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UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 1 SUMÁRIO 2UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Objetivo(s): • Discutir sobre o ensino das disciplinas de ciências e matemática na educação básica. • Conhecer as especificidades de cada área. • Problematizar o processo de avaliação escolar. AULA 8 UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 2 CONTEXTUALIZANDO A APRENDIZAGEM Olá, Prezado(a) Aluno(a)! Na Aula anterior, discutimos e analisamos as metodologias de ensino dos componentes curriculares ligados à área das linguagens e das ciências humanas. Além disso, identificamos o objeto de estudo, os objetivos de aprendizagens, o modo pelo qual essas disciplinas têm sido ensinadas e as tendências metodológicas mais adequadas. Nesta Aula 8, vamos discutir sobre o ensino das disciplinas de ciências e matemática na educação básica. Quais mudanças podemos perceber entre o que estudamos no ensino de humanas e quais as especificidades do campo das exatas e biológicas? Nesse sentido, faz-se necessário entender os aspectos gerais que permeiam cada uma dessas disciplinas, bem como compreender as especificidades de cada uma. Desse modo, observa-se que a formação dos professores e, da mesma maneira, o seu constante aperfeiçoamento, que se dá no exercício da docência, exigem a integração da formação acadêmica e dos saberes pedagógicos contextualizados com a realidade dos estudantes. Assim sendo, torna-se oportuno apresentar algumas reflexões sobre as orientações pedagógicas do ensino de ciências e matemática e os apontamentos sobre o trabalho que deve ser desenvolvido nas escolas. Na educação básica, o ensino dessas disciplinas indica a existência de relação entre a teoria e a prática no âmbito do processo educativo, conferindo, assim, sentido a esses campos. AULA 8 - METODOLOGIA DE ENSINO DE EXATAS E BIOLÓGICAS Vamos começar? UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 3 Para contextualizar e ajudá-lo(a) a obter uma visão panorâmica dos conteúdos que você estudará na Aula, bem como entender a inter-relação entre eles, é importante que se atente para o Mapa Mental, apresentado a seguir: MAPA MENTAL PANORÂMICO O ENSINO DE CIÊNCIAS A AVALIAÇÃO NO PROCESSO EDUCATIVO DIFERENTES POSSIBILIDADES PARA ENSINAR CIÊNCIAS AVALIAÇÕES ATUAIS NO ENSINO DE CIÊNCIAS ENSINO DE MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA AVALIAÇÕES ATUAIS NO ENSINO DE MATEMÁTICA ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA METODOLOGIA DE ENSINO DE EXATAS E BIOLÓGICAS O ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA AVALIAÇÃO NO SÉCULO XXI O ENSINO DE MATEMÁTICA UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 4 METODOLOGIA DE ENSINO DE EXATAS E BIOLÓGICAS 1. O ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA 1.1 O ENSINO DE CIÊNCIAS O ensino de ciências pode ser visto como uma área multifacetada, na qual é possível perceber a influência de diferentes contextos educacionais, científicos, culturais e experimentais, que buscam atender as expectativas de uma sociedade que entende a importância dos conhecimentos científicos, tão necessários ao desenvolvimento da humanidade. Em aspectos mais amplos, nota-se a ciência como uma produção social e o ensino de ciências torna-se mais significativo à medida que aproxima o ensino e a aprendizagem de ciências das características do fazer científico. Nesse aspecto, o ensino de ciências traz possibilidades de entendermos o mundo que nos cerca e as interações que se dão nesse meio, seja por meio de processos investigativos ou de observações da natureza, ao compreendermos que a vida é um conjunto complexo de processos físicos, bioquímicos, sociais e também culturais. Para tanto, o ensino de ciências pode ser entendido como um despertar que move o estudante em busca do conhecimento científico, tendo como fundamento a capacidade de compreender e interpretar as ciências da natureza nos planos social e tecnológico, nos contributos teóricos e práticos, que envolvem o desenvolvimento gradativo em que se dá o processo de ensino-aprendizagem das ciências. Assim sendo, o professor que trabalha na educação básica possui uma grande responsabilidade, pois é muito importante a busca por alternativas metodológicas para aprimorar o ensino ciências, visando atrair o interesse dos estudantes e potencializar o aprendizado. A história da humanidade nos conta que a maneira de fazer ciências mudou muito ao logo do tempo. Considera-se que o método científico foi estabelecido somente no século XVII, organizado por Francis Bacon, que é reconhecido como o fundador da ciência moderna. Francis Bacon definiu a ciência empírica, que é relativa ao mundo natural observável. Atualmente, a ciência lida com diversos processos que não são diretamente observáveis, como, por exemplo, as moléculas fundamentais que formam os seres vivos, o material genético, os estados da mente, etc. Para conhecer um pouco mais sobre Francis Bacon, indicamos a leitura do texto “Francis Bacon e a constituição do ideal cientifico moderno”, disponível clicando aqui. O que achou do artigo? Te ajudou a entender melhor sobre Francis Bacon e sua importante contribuição para a ciência? saiba mais! http://books.scielo.org/id/8938t/pdf/moura-9788568576847-11.pdf UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 5 1.1.1 DIFERENTES POSSIBILIDADES DE ENSINAR CIÊNCIAS Há um consenso de vários especialistas em ensino de ciências que corroboram com a ideia de que as atividades práticas propostas pelos professores devem ser feitas a partir de aspectos cotidianos reais, presentes na vida dos estudantes, pois, desse modo, são estabelecidos problemas palpáveis do dia a dia. Para tanto, as atividades elaboradas pelo professor devem proporcionar ao estudante a chance para que sejam testadas as suas ideias e hipóteses sobre o que está sendo questionado. Assim, acredita-se que o professor pode despertar a curiosidade do estudante para uma situação em que o próprio estudante será responsável pelas respostas do problema ali levantado. Nessa proposta, o estudante é estimulado a procurar uma explicação científica para esclarecer determinado conceito ou fenômeno científico. Ao buscar explicações científicas que respondam as questões levantadas pelo professor, o aluno pesquisa sobre o assunto, realiza os registros e se interessa mais sobre o que está sendo descoberto. Desse modo, o ensino de ciências passa a ser um convite para novos saberes. O ensino de ciências pode ser promovido de diversas maneiras, as quais envolvem muitas situações, tais como: observação, experimentação, comparação, elaboração de hipóteses, debate oral sobre hipóteses, estabelecimento de relações entre fatos e fenômenos naturais, consulta à literatura especializada, elaboração de roteiros, de pesquisas bibliográficas, construções de questões para enquetes, busca de informações em fontes de pesquisas variadas, organização de informações por meio de desenhos, tabelas, gráficos, esquemas, textos, elaboração de questões problemas, levantamento de dados e propostas para a solução das questões que podem, inclusive, ser levantadas pelos próprios estudantes durante aulas de campo, na própria sala de aula ou mesmo em casa com o auxílio de um roteiro. Há, portanto, diferentes possibilidades de ensinar ciências e múltiplos caminhos capazes de tornar o processo de ensino-aprendizagem mais significativo, contextualizado e prazeroso, tendo em vista que os conteúdos do ensino de ciências devem ir além do conhecimento e da busca por este. Respectivamente, o que ensinar e como ensinar ciência, essencialmente, apoiam-se em outros aspectos de caráter pedagógico e social, pois espera-se que a sua implantação seja modelo para um processo de ensino-aprendizagemeficiente. Trivelato e Silva (2016), ao discutirem sobre o ensino de ciências, ressaltam que os estudantes, desde a pré-escola, já demonstram uma relação prazerosa quando são levantados aspectos relacionados aos fenômenos naturais, ambientais e sociais. Para as autoras, as crianças em fase inicial de escolarização apresentam uma nítida satisfação em formular questões, explorar, descobrir, levantar hipóteses e mesmo tentar explicar o mundo e a natureza que os cercam. Contudo, à medida que o processo de escolarização avança, a relação prazerosa com o conhecimento que existia no início vai se perdendo e uma das UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 6 tarefas do professor da educação básica é contribuir para que isso não aconteça, ao propor atividades que estabeleçam um aprendizado prazeroso e com significado (TRIVELATO; SILVA, 2016). Figura 1: Diagrama de Venn Linear apresentando aspectos do processo de ensino-aprendizagem de ciências Fonte: Elaborada pela Autora. Vamos, agora, partir de um princípio muito discutido, que são os conhecimentos prévios trazidos pelos estudantes, também denominados conhecimentos espontâneos, intuitivos ou ainda cotidianos. Logo que o estudante chega à escola, busca entender o que o professor explica ou pergunta acessando o conhecimento prévio que traz consigo. Nesse contexto, são pertinentes os apontamentos de Carvalho (2013) sobre os trabalhos de Jean Piaget, fundamentais para o ensino de ciências ao mostrar como o indivíduo constrói seu conhecimento. Piaget dedicou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando os diferentes processos de raciocínio. Assim, podemos entender os mecanismos que os estudantes usam para aprender durante as aulas. Além de Piaget, também são importantes os trabalhos de Lev Vygotsky, que destaca o papel das interações sociais e das condições de vida na construção do aprendizado dos estudantes. Além disso, a partir da teoria de Vygotsky, é possível nos aprofundarmos nas relações que se A compreensão do processo de construção do conhecimento requer uma conexão com outras áreas do saber, entre elas, a psicologia. Sem esse conhecimento, não seria possível atender aos estudantes dentro de suas particularidades. A interdisciplinaridade dos diferentes saberes é fundamental para o sucesso do processo de aprendizagem. CONECTANDO UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 7 estabelecem entre o sujeito indagador e o objeto observado, uma proposição que pode ser utilizada para construir atividades que representam diferentes problemas, assuntos, informações e valores culturais dos conteúdos que são trabalhados em sala de aula (CARVALHO, 2013). 1.1.2 ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA Quando se trata dos conteúdos que sempre estão presentes no ensino de ciências da natureza na educação básica, os aspectos evidenciados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) são apresentados em blocos e os termos sugeridos são: ambiente, ser humano e saúde e também recursos tecnológicos. Conforme nos aponta Carvalho (2013), para desenvolver o bloco temático ambiente, trabalha- se, com frequência, conteúdos como cadeias, teias alimentares, níveis tróficos de energia, como produção, consumo e decomposição da matéria, ciclo dos materiais e fluxo de energia, dinâmica de populações e ainda ecossistemas. “Já para o estudo das questões ambientais, uma abordagem motivadora deve levar em consideração as relações de interações entre seres vivos e ambiente, que constituem objetos de estudo da ecologia” (CARVALHO, 2013, p. 129). No que diz respeito ao bloco ser humano e saúde, o ideal é abordar as relações nos campos da anatomia e fisiologia de cada sistema do organismo de modo integrado, ou seja, os sistemas funcionam de maneira conectada, isso faz com que o estudante entenda o corpo humano como um todo, que interage com o meio natural, social e cultural (CARVALHO, 2013). FIQUE ATENTO!! Assim sendo, as interações entre os professores e os estudantes, durante as atividades de ciências, que podem ser investigativas ou não, são extremamente importantes para o processo de ensino-aprendizagem, pois, nestes momentos de fomentar ideias e hipóteses, o estudante se sente mais motivado e atraído para resolver as questões propostas pelo professor. Para que essas atividades de inteiração sejam propostas pelo professor da educação básica, é necessário que este tenha bastante domínio de sua proposta, assim, será capaz de desenvolver atividades diferenciadas e saberá agir de diferentes maneiras, tendo como prioridade o interesse do estudante nas questões que desencadearam aquele problema. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 8 Geralmente, os conteúdos voltados para os desenvolvimentos tecnológicos, pertencentes às áreas da medicina, agricultura, melhoramento genético, alimentação associados a aspectos bioéticos, estão presentes no bloco dos recursos tecnológicos (CARVALHO, 2013). Ainda de acordo com Carvalho (2013), os presentes temas e conteúdos aqui citados são, frequentemente, abordados nos cinco primeiros anos do Ensino Fundamental. Todavia, convém pensarmos e apontarmos os seguintes questionamentos: como esses assuntos podem ser melhor trabalhados pelos professores da educação básica? E ainda, se os seus contributos atendem os estudantes de modo que compreendam a natureza da Ciência se aproximando dos objetivos da alfabetização científica? Uma proposta do ensino de ciência muito promissora é a que ocorre por meio de investigação, uma metodologia que procura responder as questões expostas acima, tendo em vista que busca trabalhar os conteúdos de modo integrado e melhor contextualizado, de maneira que o aprendizado do estudante seja mais dinâmico e produtivo. Para os primeiros anos da educação básica, o ensino de ciências deve evidenciar habilidades relativas à alfabetização científica e tais atividades podem ser desenvolvidas por meios de ações, como: observação a fim de identificar características; realização de testes experimentais simples; classificações; formulações de perguntas e suposições; organização de registros e informações; levantamento de dados e conclusões (CARVALHO, 2013, p. 130). Nas palavras de Carvalho (2013), desenvolver as habilidades que permitam ao indivíduo maior familiaridade com as inovações científicas e tecnológicas presentes no seu dia a dia é uma das perspectivas do ensino de ciências que enfatiza a alfabetização científica. Há ainda que se considerar o aprendizado por investigação como uma das características fundamentais para que haja a produção do conhecimento científico. Utilizar o ensino de ciências por meio da metodologia investigativa durante as aulas é uma forma de ensinar o conteúdo, utilizando linguagem argumentativa ao desenvolver os eixos estruturadores da alfabetização científica (CARVALHO, 2013). Você sabe o que é alfabetização científica? Este termo tem apresentado uma repercussão muito ampla nos ambientes escolares. De modo bem generalista, o termo alfabetização científica pode ser descrito como o conjunto de conhecimentos que facilitaria homens e mulheres fazer uma VOCÊ SABIA? UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 9 Nesse sentido, convém concordar com o processo construtivista no ensino de ciências, haja vista que propõe como uma das funções do professor ser um tipo de pesquisador-orientador, que guia os estudantes em seus estudos e os ajuda a entender, complementar ou ainda questionar resultados de estudos e experimentos (CARVALHO, 2013). Há, nesse processo construtivista, um nível muito interessante de mediação que vai sendo estabelecido entre professor-orientador e estudante-orientando. Na literatura especializada em ensino de ciências, existem muitos trabalhos que apontam e norteiam estratégias para oplanejamento de atividades muito promissoras que são baseadas no ensino por meio da investigação. Nos apontamentos de Trivelato e Silva (2016), vários são os desafios que emergem diante de novas demandas e se apresentam aos professores de ciências. Seja pela velocidade de novas produções científicas ou, ainda, pela rapidez e facilidade de circulação de novos conhecimentos na área de ciência e tecnologia, bem como o surgimento de diversas questões, além da proposição de novas orientações metodológicas e de novos currículos. Esses são apenas alguns exemplos de fatores que incidem sobre o ensino de ciências. 1.2 O ENSINO DE MATEMÁTICA O ensino da matemática, inicialmente, pode ser pensado a partir da importância que tem esse conhecimento em nosso dia a dia. Desse modo, observamos o uso da matemática em várias ações, como: contar dinheiro e objetos, medir ingredientes para uma receita de bolo, comprar e também vender qualquer tipo de mercadoria, calcular o tempo que se gasta para realizar determinada tarefa, verificar o consumo de energia elétrica e de água em uma residência, entre muitas outras situações. Além disso, a utilização da matemática desenvolve as habilidades de raciocinar de modo lógico, as capacidades relacionadas ao pensamento e ainda contribui para que sejam tomadas decisões mais acertadas, baseadas em dados concretos. Nesse contexto, convém que sejam apresentados conteúdos contextualizados do ensino leitura do mundo onde vivem. Já outra descrição nos diz que o termo caracteriza-se por ser uma via da aprendizagem em aulas de ciências, em que o aprendizado se dá por meio da aquisição de uma nova cultura, no caso, a cultura científica, considerando os conhecimentos já estabelecidos na cultura cotidiana do indivíduo. Clique aqui e acesse um vídeo do canal Agenda Acadêmica para conhecer um pouco mais sobre esse conceito. https://www.youtube.com/watch?v=Z4iFA1wjLJQ UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 10 de matemática por meio de uma perspectiva sobre a importância do estudo e do uso da matemática. É também interessante realizar um apanhado da história da matemática, de maneira que o estudante perceba como seria difícil a vida sem os conhecimentos matemáticos. A associação entre os conteúdos da matemática com a sua história traz consigo a reflexão sobre as necessidades humanas que fizeram despertar este conhecimento, que nos é tão importante, permitindo, assim, reflexões filosóficas com base no contexto histórico e social, que se relaciona ao conteúdo e às suas aplicações nos dias atuais (LOYO; CABRAL, 2018, p. 26). Porém, explicar a importância da matemática e ensinar os seus conceitos essenciais para os estudantes não é tarefa fácil. Em uma sala de aula, os professores estão sempre se reinventando na tentativa de deixarem as aulas mais atrativas e prenderem a atenção dos estudantes. Para isso, atentos às metodologias de ensino, tentam romper essa dificuldade ao associarem a aplicação dos cálculos matemáticos às atividades diárias dos estudantes. Todo professor que leciona sobre os fundamentos de uma disciplina deve refletir sobre a sua real importância e como ela pode ser trabalhada. Nas palavras de Loyo e Cabral (2018): O que importa é que o uso da matemática é inerente ao ser racional: o ser humano. Sem o pensamento matemático, o valor ordenado das letras nessa frase teria pouco sentido, os fenômenos físicos e químicos ocorreriam sem que pudéssemos compreendê-los, e o homem não seria mais que um mero espectador do Universo (LOYO; CABRAL, 2018, p. 16). FIQUE ATENTO!! A aprendizagem contextualizada da matemática é apontada por Santos et al. (2014) como um consagrado ponto de vista pela comunidade de pesquisadores do ensino de matemática. A esse respeito, os processos de aprendizagem precisam ser desenvolvidos e investigados levando-se em conta o ambiente social, contextual e cultural, além de outros fatores nos quais esses processos estão inseridos. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 11 1.2.1 O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Para Loyo e Cabral (2018), o ensino de matemática deve estar presente no cotidiano dos estudantes da educação básica desde o início do processo de escolarização. Esse contato com os conhecimentos matemáticos é tido como um dos direitos de aprendizagem fundamentais da infância e não depende necessariamente de métodos e técnicas predefinidas. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a educação básica compreende a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. A Emenda Constitucional estabelece como dever do Estado garantir a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade e assegura também a gratuidade a todos aqueles que não tiveram acesso a ela na idade apropriada (BRASIL, 2019). VOCÊ SABIA? Para Loyo e Cabral (2018), a matemática está inserida na sociedade a tal ponto que, desde muito novas, as crianças já chegam à escola apresentando a vivência de operações intuitivas básicas com números e também já são capazes de realizar alguns tipos de contagens. Ainda de acordo com Loyo e Cabral (2018), devem ser consideradas como tendências de ensino as diferentes abordagens a serem desenvolvidas em sala de aula. Em geral, tais abordagens são construídas com a finalidade de proporcionar melhor rendimento ao processo de ensino e aprendizagem. Desse modo, é necessário esclarecer que não existe melhor ou pior tendência, ou seja, uma tendência que esteja certa ou errada. Cada uma implica uma forma diferente de entender e de fazer matemática em sala de aula. Assim, o professor é responsável pelo domínio dos métodos e trabalhar em constante inovação faz toda a diferença. Isso implica exercer plena capacidade para decidir qual é o método mais adequado para cada contexto ou situação. Uma decisão que pode ser pautada pelo nível dos estudantes, pelo contexto sociocultural em que estão envolvidos, pelos objetivos a serem alcançados, entre vários outros aspectos (LOYO; CABRAL, 2018). Outro aspecto importante é o fato de que a matemática se conecta com distintas áreas do conhecimento, pode-se, inclusive, dizer que ela é interdisciplinar, pois se utiliza dos conhecimentos de outras áreas para ser interpretada. Assim sendo, não pode ser limitada com padrões didáticos e métodos descontextualizadas, se o professor atua assim, ele está cometendo um grande erro (LOYO; CABRAL, 2018, p. 42). UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 12 Como é possível notar, há competências específicas para o ensino de matemática na educação básica que vão muito além de métodos ou fórmulas. Esse ensino está muito relacionado às metodologias que o professor irá construir em sala de aula. Ensinar matemática, na educação básica, é explorá-la da forma mais ampla possível, possibilitando o seu uso no dia a dia. Isso se dá tanto por meio do raciocínio lógico-matemático, com a leitura da simbologia matemática e pela resolução de diferentes situações que envolvam, medidas e códigos numéricos (LOYO; CABRAL, 2018). 1.2.2 ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA Segundo Santos et al. (2014), a relação do estudante com a matemática construída na escola relaciona-se ao trabalho do professor em qualquer ano da educação básica e volta-se para o desenvolvimento de expectativas que se estabelecem com a atribuição de conceitos, processos matemáticos e o desenvolvimento de atitudes em relação a esse conhecimento. Nesse contexto, o processo de ensinar e aprender matemática deve contemplar uma maneira de transformar as aulas em um tipo de conhecimento acessível a todos, ao estimular o interesse do estudante por estudar matemática, apresentando, assim, possibilidades que se apoiam em conjuntos diversificados de orientações (SANTOS et al., 2014). Os apontamentos de Santos et al. (2014) podem ser utilizados comoexemplos de estratégias, que o professor pode utilizar em suas aulas. Vejamos alguns desses apontamentos: existem situações e contextos diversos relacionados a uma noção matemática e uma mesma situação poderá implicar distintas possibilidades de noções matemáticas; as diferentes atividades propostas ao estudante, como, por exemplo, exercícios, situações problema e projetos, podem ser desencadeadoras de aprendizagem, pois despertam o interesse ou dele se aproximam, mobilizando saberes que o estudante já possui, mas que precisa ser melhor organizado; muitas atividades propostas podem ser feitas de modo individual ou em grupo e cumprem a finalidade de que o estudante se organize e se sinta confiante para resolver a atividade; o trabalho em grupos favorece a interação e troca de ideias, desse modo, os caminhos para se chegar à resposta são apresentados e podem ser validados ou melhorados. EXEMPLIFICANDO UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 13 Alguns recursos materiais, como, por exemplo, jogos e materiais estruturados como tabuadas e quadros numéricos, são recursos que podem ser utilizados para representar ou para ilustrar uma situação matemática e auxiliar a compreensão de noções e procedimentos de cálculo ou ainda com o objetivo específico de responder um problema, e não somente ter a finalidade de atividade (SANTOS et al., 2014, p. 51). Ainda de acordo com Santos et al. (2014), a mesma estratégia de uso de recursos materiais, apresentada acima, pode ser aplicada à utilização de calculadora, computadores e tabletes, que podem ter papéis importantes no desenvolvimento de atividades relacionadas a conceitos numéricos. Todavia, é necessário compreender que apenas a dinâmica ou a forma de desenvolver o trabalho didático será, por si só, garantia de resultados no ensino de matemática. Quando se trata de aplicar um recurso ou uma estratégia de aprendizagem, por mais inovadora que seja e por melhores que sejam as intenções do professor, se aplicado sem que estejam claros os objetivos, sem preservar o interesse do estudante, não fará nenhum sentido (SANTOS et al., 2014). 2. AVALIAÇÃO NO SÉCULO XXI 2.1 A AVALIAÇÃO NO PROCESSO EDUCATIVO Para Carvalho (2013), além de ensinar ciências ou qualquer outro tipo de conteúdo, a escola também exige do professor outras funções, como, por exemplo, a de avaliação dos estudantes por meio de diferentes ferramentas pedagógicas que sejam capazes de acompanhar, de modo mais efetivo, as competências e os aspectos das aprendizagens desenvolvidas. Isso implica aplicar diferentes instrumentos de avaliação, condizentes com novas posturas metodológicas, rompendo, assim, com posturas de avaliações ultrapassadas, por meio das quais os estudantes eram avaliados em caráter somativo, somente ao final de um ciclo. Assim, uma proposta de avaliação no processo educativo que os professores da educação básica podem utilizar são as avaliações formativas que apresentam as mesmas características que o ensino proposto. Um instrumento que verifica se o estudante está de fato aprendendo ou não (CARVALHO, 2013). 2.1.1 AVALIAÇÕES ATUAIS NO ENSINO DE CIÊNCIAS Carvalho (2013) orienta que, ao final das atividades de ciências ou mesmo no final de cada UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 14 ciclo, é importante planejar uma avaliação. Todavia, essa avaliação não deve ter o caráter de avaliação somativa. Esta apenas classifica os estudantes. A avaliação mais adequada é a avaliação formativa, um instrumento para que estudantes e professor verifiquem e acompanhem o aprendizado. Os instrumentos avaliativos precisam ter as mesmas características que o ensino proposto, ou seja, o professor deve verificar, por meio da avaliação, as habilidades e competências que foram de fato trabalhadas em sala de aula. Uma proposta de avaliação muito valida é a que se pauta nos objetivos que estão baseados no aprendizado dos conceitos, termos e noções científicas, além de valorizar também ações, atitudes e valores próprios da cultura científica. Assim, os objetivos do ensino de ciências são verificados pelo professor por meio dos instrumentos de avaliação dos estudantes, que vão apontar os resultados das ações alcançadas pela turma (CARVALHO, 2013, p. 18). A criatividade do professor voltada para uma avaliação bem planejada pode ser tão interessante que, às vezes, o estudante nem percebe que está sendo avaliado. Nomear a atividade de uma maneira diferente pode ser uma boa estratégia, por exemplo, “Pense e resolva”, nesse tipo de atividade, professor irá aplicar uma avaliação do conteúdo já trabalhado em uma nova atividade investigativa (CARVALHO, 2013). 2.1.2 AVALIAÇÕES ATUAIS NO ENSINO DE MATEMÁTICA Atualmente, avaliação em matemática deixou de ter caráter punitivo e estabelece o seu real objetivo, a aprendizagem. A avaliação deve ser contínua, realizada ao longo de todo o processo educativo e utilizar diferentes instrumentos avaliativos. Nesse sentido, o processo avaliativo permite que o professor repense a sua prática pedagógica e, a partir disso, perceba o desempenho dos estudantes estabelecendo quando serão necessárias intervenções adequadas (SANTOS et al., 2014). Assim, as intervenções necessárias poderão ser realizadas para que o aprendizado aconteça e seja acompanhado. Ser avaliado e conhecer a função da avaliação devem ser para o estudante um aprendizado de matemática, ao compreender que, por meio do processo avaliativo, o professor pode identificar dificuldades e criar estratégias didáticas que facilitem o seu aprendizado. Assim, a avaliação é mais uma parte do processo de ensino e aprendizagem de matemática, que não se esgota em aplicar e corrigir (SANTOS et al., 2014). UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 15 RECAPITULANDO Nessa Aula, tivemos a oportunidade de discutir sobre o ensino das disciplinas de ciências e matemática na educação básica. Foram apresentados os aspectos gerais e algumas das especificidades que permeiam o ensino de ciências e o ensino de matemática na educação básica. Destacamos aqui que a atuação do professor exige a integração da produção acadêmica e dos saberes pedagógicos e que, além disso, exigem constantes atualizações e a preparação de atividades diferenciadas que despertem no estudante a vontade de aprender. Na oportunidade, foram ainda apresentadas algumas reflexões sobre o trabalho a ser desenvolvido nas salas de aula e o papel das avaliações no contexto escolar atual, em ensino de ciências e matemática. Sendo assim, encerramos a nossa disciplina de Metodologias e Estratégias de Ensino! Desejamos bons estudos e muito sucesso na sua jornada! Após essa Aula, você conseguiu observar e saberia apontar as especificidades do ensino de ciências e matemática na educação básica? Dentro da expertise de cada área, conseguiu perceber que tanto o ensino de ciências quanto o ensino de matemática exigem a integração do professor com os saberes pedagógicos atuais? Após a leitura aprofundada do presente texto, você saberia as apontar principais estratégias de avaliação que podem ser utilizadas para as avaliações no contexto escolar atual? Caso consiga responder essas questões, parabéns! Você atingiu os objetivos específicos da Aula 8. Caso você tenha dificuldades em responder algumas delas, aproveite para reler o conteúdo da Aula, acessar o UNIARAXÁ Virtual e interagir com seus colegas e tutor(a). Você não está sozinho nessa caminhada! Conte conosco. aUTOaVALIAÇÃO VIDEOAULA Após a leitura e o estudo do seu livro-texto, chegou o momento de complementar seu conhecimento. Vá até seu Ambiente Virtual de Aprendizagem e acesse a Videoaula referente à Aula. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 16 BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília - DF: MEC/SEF, 1997. BRASIL. LBD: Lei de Diretrizese Bases da Educação Nacional. 3. ed. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2019. 59 p. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/ bdsf/handle/id/559748. Acesso em: 27 ago. 2020. CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (org.) Ensino de ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013. LOYO, Tiago; CABRAL, Viviane Ribeiro de Souza. Metodologia do ensino de matemática. Porto Alegre: SAGAH, 2018. SANTOS, Vinício de Macedo et al. Ensino de matemática na escola de nove anos: dúvidas, dívidas e desafios. São Paulo: Cengage Learning, 2014. TRIVELATO, Sílvia Frateschi; SILVA, Rosana Louro Ferreira. Ensino de Ciências. São Paulo: Cengage Learning, 2016. REFERÊNCIAS https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/559748 https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/559748 UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 172UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS CONTATO: 3669.2008 • 3669.2017 • 3669.2028 ead@uniaraxa.edu.br
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