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O PAPEL DA LITERATURA NO ENSINO PARA JOVENS E ADULTOS DO ENSINO MÉDIO_ COMO AS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS E DE COMUNICAÇÃO AJUDAM NESTE PROCESSO versão final e completa

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UNIP - Universidade Paulista
Campus: Serra Negra
Curso: Letras (Português/Inglês)
O PAPEL DA LITERATURA NO ENSINO PARA JOVENS E ADULTOS DO ENSINO
MÉDIO: COMO AS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS E DE COMUNICAÇÃO
AJUDAM NESTE PROCESSO
Vivian Rodrigues Carneiro Fazolin RA 2008498
Serra Negra
2023
Vivian Rodrigues Carneiro Fazolin - 2008498
O PAPEL DA LITERATURA NO ENSINO PARA JOVENS E ADULTOS DO ENSINO
MÉDIO: COMO AS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS E DE COMUNICAÇÃO
AJUDAM NESTE PROCESSO
Pré-Projeto de Pesquisa apresentado a UNIP
Interativa - Polo Serra Negra - SP - Curso de
Letras (Português/Inglês), como requisito para
elaboração de Trabalho de Curso sob a
orientação da professora Simone Gonzalez.
Serra Negra
2023
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido e meus
três filhos, ao qual tive apoio incondicional em
toda a minha graduação, assim como sogra,
irmãos(as), sobrinhos(as), cunhado(as),
tios(as), entre outras pessoas que me
ajudaram sendo minha rede de apoio em todo
tempo que precisei me ausentar para
realização desta graduação e todas as
atividades que relacionadas a esta.
AGRADECIMENTOS
Aos meus queridos alunos, em especial aos do
Ensino de Jovens e Adultos, ao qual tive a
chance de conhecer este ano e lecionar antes
mesmo de ter finalizado minha licenciatura,
pois sem eles este trabalho não se realizaria.
À minha professora e orientadora Simone
Gonzalez, pelas orientações e correções que
me permitiram alcançar um melhor
desempenho neste trabalho. A todos que
participaram, direta ou indiretamente do
desenvolvimento deste trabalho, enriquecendo
o meu processo de aprendizado. E ao Curso
de graduação de Letras Português/Inglês da
Universidade Paulista, como a todas as
pessoas que convivi nesses espaços ао longo
desses 4 anos.
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................... 6
ABSTRACT................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO...............................................................................................8
Capítulo I: A Educação de Jovens e Adultos (EJA)..................................... 11
Capítulo II - A Literatura e os direitos humanos...........................................14
Capítulo III - Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs). 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 25
6
RESUMO
Este presente trabalho propõe uma análise da interseção entre literatura,
tecnologia e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ao longo dos anos, o processo
de ensino e aprendizagem tem evoluído, sendo influenciado pelo avanço
tecnológico. O trabalho visa compreender como as competências tecnológicas,
preconizadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), podem ser integradas
de forma significativa no contexto da EJA. Destaca-se a importância da literatura
como elemento formativo, crucial para a humanização e desenvolvimento pessoal. A
pesquisa centra-se na relevância da literatura na formação de sujeitos, conforme
defendido por Antonio Candido, e na necessidade de abordar a alfabetização e o
letramento digital. A literatura, muitas vezes associada apenas à língua escrita, é
aqui ampliada para incluir diversas formas de expressão, como filmes, séries,
podcasts, e outras mídias digitais.O currículo diferenciado da EJA é considerado,
reconhecendo que muitos alunos podem não ter tido contato com obras literárias
significativas. O estudo propõe investigar como novas ferramentas tecnológicas
podem despertar o interesse dos estudantes pela literatura e aumentar o acesso às
obras, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e profissional. A metodologia
empregada será uma pesquisa bibliográfica ou documental, seguindo uma
abordagem qualitativa. A coleta de dados incluirá livros teóricos, teses, dissertações,
artigos e outras fontes secundárias. Nas aulas, recursos tecnológicos serão
utilizados para auxiliar na compreensão das obras literárias, explorando como a
tecnologia pode facilitar o aprendizado. Por fim, o estudo se justifica pela
necessidade de oferecer subsídios relevantes para o ensino na EJA, alinhando-se
às competências tecnológicas da BNCC. Espera-se que os resultados contribuam
para uma compreensão mais aprofundada da relação entre literatura e tecnologia,
proporcionando insights valiosos para educadores e promovendo uma abordagem
mais eficaz no processo de ensino e aprendizagem na EJA.
Palavras-chaves: Literatura, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Competências
Tecnológicas, Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs)
7
ABSTRACT
This present academic work proposes an analysis of the intersection
between literature, technology, and Adult and Youth Education (EJA). Over the
years, the teaching and learning process has evolved, influenced by technological
advancements. The work aims to understand how technological competencies,
advocated in the National Common Curriculum Base (BNCC), can be integrated
meaningfully into the context of EJA. The importance of literature as a formative
element, crucial for humanization and personal development, is emphasized. The
research focuses on the relevance of literature in shaping individuals, as
advocated by Antonio Candido, and the need to address digital literacy and
literacy. Literature, often associated only with written language, is expanded here
to include various forms of expression, such as films, series, podcasts, and other
digital media. The differentiated curriculum of EJA is considered, recognizing that
many students may not have had contact with significant literary works. The study
proposes to investigate how new technological tools can spark students' interest in
literature and increase access to works, contributing to personal and professional
development. The methodology employed will be a bibliographic or documentary
research, following a qualitative approach. Data collection will include theoretical
books, theses, dissertations, articles, and other secondary sources. In classes,
technological resources will be used to assist in the understanding of literary
works, exploring how technology can facilitate learning. Finally, the study is
justified by the need to provide relevant subsidies for teaching in EJA, aligning with
the technological competencies of the BNCC. It is expected that the results will
contribute to a deeper understanding of the relationship between literature and
technology, providing valuable insights for educators and promoting a more
effective approach in the teaching and learning process in EJA.
Key-words: Literature, Adult and Youth Education (EJA), Technological
Competencies, Digital Information and Communication Technologies (TDICs)
8
INTRODUÇÃO
Não há dúvidas que, ao longo dos anos, o processo de ensino e
aprendizagem tem sido modificado. Notamos que, com o avanço da tecnologia nos
últimos anos, o trabalho do professor ampliou-se e além do conhecimento
acadêmico relacionado à sua área de formação e sua formação contínua, algumas
competências evidenciaram-se como as que auxiliam no desenvolvimento de novas
metodologias ativas, fazendo assim que os alunos sejam despertados, obtendo-se
maior interesse e engajamento. Juntamente a essas novas tecnologias, vieram
outras necessidades como a de alfabetização e o letramento digital. Diante das
competências apresentadas, na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), estas
não devem ser incorporadas somente como meio ou suporte, contudo que os alunos
venham a aprender como utilizá-las, de maneira a adquirirem conhecimento através
delas e se desenvolvam profissionalmente e pessoalmente, segundo o MEC (antes
denominado Ministério da Educação e Cultura, e hoje, só Ministério da Educação.
A literatura, por sua vez, tem o papel na formação decada sujeito, fazendo
com que nos tornemos mais humanos ao entrar em contato com ela. Assim como os
direitos básicos, a literatura está posta ao lado de necessidades básicas como
alimentação, moradia, saúde, etc, como Antonio Candido defendeu. Cada um de
nós, universitários, ou a maioria, já fomos expostos a um livro quando criança. Por
menor que tenha sido este livro, entendemos que ali havia um conteúdo a ser
descoberto. Este que nos trouxe uma aprendizagem e uma competência literária.
Muito discutida desde sua concepção entre os teóricos linguísticos, a teoria literária
avançou, ao longo dos anos, quando compreendido que, para adquiri-la, é
necessário que seja aprendida dentro de um contexto histórico e cultural, segundo
cita Colomer (2002).
Apesar da Educação para Jovens e Adultos ter um currículo diferenciado dos
demais da educação regular, a literatura deve ser um tema de atenção nesta
modalidade de ensino, já que muitos alunos, provavelmente, ainda não tiveram
contato com as principais obras escritas em língua portuguesa ou estrangeira
(inglesa), sejam elas canônicas ou não. A importância destes dois temas aplicados a
esta modalidade de ensino faz com que esta pesquisa tenha relevância no ensino
9
na área de Linguagens e suas tecnologias (Língua Portuguesa, Arte, Educação
Física, Língua Inglesa, assim como Tecnologia e Inovação).
Os capítulos a serem desenvolvidos neste trabalho de curso serão:
Capítulo I: A educação de Jovens e Adultos (EJA), Capítulo II: A literatura e os
Direitos Humanos e no Capítulo III: As Tecnologias Digitais da Informação e
Comunicação (TDICs)
Pretende-se, ao longo da pesquisa, verificar a relação existente entre
literatura e tecnologia.
O papel da literatura parece estar sendo deixado de lado, já que, muitas
vezes, esses dois temas diferenciam-se pela sua dinâmica e abordagem. A
pesquisa estará voltada em relatar como os estudantes podem ter maior interesse
nesta disciplina quando utilizadas novas ferramentas tecnológicas digitais e de
comunicação.
● Ampliar o conhecimento das obras literárias através da utilização das novas
tecnologias digitais e de comunicação.
● Demonstrar o aumento do interesse dos estudantes em obras literárias.
● Destacar a importância da literatura, não somente no ambiente escolar, mas
no cotidiano dos estudantes.
● Aumentar o acesso às obras literárias através do aprendizado adquirido em
sala de aula pelos alunos.
Levando em consideração o que foi exposto na parte introdutória, este
trabalho se justifica no sentido de proporcionar subsídios relevantes em relação ao
estudo do papel da literatura no ambiente escolar voltado ao Ensino de Jovens e
adultos, essencialmente aos alunos do Ensino Médio, já que a disciplina de
Literatura é introduzida nesta última etapa de ensino.
Esta pesquisa também se justifica no sentido de reforçar o conhecimento
pessoal acerca do tema proposto, visto que, ao atuar na área de linguagens,
depara-se constantemente com alunos com dificuldades de compreensão de textos
literários considerados canônicos e não canônicos, realidade essa que exige uma
alteração do cenário, entendendo a importância do estudo destes dois temas devem
10
ser destacados devido ao fato de serem primordiais para inclusão de qualquer
cidadão a uma sociedade.
Além dessas justificativas, este trabalho também visa atender às
exigências da quinta competência tecnológica da BNCC: “Compreender, utilizar e
criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.” (BNCC,
2018). A mesma foca no uso especifico das tecnologias na aprendizagem do senso
crítico, o que faz, da mesma forma, como citado anteriormente, a literatura.
A metodologia científica usada no presente trabalho será realizada através
de uma pesquisa bibliográfica ou documental, o que consiste na revisão de material
bibliográfico relacionado ao tema. Essa metodologia de pesquisa descritiva inclui
algumas fases, como: observação; indagação; interpretação; reflexão e análise.
Esse tipo de pesquisa é considerada, também como qualitativa, já que há sempre
um fundamento ou referencial teórico a ser baseado, permitindo que seja feita uma
reinterpretação ou identificada alguma lacuna, omissão ou deturpação referente ao
tema, caso ela exista.
A pesquisa a ser realizada também exige que o seu autor tenha
capacidade de síntese, dedução e análise. Os dados serão organizados e coletados
conforme interesse do pesquisador. Serão utilizados livros teóricos, bancos de teses
e dissertações de universidades, artigos, revistas especializadas no tema, sites da
Internet entre outras fontes secundárias.
A metodologia utilizada durante as aulas será e utilizará recursos
tecnológicos para ajudá-los na compreensão dos livros sugeridos pelo currículo,
além da ajuda do docente para fruição da leitura. A maneira como os alunos
absorvem os conteúdos sugeridos pelos professores e como a tecnologia pode
auxiliá-los na assimilação dos conteúdos será relatado nesta pesquisa.
11
Capítulo I: A Educação de Jovens e Adultos (EJA)
O EJA, Educação de Jovens e Adultos, representa uma das sete modalidades
educacionais oferecidas pelo MEC (Ministério da Educação) com intuito de garantir
aos cidadãos brasileiros o direito à educação, mesmo que fora do período regular. O
Ensino Médio no EJA, compreende da Primeira à Terceira Série. A partir dos 18
completos, o aluno que não tiver concluído esta última etapa da educação, poderá
realizar matrícula em uma escola que ofertar este curso. A Secretaria do Estado de
São Paulo (SEDUC) oferece o curso a partir da segunda etapa do Ensino
Fundamental (6º ao 9º ano), para quem tem a partir dos 15 anos, até o Ensino
Médio, já que a etapa de alfabetização é responsabilidade do município. Cada etapa
tem uma duração de 6 meses, o que equivale aos anos e séries do Ensino regular.
O curso é ofertado de segunda à sexta-feira, com quatro horas diárias,
preferencialmente no período noturno, das 19 às 23 horas. Diante das disciplinas
ofertadas, estão as disciplinas de língua portuguesa e itinerário formativo - voltado
para a área de literatura. Um dos itinerários que aparecem no currículo é nomeado
como “Cultura em movimento: diferentes formas de narrar a experiência humana - A
tecnologia nas narrativas das relações sociais” - voltados para a área de Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens e suas Tecnologias. Dentro de cada
bimestre, o tema trabalhado é trocado, porém entrelaçados e neste bimestre
trabalhamos os temas “Relações sociais e tecnológicas: a Literatura em evolução” e
“Diálogos com a Literatura: a cultura em contexto”. Em ambos, nota-se que a
literatura é o tema central e surge o desafio: trabalhar literatura de uma maneira
diferente daquela que aprendi há anos. Além do contexto ser outro, ainda existe a
dificuldade de fazê-los conhecer as obras canônicas brasileiras pela primeira vez em
suas vidas. Embora muitos ainda tenham uma grande experiência de vida, outros
ainda podem se deparar com livros de linguagem da norma culta, ou ainda, com
vocabulário muito diferente do atual.
Assim como a formação inicial, o formador/professor, que se dispõe a
trabalhar com Jovens e adultos, precisa que sua formação seja continuada, ou seja
cursos de especialização na área, seminários, etc., assim como técnicas e
metodologias que contribuem para sua permanência no ambiente escolar e
12
possibilitam uma análise crítica e contextualizada dentro dos conteúdos abordados
em sala de aula. (Fernandes; Gomes, 2015).
Embora a formação destes professores seja essencial para uma educação de
qualidade, há uma escassez de cursos, especializações e métodos voltados a esta
área, fazendo com que o docente se esmere para manter os estudantesem sala de
aula, elaborando de forma individualizada, práticas para favorecer o aprendizado e
incentivando-os a terminarem os estudos e, se possível, darem continuidade em
uma instituição de ensino superior ou tecnológica.
Os programas de formação docente, em sua maioria, apenas repassa o
conteúdo, transpondo-o ao estudante (formador), fazendo com que a formação
contínua não aconteça efetivamente e não se conecte ao contexto que será
ensinado, como afirmam as Diretrizes para formação básica (Brasil, 2000, p. 28):
Uma coisa é conhecer um assunto como mero usuário, e outra é analisar
esse mesmo assunto como um professor que vai ensiná-lo. Neste segundo
caso, é preciso identificar, entre outros aspectos, obstáculos
epistemológicos, obstáculos didáticos, relação destes conteúdos com o
mundo real, sua aplicação em outras disciplinas, sua inserção histórica.
“Ignorar esses dois níveis de apropriação do conteúdo que devem estar
presentes na formação do professor, é um equívoco que precisa ser
corrigido.
A interdisciplinaridade e a contextualização contribui, não só nesta
modalidade de ensino, mas também em outras, pois valida as experiências pessoais
que os estudantes trazem à sala de aula, demonstrando a eles a importância da
teoria aplicada em seu cotidiano. O papel do professor está ainda muito presente
neste contexto e eles necessitam, de maneira mais enfática, que o professor interaja
e os faça com essa interação mostre o caminho do conhecimento e das corretas
fontes de conhecimento, pois a maioria deles desconhece quais são confiáveis e
não confiáveis.(Fernandes e Gomes, 2015)
Em uma formação realizada por Paulo Freire na cidade de São Paulo para
professores que trabalham no EJA, apesar de terem tido como temas a reorientação
curricular e necessidades básicas de aprendizagem, a experiência foi além,
incluindo o diálogo como um dos elementos mais importantes da formação, o que
fazia parte de suas primícias de educação libertadora, já procurando fazer com que
a escola fosse um lugar inclusivo e prazeroso para discentes e docentes, já que esta
modalidade de ensino requer que haja um olhar diferenciado para esses alunos.
13
Muitas das reflexões citadas por Freire fizeram e fazem sentido neste contexto, já
que, como resultado, somente a educação permite que nos tornemos cidadãos
críticos e atuantes em nossa sociedade. (Freitas; Forster, 2016).
Contudo, para que o processo de ensino e aprendizagem ocorra de maneira
contínua, dentro desta modalidade de ensino, apesar dos inúmeros desafios
apresentados, a inovação da prática docente parece ser o maior deles. é
necessário, primeiramente, entender a demanda dos alunos e suas diferentes
realidades, já que muitos não puderam terminar seus estudos por inúmeros motivos,
seja devido ao conseguir conciliá-lo ao trabalho, por agressões físicas ou verbais
efetuadas por familiares ou até ex-docentes, seja em razão de doenças psicológicas
ou físicas, etc.
14
Capítulo II - A Literatura e os direitos humanos
A palavra literatura, hoje, pode ser compreendida como “uso estético da
linguagem escrita; arte literária, ou ainda, conjunto de obras literárias de
reconhecido valor estético, pertencentes a um país, época ou gênero, etc.”
(OXFORD, LANGUAGES). Seu significado já foi compreendido de outras formas, já
que somente o que tinha estrutura formal, com critérios pré estabelecidos e escrito
de maneira rebuscada poderia ser considerado como literatura.
Em outra definição feita por Nicola (1998), o que torna um texto literário é a
função poética da linguagem ocorrido quando a intenção da pessoa que está
escrevendo ou verbalizando está voltada para a própria mensagem, ainda
carregadas de significados. Logo, a importância de uma obra literária se deve não
somente ao seu aspecto estético, mas também ao que contém. Ela, como toda arte,
é a realidade que o artista recriou, uma transfiguração do real.
Jonathan Culler, em seu livro The literary in theory (2007), uma introdução
para abordar o assunto, discorre sobre a importância da literatura em nossos
tempos. Ele aborda o assunto falando a respeito de não ver relevância em definir o
que são textos literários e não literários, pois apesar de haver muitos teóricos
digladiando-se para obter uma resposta satisfatória, ele acredita ser uma pergunta
difícil de responder. Obras consideradas canônicas, sempre utilizadas em aulas de
literatura, são exemplos de como se pode utilizar a linguagem e a retórica, mas não
são únicos. Em suma, ele sugere que a literatura pode ser um conjunto de textos
arbitrários inseridos em uma determinada sociedade ou cultura. Ou seja, aquilo que
aquela comunidade define como sendo literário, o será. (Culler, 1999). Fazendo a
alusão da erva daninha, planta que é indesejada em muitos jardins e de difícil
identificação, ele a compara a literatura. O fato de um texto não ter muita relevância
na vida prática faz com que tenhamos uma tendência a classificá-lo como literário, já
um texto que dá instruções, como em um manual de instruções, pode ser
não-literário. o contexto em que o texto vai ser utilizado é o que faz com que possa
ser considerado ou não, contudo, o mais importante não é a definição em si, e sim,
as experiências que ela pode causar em alguém, como a ato de interpretação.
“Analisar um conjunto de suposições e operações interpretativas” (Culler, 1999) que
podem ser colocadas em ação pelos leitores em cada texto.
15
As narrativas literárias podem ser entendidas como “elocuções cuja
relevância para os ouvintes não está nas informações comunicadas, mas em sua
narratividade” Pode ser que aquilo que estejamos narrando tenha alguma finalidade
ou apenas divertir. (Culler, 1999). Por fim, muitos dos esforços e disposição dos
leitores para prestar atenção no que está sendo narrado, faz com que isso lhes traga
algo benéfico. Concluindo, “é o ato de fala ou evento textual que suscita certos tipos
de atenção”.
Segundo Antonio Candido ironizou, direitos humanos e literatura são temas
desligados dos temas reais. Mas, qual seria a razão dele ter feito esta afirmação?
Ainda na introdução de seu livro “Muitos Escritos”, ele comenta que, apesar de
termos chegado a um nível máximo de racionalidade técnica e de domínio sobre a
natureza, ainda não conseguimos alcançar a solução para alguns problemas
materiais, não tão complexos como esses anteriores. Ele cita, também, algumas
máximas de agir irracionalmente diante das invenções para destruir o próximo,
assim como o desenvolvimento industrial, que põe o ápice do conforto em uma
ponta e a miséria em outra, fazendo com que nos lembremos de algo que está
diante dos nosso olhos quase que diariamente: a desigualdade social. É assim que
ele começa a discursar sobre como o “progresso” de alguns, pode provocar o
retrocesso de muitos.
O conhecimento e a instrução consequentemente deveriam nos levar a uma
felicidade coletiva, mas como vimos, não foi bem isso que ocorreu. Mesmo nossa
geração sendo a primeira a perceber que poderíamos intervir na desarmonia da
nossa sociedade, é também uma geração omissa. Apesar de muitos movimentos
bárbaros estarem em crescimento, outros muitos estão a delatar seus feitos. Certas
mudanças no cotidiano são nítidas, certas frases e comportamentos não tem mais
tanta aceitação como em seu tempo de menino. Os discursos entre políticos e
empresários têm sido alterados, seja pela força do constrangimento a injustiça social
ou, simplesmente, pela hipocrisia de alguns para manterem seus cargos. E por fim,
fala que apesar do sensacionalismo usado no jornalismo , ao menos tem servido
despertar a consciência de alguns que ainda vivem em um mundo real (sem teorias
da conspiração, fake news e demais mídias paralelas).
16
Já no segundo capítulo deste mesmo livro, Candido comenta sobre pensar
sobre o que consideramos indispensáveis para nossa sobrevivência, também deve
ser para o outro. Ele equipara os direitos fundamentais básicos à leitura de alguns
livrosque, para ele, são essenciais à sobrevivência. Fazendo uma reflexão desde
quando ele escreveu esse pensamento, há quase 35 anos, podemos considerar sua
fala de maior importância, pois, devido ao número de transtornos mentais
descobertos nestas duas últimas décadas, consideremos que apesar de algumas
necessidades materiais, em parte, terem sido resolvidas, outras ideologias quase
erradicadas e inúmeros comportamentos que não eram mais aceitos, voltaram a
ganhar força nos últimos anos. Quando ele faz um paralelo entre os bens
compressíveis e incompressíveis e acerca de que modo determinar o valor de cada
item essencial para existência humana é relativo, visto que cada época e cultura têm
diferentes formas de determinar a necessidade de um bem, inclusive, a educação
tem papel essencial neste processo, cita que é necessário haver critérios para
fazê-lo. A fruição da arte e da literatura só podem ser consideradas imprescindíveis
quando uma as organizações desta mesma sociedade considerá-las uma
necessidade profunda do ser humano.
No capítulo 3, Antonio Candido (1988, p. 176) define literatura como:
“todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os
níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o que
chamamos de folclore, lenda, chiste, até as formas mais complexas e
difíceis da produção escrita das grande civilizações”
Em resumo, a literatura aparece como “manifestação de todos os homens em
todos os tempos”, ou seja, não há sociedade que possa viver sem ela. Em
comparação ao ato de sonhar, não há ser humano que tenha capacidade de passar
um dia sequer sem se fabular, já que este período de elucubração é algo intrínseco
ao nosso ser, independente de sua formação, classe social, religião, etnia etc., e
essa criação em nossa mente pode acontecer em qualquer nível ou modalidade.
Contudo, a conclusão ao qual o autor chega é de que, se ninguém consegue
viver sem o universo da ficção ou da poesia, sendo ela uma necessidade universal,
essa deve ser constituída como um direito universal e que não há equilíbrio em uma
sociedade sem a literatura, atuando em nosso consciente e inconsciente, tornando
nos mais humanos, já que é através dela que conhecemos como outras pessoas
17
pensam, agem e vivem. Equipamento intelectual, afetivo e instrucional, ela não
pode deixar de estar em nosso meio, porquanto nos faz viver refletindo sobre os
problemas antigos e atuais. Ela tem papel na formação da nossa personalidade, não
de maneira convencional, mas de maneira crítica, em razão de, muitas vezes,
transcender as normas estabelecidas.
E por fim, no capítulo 4, ele disserta sobre como a humanidade pode deixar
de ser humanizado (o ato de refletir, adquirir conhecimento, boa vontade para o
próximo, reconhecimento de emoções, capacidade de se aprofundar nos problemas
oriundos ao cotidiano, o senso da beleza, percepção da complexidade do mundo,
cultivo do humor, etc.) se não tivermos acesso a ela, em razão de deixarmos de nos
comunicarmos com nosso espírito e levá-lo a se organizar, e, consequentemente,
organizar o mundo. Exemplificando, a construção da quadrinha, do provérbio, da
fábula etc. faz com que tenhamos que decifrá-los e assim, chegar a um determinado
significado, já que cada um deles apresenta um código, e mais do que isso, sempre
comunicam algo.
Teresa Colomer, em seu livro “A formação do leitor literário” discursa a
respeito desta teoria quando aborda a literatura como um fenômeno comunicativo, já
que, ao citar os autores precursores dessa, e compreende que a literatura não é
uma repetição de comportamentos sociais, mas sim, uma maneira de construir o
conhecimento, em cima da criação de um mundo que modela a realidade,
configurando-o e dando sentido. Já, quando fala da importância da criação de um
leitor literário, ela discorre sobre como “o leitor e o texto interagem a partir de uma
construção de mundo e de algumas convenções compartilhadas” Isto é, a partir de
uma imagem da realidade, é que o leitor poderá formar seu repertório, e acrescentar
estratégias para realizar o “ato da leitura”.
Os alunos da Primeira Série do Ensino Médio serão introduzidos aos livros de
literaturas mais avançadas neste primeiro momento, enquanto os alunos da
segunda série poderão ser expostos à literaturas mais complexas de língua
portuguesa e por fim, os alunos da terceira série já terão acesso às obras de âmbito
internacional.
18
Capítulo III - Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs)
As Tecnologias digitais de informação e comunicação estão compreendidas
entre os recursos que envolvem computadores, tablets, mídias, smartphones,
quadros interativos, compartilhamento, edição de vídeos e imagens, troca de
arquivos, etc, segundo a revista Ponte explica. Quando pensamos em tecnologia,
diretamente, nos remetemos a ferramentas que facilitam nossas práticas cotidianas,
e assim, podemos e devemos utilizá-las no momento em que ensinamos. Uma vez
que novas tecnologias foram sendo incorporadas às nossas práticas em sala de
aula, percebemos que nós, professores, deixamos de ser a única fonte de
conhecimento principal de nossos alunos e nos tornamos mediadores ou mentores.
Uma vez que a internet nos possibilita ter acesso a todo tipo de informação,
percebemos que perdemos um pouco deste encantamento. Apesar disso, ainda há
uma necessidade de formarmos cidadãos críticos e isso não é uma tarefa fácil.
Muitas vezes, o discurso a respeito de um determinado ponto de vista já vem pronto.
Como exemplo, percebemos isso na última pandemia de COVID-19, onde muitas
pessoas, estimuladas a ficar em seus lares, tinham acesso a todo tipo de
informação, seja essa verdadeira ou falsa. As telas, que antes já eram utilizadas de
maneira exaustiva, passaram a ser um hábito que acabou adoecendo muitas
pessoas que passaram a ser adictas destas novas tecnologias, seja por motivo de
trabalho, estudo ou passatempo.
Então, o assunto sobre novas metodologias ativas veio a tona e professores,
muitos acostumados a terem ambientes, antes preparados para o ensino presencial,
utilizando-se de livros, apostilas, giz e lousa, se depararam com uma nova e
surpreendente realidade: a de ensinar de maneira remota e para fazê-lo precisou
conhecer e aprender sobre essas novas tecnologias digitais e novas metodologias
ativas.
Antes do surgimento da internet, especificamente da banda larga, nosso
acesso era restrito a livros, periódicos, apostilas e quem sabe, alguns, as
enciclopédias intituladas como “Barsa”, de maneira impressa, logicamente. O
espaço de aprendizagem era limitado a sala de aula ou bibliotecas. A interação com
o professor se dava quando éramos permitidos e a comunicação era bem
restringida, já que, havia determinado tempo e local para se perguntar e obter
19
respostas. Os assuntos eram limitados ao que conhecíamos em nossa língua
materna, ou quem sabe uma segunda língua, quando a entendemos. A
espontaneidade não podia acontecer o tempo todo nos bancos escolares. Ela era
reservada a ambientes e determinadas aulas que podíamos agir desta maneira. A
educação era feita de maneira bancária (ela ainda acontece e podemos vê-la em
algumas escolas) e o conteúdo a ser copiado era o mais importante da aula. Muita
coisa parece ter mudado no mundo, mas a educação tradicional é aplicada em
muitas instituições pelo Brasil afora.
Segundo Moran (2015), a melhor forma de aprender é quando há combinação
equilibrada de atividades, desafios e informação dentro do contexto do estudante.
Quanto mais próximo a teoria estiver perto da realidade, melhor. Os processos de
reflexão, de integração cognitiva, de generalização, de reelaboração de novas
práticas avançam quando os colocamos e aplicamos essas metodologias. Em seu
livro Metodologias ativas de bolso: Como os alunos podem aprender de forma ativa,
simplificada e profunda, ele cita (2015, p. 6):
As novas metodologias ativas se constituem como alternativas
pedagógicas que colocam o focodo processo e de ensino e de
aprendizagem nos aprendizes, envolvendo-os na aquisição de
conhecimento por descoberta, por investigação, ou resolução de problemas
numa visão de escola como comunidade de aprendizagem (onde há
participação de todos os agentes educativos, professores, gestores,
familiares e comunidade entorno e digital).
Segundo ele cita, quando vemos a sala de aula, vemos a metodologia, já que,
enquanto o método tradicional prioriza a transmissão de informações e centraliza o
professor, as metodologias ativas configuram-se em um conjunto de estratégias
configura-se em um cenário onde o aluno torna-se protagonista, construtor e ativo
do seu processo de aprendizagem. Aprendizagem essa que exige proatividade e
tarefas cada vez mais complexas, exigindo que ele as decisões sejam tomadas por
ele e fazendo com que os riscos sejam avaliados de maneira autônoma. O ser
humano tende a refletir e se tornar cada vez mais críticas.
Hoje em dia, podemos aprender em diversos espaços, sejam eles formais e
informais, de várias maneiras, em tempos diferentes. Enfim, as tecnologias e
metodologias nos deram maior liberdade para adquirirmos conhecimento.
Moran, ao decorrer do livro, explica que essas novas tecnologias se expressam em
três conceitos:
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● Maker: quando o aluno ou professor consegue explorar o mundo de maneira
criativa e reflexiva, utilizando dos recursos disponíveis como espaço-maker,
linguagem computacional, robótica);
● Designer: quando o aluno ou professor consegue projetar soluções,
caminhos, itinerários, atividades significativas de aprendizagem e
● Empreender: quando o aluno ou professor consegue testar idéias de forma
rápida, corrigir seus erros e realizar algo com significado.
O entendimento sobre novas metodologias é bastante diverso. Alguns
entendem como um conjunto de técnicas a serem dominadas para envolver o
docente, enquanto outros as veem como estratégias centradas na participação do
docente com mediação dos discentes.
A verdade é que os estudantes não aceitam e não aderem mais a esse
modelo de arcaico, vertical e autoritário de aprendizagem. (Moran, 2015)
Já dizia Paulo Freire (1996, p.25) “a teoria sem a prática vira “verbalismo”,
assim como a prática sem teoria vira “ativismo”. No entanto, quando se une a prática
com a teoria, tem-se práxis, que é a ação criadora e motivadora da realidade”.
Apesar de sabermos que a teoria é essencialmente necessária em salas de
aula para introduzirmos determinado assunto, percebemos que ela apresentada de
maneira isolada não surte grandes resultados na vida dos alunos. Da mesma forma,
podemos notar que a prática sem fundamentos pode ser questionada quando a sua
fundamentação, fazendo os alunos, inúmeras vezes, se questionarem ou nos
questionarem a respeito da aplicação de algo feito para/com eles.
Mesmo que se ache dispositivos eletrônicos e digitais, ainda há uma certa
dificuldade de manuseamento de muitos professores. Os espaços de lazer e estudo
precisam estar mais integrados, já que as escolas que possuem modelos
arquitetônicos são mais agradáveis de se estar. Assim como sair da sala de aula
para ler ao ar livre pode pode parecer mais produtivo do que estar ali , assistindo
aulas expositivas por incansáveis quase 4 horas por dia (dependendo da
modalidade de ensino, até 8 horas).
Uma sugestão dada por Moran, ele cita que ao invés de usarmos a sala de
aula, para passar o conteúdo, e posteriormente, o aluno aplicar o que aprendeu em
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casa, e deixemos a aula para que eles tentem aplicar o que entenderam em sala de
aula e se antecipem em ler os conteúdos em suas casas, como é o caso da sala de
aula invertida. As informações básicas devem ser disponibilizadas aos alunos
anteriormente à aula, deixando as atividades que necessitam de maior supervisão e
criação para os ambientes escolares.
Enfim, as pesquisas, a aula invertida, integração em sala de aula, atividades
online, projetos de integração e jogos podem ser boas maneiras de se aplicar
metodologias, contato que estejam centradas na colaboração do aluno. (Moran,
2015). O professor passa a ser o curador, escolhendo o que é o assunto mais
relevante para o ensino, e até mesmo um cuidador, que apoia, acolhe, estimula,
valoriza e inspira. Ele tem que ser competente a respeito do que lhe cabe estudar e
conhecer, a parte afetiva e ainda gerencia as aprendizagens e problemas mais
complexos. (Moran, 2015).
Aplicativos que auxiliam na leitura estão disponíveis na internet e podem ser
úteis na organização de livros selecionados pelo leitores, assim como audiolivros
disponíveis em aplicativos de áudio, fazendo com que o leitor ouvinte tenha mais
uma opção além da história escrita, e que pode até ser contada e comentada por
inúmeras pessoas apreciadoras de determinado livro. Existem ainda, murais virtuais
que podem ser disponibilizados à turma para que escrevam sobre suas próprias
escolhas literárias e as compartilhem de maneira virtual. Os mais antigos, chamados
de Fóruns virtuais, ainda funcionam para os mais antigos apreciadores e se tornam
mais dinâmicos quando incorporados às redes sociais. Estas, mencionadas por
último, contém centenas de perfis que podem ser vistos a respeito de um livro, um
autor, um gênero literário. A interação é imediata se o emissor da mensagem estiver
disponível.
O mundo está em constante transformação, e por isso, o ambiente formal,
que é a escola, precisa se atualizar e colocar os alunos para se informarem a
respeito do que está ocorrendo. Não se trata apenas das notícias de última hora, ou
fatos que acontecem de maneira estrondosa, mas de ferramentas que ajudam na
compreensão do assunto e na assimilação de conteúdo. Um vídeo, um podcast
(gravação em aúdio) pode trazê-los a assuntos nunca antes vistos. Nota-se que,
apesar das dificuldades ou limitações de uma escola pública, podemos abordar um
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tema de maneira mais abrangente, que não esteja somente no papel, mas que
aparece em forma de som, imagem, jogos, desafios.
Assim como a tecnologia, o conceito de literatura mudou. Novos gêneros
literários surgiram, novos meios de comunicação e de veiculação em massa, como a
internet. A contribuição que um deve dar ao outro deve ser algo significativo, já que
os dois são valiosos para a evolução da humanidade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dispositivos eletrônicos e digitais estão presentes em quase todos os
ambientes de uma sociedade moderna, ainda que se encontrem muitas pessoas
com uma certa dificuldade de manuseamento destas, elas fazem parte de nosso
cotidiano e estão cada vez mais incorporadas em diversos campos de atuação.
Outra mudança ocorrida com o passar dos anos, é que a grande parte da atenção
dos alunos foi perdida para essas novas mídias digitais. De certa forma, educadores
parecem ter se tornado dispensáveis e até irrelevantes quanto à agregação de
novos conhecimentos e interesse ao novo. Contudo, o direcionamento ao
conhecimento se tornou mais necessário quando tratamos de ambientes digitais.
Não só crianças e jovens imersos neste mundo tecnológico sem rumo, contudo,
também adultos não têm sabido discernir entre o que consumir e diversas vezes são
levados as informações de caráter duvidoso, sem fundamentação intelectual ou
ética. A sala de aula, até o presente momento, é um ambiente fundamental para
orientar a respeito dessas novas ferramentas e como elas podem afetar
positivamente e negativamente na formação de cada cidadão. Jamais ela deverá
estar paralela a todas essas problemáticas, assim como a atualização é
imprescindível para que os professores realizem um bom trabalho.
A literatura e a tecnologia, embora pareçam algo distante, ainda podem ser
conciliadas para aprimoramento e engajamento dos estudantes atualmente. Não
podemos nos esquecer, que o progresso sempre estará presente em nossa
sociedade, só precisamos saber conciliá-las para que nosso cotidiano se torne mais
dinâmico, assim como as metodologias ativas nos façam progredir no ensinoe
aprendizado. A literatura, em sua essência, não está ligada somente à língua, mas
também à artes, podendo ser expressada de diversas maneiras, como filmes, séries,
canais de streaming, podcasts, murais eletrônicos, etc. As facilidades que as
ferramentas digitais podem nos proporcionar são inúmeras e os olhares voltados
para tais são inúmeros. Não podemos desprezar aqueles que possuem dificuldades
em começar a ler um livro. Do contrário, nosso papel como docente deve estar
voltado, com empatia, para o entendimento de cada processo que o aluno passa.
Alunos, na sua fase adulta, podem pensar que não são mais capazes de aprender
Muitas vezes, nossa metodologia, pode não estar adequada a forma de aprender de
nossos discentes. Observar, porém, nos ajuda a perceber como cada um deles
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absorve o conhecimento, quando na maioria das vezes, essa absorção é feita
individualmente. Captar como aprendemos é um processo trabalhoso e devemos
estar atentos às inúmeras ferramentas disponíveis para que ele aconteça. No caso
de um instrutor ou professor, desprezar algo por não estar ligado a nossa maneira
de aprender pode nos levar a um erro que bloqueia nossa evolução como docente e
discente, já que também estamos na condição de aprendiz quando transmitimos
conhecimento.
A função das tecnologias digitais na produção literária é essencial para que a
literatura seja expandida e novos gêneros literários, como narrativas digitais, fanfics
etc. sejam criados, proporcionando assim, uma abrangência maior de consumidores
literários. Ferramentas tecnológicas criadas para expansão do conhecimento, assim
como para entretenimento devem ser evidenciadas na educação para que as
mesmas se tornem auxiliares em sala de aula e atinjam o maior número de alunos
possível. Elucidar um jovem ou adulto a respeito de uma obra literária a qual
desconhece, pode torná-lo interessado em outras inúmeras obras que os próprios
educadores conhecem, havendo assim, um aprendizado mútuo e contínuo.
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