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DIREITO PENAL – PARTE GERAL 2 DIREITO PENAL – PARTE GERAL 1. ILICITUDE Também denominada antijudridicidade, é o segundo elemento do conceito analítico de crime. Ao se analisar uma conduta, que é, em verdade, casuística, pois não é possível universalizar os fatos, é preciso analisar se o agente praticou esta conduta amparado por alguma situação que tornou a ação legítima ou não. Se ele agir amparado por uma causa que torne lícita sua conduta, estaremos diante da exclusão da ilicitude e, como decorrência, do crime em si. As causas excludentes de ilicitude podem ser chamadas de Descriminantes ou Justificantes. A ilicitude, também denominada de antijuridicidade, é a relação de contrariedade entre o fato humano e as exigências do ordenamento jurídico. 2. CAUSAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE EM ESPÉCIE 2.1. ESTADO DE NECESSIDADE (ART. 24, CP) Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Nesta modalidade de descriminante, verificamos situação em que dois bens jurídicos correm risco de perecer. Nesse contexto, a Lei permite que um deles seja sacrificado em detrimento de outrem, já que não seria possível a preservação de ambos. 2.2. LEGÍTIMA DEFESA (ART. 25, CP) Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessá- rios, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) É figura clássica quando se fala em excludente de ilicitude. Requisitos: a) Agressão injusta: trata-se de uma agressão imotivada que ataca ou coloca em risco bem jurídico alheio. Uma vez identificada a agressão injusta, o titular do bem que pode ser violado pode repeli-la, valendo-se da utilização dos meios necessários. Registre-se, que a saída do local para buscar uma arma, com o posterior regresso, afasta a ocorrência de legítima defesa. DIREITO PENAL – PARTE GERAL 3 b) Atual ou iminente: atual é a agressão presente, enquanto que iminente é a que está para acontecer. c) Uso moderado dos meios necessários: deve haver um juízo de proporcionalidade ao se repelir a conduta. d) Proteção de direito próprio ou de outrem: a legítima defesa pode ser utilizada como ins- trumento para a proteção de direito próprio ou de terceiro. Atenção! O pacote anticrime inseriu no art. 25 do CP a legítima defesa de agente de segurança pública. Porém, tratam-se dos mesmos requisitos daqueles previstos no caput. Assim, vale a pena conferir a letra da lei. 2.3. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL (ART. 23, III, 1ª PARTE, CP): Os agentes públicos, no curso de suas atuações, eventualmente pode violar bem jurídico alheio (Ex.: prisão). Assim, se a intervenção é praticada de maneira legal, não há que se falar em ato ilícito, pois há respaldo da própria lei. Nesse sentido, para não inviabilizar o desempenho das atividades inerentes ao cargo público, o Direito Penal criou uma hipótese de exclusão de ilicitude que autorizasse o agente público a praticar condutas típicas, porém, não ilícitas. 2.4. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO (ART. 23, III, 2ª PARTE, CP): Se a parte age em uma situação legítima, respaldada por um direito, não há que se falar em ilícito. Em resumo, é a excludente de ilicitude que ocorre quando um particular faz uso de uma facul- dade que lhe é conferida pelo ordenamento jurídico.
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