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UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 1
SUMÁRIO
2UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Objetivo(s): 
• Discutir o processo de construção do Projeto Político Pedagógico;
• Examinar a importância do Projeto Político Pedagógico no processo de 
ensino e aprendizagem na gestão democrática da escola;
• Explicar a importância do Projeto Político Pedagógico e o seu diálogo com 
a realidade local;
• Discutir a importância da diversidade no processo de ensino e 
aprendizagem.
AULA 4
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 2
CONTEXTUALIZANDO A APRENDIZAGEM
Olá, Prezado(a) Aluno(a)!
Na Aula anterior, compreendemos sobre as tendências pedagógicas e sua influência no 
processo escolar. Vimos que as principais tendências pedagógicas se dividem em dois grandes 
grupos: pedagogias liberais e progressistas.
Nesta Aula 4, vamos discutir sobre o Projeto Político Pedagógico (PPP) e sua importância para 
a educação nacional. Compreenderemos que ele consiste em um instrumento norteador 
de todas as ações que são realizadas no contexto escolar. Você conhece e sabe como é 
produzido o PPP?
Além disso, será proposta uma reflexão sobre a diversidade no cotidiano escolar, dessa maneira, 
conheceremos os diferentes sujeitos que formam a escola e de que modo a organização 
pedagógica deve ser organizada para se pensar essa diversidade. 
Você verá que Projeto Político Pedagógico e diversidade estão intrinsecamente atrelados, na 
medida em que o PPP deve ser construído de modo a atender as especificidades e demandas 
escolares. A escola não é única e igual em todas as localidades, ela é diversa, apresentando 
sujeitos variados e pertencentes a diferentes contextos sociais. Por isso, o tema da diversidade 
é urgente e necessário para compreender a escola na atualidade e, nesta Aula, vamos 
compreender melhor esse processo.
Vamos começar!? Bons estudos!
AULA 4 - PROJETO POLÍTICO 
PEDAGÓGICO E A DIVERSIDADE NA 
ESCOLA
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 3
Para contextualizar e ajudá-lo(a) a obter uma visão panorâmica dos conteúdos que você 
estudará na Aula, bem como entender a inter-relação entre eles, é importante que se atente 
para o Mapa Mental, apresentado a seguir:
MAPA MENTAL PANORÂMICO
DEFININDO O PPP
QUAIS DIVERSIDADES 
EXISTEM NA ESCOLA?
PRINCÍPIOS 
NORTEADORES DO PPP
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E 
DIVERSIDADE NA ESCOLA
CONSTRUÇÃO DO 
PROJETO POLÍTICO 
PEDAGÓGICO
DIVERSIDADE E 
ENSINO
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 4
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
1. CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um documento construído pela comunidade escolar 
com o objetivo de direcionar todas as ações realizadas na escola. Trata-se de um documento 
que deve estar em constante atualização para dialogar e atender às novas demandas 
apresentadas pela instituição escolar.
A construção desse documento deve envolver toda a comunidade escolar, pois, assim, é 
possível identificar as necessidades desses sujeitos para consolidar um processo educativo que 
seja capaz de preencher as lacunas identificadas pela comunidade e fortalecer um processo 
educativo que forme sujeitos críticos e reflexivos. 
Não raramente encontramos uma atualidade escolar que constrói o Projeto Político Pedagógico 
apenas para cumprir uma demanda obrigatória das secretarias de educação. Contudo, o PPP 
não deve ser tratado apenas como um documento formal que deve ser construído, mas sim 
como um documento que oriente o trabalho escolar.
Certamente, conversando com profissionais da educação, você receberá a informação de 
que, em muitos casos, esse documento acaba não sendo acessível ou nem mesmo a sua 
construção é democrática. Por vezes, elabora-se o PPP apenas para cumprir uma demanda 
e, posteriormente, ele fica guardado em alguma gaveta da instituição, tornando-se um 
documento sem uso no cotidiano da escola. Veiga (1995) destaca que:
Ao construirmos os projetos de nossas escolas, planejamos o que temos 
intenção de fazer, de realizar. Lançamo-nos diante, com base no que temos, 
buscando o possível. É antever um futuro diferente do presente [...]. O projeto 
Você sabia que os estudos no campo da psicologia são essências para que possamos 
conhecer as tendências pedagógicas? Ao construir o Projeto Político Pedagógico, 
a comunidade escolar elege uma corrente pedagógica para nortear as ações que 
devem ser realizadas na escola. Essas tendências são desenvolvidas a partir do processo 
de aprendizagem dos estudantes. Compreender a diversidade de concepções requer 
uma interdisciplinaridade dos saberes para se garantir que os estudantes tenham 
acesso a uma educação que seja de fato integral.
CONECTANDO
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vai além de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades 
diversas. O projeto não é algo que é construído e em seguida arquivado ou 
encaminhado às autoridades. Ele é construído e vivenciado em todos os 
momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo na escola 
(VEIGA, 1995, p.12).
Veiga (1995) destaca que o PPP não deve ser construído para atender uma demanda obrigatória 
e, depois, ser arquivado. Esse processo não é apenas errôneo, mas também preocupante. É 
preciso que o PPP seja construído por todos, de forma democrática e esteja sempre acessível 
a toda a comunidade escolar, que deve ter autonomia para construir novas abordagens e 
propor mudanças ao documento.
 1.1 DEFININDO O PPP
O Projeto Político Pedagógico é um documento obrigatório para todas as escolas brasileiras, 
públicas ou privadas. Trata-se de um instrumento norteador da organização pedagógica da 
escola. Suas ações envolvem não apenas a seleção de tarefas e atividades a serem realizadas 
ao longo do ano letivo, mas também as ações para resolução de problemas que permeiam o 
contexto escolar.
O PPP tem o objetivo de organizar o trabalho pedagógico da escola e de avaliar se os caminhos 
planejados têm obtido sucesso ou se é preciso readequar o que, inicialmente, havia sido 
planejando, sempre respeitando as decisões da comunidade escolar. Veiga (1995) destaca 
que:
A escola é um lugar de concepção, realização e avaliação de seu projeto 
educativo, uma vez que precisa organizar seu trabalho pedagógico com base 
em seus alunos. Nessa perspectiva, é fundamental que ela assuma suas 
responsabilidades, sem esperar que as esferas administrativas superiores 
tomem essa iniciativa, mas que lhe deem as condições necessárias para 
levá-la adiante (VEIGA, 1995, p. 11-12).
Os desafios presentes na escola são enormes e não se limitam apenas ao processo de 
FIQUE ATENTO!!
O PPP precisa sair da perspectiva de ser apenas um documento para cumprir 
uma legislação e tornar-se, de fato, um instrumento que direciona as ações 
que ocorrem no ambiente da escola. 
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 6
aprendizagem ou à indisciplina, eles perpassam por todos os sujeitos envolvidos na escola. E, 
como destaca Veiga (1995), é preciso que a escola assuma a responsabilidade de conduzir o 
processo educativo de maneira eficiente e com qualidade.
A autora destaca que é responsabilidade das esferas administrativas superiores garantir que a 
escola tenha as condições necessárias para colocar seus projetos em prática, pois, sem a base 
necessária para esse processo, a escola não terá condições de promover uma educação de 
qualidade para seus estudantes.
Uma instituição de qualidade exige mais do que boa vontade dos docentes, é preciso que 
haja estrutura física, administrativa e intelectual para possibilitar que a escola seja, de fato, 
transformadora da realidade. Isso exige boas bibliotecas, merenda de qualidade, material 
disponívelpara uso dos estudantes e professores, além de pessoal para organizar merendas, 
entrada e saída da escola, conservação, entre outros.
Podemos perceber, desse modo, que o PPP é a organização teórica da escola, mas que, 
para ser posto em prática, é preciso que seja garantida toda a estrutura necessária, sem os 
equipamentos básicos para atuação, o PPP estará fadado ao fracasso. 
 1.2 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO PPP
O Projeto Político Pedagógico deve nortear todas as ações desenvolvidas pela escola ao longo 
do ano letivo, além de avaliar se as decisões tomadas têm sido realizadas com qualidade ou se 
é preciso novas intervenções para garantir a qualidade do processo educativo.
Diante desse propósito, o PPP apresenta alguns princípios norteadores que devem ser 
desenvolvidos em sua construção e avaliação a fim de verificar se as demandas da escola 
têm sido de fato atendidas. Observe a Figura 1, a seguir, que trata dos princípios norteadores:
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 7
Figura 1: Princípios Norteadores PPP
Fonte: Elaborada pela autora.
A partir da análise desse organograma, podemos perceber que existem cinco princípios que 
norteiam o Projeto Político Pedagógico na escola. São eles: igualdade, qualidade, gestão 
democrática, liberdade e valorização do magistério.
Considera-se que todos esses princípios são fundamentais para a consolidação de uma escola 
que seja capaz de formar cidadãos de direitos, conscientes do seu papel na sociedade e 
construtores de uma sociedade ética, justa e democrática.
Nota-se que o PPP se estrutura não apenas por direitos e deveres dos educandos, mas de toda 
a comunidade, visando formar as novas mentes da sociedade. Ao defender a liberdade como 
um princípio do PPP, Veiga (1995) compreende que a igualdade de acesso e a permanência 
devem ser um direito de todos os estudantes.
Muitas vezes o que observamos é que os alunos, por diferentes motivos, têm problemas para 
permanecer na escola. Durante muitos anos, essa permanência esteve relacionada a fatores 
como alimentação, transporte, falta de condições para adquirir materiais e uniformes escolares. 
Contudo, as legislações recentes têm ofertado esses serviços e acessos gratuitos para permitir 
que todos os estudantes tenham condições de ingressar e permanecer na escola. É preciso 
que os estudantes tenham acesso a essa estrutura para que, de fato, possam competir em 
igualdade. 
Veiga (1995) também destaca que a qualidade deve ser básica na educação, não 
apresentando diferenças entre os grupos sociais. Garantir uma educação de qualidade para 
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 8
todos os estudantes é possibilitar que eles possam percorrer caminhos de sucesso ao longo de 
sua vida. A autora compreende que:
A qualidade que se busca implica duas dimensões indissociáveis: a formal 
ou técnica e a política. Uma não está subordinada a outra; cada uma delas 
tem perspectivas próprias. A primeira enfatiza os instrumentos e os métodos, 
a técnica. A qualidade formal não está afeita, necessariamente, a conteúdos 
determinados. [...] A escola de qualidade tem obrigação de evitar de todas 
as maneiras possíveis a repetição e a evasão. Tem que garantir a meta 
qualitativa do desenvolvimento satisfatório de todos. Qualidade para todos, 
portanto, vai além da meta quantitativa de acesso global (VEIGA, 1995, p. 
16-17).
Nota-se que a qualidade não é mero cumprimento de números e dados de aprovação de 
estudantes. É preciso que a educação ofertada seja capaz de atender a todos e garantir que 
os estudantes possam entrar e permanecer na escola apoiados em um processo educativo 
qualitativo, que os permita passar pela escola de maneira satisfatória e concluir os seus estudos 
com sucesso.
Observando os dados quantitativos que exploram apenas a quantidade de alunos formados, 
por exemplo, não nos permite inferir se aqueles estudantes alcançaram, de fato, um processo 
formativo de qualidade e estão saindo da escola aptos para a sociedade, o que atenderia as 
competências e habilidades estabelecidas pela legislação vigente.
Somente uma análise qualitativa nos permite compreender a qualidade que tem sido ofertada 
nas escolas. A partir desses dados, poderemos saber se o Projeto Político Pedagógico tem 
alcançado sucesso nas escolas e se estão garantindo a qualidade da educação.
Outro princípio norteador do Projeto Político Pedagógico diz respeito à gestão democrática. 
Essa tem sido a palavra em voga na legislação educacional brasileira, nos últimos anos. É 
preciso consolidar um projeto educacional que seja capaz de envolver toda a comunidade, 
em uma ação coletiva contínua, criando e avaliando todo o processo educativo.
A gestão democrática deve ser fomentada por meio de eleições dos diretores e vice-diretores 
escolares, garantindo a comunidade o direito de escolher por aqueles sujeitos que melhor 
atendem suas expectativas quanto à condução da escola.
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 9
A gestão democrática, contudo, não se limita às eleições, é preciso que todo o processo escolar 
seja conduzido de maneira participativa e transparente. Alunos, professores, coordenação, 
serviços gerais, direção, pais, responsáveis e toda a comunidade escolar são responsáveis 
pela escola e pela garantia de sucesso. Assim, é imprescindível a participação de todos esses 
sujeitos na escola. Veiga (1995) ressalta que:
Gestão democrática é um princípio consagrado pela Constituição vigente e 
abrange as dimensões pedagógicas, administrativa e financeira. Ela exige 
uma ruptura histórica na prática administrativa da escola, com o enfrentamento 
das questões de exclusão e reprovação e da não permanência do aluno 
na sala de aula, o que vem provocando a marginalização das classes 
populares. Esse compromisso implica a construção coletiva de um projeto 
político pedagógico ligado à educação das classes populares (VEIGA, 1995, 
p. 17-18).
Conforme aponta a autora, a gestão democrática exige um rompimento de tradições, pois 
nos habituamos a um modelo pedagógico de gestão na qual a direção era vista quase que 
como a dona da escola, conduzindo o processo educativo a partir de princípios individuais em 
vez de coletivo.
Nos últimos anos, esse cenário tem se modificado e os gestores passaram a ser concebidos 
como aqueles responsáveis por conduzir os desejos e anseios da comunidade, e não por suas 
próprias ideias. De modo geral, podemos dizer que os funcionários da escola estão a serviço 
da comunidade, buscando promover o processo educativo com qualidade. É nesse sentido 
que Veiga (1995) aduz que:
A gestão democrática implica principalmente o repensar da estrutura de 
poder da escola, tendo em vista sua socialização. A socialização do poder 
propicia a prática da participação coletiva, que atenua o individualismo; da 
reciprocidade, que elimina a exploração; da solidariedade, que supera a 
opressão; da autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários 
que elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera executora 
(VEIGA, 1995, p. 18). 
Se antes todas as decisões estavam concentradas nas mãos dos diretores escolares, hoje, 
As eleições para direção escolar envolvem a escolha da 
direção e vice direção. Alunos, professores e funcionários 
elegem, por meio do voto secreto, aquela chapa que tem o 
intuito de atender seus anseios e expectativas sobre o contexto 
educacional.
VOCÊ SABIA?
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 10
esse processo é bem diferente. Todas as escolas contam com um colegiado escolar, eleito de 
forma democrática por toda a comunidade. As decisões da escola devem perpassar por esse 
conselho, bem como a prestação de contas.
Ao destacar que essa mudança implica na socialização do poder, Veiga (1995) nos remete 
ao cenário em que todas as decisões ficavam concentradas nas mãos de umúnico sujeito: 
o gestor. Esse modelo não partilhava o poder, mas o mantinha concentrado nas mãos de 
poucos sujeitos dentro da escola.
Com a gestão democrática, todos têm a oportunidade de participar desse processo e, inseridos 
na tomada de decisões, os sujeitos constroem outras relações com a escola, considerando-a 
como uma instituição pertencente à comunidade. 
A liberdade também é um princípio norteador do Projeto Político Pedagógico. Ela permite que 
os diferentes sujeitos que estão envolvidos no processo educativo possam expor sua opinião, 
ouvir o ponto de vista dos outros e, assim, todos, juntos, podem refletir sobre a escola e buscar 
ações de enfrentamento aos problemas cotidianos. Veiga (1995) pontua que:
O princípio de liberdade está sempre associado à ideia de autonomia. O 
que é necessário, portanto, como ponto de partida, é o resgate do sentido 
dos conceitos de autonomia e liberdade. A autonomia e a liberdade fazem 
parte da própria natureza do ato pedagógico. O significado de autonomia 
remete-nos para regras e orientações criadas pelos próprios sujeitos da 
ação educativa, sem imposições externas. [...] Por isso, a liberdade deve 
ser considerada, também, como liberdade de aprender, ensinar, pesquisar 
e divulgar a arte e o saber direcionados para uma intencionalidade definida 
coletivamente (VEIGA, 1995, p. 18-19). 
Ao destacar a liberdade não apenas como um processo de autonomia, mas também como 
liberdade para a criação e divulgação do saber, podemos notar que o princípio que orienta a 
elaboração do Projeto Político Pedagógico visa propiciar que todos os envolvidos no processo 
educativo possam, de fato, participar do processo educativo com liberdade para expor suas 
ideias e motivações.
A valorização do magistério é outro princípio fundamental do Projeto Político Pedagógico. 
O docente consiste em uma das peças essenciais para o sucesso do projeto educativo, visto 
que ele é quem atua diretamente no processo de aprendizagem do estudante e é capaz de 
identificar os problemas que perpassam por esse planejamento.
Valorizar o docente significa valorizar toda a educação. Essa valorização não se resume a bons 
salários, mas perpassa por diferentes questões que envolvem a prática pedagógica, como 
bem sintetiza Veiga (1995):
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 11
A qualidade do ensino ministrado na escola e seu sucesso na tarefa de 
formar cidadãos capazes de participar da vida socioeconômica, política e 
cultural do país relaciona-se estreitamente à formação (inicial e continuada), 
às condições de trabalho (recursos didáticos, recursos físicos e materiais, 
à dedicação integral à escola, à redução do número de alunos na sala 
de aula, etc.), à remuneração, aos elementos esses indispensáveis à 
profissionalização do magistério (VEIGA, 1995, p. 19-20). 
A partir dos apontamentos da autora, podemos perceber que a valorização docente perpassa 
pelo processo de formação, inicial e continuada, ou seja, é preciso que o docente seja formado 
em um curso superior e que siga estudando.
A atualização docente permite que o mesmo esteja mais próximo das novas teorias e tecnologias 
educacionais desenvolvidas com a finalidade de favorecer o processo de aprendizagem. 
Nesse sentido, percebe-se que o professor que segue estudante poderá ofertar uma aula com 
mais qualidade para seus alunos. Veiga (1995) argumenta que:
A melhoria da qualidade da formação profissional e a valorização do 
trabalho pedagógico requerem a articulação entre instituições formadoras, 
no caso as instituições de ensino superior e a Escola Normal, e as agências 
empregadoras, ou seja, a própria rede de ensino. A formação profissional 
implica, também, a indissociabilidade entre formação inicial e continuada 
(VEIGA, 1995, p. 20).
O acesso a bons materiais, livros, projetores, computadores, entre outros, possibilita que o 
professor possa construir aulas mais atualizadas e significativas para os estudantes a partir de 
diferentes ferramentas.
Entretanto, um outro problema que se registra na docência brasileira são os baixos salários, 
fazendo com que o professor precise trabalhar em mais de um turno para conseguir ganhar 
um salário melhor. Essa carga horária dobrada impede que o docente possa se dedicar 
exclusivamente a um grupo de estudantes.
A educação continuada deve ser entendida como todos os cursos e as 
formações que o professor realiza ao longo da sua carreira docente, como 
cursos de extensão, atualização, especialização, mestrado, doutorado, entre 
outros. Cada um desses cursos colabora para que o docente esteja mais 
preparado para o exercício da sua profissão.
EXEMPLIFICANDO
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 12
Cansado e sem valorização, o docente, não raramente, promove um processo educativo com 
pouco entusiasmo pedagógico e acaba por reproduzir modelos educativos tradicionais que 
não são capazes de despertar o interesse dos estudantes para o processo educativo.
Com esses apontamentos, concluímos nossas reflexões sobre os princípios norteadores do 
Projeto Político Pedagógico. A partir dos conceitos aqui trabalhados, podemos observar que 
a educação brasileira carece de um longo processo de reorganização que necessita romper 
com as tradições que ainda perpassam pela prática educativa. 
2. DIVERSIDADE E ENSINO
Atualmente, a escola brasileira é composta por uma grande diversidade de sujeitos. Mas nem 
sempre esse cenário foi assim. Já houve tempos em que o ensino médio, por exemplo, não 
fazia parte da educação básica. Nesse cenário, apenas aqueles que podiam pagar pela 
educação privada acessaram o ensino médio. 
Com a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional - LDB, homologada em 1996 (BRASIL, 1996), registramos significativas mudanças na 
educação nacional. Saímos de um cenário do regime militar, em que os cidadãos não tinham 
direito à participação política e nos inserimos em um período democrático, no qual a educação 
passou a ser concebida como um instrumento de transformação social.
O ensino médio corresponde à fase final da educação básica e prepara o estudante 
para o trabalho e o exercício da cidadania. Sua obrigatoriedade é recente e fomentou 
uma série de mudanças na educação brasileira. Antes da exigência do ensino médio, 
era comum encontrar pessoas que estudaram apenas até a antiga 8ª série. Hoje, 
essa realidade é bem diferente. A formação estende-se dos 4 aos 17 anos de idade. 
Essa ampliação possibilitou que muitas crianças e jovens, antes excluídos do processo 
educativo, pudessem entrar e permanecer na escola, o que gerou o aumento da 
diversidade. As leis brasileiras estão sempre em atualização buscando melhorar a 
qualidade do ensino no país. A legislação mais recente no campo da educação, a 
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), define uma base curricular para a educação 
nacional. Nesse documento encontramos as orientações dos 0 aos 17 anos. Clique aqui 
e conheça o documento. Acesso em: 14 jul. 2020.
saiba mais!
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 13
Esse cenário de mudanças resultou não apenas na inserção de novos sujeitos na escola, mas 
também na ampliação da diversidade que perpassa pela escola. Se antes somente quem tinha 
condições, poderia pagar a escola, agora, todos têm direito a ela e isso implica na ampliação 
da diversidade em seu contexto. 
 2.1 QUAIS DIVERSIDADES EXISTEM NA ESCOLA?
A escola é formada por diferentes sujeitos que vão desde alunos, professores, gestores até 
porteiros, cantineiras, secretárias, familiares, entre outros sujeitos. Todas essas pessoas formam 
uma grande diversidade. Cada uma delas com suas histórias e experiências dão origem a uma 
grande pluralidade. 
E esta pode se apresentar de diferentes maneiras e, não raramente, torna-se alvos das diversas 
manifestações de preconceito,intolerância e violência. Por isso, conhecer e valorizar a 
multiplicidade de sujeitos é fundamental para a construção de relações harmoniosas e cidadãs 
no ambiente escolar e em toda a sociedade.
A Figura 2, a seguir, apresenta as principais diversidades que podemos verificar na educação 
brasileira. Cabe à comunidade escolar construir um processo de ensino e aprendizagem que 
seja capaz de incluir toda essa pluralidade em um projeto educacional democrático e inclusivo.
Figura 2: Diversidade na escola
Fonte: Elaborada pela autora.
Nos últimos anos, a educação brasileira registrou uma série de mudanças na legislação 
nacional visando atender à diversidade presente em nossa sociedade. Exemplo disso são as 
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Lei 10.639/03 (BRASIL, 2003) e 11.645/08 (BRASIL, 2008) que obrigam, respectivamente, o estudo 
da história e cultura africana e afro-brasileira e o estudo da história dos povos indígenas, ambas 
as leis abrangem todo o território nacional.
Nota-se que o estudo da cultura desses povos visa promover um processo educativo que tenha 
acesso a outras histórias sobre esses povos, não se limitando às narrativas tradicionais, que são 
relatadas sob a ótica do colonizador, e não dos povos explorados.
Conhecer outras histórias sobre a dominação colonial no Brasil e o processo de escravidão 
favorece o conhecimento e a resistência desses povos. Além disso, colabora para o combate 
ao racismo, uma vez que, a partir do momento em que se tem acesso ao conhecimento, 
espera-se que os sujeitos construam atitudes cidadãs, éticas e democráticas de convivência.
A diversidade de gênero também está presente no contexto escolar. Alunos, professores e 
toda a comunidade escolar apresentam orientações sexuais distintas. Os dados revelam que a 
violência de gênero no Brasil atinge diferentes camadas sociais. 
A profissão docente majoritariamente feminina lida com essas questões cotidianamente na 
vida pública e privada. Cabe não apenas ao professor, mas a toda a comunidade escolar 
promover distintos momentos de reflexão dessas mazelas a fim de combater todas as formas 
de violência e opressão presentes em nossa sociedade.
A diversidade religiosa também se faz presente no cotidiano escolar. Cada pessoa possui 
uma orientação religiosa a ser zelada e respeitada por todas as pessoas. No Brasil, o estado é 
laico, ou seja, todos os cidadãos podem ter a religião que desejar. Somos livres. Contudo, essa 
liberdade religiosa nem sempre é respeitada.
Frequentemente, são registrados diferentes casos de violência e intolerância religiosa, ademais, 
as religiões de matriz africana são as mais atacadas em nossa sociedade. Nesse sentido, é 
importante que o poder público e toda a sociedade busquem maneiras de erradicar esse 
problema e possibilite o exercício da fé sem discriminação. 
A região em que o estudante vive e suas condições econômicas também são vetores que 
revelam as desigualdades na escola. Os alunos da educação brasileira são oriundos de diversos 
tipos de moradias e localidades. Há quem vive no campo, no quilombo, nas periferias, nos 
bairros nobres, entre outros.
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RECAPITULANDO
Nessa Aula, tivemos a oportunidade de conhecer o Projeto Político Pedagógico da escola sob 
uma perspectiva atualizada, destacando os sujeitos que envolvem sua construção e como seus 
princípios se articulam com o projeto educacional que ansiamos para a educação brasileira. 
Verificamos também que a gestão democrática, bem como a formação dos professores, a 
liberdade, a qualidade e a igualdade são condições indispensáveis ao sucesso educacional. 
Sem atender e garantir essa estrutura básica, o projeto educacional das escolas estará 
comprometido. 
Por fim, destacamos a presença da diversidade na escola e a importância de se pensar esse 
cenário para a construção e consolidação de uma instituição que seja capaz de formar as 
novas mentes cidadãs do nosso país. 
Na próxima Aula, vamos trazer para discussão o processo de formação de professores, buscando 
compreender como a formação docente é importante para se consolidar profissionais aptos a 
construir metodologias e estratégias de ensino na escola.
Bons estudos e até lá!
FIQUE ATENTO!!
Essa diversidade revela que a escola não pode ser única e nem a sua forma de 
ensinar. É preciso dialogar com o público em que ela está inserida, permitindo 
que a comunidade escolar construa seu próprio projeto político pedagógico, 
fortalecendo a justiça, a igualdade e a inclusão de todos os cidadãos brasileiros.
Após essa Aula, você consegue perceber a importância do Projeto Político 
Pedagógico para o sucesso do projeto escolar? É capaz de compreender as 
diversidades presentes na escola atualmente? Caso você consiga responder 
essas questões, parabéns! Você atingiu os objetivos específicos da Aula 4! 
Caso você tenha dificuldades em responder algumas delas, aproveite para 
reler o conteúdo da Aula, acessar o UNIARAXÁ Virtual e interagir com seus 
colegas e tutor(a). Você não está sozinho nessa caminhada! Conte conosco.
aUTOaVALIAÇÃO
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 
Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. Brasília, DF: 
Senado Federal, 1996.
BRASIL. Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003. D.O.U. de 10 de janeiro de 2003. Brasília, DF: 
Senado Federal, 2003.
BRASIL. Lei 11.645 de 10 de março de 2008. D.O.U de 10 de março de 2008. Brasília, DF: 
Senado Federal, 2008.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo: Loyola, 1990.
VEIGA, Ilma P. Alencastro (Org.) Projeto Político Pedagógico na Escola: uma construção 
possível. Campinas, SP: Papirus, 1995. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/2822/pdf/0. Acesso em: 06 jul. 2020.
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