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UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 1 SUMÁRIO 2UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Objetivo(s): • Conhecer e debater sobre a didática no processo de formação docente. • Discutir a importância de se formar bons professores. • Discutir as contribuições tecnológicas no processo de ensino e aprendizagem. AULA 5 UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 2 CONTEXTUALIZANDO A APRENDIZAGEM Olá, Prezado(a) Aluno(a)! Na Aula anterior, aprendemos sobre o Projeto Político Pedagógico (PPP) e a diversidade presente no âmbito da escola. Através das reflexões e teorias propostas, foi possível perceber que a escola é palco de uma grande diversidade e, por isso, toda a sua construção e desenvolvimento devem ser fomentados a partir de um projeto estruturante democrático e participativo. Diante dessas novas propostas educacionais a formação docente não pode reproduzir apenas os modelos do passado, é preciso que a formação inicial dos professores seja capaz de prepará- los para as novas demandas da sala de aula. Nesta Aula 5, vamos compreender um pouco mais sobre esse processo. Quais as novas demandas da profissão docente? Que aspectos da formação docente devem ser modificados para que possamos formar um profissional apto para atuar no mercado hoje? O processo de formação docente implica uma série de fatores que devem ser explorados de modo a garantir que crianças, jovens e adultos possam ter acesso a um processo educativo de qualidade e condizente com as novas perspectivas didáticas e pedagógicas que permeiam o processo educativo. Nessa perspectiva, a formação docente deve ser completa e capaz de proporcionar aulas com qualidade. Por isso, a formação dos professores não pode se limitar apenas à graduação, é preciso que ele estejam sempre se atualizando e se alinhando às novas demandas educacionais. Nesta Aula 5, vamos destacar a importância da didática no processo de formação docente, a realização de cursos EAD e o uso das tecnologias na sala de aula. AULA 5 - FORMAÇÃO DE PROFESSORES E USO DA TECNOLOGIA EM SALA DE AULA Vamos começar? UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 3 Para contextualizar e ajudá-lo(a) a obter uma visão panorâmica dos conteúdos que você estudará na Aula, bem como entender a inter-relação entre eles, é importante que se atente para o Mapa Mental, apresentado a seguir: MAPA MENTAL PANORÂMICO A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE A FORMAÇÃO EAD DO PROFESSOR DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOCENTE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E USO DA TECNOLOGIA EM SALA DE AULA A FORMAÇÃO DOCENTE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 4 FORMAÇÃO DE PROFESSORES E USO DA TECNOLOGIA EM SALA DE AULA 1. A FORMAÇÃO DOCENTE O processo de formação docente não deve apenas ser baseado na graduação em licenciatura. É preciso que o professor mantenha sua atualização ao longo de toda a sua formação, buscando recursos e estratégias que possam aprimorar seu trabalho em sala de aula. A realização de aulas de qualidade está diretamente relacionada à formação docente. É certo que é necessário o acesso a materiais e a uma estrutura de qualidade que permita ao professor desenvolver seu trabalho com qualidade. Contudo, não adianta ter estrutura de qualidade e não ofertar aulas a que correspondam. Nesse sentido, vamos começar novas reflexões em torno da formação docente, a partir de uma reflexão sobre a didática no processo de formação docente, compreenderemos que uma boa didática é essencial para o sucesso do processo de aprendizagem. 1.1 A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE Mais do que discutir práticas, possibilidades e dinâmicas que envolvem o processo de aprendizagem escolar, esta Aula propõe uma reflexão sobre o papel da didática na formação docente. Assim, iremos refletir sobre a didática pensada – influenciada por diferentes concepções pedagógicas –, e a didática praticada em sala de aula pelos professores. Segundo Libâneo (2012 apud OLIVEIRA; PACHECO, 2015, p. 162): “a didática é a ciência profissional do professor que investiga e define os saberes profissionais a serem mobilizados para ação profissional”. Essa definição já evidencia a importância da didática para as práticas educativas utilizadas pelos educadores dentro do ambiente escolar. Nesse sentido, a didática é o eixo central na formação profissional dos educadores. Porém, é FIQUE ATENTO!! A didática é a mediação entre o campo teórico (referente à pedagogia) e prático (educação) no processo de ensino aprendizagem. Essa definição, apesar de estar correta, não é capaz de captar toda sua complexidade, tendo em vista que, nesta Aula, consideramos a didática como um campo do saber e também um conteúdo disciplinar. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 5 importante compreender seus princípios e fundamentos e refletir sobre qual a influência esse campo disciplinar vem exercendo na atuação do professor em sala de aula. A didática, enquanto um campo do saber, é fundamentada por diversos princípios teóricos e práticos. Dessa maneira, uma análise mais criteriosa sobre essa disciplina leva em conta uma diversidade de pressupostos. E nossa intenção não é esgotar aqui a discussão sobre esse tema, mas identificar seus objetivos disciplinares e sua relevância para o ensino escolar. A importância da didática incide na aplicação de conteúdos metodológicos no planejamento das aulas. Mas pesquisas apontam que os fundamentos didáticos apreendidos durante a formação docente são pouco utilizados no exercício profissional. Entre as décadas de 1950 e 1970, a didática, enquanto um campo disciplinar, era vista como uma mera articulação técnica dos processos de aprendizagem. “A disciplina didática ensina aos futuros professores técnicas para formular objetivos, elaborar planos e provas, dar uma aula expositiva, conduzir o trabalho de grupo, entre outras” (OLIVEIRA; ANDRÉ, 1997 apud OLIVEIRA; PACHECO, 2015, p. 150). Entretanto, além de articular métodos e técnicas, a didática também deve levar em consideração elementos relativos aos processos subjetivos da aprendizagem humana e fatores inerentes ao contexto social. Ou seja, deve-se articular tantos os condicionantes socioculturais da prática de ensino quanto os processos internos e mentais de aprendizagem. Figura 1: Elementos associados à didática Fonte: Elaborada pela Autora. Processos mentais de aprendizagem humana; Condicionantes sócio culturais; Técnicas e procedimentos de ensino; DIDÁTICA UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 6 Podemos afirmar, então, que a didática está preocupada com os aspectos da prática de ensino de conteúdos específicos em situações socioculturais concretas. Segundo Libâneo: “não há nenhuma didática fora dos conteúdos e dos métodos que correspondem aos processos investigativos pelos quais se chega a constituição dos objetos desse conteúdo” (LIBÂNEO, 1990, p. 153). Assim, a didática pressupõe tanto as especificidades dos conteúdos como a aplicabilidade de métodos para a prática do ensino. Figura 2: Relação entre didática, métodos e conteúdos Fonte: Elaborada pela Autora. SINTETIZANDO DIDÁTICA CONTEÚDO MÉTODO A didática instrumental, baseada em aspectos prescritivos e pragmáticos, ainda predomina nos cursos de licenciatura. O resultado disso é o franco entendimento sobre os fundamentos metodológicos e o desconhecimento sobre a dinâmica do processo de ensino e aprendizagem. Segundo Libâneo (1990 apud OLIVEIRA; PACHECO, 2015, p. 157): “a separação entre conteúdo e método e entre conteúdos e metodologia de ensino é a mais notória lacuna, presente tantos nos estudos teóricos quanto nos formatos curricularesdos cursos de formação dos professores”. PENSE NISSO! UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 7 Definidos seus objetivos e apresentados seus princípios, cabe-nos, agora, refletir sobre a apropriação da didática nos cursos de formação profissional. Essa técnica de ensina permite aos professores traduzir os conteúdos de aprendizagem em procedimentos de pensamento. Não basta utilizar diversas técnicas e estratégias de ensino de forma aleatória, essas devem estar associadas aos princípios e fundamentos que dão suporte a suas escolhas metodológicas. Dessa forma, as teorias e os modelos pedagógicos devem orientar as práticas de ensino, assim como os procedimentos didáticos adotados pelo docente. A grande questão é: como essa articulação é estabelecida nos currículos dos cursos de formação de professores? Como atestamos acima, a separação entre conteúdo e metodologias é o grande problema dos cursos de formação docente. Entretanto, isso vem ocorrendo de formas distintas que podem ser percebidas entre os cursos de licenciatura em pedagogia e licenciatura em áreas específicas. Enquanto os cursos de pedagogia focam nas questões que envolvem os processos mentais de aprendizagem, de natureza epistemológica, os cursos de licenciatura em áreas específicas dão ênfase nos aspectos próprios ao conhecimento e à aprendizagem do conteúdo, ou seja, nas questões didático-pedagógicas. Figura 3: Pedagogia X Licenciatura em conteúdos Fonte: Elaborada pela Autora/NEAD. Os cursos de formação de professores devem buscar uma unidade no seu processo formativo, focar não apenas nos conteúdos em si, mas também no processo pedagógico. Integrando o conhecimento do conteúdo ao conhecimento didático. Ao observarmos a história da educação no Brasil, podemos verificar a realização de uma série de reformas que visam modificar o modelo de formação empreendido na carreira docente. Scheibe (2015) destaca que: FORMAÇÃO EM PEDAGOGIA Valoriza os aspectos metodológicos sem referência ao conteúdo. LICENCIATURA EM CONTEÚDOS Valoriza o conteúdo sem referência à metodologia de ensino. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 8 [...] o ideário da reforma educacional em curso, como já ocorreu em outros momentos, atribui ao professor papel fundamental, identificando-se nele a responsabilidade pelas mazelas do sistema público de ensino e, paradoxalmente, ao mesmo tempo, o mágico poder de extirpá-las. Contraditoriamente, ocorre a construção de uma imagem heróica e mistificada do professor, ao mesmo tempo em que há um veemente apelo para que este se profissionalize por meio de um repertório de conhecimentos profissionais para o ensino (SCHEIBE, 2015, p. 46). A autora denuncia que a perspectiva educacional, construída nos últimos anos e que tange o processo de formação docente, condenou o professor como o responsável por todas as mazelas que cercam a educação. Uma acusação errônea injusta, tendo em vista os diversos desafios que envolvem a prática educativa. É certo que o investimento na qualidade da formação docente é essencial para a consolidação de um processo educativo de sucesso. Segundo Scheibe (2015): Os conhecimentos indicados para garantir a formação dos professores, na reforma proposta, abrangem toda uma gama de saberes tradicionalmente apontados para o trabalho docente, tais como o conhecimento sobre crianças, adolescentes, jovens e adultos; o conhecimento sobre as dimensões culturais, sociais e políticas da educação; a cultura geral profissional; o conhecimento para a atuação pedagógica e o conhecimento experiencial contextualizado na ação pedagógica (p. 46). A autora corrobora da perspectiva de que a qualidade da formação docente está diretamente relacionada ao sucesso do processo educativo e apresenta diversos campos do saber que devem ser levados em consideração na preparação do docente, observando as mudanças propostas pela legislação a partir da década de 1990, e aponta os desafios aflorados neste processo. Desde a metade da década de 1990, sobretudo a partir de dezembro de 1996, com o estabelecimento das diretrizes e bases da educação nacional por meio da lei nº 9.394 (LDB), a área de formação de professores passou a configurar-se como um os temas mais polêmicos a serem regulamentados pela legislação complementar a essa lei. (SCHEIBE, 2015, p. 46). UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 9 1.2 DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOCENTE O processo de formação docente apresenta uma série de desafios históricos. Romper com tradições e promover um novo processo de ensinar e aprender leva tempo e requer uma série de ações que não dependem apenas da formação docente, mas que é uma área fundamental para esse processo. Esse debate já se faz presente há algum tempo na educação e não faltam sugestões de como deve ser realizado esse processo e quais informações são fundamentais para o sucesso da formação docente. É nesse sentido que Scheibe (2015) compreende que o X Encontro Nacional da Anfope, realizado em 2000, apresentou algumas demandas para o processo de formação dos professores que ainda não foram implementadas, impedindo que os docentes possam, de fato, ter acesso a um processo de formação que seja eficiente e que correspondam às expectativas do projeto educativo que defendemos na atualidade. A autora apresenta os seguintes pontos para reflexão: Sólida formação teórica e interdisciplinar sobre o fenômeno educacional e seus fundamentos históricos, políticos e sociais, bem como os domínios dos conteúdos a serem ensinados nas escolas. Unidade entre teoria e prática, que implica assumir uma postura em relação a produção de conhecimento [...] FIQUE ATENTO!! Regulamentar o processo de formação docente é uma tarefa que implica uma série de mudanças estruturais, rompendo com modelos de insucesso, aprimorando práticas que apresentam bons resultados e inserindo novas concepções. Essas mudanças, contudo, não podem se limitar apenas aos novos formandos, é preciso criar mecanismos para que os profissionais que já concluíram os estudos iniciais e já atuam na sala de aula possam, de algum modo, ter a oportunidade de vivenciar uma educação continuada para manter seu currículo atualizado às novas práticas educacionais e, assim, ofertar aulas com mais qualidade para seus alunos. Todo esse processo, porém, é cercado por uma série de desafios que serão abordados a seguir. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 10 Gestão democrática da escola – o profissional da educação deve conhecer e vivenciar formas de gestão democráticas [...]. Compromisso social do profissional da educação na superação das injustiças sociais, da exclusão e da discriminação [...]. Trabalho coletivo e interdisciplinar – processo coletivo de fazer e pensar [...]. Integração da concepção de educação continuada como direito dos profissionais da educação sob responsabilidade das redes empregadoras e das instituições formadoras (SCHEIBE, 2015, p. 57-58). É possível verificar que os temas, considerados relevantes pelo congresso citado pela autora, apontam, de forma ampla, conceitos e ações que envolvem a formação docente. A interdisciplinaridade, por exemplo, tem sido amplamente defendida, pois possibilita que os estudantes possam conhecer o mundo a partir de diferentes perspectivas. A união entre teoria e prática, como já destacamos aqui, também é considerada fundamental no processo de formação. A gestão democrática, o trabalho coletivo, enfim, os conceitos apresentados pelo X Encontro Nacional da Anfope e citados pela autora nos remetem a um modelo de formação docente que seja capaz de lidar com as diferentes questões que afloram no ambiente escolar. Scheibe (2015) aponta ainda que o histórico de desvalorização dos profissionais da educação acarreta uma série de problemas que são intensificadosno cotidiano escolar. A trajetória das concepções e das políticas de formação dos professores tem nos possibilitado detectar um processo A interdisciplinaridade consiste em um processo de aprendizagem que envolve mais de uma disciplina, permitindo que os estudantes possam refletir sobre um mesmo tema a partir de áreas do saber distintas. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, conta agora com um portal diverso que permite a realização de diferentes cursos focados na educação contemporânea, entre eles, o foco na interdisciplinaridade. Conheça o portal e todas as novidades que ele pode oferecer para sua formação complementar, basta clicar aqui. O que achou do Portal? Dentre os cursos disponibilizados, qual você achou mais interessante e pertinente de ser feito? saiba mais! https://www.fnde.gov.br/educacaocorporativa/ UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 11 histórico de desvalorização social desses profissionais. O que se constata é a manutenção da precariedade das condições de trabalho, salários aviltantes, ausência de infraestrutura para exercício profissional, isso tudo ao lado de uma concepção idealista em relação à carreira de magistério, à qual sempre foi impingido um tom heroico, mistificador e desprofissionalizante (SCHEIBE, 2015, p. 45). O processo histórico que envolve a desvalorização dos profissionais da educação implica, conforme destaca a autora, um processo de desvalorização constante. Não raramente, ainda na atualidade, são utilizados argumentos de que o trabalho docente deve ser realizado com amor, como se isso demandasse abrir mão dos direitos como trabalhadores que devem ter acesso a um bom salário e um plano de carreira que valorize o docente. Partindo dessa perspectiva, também podemos perceber como muitas pessoas se sentem capacitadas a definir como o professor deve desenvolver seu trabalho em sala de aula. Na função do médico, por exemplo, poucos ousam questionar, mas, na profissão professor, todos acreditam que têm um palpite assertivo para compartilhar. É certo que a escola deve ser concebida como um espaço que envolva toda a sociedade e suas demandas, contudo, não se pode refutar estudos com opinião apenas. É preciso conhecer o processo pedagógico para compreender seu desenvolvimento e, assim, ter condições de fornecer sugestões que sejam de fato construtivas. Na perspectiva de Paulo Freire, por exemplo, é indispensável a participação e a ação da comunidade no processo de construção da escola. Essa participação, contudo, não deve ser superficial apenas. É preciso uma inserção na realidade da escola para se compreender os desafios que fazem parte desse contexto e buscar ações que sejam capazes de reverter esse quadro. Paula (2020) aponta que: A pedagogia de Freire é extremamente necessária para o contexto político e social atual, no qual verificamos a intensificação das desigualdades, da exploração econômica de uns sobre o trabalho de outros, da violência que ameaça a vida das mulheres, negros, indígenas, homossexuais, sem teto e sem terra e da negação da infinidade de direitos duramente conquistados pelos movimentos sociais e pelos trabalhadores (p. 104). Ao destacar Freire como uma referência importante para se pensar a escola e suas ações, Paula (2020) compreende que o cenário atual tem sido marcado pela intensificação das UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 12 desigualdades na sociedade e, consequentemente, na escola. Nesse sentido, é importante que as camadas populares sejam construtoras da escola, tornando-se sujeitos ativos e críticos no processo de aprendizagem seus e de seus filhos. Paula (2020) aponta que a pedagogia desenvolvida por Paulo Freire tem a preocupação de promover uma relação entre conhecimento popular e conhecimento científico, possibilitando que os estudantes sejam formados em uma perspectiva ativa, fugindo da perspectiva na qual os estudantes são menores receptores de informações transmitidas pelos professores. Diante dessa perspectiva, o processo de formação docente não pode se limitar a ensinar conteúdos que os professores devem abordar na escola. É preciso consolidar um processo de formação docente no qual o professor conheça não apenas sobre conteúdos, mas também sobre didática, desenvolvimento pedagógico, entre outros, como já apontado no tópico anterior. Esse modelo de formação tem o intuito de promover um processo educativo que seja capaz de formar sujeitos críticos. Por isso, Paula (2020) aponta que: Dentro de uma concepção problematizadora de educação, a ação dos educadores está orientada para a humanização de si mesmos e dos educandos, para o pensar autêntico, e não para a doação ou a transferência do saber, pois alimenta uma profunda crença nas pessoas, em seu poder de criar e transformar. Seu trabalho ganha sentido na intercomunicação de consciências, mediatizadas pela realidade, na qual a palavra práxis, que implica ação e reflexão das pessoas sobre o mundo para transformá-lo (p. 128). Nota-se que a perspectiva de Paulo Freire, defendida por Paula (2020), compreende que o processo educativo deve ser promovido a partir de uma perspectiva humanística. Assim, a formação do professor também precisa ser promovida dentro dessa orientação, permitindo que sua prática, no cotidiano escolar, seja movida por uma ação que tem o intuito de transformar a realidade. A autora argumenta ainda que: Como ato de reconhecimento da realidade denunciada, a pedagogia utópica da denúncia e do anúncio enfatiza a problematização da concreticidade dos educandos. Quanto mais avança a problematização de um objeto, mais os sujeitos adentram a intimidade dele, tornando-se capaz de desvendá- lo. [...] Ao contrário da pedagogia utópica, o discurso neoliberal recusa o sonho e a utopia, sacrificando a esperança, o que UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 13 implica a imobilização da história, reduzindo o futuro à permanência do presente (PAULA, 2020, p. 124). A proposta pedagógica, apresentada por Freire e compreendida por Paula (2020) como uma ação necessária para a educação na atualidade, requer um processo de reconhecimento da realidade, permitindo que os estudantes possam conhecer a organização da sociedade e posicionar-se como sujeitos de direitos e ativos no processo de consolidação de um novo modelo social. Esse processo demanda um modelo educativo que vai de encontro à perspectiva neoliberal, conforme aponta a autora, pois, nessa perspectiva, não caberia sonhos e utopias. Esses conceitos são desvalorizados para dar lugar a um projeto educacional que preza pela competição ao invés da colaboração. 2. TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO A tecnologia é uma realidade que chegou para ficar e tem alterado as antigas estruturas da sociedade. Essas mudanças podem ser percebidas em diferentes espaços da nossa sociedade e tem dado origem a novos tempos. Atualmente, é impensável ir ao banco para sacar uma pequena quantia de dinheiro na boca do caixa, pois os caixas eletrônicos chegaram para mudar essa realidade. Enfrentar longas filas para pagar boletos é uma realidade cada vez menor, visto que a tecnologia dos smartphones permite aos cidadãos acessar suas contas da própria casa. Até mesmo a construção de uma casa passou por diferentes transformações tecnológicas. FIQUE ATENTO!! É certo que a consolidação de um projeto educativo de qualidade exige que a formação dos professores seja completa e contínua para garantir a esses profissionais condições necessárias para a prática docente. Esse processo não se resume, porém, apenas aos interesses individuais de cada docente, está também relacionado aos grupos políticos no poder e suas expectativas quanto ao processo educativo. Nesse contexto, cabe à categoria docente mobilizar a comunidade escolar para juntos construírem um projeto educacional coletivo e condizentecom os anseios e as necessidades do povo. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 14 Todo o processo de construção, desde a fundação até o acabamento, conta com novos recursos tecnológicos que facilitam o processo. A partir desses breves exemplos, podemos perceber que a tecnologia tem provocado mudanças em diferentes setores na sociedade. A escola, como um espaço de constante mudança, não está isenta dessa transformação e vemos, a cada dia, a tecnologia mais presente no seu cotidiano. Vamos apresentar, agora, alguma reflexão sobre os impactos da tecnologia no campo da educação e como ela tem alterado as facetas tradicionais que, por longos anos, perduraram no modelo educativo brasileiro. Apresentaremos primeiro uma reflexão sobre a licenciatura em EAD e, posteriormente, o uso das tecnologias na sala de aula. 2.1 A FORMAÇÃO EAD DO PROFESSOR A Educação à Distância está cada vez mais presente na sociedade brasileira, seguindo um padrão internacional que tem apostado na EAD como uma ferramenta de transformação do processo educativo e isso inclui a formação do professor. Um país, com as dimensões do nosso, nem sempre pode garantir que todos os brasileiros contem com uma universidade próxima a sua residência, além disso, o processo excludente do ensino superior que consegue atender apenas um pequeno grupo de pessoas também se mostra como um problema. Assim, a EAD surge como uma alternativa tanto para as pessoas que não podiam contar com uma universidade próximo de sua casa tanto para aquelas que, por diferentes motivos, não conseguiam adequar seus horários aos cursos presenciais. Inicialmente tímida, a educação a distância logo se tornou muito presente no cenário nacional. Você sabia, caro(a) aluno(a), que o uso das tecnologias na escola favorece a interdisciplinaridade? O professor de história para abordar sobre a pré-história, por exemplo, precisa explicar conceitos da biologia para seus alunos. A química também favorece essa compreensão na medida em que nos permite datar os tempos históricos. CONECTANDO UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 15 Há quem ainda apresente resistência ou dificuldade para seguir esse modelo de estudo, mas, hoje, a EAD conta com um grande público que conseguiu se adaptar a esse modelo sem grandes problemas. É possível perceber que os cursos de licenciatura passaram a promover esse modelo educativo em grande escala. Praticamente todas as universidades que trabalham com EAD possuem, pelo menos, um curso de licenciatura na sua grade, sobretudo o curso de pedagogia, o qual apresenta o maior número de alunos no campo das licenciaturas EAD. O ensino a distância tem permitido que diferentes pessoas possam realizar o sonho de se formar no ensino superior e atuar na sua área desejada. Esse processo também é muito proveitoso para os governantes que passam a contar com mais profissionais qualificados para atender as demandas. No campo da licenciatura, observamos que regiões que antes tinham dificuldade em conseguir um professor para atuar em suas escolas, por exemplo, hoje já apresentam uma demanda que atende as expectativas. A profissão professor é um ramo de atividade que apresenta muitas possibilidades. Pode-se concluir, desse modo, que a formação EAD dos professores tem permitido não apenas que as pessoas realizem seus sonhos pessoais, mas também possibilita que crianças, jovens, adultos e idosos tenham acesso a aulas com profissionais qualificados e preparados para a realidade cotidiana. RECAPITULANDO Ao longo dessa Aula, tivemos a chance de compreender as diferentes facetas que envolvem o processo de formação docente. Vimos que teoria e prática precisam andar unidas para Após essa Aula, você percebe a importância da didática no processo de formação docente? É capaz de identificar os desafios e as demandas que perpassam pela formação dos novos profissionais da educação? Caso você consiga responder essas questões, parabéns! Você atingiu os objetivos específicos da Aula 5! Caso você tenha dificuldades em responder algumas delas, aproveite para reler o conteúdo da Aula, acessar o UNIARAXÁ Virtual e interagir com seus colegas e tutor(a). Você não está sozinho nessa caminhada! Conte conosco. aUTOaVALIAÇÃO UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 16 garantir que os futuros professores conheçam não apenas o mundo teórico, mas a realidade, o que lhes permitem ir para a sala de aula mais preparados e condizentes com as demandas da função. É certo que a formação de professores ainda envolve muitos desafios e precisa de muitos investimentos, contudo, nos últimos anos, com a EAD, pudemos perceber que, cada vez mais, os brasileiros têm a possibilidade de realizar um curso superior e, assim, a comunidade escolar tem acesso a profissionais capacitados para mediar o processo de construção de uma escola melhor para todos. Na próxima Aula, discutiremos o que são as metodologias ativas e o modo como elas têm modificado o processo de ensino. Destacaremos as principais metodologias ativas utilizadas no Brasil e no mundo, além de esclarecermos quais as expectativas educativas ao se considerar o aluno como um sujeito ativo no processo de aprendizagem. Bons estudos e até lá! VIDEOAULA Após a leitura e o estudo do seu livro-texto, chegou o momento de complementar seu conhecimento. Vá até seu Ambiente Virtual de Aprendizagem e acesse a Videoaula referente à Aula. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 17 LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo: Loyola, 1990. LIBÂNEO, José Carlos; ALVES, Nilda (Org.). Temas de pedagogia: diálogos entre didática e currículo. São Paulo: Cortez, 2012. In: OLIVEIRA, M. R.; PACHECO, J. A. (Org.). Currículo, didática e formação de professores. Campinas: Papirus, 2015. PAULA, Lucimara Cristina de. Contribuições da teoria freiriana para a formação dos educadores. In: SUSANA, Soares Tozetto; LAROCCA, Priscila (Orgs). Formação de Professores: fundamentos teóricos e metodológicos. Curitiba: Intersaberes, 2020. SCHEIBE, Leda. Formação dos profissionais da educação pós-LDB: Vicissitudes e Perspectivas. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; AMARAL, Ana Lúcia (Orgs). Formação de professores: políticas e debates. Campinas, SP: Papirus, 2015. REFERÊNCIAS UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 182UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS CONTATO: 3669.2008 • 3669.2017 • 3669.2028 ead@uniaraxa.edu.br
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