Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 1 SUMÁRIO 2UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Objetivo(s): • Entender o que é pedagogia; • Entender o que é didática; • Descrever as características da pedagogia de projetos; • Discutir as práticas educativas na educação básica; • Analisar os fundamentos das metodologias. AULA 2 UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 2 CONTEXTUALIZANDO A APRENDIZAGEM Olá Caro(a) estudante! Na Aula 1 vimos sobre os processos de aprendizagem e o processo de construção no ambiente escolar. Na Aula 2 vamos discutir sobre as práticas pedagógicas, educativas e metodológicas na educação. Para isso gostaríamos de começar propondo uma reflexão. Você se lembra da época em que frequentava a escola? Gostava das aulas? A metodologia e as estratégias usadas pelo professor motivavam você e seus colegas? A maneira como se ensina define a qualidade da aprendizagem, nesse sentido, conhecer e refletir sobre as práticas didático-pedagógicas e os métodos de ensino é essencial para a qualidade da educação escolar. Por isso, nesta aula, vamos compreender a relação existente entre a pedagogia e as metodologias e conhecer as estratégias de ensino para a educação básica. No primeiro tópico, será apresentada uma reflexão do conceito de pedagogia. E, além de apresentar a evolução histórica do conceito, será feita uma distinção entre pedagogia, educação e didática. Em seguida, serão abordadas as tendências pedagógicas liberais e progressistas, assim como suas respectivas subdivisões. No segundo tópico, serão analisados os fundamentos das metodologias e de ensino e suas aplicações na educação básica. Daremos destaque à pedagogia de projetos como importante proposta para se repensar os modelos de ensino difundidos no atual cenário educacional. E, por fim, vamos compreender o cotidiano escolar diante das novas perspectivas pedagógicas. Vamos começar!? AULA 2 - PEDAGOGIA, METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS DE ENSINO Bons Estudos! UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 3 Para contextualizar e ajudá-lo(a) a obter uma visão panorâmica dos conteúdos que você estudará na Aula 2, bem como entender a inter-relação entre eles, é importante que se atente para o Mapa Mental, apresentado a seguir: MAPA MENTAL PANORÂMICO O QUE É PEDAGOGIA? O QUE É DIDÁTICA? PEDAGOGIA, METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS DE ENSINO AS DIFERENTES PEDAGOGIAS PEDAGOGIA DE PROJETOS PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA FUNDAMENTOS DAS METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 4 PEDAGOGIA, METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS DE ENSINO 1. AS DIFERENTES PEDAGOGIAS Quando pensamos em pedagogia, é comum que nos venha à mente a concepção de que existe apenas uma pedagogia e isso não é verdade. Existem diferentes correntes de pensamento nesse cenário e vamos apresentar brevemente a importância dessa diversidade. Durante muitos anos, reproduzimos uma lógica tradicional na qual o professor era o detentor do conhecimento e responsável por transmiti-lo aos alunos. Essa concepção, contudo, não tem mais espaços nas novas análises pedagógicas. Atualmente, diferentes correntes pedagógicas consideram que o estudante deve ser o protagonista do processo de aprendizagem e os professores, os mediadores desse processo. Essa nova forma de se compreender a prática pedagógica faz com que a pedagogia não possa ser única, mas sim diversa, atendendo às especificidades de cada faixa etária e às diferentes diversidades que perpassam pelo processo educativo. Vamos compreender agora os conceitos de pedagogia e didática para que possamos aprofundar nossas reflexões. 1.1 O QUE É PEDAGOGIA? O termo pedagogia é, frequentemente, utilizado em assuntos referentes ao campo educacional, aliás, o sentido que se dá à palavra quase sempre se confunde com o próprio significado de educação. Apesar de pedagogia e educação estarem intrinsecamente relacionadas, é um erro tomá-las como sinônimos. A pedagogia nasceu na Grécia Antiga e tinha como significado “condução de criança”. Na antiguidade grega, o “escravo pedagogo” era aquele que levava as crianças aos locais de estudo. Cabia a ele levar o jovem até o local do conhecimento, mas não necessariamente era sua função instruir esse jovem. Essa segunda etapa fica por conta do preceptor. Quando da dominação romana sobre a Grécia, as coisas se modificaram. Aí, os escravos era os próprios gregos. E nesse caso, os escravos eram portadores de uma cultura superior à de seus dominadores. Assim, o escravo pedagogo não só continuou a agir como “condutor de crianças”, mas também assumiu a função de preceptor. (GHIRALDELLI Jr, 1991, pág. 8) UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 5 O emprego do termo desde sempre esteve associado com a ideia de condução do saber. Assim, a pedagogia preocupa-se com os meios, as formas e maneiras de levar o conhecimento aos indivíduos, esses meios podem estar ligados tanto a questões de natureza teórica (relativas à problemática educacional) quanto à metodológica (métodos de ensino). Assim, podemos observar que, embora o termo tenha surgido na Grécia, a prática é bem mais antiga. O ato de conduzir um ser ao processo de aprendizagem é uma premissa humana. Certamente, desde os tempos da pré-história, já era necessário ensinar determinadas atividades e ações aos indivíduos. Aprender e ensinar são atividades que não se limitam aos saberes escolares. Trata-se de ações que estão relacionadas a toda nossa vida. Um simples ato de observação já permite uma criança aprender sobre o mundo em que vive. Nesse sentido, é possível afirmar que pedagogia é uma teoria e educação, uma prática, como aponta Ghiraldelli Jr (1991): A educação é antes de tudo uma prática educativa. É uma prática geradora de uma teoria pedagógica. A educação, ao mesmo tempo que produz a pedagogia, é também direcionada e efetivada a partir das diretrizes da pedagogia. (pág. 9) A partir dos apontamentos do autor, podemos compreender a pedagogia como um processo capaz de conduzir os indivíduos para o caminho do conhecimento, apresentando os processos necessários que os permitam atingir esse objetivo. As concepções pedagógicas mais recentes, como já mencionado, compreendem que o processo de aprendizagem é construído pelos próprios sujeitos, cabendo ao professor a tarefa de mediar esse processo de aprendizagem a partir de métodos, técnicas e recursos que permitam ao estudante desenvolver seu próprio conhecimento. Outro termo que é indevidamente empregado como sinônimo de pedagogia é a didática, falaremos mais dessa prática a seguir. 1.2 O QUE É DIDÁTICA? A didática compõe a pedagogia ao ser vista como uma mediação entre o campo teórico – nesse caso, a própria pedagogia – e o campo prático – educação. Segundo Libâneo (1992, pág. 26 apud FERREIRA, pág. 15): UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 6 A didática é o principal ramo de estudos da Pedagogia. Investiga os fundamentos, condições e modos de realização da instrução e do ensino. Segundo essa ideia, a ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecendo os vínculos entre o ensino e a aprendizagem. Libâneo (1992) destaca a didática como a área responsável para efetivação das condições necessárias ao processo de aprendizagem. É através da didática que temos a chance de selecionar meios e recursos que permitam aos indivíduos construir o processo de aprendizagem. Ensinar não é uma tarefa fácil, pois requer que o professor seja capaz de trabalhar a partir de métodos e técnicas que consigam atingir e permitir que os estudantes aprendam. A seleçãodesses recursos exige que o professor conhece bem seus alunos, pois cada pessoa tem seu próprio ritmo e processo de aprendizagem. Nesse sentido, o docente precisa ter em mente diferentes formas de ensinar, assim terá condições de contemplar a diversidade presente em sua sala de aula. Por isso, não é possível que a didática utilizada pelo professor seja a mesma em qualquer situação. Cada espaço de aprendizagem é único. Segundo a pedagoga Martins (2012, pág. 9), “o objetivo da didática é possibilitar a compreensão das diferentes formas e práticas de interação entre professores e alunos”. Trata-se de um Imagine uma escola de ensino fundamental. As turmas podem ser formadas por até 35 alunos de acordo com as legislações educacionais. Para empreender um processo educativo de sucesso o professor precisa apresentar uma variedade didática que seja capaz de considerar as individualidades e o coletivo, buscando atender a todos. Com essa quantidade de alunos em sala a qualidade do trabalho do professor fica comprometida, pois atender essas individualidades se torna uma tarefa bastante desafiadora. EXEMPLIFICANDO UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 7 campo disciplinar que busca investigar e entender o processo de ensino, em suas múltiplas determinações. Para além de um guia da prática educativa, a didática propõe também reflexões acerca das relações que envolvem o ensino/aprendizagem. Nessa perspectiva, o estudo da didática se fará pela caracterização das formas assumidas pelo processo didático em diferentes contextos históricos – seus fundamentos e instância operacionais na teoria e na prática, (...). (MARTINS, 2012, pág. 12) Martins (2012) também destaca o fato de que a didática se modifica ao longo do tempo, assim como todo o processo educativo. Mesmo que a escola que conhecemos tenha o mesmo formato desde o século XVIII, com professor em frente à turma e carteiras enfileiradas, o que sabemos é que nem tudo permanece igual. O prédio e a disposição das salas de aulas podem ser bem semelhantes ao passado, mas a perspectiva de como ensinar já é bem diferente. As escolas brasileiras, no início do século XX, por exemplo, não dispunham de cadernos e lápis em todas as localidades. Alguns estudantes precisavam estudar com pequenas louças; escrevendo e apagando suas ideias quase que no mesmo instante. Outro item que ficou no passado são os grandes manuais e enciclopédias, que poucos grupos podiam comprar ou, pelo menos, ter acesso em algum local. Hoje, registramos diferentes formas de se acessar o conhecimento. A internet revolucionou os meios de comunicação e divulgação do saber. Esse processo exige que a didática do professor seja contemporânea, dialogando com as novas demandas da sociedade e propiciando que os estudantes desenvolvam a curiosidade pelo saber e aprendam a ser independentes no processo de construção da sua aprendizagem. É nesse sentido que o professor não pode ser concebido como aquele que transfere o saber, mas sim como aquele capaz de mediar o processo de aprendizagem dos seus estudantes. 2. PEDAGOGIA DE PROJETOS A pedagogia de projetos é uma metodologia que rompe com o modelo tradicional de ensino, transformando a sala de aula em um espaço de aprendizagens significativas e valorizando a realidade sociocultural dos estudantes e educadores. A proposta desta metodologia é construir ambientes dinâmicos de aprendizagem. Vamos, então, entender os fundamentos, as principais características e os objetivos dessa metodologia. O ensino passa ser pautado a partir de ações programáticas que visam aproximar a escola das diversas dimensões da realidade em que estão inseridos professores e alunos. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 8 Para alguns estudiosos do tema, a pedagogia de projetos é mais do que um método, é também uma postura pedagógica: (...) a proposta é vincular as aprendizagens às necessidades reais e a uma visão global da realidade, a que chamam Projeto de Trabalho, enfoque integrador da construção de conhecimentos, que transgride o formato da educação tradicional, essencialmente transmissiva e organizada por Essa estratégia pode ser utilizada visando soluções para problemas presentes no cotidiano vivenciado pela comunidade escolar. Por exemplo, sabemos que epidemias, como a dengue, a Zika e a Chikungunya, atingem milhares de pessoas todos os anos no Brasil. Através de um projeto interdisciplinar, alunos de uma determinada escola percorreram algumas regiões próximas alertando a população sobre o modo de reprodução do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da doença. Além de aproximar escola e comunidade, essa atividade pode possibilitar a identificação de possíveis focos de reprodução do mosquito, contribuindo com uma menor incidência da dengue naquela região. EXEMPLIFICANDO CONECTANDO Podemos conectar este assunto, ao processo de ensino e aprendizagem como uma construção fruto de uma influência do construtivismo de Paulo Freire. Desta forma sugerimos assistir ao vídeo sobre o autor produzido pela TV UFMG, clique aqui. https://www.youtube.com/watch?v=bIdlpi9i1io UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 9 saberes compartimentados e selecionados pelo professor. (...) enfatizam que o projeto não é uma metodologia, mas uma forma de refletir sobre a escola e sua função. (CAMARGO e DAROS, 2018, pág. 10) A aplicação dessa estratégia na escola implica a mudança dos conteúdos curriculares, os objetivos de aprendizagem e até a maneira como se avalia os educandos. Além de mudar o significado do ambiente escolar e do próprio processo de construção do conhecimento escolar, essa proposta também busca diminuir o abismo existente entre o conteúdo estudado e o mundo real. Por fim, essa atividade, que busca conciliar teoria e prática, torna o processo de aprendizagem mais prazeroso, agradável e estimulante. A Pedagogia de Projetos pode ainda orientar toda a organização pedagógica da escola, promovendo um processo de aprendizagem baseado no desenvolvimento de projetos e ações que visam ao protagonismo do estudante. Um interessante exemplo dessa perspectiva pode ser observado na Escola da Ponte, localizada em Portugal, nessa instituição, os estudantes aprendem sobre as diferentes áreas do saber, de forma transdisciplinar, através da pedagogia de projetos. Os estudantes selecionam os temas que desejam aprender. As temáticas são desenvolvidas a partir de diferentes áreas e perspectivas, permitindo que o estudante seja o protagonista do seu processo de aprendizagem. Não é o professor quem define os temas e as formas de ensinar, e sim a coletividade. Alunos e professor constroem juntos a aprendizagem. 3. FUNDAMENTOS DAS METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO Quando pensamos em metodologias e estratégias de ensino alguns elementos referentes a técnicas e recursos nos vêm à mente. Mas qual sentido devemos ter em vista quando utilizamos esses termos? E qual a importância de sua aplicação para a educação escolar? Uma análise etimológica nos permite compreender o método como um caminho traçado para alcançar um objetivo anteriormente definido. Etimologicamente, método vem do grego, sendo a composição de “metá”, que quer dizer “através, para”, e de ódos, que quer dizer “caminho”. Portanto, método seria um caminho através do qual se chega a um determinado fim. (ANASTASIOU, 1997) Notem que o método sempre está subordinado a um objetivo. Já o ensino/ensinar pode ser compreendido como uma ação que tem como finalidade a realização da aprendizagem. Deve ser desenvolvida de modo a respeitar as especificidades intelectuais de quem aprende: UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 10 Analisando a significação do termo ensinar, temos a contribuição de Sheffler (1974), que nos coloca que muitos verbos referentes à ação, portanto,que se referem à obtenção de uma meta, implicam uma utilização intencional e/ou de êxito; neste caso, o atingir a meta é que definiria o êxito da tentativa. Neste sentido, só se poderia dizer que houve ensino se de fato ocorreu a aprendizagem. (ANASTASIOU, 2015). Na ação de ensinar, deve estar incluída uma totalidade de esforços, técnicas, recursos e estratégias utilizadas para atingir o objetivo proposto. Podemos definir, então, metodologias de ensino como o conjunto de ferramentas utilizadas pelos professores que auxiliam o processo de ensino e aprendizagem. É justamente a escolha dos métodos e das técnicas adequadas que permitem ao docente garantir o sucesso de aprendizagem dos seus estudantes. Nesse sentido, é necessário que o docente “teste” diferentes processos didáticos até ser capaz de selecionar aquele que apresenta resultados de sucesso, atendendo às especificidades dos estudantes. Porém, o atual ensino escolar mostra a insatisfação dos educandos com um ensino demasiadamente transmissivo que dá ênfase unicamente ao conhecimento apresentado pelo professor em sala de aula. Essa situação vai de encontro com as novas perspectivas educacionais que criticam justamente essa perspectiva. As correntes pedagógicas mais atuais defendem que o professor deve buscar métodos didáticos diversos que sejam capazes de possibilitar que os alunos aprendam a partir das suas próprias reflexões. É possível observar que os estudantes aprendem muito mais quando estão envolvidos na construção do saber de forma ativa, apresentando suas perspectivas e construindo o conhecimento de forma autônoma. FIQUE ATENTO!! O ensino escolar se estabelece a partir das opções metodológicas adotadas pelo professor. Por isso, a escolha desses procedimentos deve levar em conta alguns critérios relacionados à natureza dos conteúdos disciplinares, as especificidades individuais de aprendizagem e o contexto sociocultural dos estudantes. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 11 4. PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA A educação básica, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, é destinada a crianças e jovens entre 4 e 17 anos. Essa faixa etária corresponde à obrigatoriedade dos estudos, mas os pais e responsáveis, se assim desejarem, podem matricular seus filhos a partir dos 3 anos na escola. Figura 1 - A educação brasileira se divide da seguinte maneira: Fonte: Elaborado pela Autora. A partir desse organograma, podemos visualizar que a educação básica abarca diferentes fases da infância e adolescência. Desse modo não é possível utilizar métodos únicos ou estratégias iguais. Para garantir o sucesso do processo de aprendizagem, o docente deve produzir aulas de acordo com cada uma das turmas em que atua. Esse processo exige que o docente seja dedicado e atento à diversidade que deve atender para que, assim, tenha condições de construir e oferecer aulas que sejam compatíveis com a demanda de cada etapa da educação básica ou do ensino superior. É importante repensarmos as metodologias utilizadas em sala de aula e utilizar estratégias que permitam aos estudantes uma participação mais ativa na construção do conhecimento escolar. PENSE NISSO! UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 12 Na educação básica, o trabalho exige mais do que apenas selecionar conteúdos que devem ser abordados com os alunos, é preciso consolidar um processo educativo que prepara o estudante para desenvolver seu processo de aprendizagem, tornando-o protagonista desse processo. As estratégias pedagógicas empreendidas na educação básica devem se preocupar ainda com a formação cidadã do estudante, pois, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, o estudante brasileiro deve ter acesso a uma formação integral que o prepare para o trabalho e para a cidadania. Desse modo, as práticas educativas desenvolvidas devem ser diversas, pois é preciso promover uma escola que seja capaz de respeitar a diversidade e a vivência dos educandos, uma vez que somente uma educação que respeita as especificidades dos indivíduos será bem-sucedida. Na educação infantil e no ensino fundamental I, as práticas pedagógicas devem ser pautadas em uma perspectiva da ludicidade, envolvendo o aluno no processo de aprendizagem, explorando suas curiosidades e fomentando as bases necessárias para a autonomia intelectual. No ensino fundamental II, o aluno se despede da infância já no primeiro ano dessa etapa, pois, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, a adolescência corresponde dos 12 aos 17 anos. Diante dessa perspectiva, é preciso que o professor esteja atento às demandas dessa faixa etária que são bem diferentes das demandas da infância. O ensino fundamental II e o ensino médio devem ser consolidados em uma perspectiva que leve em consideração as demandas dessa faixa etária. É nesse momento que as mudanças no corpo vão se fazer perceber na sala de aula e temas como a sexualidade devem ganhar um espaço de reflexão nas aulas, independente dos conteúdos abordados pelo professor. O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA é um conjunto de normas e regulamentos estabelecidos pela Lei 8.069/90 que define o ordenamento jurídico brasileiro baseado no atendimento integral da criança e do adolescente. Se aprofunde nesta lei através deste link, clique aqui. Diferente do que é apontado pelo senso comum, a lei é para todos as crianças e adolescentes e não apenas para aquelas que cometem algum tipo de infração. É o ECA quem define sobre os processos de adoção, tutela, guarda, acesso a escola, prioridade no atendimento a saúde, entre outros. Conhecer as leis e seus ordenamentos é uma tarefa necessária a todos os docentes da educação básica. saiba mais! http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 13 Outra temática que perpassa por toda a formação das crianças e adolescentes é a questão dos preconceitos vivenciados em nossa sociedade. O racismo, a violência contra a mulher, a desigualdades social, entre outros, são questões que perpassam pela vida de todos, logo, tornam-se temas necessários à escola. Essas questões não devem ser abordadas a partir da vontade pessoal do docente, elas são obrigatórias. Dessa forma, podemos citar diferentes leis que exigem esse trabalho na escola, como a Lei 10.639/03 que obriga o ensino da África e da cultura africana e afro-brasileira em todas as escolas do território nacional, seja ela pública ou privada. Na educação básica, as práticas educativas exigem que o docente esteja preparado para lidar com os diversos problemas que envolvem a sociedade. Geralmente, é na escola que as crianças terão os primeiros contatos com a desigualdade que aflige nossa sociedade e o professor deverá explorar essas questões, levando o estudante a questionar e compreender a realidade em que vive. O Brasil é um país racista e, diante desse cenário, não podemos ficar indiferentes a situações racistas que ocorrem no meio escolar. Nilma Lino Gomes, ex-ministra das mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, destaca que, na escola, ensinamos não apenas conteúdos escolares, mas também práticas excludentes. Nesse contexto, a escola não pode se eximir de abordar a temática racial em seu cotidiano, conforme determina a Lei 10.639/03. Ao vivenciar uma situação de racismo, por exemplo, o docente deve ser capaz de identificar o problema e agir contra ele, buscando estabelecer os direitos de todos os envolvidos. Em nosso país, o racismo é uma prática criminosa e deve ser punida como tal. O contato com a família, a elaboração de projetos, o diálogo, entre outros, são ações que devem ser empreendidas de imediato ao se identificar a presença dessa mazela na escola. EXEMPLIFICANDO UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ• TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 14 Podemos observar que as práticas docentes não se limitam apenas aos conteúdos escolares, pois essa não é a única tarefa da escola. O currículo é muito importante, mas o trabalho pedagógico não pode se limitar a um amontoado de informações intelectuais e se esquecer da formação humana dos sujeitos. A atividade docente exige que o processo de ensino seja fomentado sob uma perspectiva da inclusão, do diálogo, da democracia, da diversidade, entre outros conceitos que perpassam pela formação integral dos sujeitos. É nesse sentido que a Pedagogia de Projetos, já apresentada anteriormente, tem ganhado cada vez mais espaços entre as práticas pedagógicas nas escolas. As experiências revelam que, quando os estudantes estão envolvidos no processo de consolidação dos seus conhecimentos, sobretudo na perspectiva de projetos, sua aprendizagem é mais expressiva e seu rendimento na escola superior ao do estudante que é apenas um receptor de informações e conhecimentos. É nessa perspectiva que Paulo Freire aduz que a educação tradicional se habituou a um modelo que educação bancária, na qual o estudante é um mero recebedor de conhecimentos e informações, sem autonomia intelectual e cidadã para participar de forma ativa da sua própria aprendizagem. Esse modelo de escola na qual o professor é concebido como o único detentor de conhecimento não tem mais espaço em nossa sociedade. É preciso consolidar novas perspectivas educacionais, nas quais os estudantes possam exercer o protagonismo que os cabe no processo de ensino e aprendizagem. Após essa Aula, você é capaz de compreender o sentido da pedagogia para educação? Entende a importância da participação dos alunos no processo de ensino-aprendizagem e os caminhos que possibilitam esse envolvimento? Caso você consiga responder a estas questões, parabéns! Você atingiu os objetivos específicos da Aula 2. Caso tenha dificuldades para responder a algumas delas, aproveite para reler o conteúdo das Aulas, e acessar o UNIARAXA Virtual e interagir com seus colegas e Tutor(a). Você não está sozinho nessa caminhada. Conte conosco! aUTOaVALIAÇÃO UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 15 RECAPITULANDO Nessa Aula, vimos que os conceitos de pedagogia, educação e didática, apesar de serem confundidos pelo senso comum, apresentam significados diferentes. Enquanto a pedagogia faz referência aos aspectos teóricos e metodológicos do campo educacional, a didática busca investigar e entender o processo de ensino, em suas múltiplas determinações. No segundo tópico, discutimos os fundamentos das metodologias e estratégias de ensino na educação escolar. Definimos que metodologias consistem no conjunto de ferramentas utilizadas pelos professores que auxiliam o processo de ensino e aprendizagem. Como as práticas e os métodos centrados na transmissão do conteúdo predominam na educação básica, destacamos algumas propostas metodológicas que buscam maior participação dos alunos na construção do conhecimento. Por fim, discutimos as características da pedagogia de projetos e as práticas pedagógicas que devem ser fomentadas pelos docentes no trabalho na educação básica. Na próxima Aula, vamos compreender as tendências pedagógicas e sua influência no processo escolar. Até lá!! VIDEOAULA Após a leitura e o estudo do seu livro-texto, chegou o momento de complementar seu conhecimento. Vá até seu Ambiente Virtual de Aprendizagem e acesse a Videoaula referente à Aula. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 16 REFERÊNCIAS BARRETO, Flávio Chame. Educação escolar evolução histórica, teorias, práticas docentes e reflexões. São Paulo: Érica 2014. CAMARGO, Fausto; DAROS, Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018. FERREIRA, Vania de Souza. et al. Didática. Porto Alegre: SAGAH, 2018. MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática. Curitiba: Intersaberes, 2012. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 172UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS CONTATO: 3669.2008 • 3669.2017 • 3669.2028 ead@uniaraxa.edu.br
Compartilhar