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RELIGIOSIDADES NA AMÉRICA LATINA AULA 5 Prof. Jefferson Zeferino 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, vamos falar sobre as religiões que se estabeleceram mais recentemente na América Latina. Queremos apresentar religiões do extremo oriente como budismo, confucionismo, taoísmo e xintoísmo, bem como comentar sobre outras religiões que possuem adeptos por aqui, como espiritismo, hinduísmo, judaísmo, islamismo, adventismo, Testemunhas de Jeová e mormonismo. Destacaremos a chegada, presença e desenvolvimento dessas religiões no continente. TEMA 1 – HINDUÍSMO E ESPIRITISMO O hinduísmo, conforme nos contam Jostein Gaarder, Victor Hellern e Henry Notaker (2000, p. 41), é uma religião politeísta de origem indiana, seu nome faz referência ao Rio Indo e data de 1500 AEC. e organizada a partir dos textos sagrados Vedas e Upanishads. O primeiro é composto de quatro coletâneas de hinos sacrificiais, enquanto o segundo é um diálogo entre mestre e discípulo e traz a crença em Brahman, força espiritual que está em todo ciclo da vida e base de todo o universo. Figura 1 – Hinduísmo e Espiritismo creem na imortalidade da alma Crédito: Bruce Rolff/Shutterstock. 3 Apesar da grande diversidade, os autores (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 43) identificam três elementos marcantes entre os hinduístas. As castas têm muita influência na sociedade indiana, mesmo depois de sua proibição legal com a independência do poder colonial britânico, em 1947. Do ponto de vista religioso, o sistema se baseia na noção de pureza e impureza, a qual permeia todo o hinduísmo. Por exemplo, “o método tradicional mais conhecido de purificação utiliza a água de um dos muitos rios sagrados da Índia, como o Ganges” (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 44). A vaca tem sentido sagrado para os hinduístas, tocá-la também pode purificar os indivíduos. Sua sacralidade está vinculada ao culto de fertilidade e símbolo de vida. Nos Vedas, há hinos à vaca, bem como os laticínios, como leite e manteiga, são usados em cultos. Finalmente, o carma (ou karma) que pode ser entendido como ato, está na base da crença de reencarnação, uma vez que “as ações de uma vida, e somente elas, formam a base para a próxima. Assim, o carma não é uma punição pelas más ações ou uma recompensa pelas boas. O carma é uma constante impessoal – como uma lei natural.” (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 44) Segundo Thais Silva de Assis (2017, p. 50), o Hinduísmo se tornou uma religião global. Embora não esteja voltado à conversão e, originalmente, ligado ao sistema de castas, “atualmente ele é praticado por mais de 60 milhões de pessoas no mundo – além das 970 milhões que vivem na Índia” No Brasil, ainda observa Assis (2017, p. 51), a partir da década de 1970, “práticas e crenças do Hinduísmo foram disseminadas, [...] e, ao longo do tempo, elementos das tradições hindus – como yoga, meditação, vegetarianismo, ayurveda (filosofia médica) e shantala (técnica de massagem) – têm se tornado cada vez mais atrativos para os brasileiros”. O Espiritismo, como explicam Jostein Gaarder, Victor Hellern, Henry Notaker (2000, p. 282), se baseia na antiga ideia de que os mortos convivem e se comunicam com os vivos, e assim como o hinduísmo, crê na reencarnação da alma. Como afirma a placa do monumento em homenagem à mediunidade das irmãs americanas Catarina e Margarida Fox, reconhecidas como as iniciadoras do espiritismo moderno: “a morte não existe. Não há mortos” (Wilges, 2010, p. 116). O principal intérprete dos espíritos foi Allan Kardec, pseudônimo do francês Léon Hippolyte Denizard Rivail (1804-69). Segundo Wilges (2010, p. 116-117), ele escreveu mais de sete livros, o mais conhecido O Livro dos 4 Espíritos (1859), em que desenvolve os pilares de sua filosofia científico- religiosa, provando a sobrevivência da alma, trazendo luz sobre a problemas metafísicos e orientação moral alinhada ao cristianismo. Não obstante, no Brasil, ao contrário da França, “o espiritismo acabou realçando mais o seu lado religioso de moralização da conduta, ao passo que seu atrativo inicial eram os serviços terapêuticos que oferecia” (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 315). O kardecismo é a principal tradição espírita presente no Brasil. Conforme Luzia Wernek (2011, p. 41), a doutrina de Allan Kardec chega ao país na segunda metade do século XIX, com a tradução de suas obras, entre profissionais liberais e militares. O mais conhecido médium brasileiro foi o mineiro Chico Xavier. Em 1860, já existiam centros espíritas no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, tendo a caridade como elevação espiritual e a terapia mediúnica por meio de "passes" para combater todos os tipos de enfermidade e desconforto. Passe é uma espécie leve de exorcismo. O passe é dado individualmente por um dirigente ou pelo médium em transe durante a sessão espírita, com o objetivo de afastar as influências negativas, as más vibrações, os "encostos", as "demandas" etc. e transmitir energia espiritual positiva ao interessado. Vale notar que a energia boa, a energia positiva, é sempre pensada como sendo "luz". Quanto mais evoluídos os espíritos, mais eles são portadores de luz, "espíritos de luz" (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 315). A evolução dos espíritos está baseada, por um lado, no karma hinduísta, segundo uma casualidade moral, de ação e reação; e, por outro, ética da caridade retirada dos Evangelhos. Assim, “graças ao mandamento do amor, os mortais podem contar, em seu processo de purificação e evolução, com a ajuda e as orações dos espíritos de luz já desencarnados, sujeitos também eles à norma ética máxima do kardecismo, a caridade” (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 316-17). TEMA 2 – RELIGIÕES ORIENTAIS Ainda que o extremo oriente seja um pouco desconhecido para nós, e coberto de noções propagadas pela indústria cultural ocidental, territórios como China e Japão, por exemplo, produziram culturas que precisamos conhecer para uma visão mais completa do fenômeno religiosos em nossos dias. Olhemos para algumas religiões praticadas na China e Japão, e que possuem adeptos na América Latina. 5 Figura 2 – Templo Budista Zu Lai, em Cotia, região metropolitana de São Paulo, é o primeiro templo do Monastério Fo Guang Shan na América Latina Crédito: Giovanny Gava/Shutterstock. 2.1 Budismo Conforme Jostein Gaarder, Victor Hellern e Henry Notaker (2000, p. 58), “o budismo cresceu dentro do hinduísmo como um caminho individual para a salvação”. Nos conta Irineu Wilges (2010, p. 31-33) que, por volta do século VI AEC, um jovem príncipe da tribo sakyas, chamado Sidarta Gautama, na região norte do subcontinente indiano (hoje, Nepal), tendo contato com a velhice, a doença e a morte, abandonou o luxo e prazer de seu palácio, alcançando a iluminação, se tornando Buda e vindo a descobrir a origem do sofrimento humano. Durante sete dias e sete noites o Buda ficou sentado debaixo de sua árvore da iluminação. Ganhou dessa forma a compreensão de uma realidade que não é transitória, uma realidade absoluta acima do tempo e do espaço. No budismo isso se chama nirvana. Ao dominar seu desejo de viver, que antes o atava à existência, o Buda parou de produzir carma e, portanto, não estava mais sujeito à lei do renascimento. Conseguira alcançar a salvação para si mesmo, e o caminho estava aberto para abandonar o mundo e entrar no nirvana final. O deus Brahma, porém, instou com ele para que difundisse seus ensinamentos. E então, mais uma vez, o Buda sentiu compaixão pelos outros seres humanos e por todos os seres vivos. Ele "contemplou o mundo com um olhar de Buda" e decidiu "abrir o portão da eternidade" 6 para aqueles que o quisessem ouvir. O Buda decidira se tornar um guia dos seres humanos (Gaaeder, Hellern, Notaker, 2000, p. 57). Os ensinamentos de Buda sedifundiram pelo continente asiático divididos em duas grandes tradições: “Theravada ("a escola dos antigos"), predominante no Sul da Ásia (Birmânia, Tailândia, Sri Lanka, Laos e Camboa), e Mahayana ("o grande veículo"), predominante no Norte da Ásia (China, Japão, Mongólia, Tibet, Coréia e Vietnã)” (Gaaeder, Hellern, Notaker, 2000, p. 72). Enquanto a escola dos antigos se mantém mais ortodoxa e fiel à noção de autossalvação pela meditação tendo o monge como ideal de vida, o grande veículo aceita que a Salvação de Buda é acessível a todas as pessoas. Ainda, “entre os muitos movimentos dentro do Mahayana, dois atraíram mais interesse nas últimas décadas. São a tendência tibetana Vajra-yana (o veículo de diamante) e o zen- budismo japonês” (Gaaeder, Hellern, Notaker, 2000, p. 76). No Tibet, o budismo conseguiu penetrar na organização política do território, de modo que seu líder religioso é também líder político. O budismo tibetano é também conhecido por lamaísta, em alusão aos Lamas, mestres budistas, sendo o principal conhecido como Dalai-lama (Oceano da Sabedoria), que desde 1959 vive exilado na Índia. O zen-budismo tem origem chinesa, mas foi no Japão que se tornou mais praticado, como um budismo focado na prática da meditação como visão direta e iluminação interna sem fórmula fixa. “O importante no zen é romper com a lógica do discípulo e com seus processos conceituais de pensamento.” (Gaaeder, Hellern, Notaker, 2000, p. 79) O zen também tem uma visão positiva das tarefas mundanas, podendo ser atividades favoráveis para a iluminação. Conforme Frank Usarski (2016, p. 718-729), no Brasil, a história do budismo pode ser entendida por quatro períodos. Inicialmente, sendo uma religião restrita à imigração asiática, ao foro doméstico e para manutenção da herança cultural. No pós-guerra, o budismo se institucionaliza através de entidades associadas à comunidade japonesa, fundando escolas e templos de diversas linhas. Houve também “um interesse crescente de círculos intelectuais pelo Budismo Japonês, especialmente do Soto Zen, a partir da década de 1960” (Usarski, 2016, p. 723), bem como uma crescente série de publicações sobre budismo em português. Finalmente, a partir de 1980, o budismo aparece mais plural com diversos movimentos, centro e templos de origem chinesa e coreana, bem como à ascensão numérica do chamado budismo de conversão, com grupos compostos por brasileiros sem ascendência asiática. 7 2.2 Confucionismo, Taoísmo e Xintoísmo Na China, entre os anos 551 e 479 AEC., viveu o filósofo K’ung-Fu Tzu, conhecido nos países ocidentais por Confúcio, que “acreditava que o Céu o escolhera para revitalizar a cultura e a moralidade estabelecidas pelos sagrados imperadores em tempos antigos” (Gaaeder, Hellern, Notaker, 2000, p. 84). K’ung-Fu Tzu não estabeleceu uma religião institucional. Em seus escritos – Analects e os Cinco K’ing – deixou normas para a vida religiosa, a fim de manter a harmonia entre a natureza e o universo, indicando o caminho certo para a ação (Tao), respeitando os deuses. Não obstante, a partir do trabalho de seus discípulos, “o confucionismo acabou se tornando uma espécie de religião estatal da China, chegando muitas vezes a atacar outras religiões, como o budismo e o taoísmo”. Com o tempo, “foram construídos templos em honra a Confúcio e se ofereciam sacrifícios a ele na primavera e no outono, assim como se ofereciam sacrifícios ao Céu” (Gaaeder, Hellern, Notaker, 2000, p. 84). Como explica Wilges (2010, p. 39), K’ung-Fu Tzu não é considerado uma divindade, mas bem seria descrevê-lo com um antepassado a ser venerado, ou um santo. Na mesma época, também na China, Lao-Tsé escreve, segundo Wilges (2010, p. 40) o menor texto sagrado que existe. Tao-Teh King (ou Tao Te Ching) contém 25 páginas e 5 mil palavras, e com linguagem sapiencial, prega a crença no Tao (princípio de tudo), que não pode ser descrito, investigado ou estudado e a não ação como estilo de vida, diferenciando da doutrina de K’ung-Fu Tzu. Enquanto Confúcio desejava educar o homem por meio do conhecimento, LaoTse preferia que as pessoas permanecessem ingênuas e simples, como crianças. Enquanto Confúcio ansiava por regras e sistemas fixos na política, Lao-Tse acreditava que o homem deveria interferir o mínimo possível no desdobramento natural dos fatos. Confúcio queria uma administração bem-ordenada, mas Lao-Tse acreditava que qualquer administração é má. "Quanto mais leis e mandamentos existirem, mais bandidos e ladrões haverá", diz o Tao Te Ching (Gaaeder, Hellern, Notaker, 2000, p. 87). O taoísmo de Lao-Tsé, enquanto filosofia, se desdobrará também em uma religião popular com seus deuses, templos, sacerdotes, monges, rituais próprios. Porém, conforme Wilges (2010, p. 42), tanto o confucionismo como o xintoísmo não deram respostas à vida após a morte, assim o budismo teve grande acolhimento na China, não que isso impedisse àqueles que se tornaram budistas deixassem de seguir Confúcio e Lao-Tsé. 8 No Japão, o xintoísmo de 1867 até 1945 foi a religião nacional e a pessoa do imperador tida como divina (Kami vivo). Acredita-se que sua origem é tão antiga quanto os povos que viviam na ilha. Por isso, o xintoísmo foi elemento importante na construção da identidade nacionalista nipônica. Com livros sagrados – Kojiki, Nihonki e Yengishiki – que narram as origens do cosmo e a organização política japonesa, bem como orientações para as cerimonias, o xintoísmo é uma religião de culto aos Kami, o espírito dos mortos, com rituais domésticos e festas públicas, tendo a deusa sol (Amaterasu) como principal divindade, e da qual descendem os imperadores. Com templos, sacerdotes e monges, as celebrações xintoístas estão estruturadas em quatro partes: purificação, sacrifício, oração e refeição sagrada (Wilges, 2010, p. 44-42; Gaaeder, Hellern, Notaker, 2000, p. 88-93). Como vimos no caso do budismo, essas religiões chegam na América Latina através dos fluxos migratórios que se iniciam a partir da segunda metade do século XIX, ficando inicialmente restrita à comunidade nacional e, após 1960, com o movimento de contracultura, ganha novo folego com adeptos de origem não asiática, multiplicando escolas e templos, bem como formando lideranças autóctones. TEMA 3 – RELIGIÕES DO ORIENTE MÉDIO Judaísmo, Cristianismo e Islamismos são as grandes religiões monoteístas do mundo, que tem uma origem comum tanto na geografia quanto na narrativa mítica de Abraão: o grande patriarca. Por isso, podemos chamá-las de religiões abraâmicas. Em outros momentos, estudamos, detidamente, o cristianismo e sua contribuição para a formação das religiosidades latino- americanas. Agora, vejamos o judaísmo e o islamismo, que, apesar de religiões minoritárias em nosso continente, demonstram marcar a cultura para além do campo religioso. 9 Figura 3 – A Mesquita Imam Ali ibn Abi Tálib, templo religioso da comunidade muçulmana de Curitiba, inaugurada em 1972 Crédito: Jair Ferreira Belafacce/Shutterstock. 3.1 Judaísmo O Judaísmo, conforme Gaarder, Hellern e Notaker (2000, p. 105), é a religião dos judeus, que tem sua origem na Judeia, região do antigo reino de Israel. Desse modo, há um sentido étnico e religioso de ser judeu. Segundo explica Ana Lúcia Galinkin (2008, p. 95), “o judaísmo, através de seu código legal e religioso, define a condição primeira de ser judeu pelo nascimento de mãe judia. [...] Ao mesmo tempo, diferentes interpretações do judaísmo propiciam a pluralidade identitária que define diferentes formas de ser judeu”. A fé judaica, assim, constitui uma religião nacional e está enraizada na história da aliança do povo hebreu com seu Deus (YHWH), segundo registrada nos textos sagrados da Torá (Lei), Nevim (Profetas) e Ketuvim (Escritos), que formam a Tenakh, ou a Bíblia Hebraica. Os judeus ainda possuemuma outra coleção de textos que é o Talmud, que contém regras, ensinamentos, preceitos, comentários, opiniões, histórias e lendas contadas por antigos rabinos que é utilizado para ensinar e orientar os fiéis (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 112- 116). 10 O judaísmo moderno se organiza a partir de sinagogas, espaço sagrado, onde os rolos da Torá são solenemente guardados, onde a comunidade se reúne para os serviços religiosos, ouvir a leitura da Torá, em hebraico, acompanhada de cânticos, bem como os ensinamentos rabínicos. O calendário conta com festas religiosas – Shavuot, Pessach, Chanuká, Sukot, Iom Kipur, Rosh ha- Shaná – além de celebrações que marcam as fases da vida do crente. Inicialmente, a circuncisão nos primeiros dias de nascimento; Bar Mitsvá aos 13 anos para meninos; Bat Mitsvá aos 12 para as meninas; e casamento e enterro são bem celebrados. O judaísmo também tem prescrições alimentares, comendo apenas alimentos kosher (permitidos), além disso, desde o pôr do sol da sexta- feira até o pôr do sol do sábado, as famílias judias guardam o shabbat (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 124-126; Wilges, 2010, p. 53-60). O povo judeu, historicamente, enfrentou diversas perseguições, seja na idade média por parte dos cristãos europeus, seja mais recentemente o antissemitismo promovido pelos nazistas. Tais processos, ao mesmo tempo em que espalhou os judeus pelo mundo, culminou na criação do Estado de Israel, em 1948, no território dos palestinos. “Esse novo Estado tem vivido em contínuo conflito com o mundo árabe, também por causa dos milhares de palestinos que foram deslocados na época da fundação de Israel, [recebendo] judeus vindos de todos os cantos do mundo, que trouxeram ao país uma variedade de ideias e tradições” (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 112). Desse modo, podemos entender a chegada do judaísmo na América Latina. A primeira sinagoga foi construída durante a ocupação holandesa no Recife. Conforme Grin e Gherman (2012, p. 36): Os judeus brasileiros, de modo geral, possuem duas origens distintas. Eles vieram basicamente do Leste europeu (ou da Alemanha, no caso dos que chegaram às vésperas da II Guerra), os chamados judeus ashkenazitas, e do Oriente médio e do norte da África, das regiões do Magrebe e do Levante, os chamados judeus sefaraditas. Sociologicamente, podemos dizer que os judeus brasileiros “se concentram em grandes centros urbanos, possuem alta escolaridade, renda per capita acima da média e altíssimo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH” (Grin; Gherman, 2012, p. 37). Conforme Cristine Fortes Lia (2017, p. 271), “Distintas vertentes da religião judaica estão presentes no Brasil, desde as mais conservadoras até as mais reformistas, sendo, também, possível viver o judaísmo apenas por meio do vínculo cultural, não religioso, revelando-as 11 inúmeras formas de ser judeu no Brasil”. E, apesar, da comunidade judaica ser pequena em contraste com a população brasileira em geral, o número de pessoas que se declaram judias no Brasil, ao contrário de outros países vizinhos, como Argentina e Uruguai, tem crescido, devido a comunidades de conversão, que não pertencem ao grupo étnico, mas aderem a práticas religiosas do judaísmo e se afirmam como judeus, bem como aos casamentos mistos e flexibilidades nos casos de conversão (Fortes Lia, 2017, p. 268; Grin; Gherman, 2012, p. 36-37). 3.2 Islamismo O Islã é uma religião que surge na mesma tradição monoteísta do judaísmo e cristianismo, ao redor no século VI, na Arabia. Apesar dessa proximidade entre o islamismo e os povos árabes, é preciso considerar que ser muçulmano não significa necessariamente ser árabe, nem o inverso. Enquanto o primeiro é um grupo religioso, o segundo é um grupo étnico. Tendo sua origem na Arábia, o islamismo se expandiu pelo norte da África, chegando à Europa, e até o leste asiático. Foi o profeta Maomé (ou Muḥammad), na cidade de Meca, a partir da revelação divina do anjo Gabriel, quem estabeleceu as bases do islamismo, e reuniu em torno de si discípulos, na cidade de Medina, que registraram a revelação no livro sagrado, o Alcorão. Maomé também foi uma liderança política, que conseguiu unificar os povos da península arábica. Após sua morte, as duas principais correntes do islamismo – xiita e sunita – surgiram. Os sunitas são mais ortodoxos e conservam a tradição (suna), enquanto os xiitas consideram Ali, genro de Maomé, e seus descendentes profetas como Maomé (Wilges, 2010, p. 61-62) Sumariamente, conforme Gaarder, Hellern e Notaker (2000, p. 133-141), podemos entender o islamismo a partir do seu credo, os cinco pilares da religião e sua dimensão ética e política. Primeiro, o islamismo é uma religião monoteísta revelada que confessa a fé única em Deus (Alá, em árabe) como criador e juiz do universo, e Maomé é seu maior profeta. O Alcorão é a Palavra de Deus revelada ao seu mensageiro. Segundo, o muçulmano, além de professar a fé em Deus único e em seu profeta (primeiro pilar), diariamente, realiza cinco vezes orações de louvor e submissão a Deus, seja em casa ou na mesquita (segundo pilar); prática a esmola (terceiro pilar) e jejum ritual durante o Ramadan (quarto 12 pilar), o nono mês do calendário islâmico que celebra a revelação do Alcorão ao profeta, também faz parte da dieta muçulmana se abster de carne suína e álcool; e, pelo menos uma vez na vida, deve peregrinar para a Meca e visitar a Caaba, uma pedra negra considerada sagrada (quinto pilar). Finalmente, o islamismo tem uma dimensão ética e política que se expressa na Xariá (caminho para o oásis), orientando a ação humana. Em nações em que o islã é a religião do Estado como a Arabia Saudita, a Lei Islâmica é válida para crentes e não crentes, extrapolando os limites da religião. Além disso, a própria Xariá divide os muçulmanos. Os sunitas tendem a uma leitura mais literal do que os xiitas, que desenvolvem interpretações da lei a partir de seus imãs. Na América Latina, inicialmente a presença do islamismo se deu no Brasil nas primeiras décadas do século XIX, com negros escravizados, segundo Bastide (1971, p. 204), oriundos da região do Mali. Eram africanos muçulmanos conhecidos por malês, que em 1835 protagonizaram uma revolta anticolonial e, segundo Edmar Avelar Sena (2015, p. 838-839), deixaram importantes contribuições na religião e cultura, como o patuá, que eram trechos do Alcorão que os malês traziam junto ao corpo, e hoje são amuletos de proteção nas religiões de matriz africana, também noções de liberdade e não submissão diante do poder colonial tem sua raiz nos malês. Entretanto, essa presença não tem relação com o islamismo contemporâneo que se vive no continente. Tanto no Brasil (Sena, 2015) quanto na Argentina (Montenegro, 2014) o Islã chega a partir do final do século XIX, com migrantes libaneses e sírios e palestinos, seguindo o movimento iniciado por árabes cristãos. Com a criação do Estado de Israel, em 1948, e intensificação dos conflitos bélicos no Oriente Médio, na década de 70, novas ondas de migração chegaram ao continente, intensificando presença de mulçumanos nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires, bem como diversificando o Islã praticado na América Latina. Atualmente, há escolas, associações e mesquitas em diversas cidades do continente, ligadas às diversas comunidades nacionais, seus descendentes e conversos autóctones, de modo que, segundo Isaac Caro (2007), há um islã latino-americano formado por variadas vertentes, marcado pelo diálogo com outras religiões e iniciativas conjuntas com judeus para a construção de uma convivência pacífica, superando os estereótipos midiáticos. Ainda, há uma tradição mística no islamismo, conhecida como sufismo, que, conforme a pesquisa de Silva Filho (2012, p. 164), 13 tem a adesão de brasileiros quebuscam um islamismo mais acalentador e devocional. TEMA 4 – ADVENTISMO Conforme Oliveira Filho (2004, p. 157), o adventismo surge nos EUA, inserido no movimento messiânico-milenarista do século XIX, caracterizado pela primazia da iluminação, a continuação da Revelação na era do Espírito Santo e recusando as relações das instituições religiosas, criando um mundo à parte. Foi o pastor batista, William Miller (1782-1849), quem pregava a iminência da segunda vinda de Jesus Cristo. Daí decorre o nome: adventistas. Segundo os cálculos, baseado na Bíblia, o retorno seria em 1840. O que não aconteceu, ficando conhecido como “grande desapontamento” e provocando a dispersão do grupo. Figura 4 – Símbolo moderno da Igreja Adventista do Sétimo Dia Crédito: Dalvor/Shutterstock. Conforme as pesquisas de Oliveira Filho (2004, p. 161), Guilherme Miller, ainda que não pretendesse fundar dissidência, foi compondo por comparações entre textos bíblicos uma interpretação, a partir do livro de Daniel, que estabelece, através de um “cálculo” profético, uma cronologia que conjuga a história profana com a história 14 sagrada, visando a interpretar a profecia das “duas mil e trezentas tardes e manhãs”, o que levou a sucessivas marcações de datas para a volta do Messias, surgindo, assim, uma corrente numerosa de adventistas. O millenismo empolgou os Estados da Nova Inglaterra, atingindo Nova York, Filadélfia, Ohio, Michigan, e chegando, igualmente até o Canadá. Os futuros pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em grande parte, assistem a sermões de Miller; mais tarde, iriam efetuar correções em suas interpretações e ampliar o alcance da ênfase profética, representando, paulatinamente, uma cronologia mais rica, para a qual convergem inúmeras profecias, e que visa a periodizar o profano e o sagrado, em momentos que se sucedem com atributos específicos através dos quais chega-se ao “tempo do fim”, tempo que corresponde a várias interpretações da divindade na história humana e comissionamentos que, pela ação, a tornam caminho de salvação. Segundo Schünemann (2009, p. 148), o adventismo se organiza institucionalmente, entre um grupo de cristãos após o fracasso milenista, ao redor do carisma profético de Ellen White, através da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). “Desrosche (2000) caracteriza a IASD como uma igreja de origem milenialista, que tem na guarda do sábado, a crença no dom profético de Ellen White e nos cuidados com a saúde suas marcas mais peculiares. Acrescentamos à crença da IASD, de que ela é a ‘verdadeira igreja remanescente do tempo do fim’” (Schünemann, 2009, p. 151). A partir da cidade de Battle Creek, em Michigan, nos Estados Unidos, a IASD rapidamente criou comunidades pelos EUA, Europa e América Latina, se beneficiando dos fluxos migratórios do século XIX e XX, conforme Schünemann, Com um pequeno número de membros e recursos limitados para a expansão, os fluxos migratórios da Europa para as Américas se demonstraram um fator muito importante, para a difusão por processos “naturais” da doutrina adventista. [...] a presença de imigrantes europeus no cone sul foi um fator importante para a inserção e expansão. Somado a isso, o êxodo rural e o acelerado processo de urbanização nas grandes cidades do chamado “Terceiro Mundo” contribuiu para o crescimento da IASD. Além do mais, a sustentação da igreja em países ricos, atualmente, se dá por fiéis migrantes que buscam manter vínculos com a igreja como forma de facilitar a sobrevivência. Presente no Brasil desde 1906, a IASD tem desenvolvido um trabalho de imprensa, educação e serviços médicos, bem como, segundo Furtado (2020), sua história e teologia demonstram abertura para o diálogo ecumênico e inter-religioso. 15 TEMA 5 – MORMONISMO E TESTEMUNHAS DE JEOVÁ É comum no Brasil, sobretudo nos centros urbanos, encontrarmos grupos de pessoas ou duplas distribuindo folhetos, revistas ou livros de cunho religiosos. São grupos minoritários no campo religioso latino-americano, mas bastante presentes no cenário das nossas cidades. São algumas “comunidades que se julgam cristãs, mas permanecem isoladas de todas as outras congregações cristãs. A maioria das igrejas cristãs as considera comunidades religiosas dotadas de um elemento cristão. Alguns estudiosos as classificam como igrejas ‘paralelas à Reforma’” (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 231). Figura 5 – Missionário Mórmon, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Crédito: A Katz/Shutterstock. 5.1 Mormonismo A imagem que temos dos mórmons, para além da arquitetura comum de seus templos, são de seus missionários, que, apesar de jovens, são designados como Elder (Ancião), costumam vestir roupa social, gravatas e camisa branca, e espalham a mensagem da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (IJCSUD). 16 Foi Joseph Smith (1805-1844), buscando a verdadeira igreja de Jesus Cristo, em 1820, quem recebeu a revelação do anjo Moroni, sobre a existência de placas douradas enterradas, as quais ele decifrou e publicou em livro dez anos depois: Livro de Mórmon. Os mórmons, como são conhecidos os seguidores, adotam o livro como sagrado e continuação do Segundo Testamento da Bíblia. O Livro de Mórmon é subdividido em vários livros com títulos como O Primeiro Nephi, O Livro de Enos etc. Seu tamanho equivale ao do Antigo Testamento. Fala dos povos indígenas da América e afirma que depois de ressuscitar Cristo se revelou a uma raça, mais tarde exterminada, que vivia na América. Vários capítulos são dedicados a revelações e profecias, dogmas e exortações; mas também a guerras e acontecimentos históricos (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 233). Conforme a BBC, a IJCSUD crê que sua igreja é uma restauração da igreja quista por Jesus, já que as outras igrejas cristãs se desviaram. A cidade de Salt Lake City, nos EUA, foi fundada por migrantes mórmons, em 1847, e se tornou o grande centro de propagação da mensagem da igreja e base de treinamento de missionários. Os mórmons acreditam que Deus tem um corpo físico, é casado e pode ter filhos. Eles também acreditam que os humanos podem se tornar deuses na vida após a morte. Os mórmons estão fortemente focados na vida familiar tradicional e nos valores. Eles se opõem ao aborto, homossexualidade, atos sexuais solteiros, pornografia, jogos de azar, tabaco, consumo de álcool, chá, café e uso de drogas. Um dos equívocos mais comuns é que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias defende a poligamia. No entanto, isso foi interrompido há mais de um século e a Igreja excomunga qualquer pessoa que o pratique (BBC). Conforme Cernadas (2009), os mórmons entram na América do Sul, no início do século XX, através da Argentina e logo chegaram ao Brasil. Em 1950, já estavam presentes em vários países da região. 5.2 Testemunhas de Jeová Outro grupo marcante em nosso imaginário são os Testemunhas de Jeová, em seu serviço porta a porta, distribuindo suas publicações sobre a Bíblia e Reino de Deus. Porém, há que se dizer que há poucos estudos sobre esse grupo religioso. Assim, olhemos algumas características sócio-históricas do surgimento e desenvolvimento das Testemunhas de Jeová. O nome vem no texto bíblico de Isaías 43: 10: “Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e 17 me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” No texto original, Senhor é YHWH, o tetragrama hebraico, cuja tradução inglesa, na Bíblia King James, era JEOVAH. Segundo o website dos Testemunhas de Jeová, a organização se origina no final do século XIX, através de círculos de estudos bíblicos, por jovens liderados por Charles Taze Russell (1852-1916), que passaram a publicar as conclusões de seus estudos na revista A Sentinela,com o objetivo de “divulgar os ensinamentos de Jesus Cristo e seguir o modelo deixado pelos cristãos do primeiro século”. Além do proselitismo porta a porta, as Testemunhas de Jeová são reconhecidos pela “objeção de consciência”. Conforme a BCC, durante as guerras que marcaram o início do século XX, Testemunhas de Jeová militaram contra o alistamento obrigatório, muitos foram presos e perseguidos no Canadá, EUA e Inglaterra. Cerca de 75% das pessoas presas por recusar pegar em armas, nos EUA, eram Testemunhas de Jeová. Também, são conhecidos por negar o procedimento médico de transfusão de sangue, não recebem e nem doam sangue. O posicionamento ético das Testemunhas de Jeová tem a Bíblia como fundamento. Entretanto, não professam uma fé trinitária, e tampouco Jesus Cristo é Deus, com o Pai e o Espírito Santo. Jeová é Deus e a esperança está em seu governo celestial. “As Testemunhas de Jeová afirmam que tanto as profecias da Bíblia como os acontecimentos mundiais indicam a iminência do reino de Deus, e que nossa geração irá testemunhar a expulsão de Satã e de todo o mal, bem como a transformação da terra num paraíso que se tornará o lar eterno dos fiéis” (Gaarder; Hellern; Notaker, 2000, p. 232). Conforme a BCC, em 2007, eram cerca de 6.9 milhões de Testemunhas de Jeová em 235 países no mundo. No Brasil, segundo a organização, são 897.056 evangelizadores, 12.531 congregações, e representam 1 Testemunha de Jeová para cada 239 habitantes. No último ano, 2020, celebraram 121.295 batizados. NA PRÁTICA Nesta aula, estudamos um pouco os grupos religiosos minoritários na América Latina. Você já conhecia alguma destas? Você sabe se há a presença delas no seu bairro ou cidade? Onde são seus principais espaços sagrados? 18 Quem são seus líderes? Quais tradições seguem? Suas comunidades são compostas por migrantes, descendentes, fiéis sem ascendência? Faça uma pesquisa, se possível, realize uma visita presencial e tente levantar essas e outras informações sobre a presença de grupos religiosos minoritários na sua região. Busque saber mais também sobre instituições com inspiração religiosa, como a Legião da Boa Vontade, que está voltada para a ação social e busca fomentar uma espiritualidade ecumênica. FINALIZANDO Nesta aula aprendemos que as religiosidades que tivemos contato nesta aula – Hinduísmo, Espiritismo, Budismo, Confucionismo, Taoísmo, Xintoísmo, Judaísmo, Islamismo, Adventismo, Mormornismo e Testemunhas de Jeová – chegaram à América Latina através dos fluxos migratórios que tiveram início na segunda metade do século XIX, e se intensificaram ao longo do século XX. Se, primeiramente, elas ficaram restritas aos grupos étnicos, após 1960 se percebe maior interesse de fiéis latino-americanos sem ascendência étnica por essas religiões, sobretudo as orientais. Também se percebe que o crescimento das cidades contribuiu para o fortalecimento da atividade missionária de grupos americanos de base ou inspiração cristã. Em suma, essas religiões têm oferecido contribuições para as sociedades em que estão presentes, bem como acolhem elementos das culturas latino-americanas, sem perder o que é próprio de suas crenças. 19 REFERÊNCIAS ASSIS, T. S. de. Neo-hinduísmo carioca: um estudo sociológico sobre um grupo de vedanta. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. BASTIDE, R. As religiões africanas no Brasil. São Paulo: Edusp, 1971. BRITISH BROADCASTING CORPORATION (BBC). BBC – Religion: Mormonism. Disponível em: <https://www.bbc.co.uk/religion/religions/mormon/>. Acesso em: 29 set. 2021. CARO, I. Identidades Islámicas Contemporáneas en América Latina. Universum, Talca, v. 22, n. 2, p. 27-39, 2007. CERNADAS, C. C. Fronteira de la imaginación religiosa: índios y mórmones em formosa oriental (Argentina). INTERAÇÕES - Cultura e Comunidade, Belo Horizonte, v. 4, n. 5, p. 129-148, 2009. FORTES LIA, C. 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