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A área das Ciências Naturais e o currículo escolar 1

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Prévia do material em texto

A área das Ciências Naturais e o currículo escolar
Prof.ª Cínthia Hoch Batista de Souza
Descrição
O currículo escolar aplicado às Ciências da Natureza de acordo com as
diretrizes apresentadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
para a educação básica brasileira.
Propósito
O conhecimento do conteúdo da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e da sua aplicação nas diferentes fases da educação básica
proporcionará o entendimento das competências que norteiam a
aprendizagem essencial, bem como da importância da readequação dos
currículos de Ciências Naturais, visando preparar os discentes para
serem atuantes e capazes de solucionar problemas diários na
sociedade em que estão inseridos.
Objetivos
Módulo 1
Princípios e valores da BNCC
Reconhecer os princípios e valores da BNCC.
Módulo 2
As Ciências da Natureza na BNCC
Identificar o conteúdo das unidades temáticas, os objetos de estudo
e as habilidades para a área de Ciências da Natureza apresentados
pela BNCC.
Módulo 3
Percurso curricular e perspectiva da
atividade discente
Relacionar o conteúdo curricular apresentado pela BNCC para a área
de Ciências da Natureza com a atividade discente.
1 - Princípios e valores da BNCC
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os princípios e
valores da BNCC.
Uma das razões para a desigualdade no ensino oferecido no Brasil
são suas grandes dimensões. Outro fator consiste em, muitas
vezes, o ensino público apresentar desvantagens em relação ao
ensino particular. A despeito dessas diferenças, há a necessidade
de preparar o estudante para as demandas da vida, de forma que o
ensino seja de fato uma etapa que forme um cidadão. Desse modo,
criou-se a Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, que é um
documento que apresenta diretrizes para a padronização do
currículo escolar nas fases da educação básica. Seu objetivo é
readequar os currículos das escolas públicas e privadas de todo o
país a um conteúdo de qualidade com aplicação prática, ofertando
ao aluno os conceitos e as ferramentas que o tornem capaz de
desenvolver habilidades que possam auxiliá-lo no seu dia a dia, na
relação interpessoal e no mercado de trabalho.
Introdução
Base Nacional Comum
Curricular - BNCC
BNCC: de�nição, histórico e implementação
No Brasil, existe um documento homologado pelo Ministério da
Educação que se chama Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A
BNCC apresenta diretrizes para que a educação básica brasileira tenha
um conteúdo comum. Ou seja, por meio do emprego desse documento,
que é obrigatório, todos os alunos do país, de escolas públicas e
privadas, independentemente de sua classe socioeconômica, etnia ou
religião, irão desenvolver as mesmas habilidades e competências
durante o seu aprendizado nos anos escolares do ensino básico.
Para entendermos a construção da BNCC, que contou com diversas
fases, vamos conversar sobre alguns marcos importantes que levaram à
homologação deste documento:
1988
Foi promulgada a Constituição
da República Federativa do
Brasil, que, no seu artigo 210, já
previa a Base Nacional Comum
Curricular, ao afirmar que, com o
objetivo de valorizar elementos
culturais e artísticos do país
(tanto em âmbito regional como
nacional), deveriam ser fixados
conteúdos mínimos para uma
formação básica.
1996
A Lei nº 9.394, também
conhecida como Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional
(LDB), determinou o acordo entre
os vários níveis de governo, para
que fossem estabelecidas
ê d
A Base Nacional Comum Curricular resulta de um processo que
compreendeu diversas etapas, com participação de educadores e
membros da sociedade, configurando um processo democrático. O
Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e a União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) também
foram instituições parceiras na elaboração da BNCC. Todos os esforços
ocorreram para que houvesse uma grande modificação na educação
básica brasileira, a fim de que todos os estudantes do território nacional
pudessem ter acesso a um conjunto de aprendizagens essenciais que
devem ser trabalhadas mediante dez competências gerais aplicadas à
educação básica.
Comentário
Após algumas versões do documento, a versão final da BNCC
correspondente às fases da educação infantil e do ensino fundamental
foi homologada em dezembro de 2017. Depois, em 14 de dezembro de
2018, a parte do documento da Base Nacional Comum Curricular com
competências e diretrizes
capazes de orientar os currículos
escolares do país.
1997
Foram consolidados os
Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN), para o ensino
fundamental (1º ao 5º ano).
Esses parâmetros determinavam
o que deveria ser referencial de
qualidade para a educação
brasileira.
2014
O Plano Nacional de Educação
reafirmou a necessidade do
estabelecimento de diretrizes
pedagógicas para a orientação
dos currículos de toda a
educação básica brasileira.
diretrizes para o ensino médio foi homologada. Dessa forma, o país
passou a contar com um documento apresentando as bases com todas
as aprendizagens previstas para todas as etapas da educação básica.
Assim, a BNCC apresenta como pontos principais:

Orientação para a elaboração dos
currículos e propostas pedagógicas
das escolas públicas e privadas do
país

Orientação de políticas para a
formação de professores, produção
de material didático e avaliação
Diante da construção da BNCC, fez-se necessária a reformulação dos
currículos escolares nas escolas de todo o país. Para isso, foi criado
pelo MEC um programa chamado Pró-BNCC. Esse programa conta com
a participação de equipes competentes para auxiliar as unidades
escolares nessa reformulação e consequente implementação da BNCC.
O prazo para as ações necessárias à implementação da BNCC no
sistema de ensino brasileiro foi estipulado em dois anos após a
homologação que ocorreu em 2017.
É importante destacar que a BNCC não é propriamente um currículo, e
sim um documento orientador para o desenvolvimento das atividades
na escola que tem como objetivo básico a promoção da equidade. Logo,
o objetivo principal é adaptar a realidade dos estudantes a uma mesma
situação, aplicando-se justiça. Podemos dizer que assim teremos um
ensino justo, uma vez que todas as escolas do país terão as mesmas
diretrizes e orientações em suas políticas educacionais e definição de
aprendizagem essencial.
Estruturação do ensino
A BNCC é um documento longo e completo que apresenta as
normativas para os currículos escolares de todas as etapas da
educação básica. É importante frisar que se entende por educação
básica todos os anos escolares que são percorridos pelos alunos
durante a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio.
A seguir, saiba mais sobre cada etapa:
Educação infantil
Na educação infantil, que é a
primeira etapa da educação
básica, a BNCC preconiza que os
alunos tenham assegurado seis
direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, que são:
conviver, brincar, participar,
explorar, expressar e conhecer-
se. A partir destes conceitos, a
BNCC apresenta os campos de
experiência, que são as etapas
nas quais as crianças podem se
desenvolver e aprender.
Ensino fundamental
Já o ensino fundamental está
dividido em cinco áreas do
conhecimento: Linguagens,
á ê d
campos de experiência
Aqui são 5 campos, a saber:
- o eu, o outro e o nós;
- corpo, gestos e movimento;
- traços, som, cores e formas;
- escuta, fala, pensamento e imaginação; e
- espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
No próximo módulo, falaremos detalhadamente sobre as áreas de
Ciências da Natureza e Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
BNCC e o ensino por competências
Como vimos, a BNCC preconiza que, ao longo dos anos da educação
básica, as aprendizagens essenciais ocorram por meio de competências
gerais. Essas competências permitem que os alunos recebam seus
direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Matemática, Ciências da
Natureza, Ciências Humanas eEnsino Religioso.
Ensino médio
Para o ensino médio, a BNCC
apresenta as seguintes áreas:
Linguagem e suas Tecnologias,
Matemática e suas Tecnologias,
Ciências da Natureza e suas
Tecnologias e Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas.
Atenção!
É importante destacar o que foi chamado de competência durante a
confecção da BNCC. Competência é a mobilização de habilidades,
atitudes, valores e conhecimentos que são utilizados para que cada
indivíduo consiga resolver e administrar as demandas que o dia a dia
nos apresenta. Assim, essas competências estão ligadas diretamente
às ações necessárias para que questões da vida cotidiana sejam
resolvidas, bem como sejam exercidas cidadania e ações no trabalho.
Assim, todas as decisões e ações pedagógicas devem ser realizadas
para o desenvolvimento de tais competências. Para isso, os alunos
devem ser orientados de forma que saibam o que devem, de fato,
“saber” e ainda mais importante: o que devem “saber fazer”.
Educação e competências
Neste vídeo, a especialista apresenta um estudo de caso no qual o
ensino por competências mostrou-se fundamental para a Educação.
Confira!
Competências para educação
básica
As competências na BNCC para educação básica
Como já sabemos, ao falarmos de educação básica — termo
fundamentado pela Lei 9.394/96, nossa LDB (Lei de Diretrizes e Bases
da Educação) mais recente — estamos nos referindo à educação infantil,
ao ensino fundamental e ensino médio. Portanto, compreender o que a
BNCC nos propõe como competências para esse nível da educação
nacional é compreender o processo sobre o qual deve estar baseada a
maior parte do ensino regular do país.

Vejamos como tais competências são apresentadas clicando na
citação:
“1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para
entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar
para a construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem
própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a
análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver
problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base
nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e
culturais, das locais às mundiais, e também participar de
práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora,
como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem
como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações,
experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de
informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe
possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho
e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações
confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de
vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo
COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
responsável em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos
outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos,
inclusivos, sustentáveis e solidários.”
(BRASIL, 2018, p. 9-10)
Perceba que essas competências apresentam uma forma diferente de
fazer com que o aluno participe das atividades de ensino-aprendizagem.
Diferentemente do ensino tradicional, no qual o aluno era apenas um
espectador de um “palestrante” (professor) em um ambiente onde não
havia interação e/ou oportunidade para que o aluno se manifestasse; o
emprego de metodologias ativas faz com que, atualmente, essa
realidade seja outra.
Atenção!
Como metodologia ativa, podemos mencionar o uso da chamada “sala
de aula invertida”, na qual o aluno é transformado em um ser atuante,
sendo ele o protagonista da construção do seu conhecimento. Nessa
situação, as competências previstas na BNCC podem ser facilmente
trabalhadas. Na sala de aula invertida, o professor não está
simplesmente demonstrando o conteúdo, mas sim instigando os
estudantes a pesquisarem sobre o referido assunto e a levarem as suas
dúvidas para a discussão em sala. O aluno é ativo e atua de forma
autônoma.
Portanto, a aplicação da BNCC aliada a essa e a outras metodologias
resulta na oferta de um ensino que atenda às demandas da vida,
preparando os alunos para serem autônomos, atuantes na sociedade e
capazes de resolver problemas do cotidiano. E é esse aluno preparado
que a sociedade atual pede!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A Base Nacional Comum Curricular é um documento normativo que
explicita as aprendizagens essenciais que devem ser desenvolvidas
por todos os alunos do território brasileiro. Com relação à aplicação
da BNCC, é correto afirmar que esse documento deve ser
implementado
Parabéns! A alternativa C está correta.
Todas as escolas do país, sejam elas privadas ou públicas, que
ofertem educação infantil, ensino fundamental e ensino médio
devem basear-se na BNCC para suas ações pedagógicas e de
ensino-aprendizagem.
Questão 2
A BNCC define que as aprendizagens essenciais devem resultar no
desenvolvimento de 10 competências gerais, sendo fundamental
identificar a importância dessas competências para a educação
básica. Nesse sentido, identifique entre as afirmativas abaixo
aquelas que caracterizam algumas dessas competências:
I - Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais,
das locais às mundiais, e também participar de práticas
diversificadas da produção artístico-cultural.
II - Utilizar diferentes linguagens — verbal (oral ou visual-motora,
como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital —, bem
como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos
que levem ao entendimento mútuo.
A apenas nas escolas particulares do país.
B apenas nas escolas públicas do país.
C em todas as escolas do país.
D apenas nas escolas de ensino fundamental.
E apenas nas escolas de ensino médio.
III - Valorizar as atividades presenciais em detrimento das
tecnologias digitais de informação, evitando assim a alienação e
promovendo uma comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares).
Das afirmativas acima, são competências gerais
Parabéns!A alternativa D está correta.
Visando a uma comunicação mais contemporânea, cujo objetivo é,
além de acessar e disseminar informações, também produzir
conhecimentos, uma das competências afirma exatamente o
contrário: compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de
informação e comunicação. A escola não pode omitir sua
responsabilidade nesse processo.
A apenas I.
B apenas II.
C apenas III.
D I e II.
E I e III.
2 - As Ciências da Natureza na BNCC
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o conteúdo das
unidades temáticas, os objetos de estudo e as habilidades para a área de
Ciências da Natureza apresentados pela BNCC.
Competências e BNCC
O que são as competências apresentadas na BNCC?
A BNCC propõe uma readequação de currículo, focando integralmente a
formação do aluno para atuar na sociedade contemporânea. Para o
aluno de hoje não basta apenas aprender; é necessário que ele aprenda
e entenda o porquê, ou seja, compreenda a aplicação do conteúdo que
está sendo trabalhado. Entender é um desafio muito maior que decorar.
Ao compreender um conteúdo, percebe-se o quanto é desnecessário e
sem aplicação o ato de decorar algo.
O entendimento signi�ca saber a importância
do conteúdo e as formas de aplicá-lo em
situações diversas, independentemente da
disciplina estudada no currículo escolar.
Assim, a proposta é formar um cidadão que, por meio de ideias e
soluções, consiga enfrentar os desafios diários, uma vez que conseguirá
levar esses conhecimentos e aplicá-los, na prática, além dos muros da
escola, das apostilas ou das aulas virtuais.
Como vimos, para que essas competências sejam trabalhadas
integralmente, a BNCC apresenta as competências gerais, que, para
cada ano do currículo escolar básico, são amplificadas no sentido de
englobarem todo o conteúdo necessário para cada fase.
Além disso, há o incentivo ao conhecimento e à valorização das
manifestações culturais, que muitas vezes, infelizmente, são vistas
como algo dispensável.
As competências básicas trazem também ao aluno o entendimento da
diversidade e da pluralidade do indivíduo trabalhando as diferentes
formas de comunicação, o exercício da empatia, o diálogo e a
cooperação, valorizando, inclusive, o ser e suas emoções.
Questões como o conhecimento e o uso de tecnologias digitais de
informação, análise crítica, argumentação, uso de informações
baseadas em fatos (e extraídas de fontes confiáveis) também é um
ponto importante das competências básicas.
As competências gerais apresentam, em linhas gerais, todos os pontos
importantes a serem detalhados como habilidades ao longo do currículo
de todos os anos da educação básica.
Novamente, é importante lembrar que a BNCC não é um texto que
apresenta o currículo pronto, mas sim as competências e habilidades
que devem ser trabalhadas com foco na aprendizagem. Neste material,
iremos detalhar essas informações relativas aos ensinos fundamental e
médio, uma vez que essas etapas da educação básica trabalham a área
de Ciências da Natureza.
Saiba mais
A educação infantil inicia o desenvolvimento dos conteúdos relativos à
área de Ciências da Natureza por meio de seus campos de experiências
e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, quando, por exemplo,
apresenta como um de seus objetivos a discussão de ações nas quais o
foco seja os cuidados com animais e plantas.
A área de Ciências da Natureza apresenta competências específicas
para o ensino fundamental e para o ensino médio, como veremos a
seguir.
Competências no ensino
fundamental
Competências, na BNCC, para o ensino de Ciências no
ensino fundamental
Na BNCC, o ensino fundamental é dividido em “anos iniciais” (1º ao 5º
ano) e em “anos finais” (6º ao 9º ano). Nesse nível de educação, há
também competências específicas, as quais devemos conhecer,
clicando na citação:
“1. Compreender as Ciências da Natureza como
empreendimento humano, e o conhecimento científico como
provisório, cultural e histórico.
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA
NATUREZA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 
2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas
explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar
processos, práticas e procedimentos da investigação científica,
de modo a sentir segurança no debate de questões científicas,
tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.
3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e
processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico
(incluindo o digital), como também as relações que se
estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer
perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da
Natureza.
4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e
culturais da ciência e de suas tecnologias para propor
alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo
aqueles relativos ao mundo do trabalho.
5. Construir argumentos com base em dados, evidências e
informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de
vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a
si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer
natureza.
6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de
informação e comunicação para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver
problemas das Ciências da Natureza de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética.
7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar,
compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar
e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das
Ciências da Natureza e às suas tecnologias.
8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para
tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e
socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com
base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e
solidários.”
(BRASIL, 2018, p. 324)
Para que essas competências sejam trabalhadas, a BNCC apresenta
três unidades temáticas que contemplam os conteúdos necessários
para o estudo de Ciências no ensino fundamental:
Matéria e energia
Vida e evolução
Terra e Universo
Para cada ano do ensino fundamental (iniciais e finais), essas unidades
temáticas se repetem. No entanto, os objetos de conhecimento e as
habilidades se adequam ao ano escolar em questão, de modo que os
conteúdos abordados apresentem maior complexidade a cada ano do
ensino fundamental.
Competências especí�cas de
Ciências da Natureza para o
ensino fundamental
Veja, a seguir, as competências específicas das Ciências da Natureza e
sua importância para a Ciência Escolar.
Unidades temáticas no
ensino fundamental
Unidades temáticas, na BNCC, para o ensino de Ciências no
ensino fundamental
Os assuntos relacionados às unidades temáticas são subdivididos em
tópicos organizados como objetos de conhecimento. A partir dessa
organização, a BNCC apresenta as habilidades que permeiam muitas
outras áreas do conhecimento, como Filosofia, Química, Física,
Matemática, Engenharia e Astronomia, isso para citar apenas algumas.
No caso das Ciências da Natureza, são apresentadas três unidades
temáticas, conforme você já conhece. Clique em cada unidade e saiba
mais sobre elas:
“A unidade temática Matéria e energia contempla o estudo de
materiais e suas transformações, fontes e tipos de energia
utilizados na vida em geral, na perspectiva de construir
conhecimento sobre a natureza da matéria e os diferentes usos
da energia. Dessa maneira, nessa unidade estão envolvidos

Matéria e energia 
estudos referentes à ocorrência, à utilização e ao processamento
de recursos naturais e energéticosempregados na geração de
diferentes tipos de energia e na produção e no uso responsável
de materiais diversos. Discute-se, também, a perspectiva
histórica da apropriação humana desses recursos, com base, por
exemplo, na identificação do uso de materiais em diferentes
ambientes e épocas e sua relação com a sociedade e a
tecnologia.
(BRASIL, 2018, p. 325)
“A unidade temática Vida e evolução propõe o estudo de
questões relacionadas aos seres vivos (incluindo os seres
humanos), suas características e necessidades, e a vida como
fenômeno natural e social, os elementos essenciais à sua
manutenção e à compreensão dos processos evolutivos que
geram a diversidade de formas de vida no planeta. Estudam-se
características dos ecossistemas, destacando-se as interações
dos seres vivos com outros seres vivos e com os fatores não
vivos do ambiente, com destaque para as interações que os
seres humanos estabelecem entre si e com os demais seres e
elementos não vivos do ambiente. Aborda-se, ainda, a
importância da preservação da biodiversidade e como ela se
distribui nos principais ecossistemas brasileiros.”
(BRASIL, 2018, p. 326)
“Na unidade temática Terra e Universo, busca-se a compreensão
de características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos
celestes — suas dimensões, composições, localizações,
movimentos e forças que atuam entre eles. Ampliam-se
experiências de observação do céu, do planeta Terra,
particularmente das zonas habitadas pelo ser humano e demais
seres vivos, bem como de observação dos principais fenômenos
celestes. Além disso, ao salientar que a construção dos
conhecimentos sobre a Terra e o céu se deu de diferentes
formas em distintas culturas ao longo da história, explora-se a
riqueza envolvida nesses conhecimentos, o que permite, entre
outras coisas, maior valorização de outras formas de conceber o
Vida e evolução 
Terra e Universo 
mundo, como os conhecimentos próprios dos povos indígenas
originários.”
(BRASIL, 2018, p. 328)
Para cada ano do ensino fundamental, e a partir de cada uma das
unidades temáticas (UT), a BNCC apresenta os objetos de
conhecimento (OC) e suas respectivas habilidades. Por exemplo, para o
primeiro ano do ensino fundamental (1º EF), na UT Terra e Universo, é
apresentado o OC: Escala de Tempo. E para atingir a compreensão
desse conteúdo, propõem-se como habilidades tanto a identificação
como nomeação de cada período diário, como também dias, semanas,
meses e anos e, além disso, a capacidade de identificar como essa
sucessão interfere no cotidiano dos indivíduos e de outros seres vivos.
As habilidades propostas para cada objeto de conhecimento estão
dispostas em nove tabelas, uma para cada ano de ensino fundamental.
No entanto, é importante destacarmos que todas as
habilidades estão ligadas a processos de investigação,
para que o aluno tenha a oportunidade de entrar em
contato com assuntos que possam resultar em estudo,
curiosidade, raciocínio lógico, desenvolvimento do
raciocínio crítico e, por fim, na construção do
conhecimento.
Especificamente nos dois anos iniciais, as habilidades de Ciências estão
voltadas para o contexto de letramento científico. Dessa maneira, o
aluno já terá acesso a um conteúdo que o permita observar e interpretar
o mundo a sua volta tomando como base os conhecimentos científicos
aprendidos.
Atenção!
No ensino médio não é diferente: a linguagem científica está presente e
os alunos são instigados a comunicarem suas descobertas a diferentes
tipos de público, em variados contextos.
O que chamamos de letramento científico, portanto, nada mais é do que
um recurso que é aprendido pelos alunos e que os auxiliará em sua
atuação como cidadãos durante as tomadas de decisões, para que elas
sejam fundamentadas e carregadas de responsabilidade social perante
a sociedade como um todo. A comunicação dessas informações faz
parte de sua responsabilidade junto aos demais.
Competências no ensino
médio
Competências, na BNCC, para o ensino de Ciências no
ensino médio
A etapa da educação básica no Brasil chamada ensino médio tem como
objetivo fornecer para a sociedade cidadãos críticos, autônomos e
pensantes que tenham, a partir de vivências práticas na escola,
condições de enfrentar a sociedade e os desafios que ela impõe em
vários aspectos, como sociais, ambientais e econômicos.
Sendo assim, o ensino médio não se refere apenas aos anos escolares
que conectam o aluno ao término da educação básica, como muitos
assim pensam. Seu maior objetivo, visando ao aprofundamento e à
ampliação da formação integral do indivíduo, é auxiliá-lo na construção
do seu projeto de vida. Tudo isso considerando sempre os princípios
essenciais da convivência social:
Justiça
Ética
Cidadania
Tratando especificamente da área de Ciências da Natureza, no ensino
médio, a BNCC propõe que os alunos desenvolvam habilidades relativas
à investigação de assuntos tanto sobre o mundo natural como o
tecnológico, focando também o cuidado com o outro e consigo, além de
questões ligadas à sustentabilidade e à cidadania. Dessa forma, por
meio das proposições para a área de Ciências da Natureza e suas
Tecnologias, o aluno é conduzido para o detalhamento do conteúdo
abordado nos anos do ensino fundamental na área de Ciências da
Natureza:
1
“Analisar fenômenos naturais e
processos tecnológicos, com
base nas interações e relações
entre matéria e energia, para
propor ações individuais e
coletivas que aperfeiçoem
processos produtivos,
minimizem impactos
socioambientais e melhorem as
condições de vida em âmbito
local, regional e global.” (BRASIL,
2018, p. 553)
2
“Analisar e utilizar interpretações
sobre a dinâmica da Vida, da
Terra e do Cosmos para elaborar
argumentos, realizar previsões
sobre o funcionamento e a
evolução dos seres vivos e do
Universo, e fundamentar e
defender decisões éticas e
responsáveis.” (BRASIL, 2018, p.
553)
3
“Investigar situações-problema e
avaliar aplicações do
conhecimento científico e
tecnológico e suas implicações
no mundo, utilizando
procedimentos e linguagens
próprios das Ciências da
Natureza, para propor soluções
que considerem demandas
locais, regionais e/ou globais, e
d b
Veja que todo o conteúdo apresentado pela BNCC nas competências
específicas apresenta uma progressão entre os diferentes anos da
educação básica. Ao chegar ao ensino médio, o aluno se depara com
competências que o instigam a pensar e analisar de maneira crítica as
diferentes situações envolvendo a vida, o ser humano e o ambiente
como um todo. Os assuntos apresentam uma maior profundidade,
porém, são lineares entre essas duas etapas da educação básica.
No próximo módulo, vamos explorar um pouco mais a prática da BNCC
pelo discente.
comunicar suas descobertas e
conclusões a públicos variados,
em diversos contextos e por
meio de diferentes mídias e
tecnologias digitais de
informação e comunicação
(TDIC).” (BRASIL, 2018, p. 553)
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A readequação do currículo proposta pela BNCC tem como objetivo
Parabéns! A alternativa C está correta.
A readequação do currículo escolar é voltada para todas as escolas
brasileiras que ofertem a educação básica, a fim de que haja um
corpo mínimo de conteúdos nas escolas de todo o país, mas sem
eliminar a chamada parte específica do currículo, valorizando o
regionalismo. Nesse sentido, embora não busque a padronização
do currículo brasileiro com o que é lecionado em outros países,
A alterar o conteúdo de disciplinas específicas.
B
padronizar o currículo escolar de acordo com o
conteúdo de outros países.
C
readequar o currículo escolar visando à formação
do estudante, para que ele seja preparado para atuar
no cotidiano da sociedade em que vive.
D alterar o currículo das escolas públicas.
E alterar o currículo das escolas privadas.
pode buscar experiências internacionais que tenham sido positivas
nesse mesmo processo de readequação.Questão 2
São áreas temáticas definidas pela BNCC como necessárias ao
estudo de Ciências no ensino fundamental
Parabéns! A alternativa D está correta.
As três unidades temáticas que abrangem todo o conteúdo
necessário para o estudo de Ciências nos nove anos do ensino
fundamental são as descritas na alternativa D. Elas trazem um
aprofundamento conforme cada ano. As demais alternativas
apresentam palavras que não conferem com as reais áreas
temáticas descritas na BNCC.
A Matéria e água; Vida e energia; e Terra e Universo.
B
Matéria e meio ambiente; Vida e evolução; e Terra e
Universo.
C
Meio ambiente e água; Vida e desenvolvimento; e
Terra e água.
D
Matéria e energia; Vida e evolução; e Terra e
Universo.
E
Matéria e energia; Vida e ambiente; e Planetas e
universo.
3 - Percurso curricular e perspectiva da atividade
discente
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar o conteúdo curricular
apresentado pela BNCC para a área de Ciências da Natureza com a
atividade discente.
Grade curricular e per�l
educacional
Readequação curricular: mudanças no per�l de discentes e
docentes?
Como vimos, a BNCC propõe um currículo escolar diferente do que era
praticado na educação básica até então.
Quando falamos de currículo diferente, referimo-nos a
uma readequação que traz melhorias para o ensino,
afetando diretamente não só o aluno, mas também o
docente.
As habilidades propostas pela BNCC, e aqui vamos focar novamente as
áreas de Ciências da Natureza (ensino fundamental) e Ciências da
Natureza e suas Tecnologias (ensino médio), requerem que o aluno
participe ativamente do processo de ensino-aprendizagem mediante o
entendimento da necessidade real de aprender os conteúdos propostos
em cada fase desses anos escolares.
Para que isso ocorra, o professor deve ser um mediador e trabalhar
junto com esse aluno, orientando suas atividades, porém sempre o
instigando a ser um protagonista do processo. Importante lembrar que a
etapa de letramento científico é o início para que essa atuação se dê
baseada em evidências científicas, de forma que o aluno, além de
compreender, também possa ser um disseminador de informações
baseadas na verdade e na comprovação.
Veja que essa adequação não é muito simples de acontecer, visto que o
modelo “professor palestrante” e “aluno ouvinte” se fez presente por
muitos anos na educação brasileira.
Por esse motivo, a BNCC também apresenta como um de seus pontos
principais a orientação de políticas para a formação de professores,
dada a necessidade de o professor compreender seu papel de mediador,
auxiliando e instruindo o aluno na construção do conhecimento, que
começa antes da aula, na pesquisa sobre o assunto a ser tratado, e
continua na aplicação prática do que se aprendeu.
Dessa forma, o professor mediador faz do aluno um
ser pensante e protagonista do seu desenvolvimento
escolar, e essa metodologia apresentada — a sala de
aula invertida — é uma das ferramentas que auxiliam
nesse processo.
A proposta da BNCC foi pensada, discutida, revisada e, por fim,
homologada com o propósito de ofertar a todos os alunos da educação
básica um currículo capaz de torná-los cidadãos que possam agir na
sociedade transformando o meio em que vivem, com o auxílio de um
professor mediador.
Como exemplo disso, no âmbito do ensino médio, temos dois pontos de
destaque, acrescido às já citadas unidades temáticas:
A contextualização social, histórica
e cultural da ciência e da tecnologia
é fundamental para que elas sejam
compreendidas como
empreendimentos humanos e
sociais. Na BNCC, portanto, propõe-
se também discutir o papel do
conhecimento científico e
tecnológico na organização social,
nas questões ambientais, na saúde
humana e na formação cultural, ou
seja, analisar as relações entre
ciência, tecnologia, sociedade e
ambiente. Os processos e práticas
de investigação merecem também
destaque especial nessa área.
Assim, a dimensão investigativa das
Ciências da Natureza deve ser
enfatizada no Ensino Médio,
aproximando os estudantes dos
procedimentos e instrumentos de
investigação, tais como: identificar
problemas, formular questões,
identificar informações ou variáveis
relevantes, propor e testar
hipóteses, elaborar argumentos e
explicações, escolher e utilizar
instrumentos de medida, planejar e
realizar atividades experimentais e
pesquisas de campo, relatar, avaliar
e comunicar conclusões e
desenvolver ações de intervenção, a
partir da análise de dados e
informações sobre as temáticas da
área.
(BRASIL, 2018, p. 549-550)
Perceba como essa autonomia e protagonismo do aluno são esperados,
no sentido do desenvolvimento de uma educação cada vez mais
contextualizada à realidade — local e global — em que se está inserido.
Sendo assim, a dúvida que aparece no tópico que deu início a esta
discussão está sanada:
Sim! Tanto discentes como docentes precisam
atuar de forma diferente do que se praticava
para que a BNCC seja de fato um sucesso na
educação básica.
Habilidades BNCC na prática
Exemplo de aplicação prática de uma habilidade BNCC
Neste tópico, vamos exemplificar uma das habilidades da área de
Ciências da Natureza e suas Tecnologias e pensar em como o discente
pode transformar esse conteúdo em ação na sociedade.
Para isso, vamos nos ater à seguinte competência:
Uma das habilidades relacionadas a essa competência é:
Interpretar textos de divulgação
científica que tratem de temáticas
das Ciências da Natureza,
disponíveis em diferentes mídias,
considerando a apresentação dos
dados, tanto na forma de textos
como em equações, gráficos e/ou
tabelas, a consistência dos
argumentos e a coerência das
conclusões, visando construir
estratégias de seleção de fontes
confiáveis de informações.
(BRASIL, 2018, p. 559)
A Tecnologia da Informação está presente em todos os âmbitos da vida
moderna e está totalmente integrada ao nosso cotidiano. Vivemos uma
época na qual recebemos diariamente uma quantidade muito grande de
informações, numa velocidade ainda maior, por variados meios de
divulgação que são acessíveis à maioria da população. Assim, cada vez
que um assunto se torna “a bola da vez”, a informação chega a todos de
forma praticamente imediata. Em outras palavras, atualmente, a
propagação de informações e a necessidade de estarmos a par de tudo
são realidades.
Restringindo essa questão à área de Ciências da Natureza, os assuntos
são os mais variados, envolvendo temas relevantes para a manutenção
e o cuidado da vida em todos os aspectos.
Exemplo
Meio ambiente e saúde são dois macrotemas que se subdividem em
uma quantidade praticamente infinita de outros temas, como poluição,
conservação de alimentos, exercícios físicos, uso de plantas medicinais,
uso de medicamentos, descoberta de novos fármacos, qualidade de
vida, contaminação, preservação de animais em extinção, síndromes
genéticas, questões relacionadas ao DNA humano, transmissão de
doenças, entre muitos outros assuntos.
Lembrando das competências gerais definidas pela BNCC, destacamos
que a sociedade deve ser transformada pelas ações provenientes da
educação.
Voltando à competência que escolhemos para exemplo neste módulo,
imagine tudo que um aluno dotado de informação científica pode fazer
em prol da população, mediante o uso de diferentes mídias e
tecnologias digitais de informação e comunicação, com a disseminação
de informação com qualidade e veracidade sobre qualquer assunto. A
gama de possibilidades é imensa:
Veiculação de vídeos desmitificando mensagens falsas, elaboração de
jogos on-line para aprendizagem de determinados conteúdos e
explicação de efeitos de vacinas e medicamentos.
Produção de infográficos demonstrando a ação humana sobre o meio
ambiente e suas consequências (poluição, morte de animais, extinção
de plantas, contaminação de rios e alimentos etc.).
Veiculação de vídeos mostrando à população como se dá a fabricação
de determinado alimento ou medicamento.
Esses são apenas alguns exemplos de assuntos da grande área,
Ciências,que estão presentes no dia a dia da população e que poderiam
enriquecer as pessoas com informação científica de qualidade por meio
de uma linguagem acessível.
Habilidade BNCC na prática
Confira, no vídeo a seguir, um estudo de caso em que é aplicada uma
habilidade BNCC ao ensino de Ciências no âmbito escolar.
Conhecimento cientí�co e
senso comum
Toda informação cientí�ca é superior ao senso comum?
Já percebemos quão imprescindível é que as informações veiculadas
sejam analisadas criticamente, uma vez que podem ser danosas à
população e/ou ao ambiente no qual estão inseridas (e aqui estamos
falando de riscos reais, inclusive de morte). Infelizmente, sabemos que
as informações são veiculadas muito mais rapidamente e, em sua
maioria, não são averiguadas.
Exemplo
Você já deve ter recebido alguma mensagem “receitando” o uso de
determinado chá para obter a cura milagrosa de alguma doença, não?
Pois é! Estamos nos referindo ao envio de informações falsas ou ao

menos sem qualquer validade verificável, um ato tão recorrente no
nosso mundo atual.
Atenção!
Se estamos falando em conhecimento científico, uma de suas máximas
é exatamente a dúvida, a investigação, e não a definição de que
determinado conhecimento é falso ou inútil apenas por não se
enquadrar em determinados parâmetros. Vale lembrar (ARGENTA, 2011)
que antes da chamada “ciência moderna”, a apropriação de plantas para
uso terapêutico foi — e ainda continua sendo, em muitas regiões, mundo
afora — fundamental para o desenvolvimento da própria alopatia. Por
isso, é necessário que sejam mantidos os diálogos entre esse
conhecimento natural, milenar, e os procedimentos científicos
contemporâneos.
E aí está um grande motivo pelo qual o aluno deve aprender a ter
discernimento, análise crítica e saber argumentar sobre os variados
temas que são trabalhados na área de Ciências da Natureza,
especialmente aqueles que se relacionam com o bem-estar e
manutenção da vida.
Uma atitude de não rejeitar imediatamente um conhecimento de senso
comum é também uma atitude científica. O discente que “aprende a
pensar” certamente terá uma visão diferente ao se deparar com uma
informação que lhe pareça estranha ou perigosa. Esse senso é
necessário para que as informações sejam avaliadas, e assim o aluno
terá a ideia de que deve pensar a respeito e, muitas vezes, até mesmo
procurar mais informações, em fontes confiáveis, que ele também terá
aprendido a selecionar e usar.
Enfim, durante a construção da BNCC, o que se desejou foi a obtenção
de um documento que pudesse nortear o ensino básico no Brasil, bem
como uma diretriz que conduzisse o aluno a desenvolver de fato as
habilidades propostas e a aplicá-las em sua vida e também na de outras
pessoas.
Assim, esse aluno passa a ser uma ponte entre o conhecimento e sua
aplicação na sociedade, a qual, por vezes, é extremamente carente de
informações verdadeiras, necessitando de explicações com linguagem
acessível e de ações que possam realmente agregar.
O aluno preparado pela readequação do currículo da educação básica
terá plenas condições de ser esse elo entre a sociedade e a
disseminação da informação. Ele não será simplesmente um aluno que
desenvolve suas atividades escolares (em sala de aula física, em aulas
do ensino a distância, em uma visita técnica, viagem ou em uma aula
prática em laboratório). Ele será de fato um agente transformador de
vidas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(Concurso de Pedagogia - 2014 - adaptada/ Prefeitura de Belo
Monte do Sul/RS). Sabemos que o currículo tem como uma de suas
metas básicas o domínio da leitura e da escrita para empregá-las
no desenvolvimento pessoal e profissional, na convivência, no
contexto sociocultural e no pleno exercício da cidadania. Mas
também devemos estar atentos para o fato de que hoje é
necessário que o currículo abarque os letramentos digitais e
midiáticos de modo que crianças, jovens e adultos possam ler,
escrever e aprender empregando múltiplas linguagens de
comunicação e de expressão propiciadas pelas Tecnologias
Digitais de Informação e Comunicação (TDIC).
Nesse sentido, no contexto das competências e habilidades, afirma
a BNCC:
I - Investigar situações-problema e avaliar aplicações do
conhecimento científico e tecnológico e suas implicações no
mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das
Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem
demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas
descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos
contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de
informação e comunicação (BRASIL, 2018, p. 553).
II - Interpretar textos de divulgação científica que tratem de
temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes
mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de
textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência
dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir
estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações
(BRASIL, 2018, p. 559).
Das afirmativas acima,
A ambas são competências definidas pela BNCC.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Mais que apenas memorizar o que são competências e habilidades,
é fundamental perceber a integração entre elas. Cada uma das três
competências específicas das Ciências da Natureza para o ensino
médio possui também habilidades específicas. No caso acima, a
afirmativa I é uma competência que possui dez habilidades. A
afirmativa II é uma dessas habilidades e está plenamente integrada
ao que se espera do aluno ao adquirir esse determinado conteúdo.
Questão 2
Considerando o perfil do aluno que irá se formar mediante a
implementação dos currículos readequados pela BNCC, podemos
afirmar que a área de Ciências da Natureza tem como um de seus
objetivos
B
a I é competência e a II é habilidade, ambas
definidas pela BNCC.
C
a I é habilidade e a II é competência, ambas
definidas pela BNCC.
D ambas são habilidades definidas pela BNCC.
E
a I é habilidade do ensino fundamental e a II é
competência do ensino médio, ambas definidas pela
BNCC.
A fazer com que o aluno decore fórmulas.
B
instigar o aluno a extrapolar as atividades e os
conteúdos (teórico e prático) para a sua vivência
diária.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A área de Ciências da Natureza apresenta conteúdos teórico-
práticos que, diante da BNCC, devem apresentar sentido ao aluno e
às suas vivências, sendo correlacionados com outras áreas do
conhecimento. Da mesma forma, não faz mais sentido apresentar
conteúdos apenas para serem decorados, sem aplicação.
Considerações �nais
Como vimos, a BNCC é um documento normativo, elaborado com
cuidado por pessoas habilitadas, visando a uma melhoria significativa —
e definitiva — no ensino da educação básica no Brasil. Nesse sentido,
esse documento traz diretrizes para a readequação dos currículos
escolares.
O principal objetivo da BNCC é apresentar, para todas as escolas do
país, sejam elas particulares ou públicas, uma proposta de currículo que
trabalhe a aprendizagem dos alunos por meio de competências,
focando o desenvolvimento de habilidades que farão desses estudantes
cidadãos preparados para atuarem na sociedade em que vivem. Falando
especificamente da área de Ciências da Natureza, o contexto proposto
para os ensinos fundamental e médio apresenta ao aluno as
ferramentas para que ele seja um ser curioso e investigativo, que tenha
cuidado próprio, com o outro e com o ambiente que o cerca. Essas
C
ofertar ao aluno experiências laboratoriais sem
conexão com a vida cotidiana.
D
não correlacionar diferentes áreas e seus conteúdos
com as Ciências da Natureza.
E
fazer com que o aluno tenha qualquer tipo de fonte
como base para a busca da informação.
questões já começam a ser trabalhadas na educação infantil mediante
os campos de experiências.
Dessa forma, a escola — seja a sala deaula física, a webaula, a aula
híbrida etc.— se apresenta como um verdadeiro ambiente colaborativo
no sentido de formar cidadãos prontos para atuarem na sociedade.
A importância das Ciências
Naturais para a educação
escolar
Saiba, a partir da experiência da especialista, a importância das Ciências
Naturais para a educação escolar.

Explore +
• No site do Ministério da Educação você encontra conteúdos
complementares acerca da BNCC. Confira:
- Consulte a própria Base Nacional Comum Curricular, na íntegra. Você
pode explorar a BNCC de diversas formas: arquivo em PDF, planilha ou
navegando pelo documento. Você pode acessar as tabelas elaboradas
com as habilidades propostas para cada uma das três competências
para as Ciências Naturais.
- No campo de busca, pesquise por BNCC e mantenha-se informado
sobre tudo que está acontecendo em relação à sua implementação.
• No Portal Movimento pela Base, no YouTube, você encontra diversos
conteúdos acerca da BNCC. Merecem destaque os seguintes vídeos:
- Ciências da Natureza na BNCC.
- Seminário 3 anos BNCC da Educação Básica.
• A Olimpíada Nacional de Ciências, organizada pelo Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovações, acontece desde 2016 e é um
importante instrumento de incentivo e divulgação da Ciência Escolar em
nosso país. Vale conhecer!
Referências
ARGENTA, S. et al. Plantas medicinais: cultura popular versus ciência.
Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI, v. 7, n. 12, p. 51-60,
maio 2011.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília, 2018.
CABRAL, A. L. T.; LIMA, N. V.; ALBERT, S. TDIC na educação básica:
perspectivas e desafios para as práticas de ensino da escrita. Trabalhos
em Linguística Aplicada, v. 58, n. 3, p. 1134-1163, 2019.
FILIPE, F. A.; SILVA, D. S.; COSTA, A. C. Uma base comum na escola:
análise do projeto educativo da Base Nacional Comum Curricular.
Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 29, n. 112, p. 783-
803, 2021.
GALIAN, C. V. A.; PIETRI, E.; SASSERON, L. H. Modelos de professor e
aluno sustentados em documentos oficiais: dos PCNs à BNCC.
Educação em Revista, v. 37, e25551, 2021.
LOVATO, F. L. et al. Metodologias ativas de aprendizagem: uma breve
revisão. Acta Scientiae, v. 20, n. 2, p. 154-171, 2018.
PINTO, S. N. S.; MELO, S. D. G. Mudanças nas políticas curriculares do
ensino médio no Brasil: repercussões da BNCCEM no currículo mineiro.
Educação em Revista, v. 37, e34196, 2021.
SCHUARTZ, A. S.; SARMENTO, H. B. M. Tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDIC) e processo de ensino. Revista
Katálysis, v. 23, n. 3, p. 429-438, 2020.
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