrogênio, o que permite se ligar competitivamente ao receptor de estrogênio, possuindo propriedades tanto agonistas como antagonistas de estrogênio. O clomifeno é administrado, por via oral, começando dois a cinco dias após o início de um ciclo espontâneo ou uma menstruação induzida por supressão hormonal exógena, podendo também ser iniciado arbitrariamente em pacientes com amenorreia com resultado do teste de gravidez negativo. As taxas de ovulação e gravidez são semelhantes, independentemente de o CC ser iniciado no dia 2, 3, 4 ou 5 do ciclo. O tratamento geralmente começa com 50 mg por dia, durante cinco dias. A ovulação, quando ocorre, é esperada de cinco a dez dias após a última dose de CC. É importante monitorar a ovulação ou dosar progesterona na segunda fase do ciclo para avaliar ovulação, orientar os ajustes de dosagem e evitar a gravidez múltipla. - Qual a orientação para o seguimento ultrassonográfico das pacientes que estão utilizando medicações para indução da ovulação? O acompanhamento ultrassonográfico durante a estimulação é de suma importância para que, por meio de uma avaliação adequada, possa ser aferido o momento ideal para a realização da indução da ovulação e, consequentemente, o procedimento de IIU em si. As ultrassonografias podem ser realizadas desde o início de um ciclo espontâneo ou após bloqueio e, à medida que o esquema indutor é proposto, a paciente retorna para acompanhar o crescimento folicular que, em média, é de 2 mm ao dia. No momento do exame, também é aferida a espessura endometrial para que o mínimo de 7 mm possa ser alcançado como consequência do amadurecimento folicular e produção estrogênica. Assim que o folículo atingir 18 mm de diâmetro, pode se realizar o gatilho da ovulação com drogas ou aguardar a ruptura espontânea, acompanhando o pico de LH por meio de coleta seriada. - Explique sobre a Síndrome da hiperestimulação ovariana e qual o tratamento. A complicação mais temida das TRA. É um amplo espectro de sinais e sintomas que incluem aumento do volume ovariano, desconforto e distensão abdominal, extravasamento de líquido para a cavidade abdominal e terceiro espaço e complicações decorrentes da hipovolemia. Emcasos graves, pode levar à necessidade de cuidados intensivos e até à morte. A SHO será tão grave quanto maior for o aumento de permeabilidade vascular, que está diretamente relacionado à administração do hCG em pacientes de risco. - Quais as condições para indicação da Inseminação Intra-Uterina? É um tratamento indicado para casais selecionados, com tubas funcionalmente normais e infertilidade, devido a um fator cervical, anovulação, fator masculino leve, fatores inexplicados ou distúrbios ejaculatórios, com taxas clínicas de gravidez por ciclo variando de 10% a 20%. - Qual a diferença entre FIV e ICSI? A FIV (Fertilização In Vitro) e a ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides) são duas técnicas relacionadas à reprodução assistida, mas diferem na forma como a fertilização ocorre. FIV (Fertilização In Vitro): Na FIV convencional, os óvulos e os espermatozoides são colocados em uma placa de cultura em laboratório e são deixados para se encontrarem naturalmente, permitindo que os espermatozoides fertilizem os óvulos por conta própria. ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides): Na ICSI, um único espermatozoide é selecionado e injetado diretamente no citoplasma de um óvulo usando uma micropipeta. Isso garante a fertilização, mesmo em casos de infertilidade masculina severa.
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