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Revisão – Unicamp - Gramática Página 1 de 3 1. (Unicamp 2020) Texto I Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se modificando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo “maratonar”, quando os telespectadores podem assistir a vários ou a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao que parece, a plataforma Netflix não quer mais estar associada “maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que as gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo excessivo e melhorar a saúde dos usuários. (Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Netflix parece estar evitando o termo ‘maratonar’.” Disponível em https://www.tecmundo.com.br/ internet/133690-voce-notou-net flix- pareceevitando-termo-maratonar.htm. Acessado em 01/06/2019.) Texto II Embora os dois textos tratem do termo “maratonar” a partir de perspectivas distintas, é possível afirmar que o Texto II retoma aspectos apresentados no Texto I porque a) esclarece o significado do neologismo “maratonar” como esforço físico exaustivo, derivado de “maratona”. b) deprecia a definição de “maratona” como ação contínua de superação de dificuldades e melhoria da saúde. c) reflete sobre o impacto que a falta de exercícios físicos e a permanência em casa provocam na saúde. d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um estilo de vida sedentário, antagônico a maratona. 2. (Unicamp 2020) “(...) as palavras tomam significados distintos daqueles utilizados no cotidiano. Por exemplo, utiliza-se, com frequência, nas aulas sobre frações, a frase reduzir ao mesmo denominador." (Edi Jussara Candido Lorensatti, Linguagem matemática e Língua Portuguesa: diálogo necessário na resolução de problemas matemáticos. Conjectura: Filosofia e Educação. Caxias do Sul, v. 14, n. 2, p. 91, maio/ago. 2009.) Cada ciência usa uma linguagem própria e com um grau de precisão terminológica necessário para o seu exercício. Tendo em vista os significados distintos que as palavras assumem nas situações concretas em que são empregadas, o verbo “reduzir”, no uso cotidiano, significa a) limitar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de restringir. b) moderar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática implica aumentar as relações entre os números. c) eliminar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática implica reverter as relações entre os números. d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de converter. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias. (Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota-boa- noticia- e-que-para.html. Acessado em 01/03 /2019.) 3. (Unicamp 2020) Para se referir a matérias jornalísticas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os espectadores, o autor cria um neologismo por meio de a) derivação prefixal. b) composição por justaposição. c) composição por aglutinação. d) derivação imprópria. 4. (Unicamp 2020) Considerando a matéria apresentada no jornal, o uso da conjunção adversativa seguido da expressão “a boa notícia é que” permite ao jornalista a) apontar a gravidade da notícia e compensá-la. b) expor a neutralidade da notícia e reforçá-la. c) minimizar a relevância da notícia e acentuá-la. d) revelar a importância da notícia e enfatizá-la. 5. (Unicamp 2019) Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto. As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do léxico. Revisão – Unicamp - Gramática Página 2 de 3 As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas. Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e, despóticas, ainda exigem acento na sílaba tônica! Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito. É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo. Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice. Ser artesão não é nada, perto de ser artífice. Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice. (Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso/.) Segundo o texto, as proparoxítonas são palavras que a) garantem sua pronúncia graças à exigência de uma sílaba tônica. b) conferem nobreza ao léxico da língua graças à facilidade de sua pronúncia. c) revelam mais prestígio em função de seu pouco uso e de sua dupla acentuação. d) exibem sempre sua prepotência, além de imporem a obrigatoriedade da acentuação. 6. (Unicamp 2019) Na década de 1950, quando iniciava seu governo, Juscelino Kubitschek prometeu “50 anos em 5”. Na campanha do atual governo o slogan ficou assim: “O Brasil voltou, 20 anos em dois”. A ‘tradução’ não tinha como dar certo; era como comparar vinho com água. E mais: havia uma vírgula no meio do caminho. Na propaganda, apenas uma vírgula impede que a leitura, ao invés de ser positiva e associada ao progressismo de Juscelino, se transforme numa mensagem de retrocesso: o Brasil de fato ‘voltou’ muito nesses últimos dois anos; para trás. (Adaptado de Lilia Schwarcz, Havia uma vírgula no meio do caminho. Nexo Jornal, 21/05/2018.) Considerando o gênero propaganda institucional e o paralelo histórico traçado pela autora, é correto afirmar que o slogan do atual governo fracassou porque a) o uso da vírgula provocou uma leitura negativa do trecho que alude ao slogan da década de 1950. b) a mensagem projetada pelo slogan anterior era mais clara, direta, e não exigia o uso da vírgula. c) a alusão ao slogan anterior afasta o público jovem e provoca a perda de seu poder persuasivo. d) o duplo sentido do verbo “voltar” gerou uma mensagem que se afasta daquela projetada pelo slogan anterior. 7. (Unicamp 2019) Para driblar a censura imposta pela ditadura militar, compositores de música popular brasileira (MPB) valiam-se do que Gilberto Vasconcelos chamou de “linguagem da fresta”, expressão inspirada na canção “Festa imodesta”, de Caetano Veloso. (...) Numa festa imodesta como esta Vamos homenagear Todo aquele que nos empresta sua testa Construindo coisas pra se cantar Tudo aquilo que o malandro pronuncia E que o otário silencia Toda festa que se dá ou não se dá Passa pela fresta da cesta e resta a vida. Acima do coração que sofre com razão A razão que volta do coração E acima da razão a rima E acima da rima a nota da canção Bemol natural sustenida no ar Viva aquele que se presta a esta ocupação Salve o compositor popular (Gilberto de Vasconcelos, Música popular: de olho na fresta. Rio de Janeiro: Graal, 1977.) É correto afirmar que, na canção, essa “linguagem da fresta” transparece a) na contradição entre “festa” e “fresta”,que funciona como crítica ao malandro. b) na repetição de palavras com pronúncia semelhante para louvar a MPB. c) na referência à “fresta” como forma de o compositor se pronunciar. d) na incoerência da rima entre “festa” e “imodesta” para prestigiar o compositor. 8. (Unicamp 2018) O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce são autores reverenciados pela inventividade de sua linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas vezes, por essa razão, Guimarães Rosa e Joyce são citados como exemplos de autores "praticamente intraduzíveis". Mesmo sem ter lido os autores, é possível identificar alguns dos seus neologismos, pois são baseados em processos de formação de palavras comuns ao português e ao inglês. Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães Rosa e de James Joyce, estão: i. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de uma reprodução aproximada de um som natural, utilizando-se os recursos da língua); e ii. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo de prefixos ou sufixos a palavras já existentes na língua). Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram extraídos de obras de Guimarães Rosa (GR) e James Joyce (JJ). Assinale a opção em que os processos (i) e (ii) estão presentes: a) Quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém) e tattarrattat (JJ, Ulisses). b) Transtrazer (GR, Grande sertão: veredas) e monoideal (JJ, Ulisses). c) Rtststr (JJ, Ulisses) e quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém). d) Tattarrattat (JJ, Ulisses) e inesquecer-se (GR, Ave, Palavra). Revisão – Unicamp - Gramática Página 3 de 3 9. (Unicamp 2018) Estrangeirismos são palavras e expressões de outras línguas usadas correntemente em nosso cotidiano. Sobre o emprego de palavras estrangeiras no português, o linguista Sírio Possenti comenta: Tomamos alguns verbos do inglês e os adaptamos a nosso sistema verbal exclusivamente segundo regras do português. Se adotarmos start, logo teremos estartar (e todas as suas flexões), pois nossa língua não tem sílabas iniciais como st-, que imediatamente se tornam est-. A forma nunca será startar, nem ostartar ou ustartar, nem estarter ou estartir, nem printer ou printir, nem atacher ou atachir etc., etc., etc. (Adaptado de Sírio Possenti, “A questão dos estrangeirismos”, em Carlos Alberto Faraco, Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001, p. 173-174.) As alternativas abaixo reproduzem trechos de um fórum de discussão na Internet sobre um jogo eletrônico. Nessa discussão, um jogador queixa-se por não ter conseguido se conectar a uma partida e ter perdido pontos. Escolha a alternativa que contém um exemplo do processo de adaptação de verbos do inglês para o sistema verbal do português, como descreve Sírio Possenti. (Fonte das alternativas: Adaptado de http://forums.br.leagueoflegends.com/board/showthread.php?t=1871 20. Acessado em 15/07/2017.) Glossário: Bug: falha devido ao mau funcionamento em um programa de informática. Computar: contar, incluir. Dar load: carregar. Lolking: site da Internet sobre o jogo Ranked: partida que dá pontos ao jogador Server: servidor; em informática, é um programa ou um computador que fornece serviços a uma rede de computadores. Upar: subir de nível, recarregar. a) “Aconteceu logo na manhã deste domingo, quando iniciei uma ranked.” b) “Ela não deu load e pensei que era um bug no site.” c) “Entrei no lolking para ver se a partida estava sendo computada.” d) “Nem upei meu personagem de tanto problema no server.” 10. (Unicamp 2017) Do ponto de vista da norma culta, é correto afirmar que “coisar” é a) uma palavra resultante da atribuição do sentido conotativo de um verbo qualquer ao substantivo “coisa”. b) uma palavra resultante do processo de sufixação que transforma o substantivo “coisa” no verbo “coisar”. c) uma palavra que, graças a seu sentido universal, pode ser usada em substituição a todo e qualquer verbo não lembrado. d) uma palavra que resulta da transformação do substantivo “coisa” em verbo “coisar”, reiterando um esquecimento. 11. (Unicamp 2016) Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas. (Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.) Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que: a) O verbo “equivale” relaciona a valorização da malandragem à negação da justiça, da igualdade perante a lei e das instituições democráticas. b) Entre os pares de termos “benigna/maligna” e “maximalista/reducionista” estabelece-se no texto uma relação semântica de equivalência. c) O elogio da malandragem reside na valorização da criatividade adaptativa e da sensibilidade em contraposição à fria aplicação da lei. Revisão – Unicamp - Gramática Página 4 de 3 d) O articulador discursivo “porém” introduz um argumento que se contrapõe à proposta de valorização da malandragem. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: É possível fazer educação de qualidade sem escola É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique. Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento). Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica. O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.” Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda. Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro” (biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”. Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as ferramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem. “Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala, precisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos tertodos os instrumentos possíveis que levem o menino a aprender.” Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se sentir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política de governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua. (Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qua lidade_100_escola/.) 12. (Unicamp 2016) Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar: a) A expressão “Seguida da resposta certeira” indica a elipse de uma outra expressão. b) A criação da palavra “empodimento” é resultado de um processo: sufixação. c) A repetição do verbo no enunciado “Pode, pode tudo” exemplifica o estilo reiterativo do texto. d) O discurso direto presente no trecho tem a função de dar voz às comunidades. 13. (Unicamp 2016) A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que: a) As expressões “pedagogia do abraço”, “pedagogia da roda”, “pedagogia do sabão”, “pedagogia do brinquedo”, “oficinas de cafuné” são referências a terminologias educacionais de caráter técnico. b) As expressões “biscoito escrevido”, “processo de ensinagem” e “folia do livro” são neologismos criados por meio da manipulação de processos de formação de palavras. c) A expressão “escola” está entre aspas porque se refere aos espaços de aprendizagem diferentes da escola tradicional de hoje e que não serão encontrados no futuro. d) A expressão “processo eletivo”, compreendida no texto como exclusão social, pressupõe a existência de um projeto educacional que tem por objetivo a uniformização da aprendizagem. Revisão – Unicamp - Gramática Página 5 de 3 Gabarito: Resposta da questão 1: [D] A expressão da avó é reveladora do desagrado que a frase da neta lhe provocara, por associar o termo “maratonar” a uma atividade sedentária de assistir ininterruptamente a várias séries de vídeos ou filmes e não a uma atividade física de grande esforço. O mesmo conceito está presente no texto I, que afirma que a plataforma Netflix tenta evitar o consumo excessivo dos seus produtos com a intenção de melhorar a saúde dos seus usuários. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 2: [D] O termo verbal "reduziu" significa "limitou" ou "diminuiu” na linguagem cotidiana, mas, na linguagem matemática, adquire valor semântico de "converter", como se afirma em [D]. Resposta da questão 3: [C] O neologismo “infotenimento” resulta do processo de fusão de duas palavras, informação e entretenimento, com perda de fonemas e alteração de acento tônico na primeira, o que caracteriza a composição por aglutinação, como se afirma em [C]. Resposta da questão 4: [A] A conjunção coordenativa adversativa “mas” estabelece relação de oposição entre orações, como na sequência da matéria apresentada pelo jornal, em que a repórter, depois da informação de uma agressão brutal a uma mulher, procura compensar a gravidade da notícia ao anunciar que ela já está livre de perigo e sem necessidade de intervenções cirúrgicas no rosto. Assim, é correta a opção [A]. Resposta da questão 5: [D] O autor explora ironicamente a regra de acentuação das palavras proparoxítonas, obrigatoriedade da acentuação na antepenúltima sílaba, para criticar os discursos pernósticos, típicos de quem gosta de usar termos incomuns, que às vezes desconhece, para aparentar cultura ou status social elevado em relação aos demais. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 6: [D] Lilia Schwarcz tece uma crítica irônica ao slogan do governo Temer, “O Brasil voltou, 20 anos em dois” ao compará-lo com a frase “50 anos em 5”, promessa de campanha de Juscelino Kutbishek, cuja eleição foi alavancada pela promessa de plano de ação desenvolvimentista que iria contrastar com governantes anteriores. Desta forma, o verbo “voltar”, no sentido de “ressurgir”, o que imprimiria conotação positiva ao slogan do governo, pode adquirir significado negativo, ao ser entendido como regredir, voltar atrás: “o Brasil de fato ‘voltou’ muito nesses últimos dois anos; para trás”. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 7: [C] Em cenário de exceção institucional por conta da ditadura militar, compositores de música popular brasileira burlavam criativamente as ações cerceadoras das autoridades responsáveis pela proibição ou restrição das músicas. Buscavam para tal uma linguagem que passasse nos vãos entreabertos da censura, aquilo que Gilberto Vasconcellos chamou de “linguagem da fresta”, expressão inspirada na canção “Festa imodesta”, de Caetano Veloso. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 8: [D] A palavra “tattarrattat” imita o som de batidas na porta, sendo, portanto, uma onomatopeia; já “inesquecer-se” é formada por derivação prefixal, da união do prefixo “in” com o verbo pronominal “esquecer-se”. Resposta da questão 9: [D] Sírio Possenti descreve a adaptação de verbos do inglês para o nosso sistema verbal. Quando isso acontece, o verbo passa a ser conjugado de acordo com as regras da Língua Portuguesa. É o caso de “upar”, formado a partir da palavra inglesa “up”, que significa “para cima”. O verbo “upar” é cotidianamente empregado na Língua Portuguesa, especialmente em ambientes virtuais, para indicar download de arquivos em jogos online. Na Língua Portuguesa, os verbos originados da Língua Inglesa pertencem à primeira conjugação, “ar”, e sofrem flexões. No exemplo, o verbo está flexionado na primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: “upei”. Resposta da questão 10: [B] Apenas a alternativa [B] está correta. O verbo “coisar” é uma transformação, pelo uso, do substantivo “coisa”. É resultado de uma derivação sufixal que nesse caso atribui uma terminação verbal ao substantivo. Resposta da questão 11: [D] Revisão – Unicamp - Gramática Página 6 de 3 É correta a opção [D], pois a conjunção coordenativa adversativa “porém” estabelece oposição à proposta de valorização da malandragem. Resposta da questão 12: [A] É correta a opção [A], pois a expressão “Seguida da resposta certeira” indica a elipse da palavra “pergunta”: Pergunta seguida da resposta certeira. Resposta da questão 13: [D] O termo ”eletivo”, que caracteriza o projeto educacional proposto por Tião Rocha, contrapõe-se, na sua essência, a “seletivo” que é usado frequentemente em termos pedagógicos com noção de exclusão. Desta forma, a expressão “processo eletivo” caracteriza um projeto educacional que tem por objetivo a uniformização da aprendizagem, como se afirma em [D].