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Programas de benefícios Apresentação A política de benefícios pode se tornar uma importante ferramenta de marketing para a empresa. Cada vez mais as organizações tendem a oferecer um pacote de benefícios e incentivos, uma forma de salário indireto que atende um duplo propósito: atender as necessidades dos empregados e atender as necessidades da organização para atendimento de seus objetivos estratégicos. Sabe-se que os benefícios impactam nas despesas de mão de obra, porém, as empresas necessitam se tornar competitivas e manter seus melhores profissionais. Portanto, investir em uma política de benefícios pode significar retenção dos empregados e atração de novos talentos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você conseguirá determinar as características de um programa de benefícios, identificando os impactos dentro das organizações. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar o que é benefício dentro da política de gestão de pessoas de uma organização.• Distinguir os tipos de benefícios dentro das classes salariais em uma organização. • Diferenciar benefícios de incentivos salariais. • Desafio A política de benefícios é fundamental para que as empresas possam reter seus talentos e atrair profissionais qualificados para a composição do seu quadro funcional, pois o fato de as empresas não terem uma política de benefícios que realmente atenda as necessidades dos empregados pode ser fator decisivo para que estes busquem novas oportunidades no mercado. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Como resolver cada um dos problemas apontados pelos empregados quando estes deixaram a empresa? Infográfico Chiavenato (2008) traz o processo de recompensar pessoas considerando a remuneração, os incentivos e os benefícios. Essa visão é importante para que as empresas identifiquem as oportunidades de retenção de talentos à medida que passam a atender suas necessidades, bem como as etapas praticadas pela organização de modo a garantir que seja assegurado o cumprimento dos objetivos estratégicos da organização. Para saber mais, acesse o Infográfico. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro Cada vez mais as organizações precisam estar atentas às modificações do contexto do trabalho e buscar ferramentas que auxiliem a organização a se manter competitiva com melhores desempenhos e satisfação dos empregados. Estabelecer um programa de benefícios e incentivos é uma alternativa para suprir necessidades que interferem na satisfação das necessidades dos empregados e das organizações. No capítulo Programas de benefícios, da obra Gestão estratégica de cargos, salários e desempenho, você irá compreender sobre as políticas de gestão de benefícios e determinar as características de um programa de benefícios, identificando os impactos dentro das organizações. Também irá compreender as diferenças entre benefícios e incentivos. Boa leitura. GESTÃO ESTRATÉGICA DE CARGOS, SALÁRIOS E DESEMPENHO Lisiane Boscardin Wolff Programas de benefícios Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar o que é benefício dentro da política de gestão de pessoas de uma organização. Distinguir os tipos de benefícios dentro das classes salariais em uma organização. Diferenciar benefícios de incentivos salariais. Introdução Embora seja importante, a remuneração não é mais o principal fator considerado na decisão de mudar de empresa. Todo o pacote de van- tagens que a empresa oferece pode atrair o funcionário. Em razão disso, surge a remuneração estratégica, um subsistema da gestão de recursos humanos. Além de atrair e reter talentos, a remuneração estratégica pode ajudar a melhorar o clima da organização. Auxilia, também, na administração dos níveis salariais pagos aos empregados por meio das políticas de cargos e salários. Por meio de instrumentos e políticas que incentivem os colaboradores a buscar o que a empresa espera deles, a remuneração estratégica pode ajudar a atingir os resultados esperados. A política de benefícios e incentivos cria um ambiente favorável à motivação, além de ser considerada uma ferramenta estratégica tanto para as ações de recursos humanos quanto para o marketing institucional das empresas. Neste capítulo, você vai estudar a importância dos benefícios nas políticas de gestão de pessoas e conhecer os tipos de benefícios que uma organização deve ou pode oferecer. Além disso, vai ler sobre a diferença entre benefícios e incentivos salariais. Benefícios na política de gestão de pessoas No início do século XX, com a estabilidade dos empregos, a remuneração era uma tentativa de compensar o trabalho rotineiro e repetitivo (CHIAVENATO, 2014). Na década de 1950, passou-se a considerar a saúde e o bem-estar dos funcionários como fatores motivacionais, e os sindicatos cobravam aumento e inovação nos benefícios, o que resultou na criação de vários programas (IVANCEVICH, 2011). É possível perceber, portanto, que a remuneração fi xa não consegue motivar pessoas para atingirem metas da empresa. Benefício é tudo que a organização oferece ao empregado além do salário, o que corresponde a aproximadamente 30% da folha de pagamento de uma empresa. Nos últimos 20 anos, esse custo aumentou mais que os salários, principalmente por conta do aumento no custo de assistência médica e hos- pitalar (BATEMAN; SNELL, 2012). Para muitos autores, como Moreira (2009), Araujo e Garcia (2009), o empregador oferece benefícios que estejam alinhados com os objetivos da organização e que motivem os funcionários a atingir esses mesmos objetivos. O programa de benefícios oferecido depende de alguns aspectos, listados a seguir (CHIAVENATO, 2008). Aspectos legais: benefícios que toda organização deve oferecer em função de determinações legais, assegurando condições mais adequadas de trabalho a todo o corpo funcional. Condições internas da organização (benefícios supletivos): benefícios presentes na organização que favorecem todas as pessoas independen- temente da posição que ocupam. Exemplo: cantina. Aspectos sociais: responsabilidades que a organização assume e de- senvolve para o bem-estar das pessoas dentro de grupos específicos. Exemplo: esportes. Atividades exercidas: benefícios individuais, mas muitas vezes diferen- ciados de acordo com a posição exercida e/ou diferenciados por salário, desenvolvidos para estimular a produtividade e a satisfação profissional. Conforme a Academia Pearson (2010), os benefícios são também conhecidos como remuneração indireta e advêm das lutas sindicais, cujo objetivo era garantir o bem-estar e a segurança dos empregados. Na mesma linha, Ivan- Programas de benefícios2 cevich (2011, p. 356) explica que são “[…] serviços assistenciais oferecidos ao funcionário […] como compensação financeira indireta” e estão divididos em quatro categorias: 1. pagamento obrigatório por lei de seguridade social, seguro privado e plano de aposentadoria; 2. remuneração de horas não trabalhadas; 3. pagamento extra por desempenho, exceto bônus; 4. custos de serviços subsidiados, como refeitório ou vale-refeição, uni- formes e assim por diante. Marras (2016) entende que os programas ou planos que o empregador oferece, juntamente ao salário, compõem a remuneração do colaborador. Chiavenato (2008, p. 340), por sua vez, define benefícios como “[…] certas regalias e vanta- gens concedidas pelas organizações, a título de pagamento adicional dos salários à totalidade ou a parte de seus funcionários”. Conforme o autor, as próprias organizações definem o plano que vão oferecer, visando atender aos objetivos tanto da empresa quanto do empregado. Os principais objetivos da empresa ao oferecer programas de benefícios, conforme Ribeiro (2015), são: melhorar a qualidade de vida para os empregados e seus familiares; suplementar o papel do Estado; manter a empresa competitiva; atrair e reter os melhores profissionais disponíveis no mercado; motivar o pessoal e elevar o grau de satisfação no ambiente de trabalho; cumprir uma finalidade social; atender à norma de convenção coletiva; reduzir faltas, atrasos, entrada tardia e saídas antecipadas; prevenir e reduzir doenças na força de trabalho. Conforme Chiavenato (2009, p. 356-357), os programas de benefícios “[…] surgiram como uma perspectiva paternalista e unilateral para reter pessoas e reduzir a rotatividade e o absenteísmo” e reforçam a competitividade da empresa no mercado. Para conseguir isso, estabelecem objetivos individuais, econômicos e sociais (Quadro 1). 3Programas de benefícios Fonte: Adaptado de Chiavenato (2008). Objetivos individuais Atender às necessidades individuais das pessoas, proporcio- nando uma vida pessoal, familiar e de trabalho mais tranquila e produtiva. Visam proporcionar condições para que cada pessoa possa desligar-se das preocupações cotidianas e concentrar-se nas atividades do trabalho para satisfazer neces- sidades mais elevadas. Objetivos econômicos Devem funcionar como elemento de atração e retenção de pessoal (reduzir a fadiga física e psicológica das pessoas, apoiar o recrutamento de pessoas e atrair talentos, reduzir o turno- ver (rotatividade de pessoal) e reter os empregados, reduzir o absenteísmo, melhorar a qualidade de vida das pessoas e minimizar custos das horas trabalhadas). Objetivos sociais Devem preencher deficiências, lacunas ou carências da previ- dência social, do sistema educacional e dos demais serviços prestados pelo governo ou pela comunidade, como transporte e segurança. Quadro 1. Objetivos organizacionais com o programa de benefícios Gestão de programas de benefícios De acordo com Ivancevich (2011), para tomar decisões a respeito de benefícios e serviços assistenciais, o empregador precisa levar em conta uma série de fatores, como: os programas obrigatórios necessitam de fundos; há poucas evidências de que os benefícios e os serviços assistenciais efetivamente motivam o desempenho e de que eles necessariamente aumentam a satisfação; a maioria dos funcionários veem os benefícios e serviços assistenciais oferecidos pela empresa como um direito; os sindicatos, a concorrência e as tendências setoriais continuam a pressionar o gestor a oferecer ou aumentar os benefícios voluntários; os custos dos benefícios e serviços assistenciais oferecidos continuam a aumentar significativamente. Programas de benefícios4 Os programas de benefícios devem atender aos objetivos tanto das orga- nizações quanto dos empregados. Algumas empresas oferecem planos de benefícios fixos, ou seja, iguais para todos os funcionários. Outras empresas oferecem planos f lexíveis, em que os funcionários podem escolher, entre algumas opções, os benefícios que melhor atendem a suas necessidades. Para Marras (2016), os planos fixos pressupõem que a empresa tenha uma postura paternalista e de controle, porque “sabe o que é melhor para os seus funcionários”; já os planos f lexíveis pressupõem maturidade da empresa e exigem alto nível de participação e envolvimento dos funcionários. Um plano de benefícios pode atender a dois tipos de necessidades do indivíduo: intrínsecas — necessidades endógenas, que nascem e f lorescem no interior do indivíduo e são, em geral, de caráter psicológico, como so- ciabilização e relacionamentos — e extrínsecas — necessidades exógenas, que têm origem no mundo externo do indivíduo e fornecem, em geral, a satisfação de fatores físicos, como incentivos financeiros (MARRAS, 2016). Para gerenciar um pacote de benefícios, deve-se considerar também a relação custo–benefício para a empresa. Além disso, é necessário levar em conta o princípio do retorno sobre o investimento e o da mútua res- ponsabilidade. O primeiro diz respeito ao retorno que o funcionário traz para a organização em troca do plano de benefícios. Isso acontece quando ele aumenta a qualidade do seu serviço, por exemplo. O segundo princípio diz respeito à responsabilidade sobre os custos de benefícios, que deve ser compartilhada entre a empresa e os funcionários (CHIAVENATO, 2009). No entanto, segundo Ribeiro (2015), são os clientes quem pagam as despesas dos benefícios, uma vez que as organizações vão lançar esse custo no valor dos produtos e serviços. Bohlander e Snell (2009) afirmam que, para atingir uma boa qualidade com o programa de benefícios, deve-se eleger benefícios que atendam às necessidades importantes dos funcionários e aos objetivos estratégicos da organização. Além disso, é importante administrar o programa de forma efetiva, com medidas que garantam benefícios justos e compatíveis com o mercado. Marras complementa lembrando que o perfil de profissional que a empresa busca precisa aceitar os benefícios que ela oferece. 5Programas de benefícios Além dos salários e dos benefícios, o empregador precisa pagar os encargos sociais discriminados em lei. Essas obrigações legais são acrescidas ao pagamento dos seus empregados. São elas: Instituto Nacional de Seguro Social (INSS); Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); férias; décimo terceiro; vale-transporte; Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/ Pasep) e Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Am- bientais do Trabalho (GILRAT) (RIBEIRO, 2015). Tipos de benefícios Os planos de benefícios são regulamentados e se dividem em dois grupos: os compulsórios e os espontâneos. Os compulsórios são aqueles exigidos por legislação trabalhista, previdenciária ou por convenções coletivas entre sindicatos, como férias e décimo terceiro salário. Os espontâneos são aqueles que os empregados escolhem oferecer ou não, como refeitório e convênio médico (COBÊRO; DAOLIO, 2017). Existe uma variedade de ofertas no mercado, e algumas empresas já têm buscado adequar a oferta com as pre- ferências dos empregados (BATEMAN; SNELL, 2012). A política de benefícios evoluiu de tal forma que hoje já se fala em oferecer benefícios personalizados ao gosto (ou de acordo com as necessidades) de cada funcionário (benefícios flexíveis). Para atender às diversas classes sala- riais (diretor, gerente, analista, entre outras), algumas empresas têm optado por programas de benefícios com menu de opções (benefícios à la carte). Os empregados escolhem, dentro de uma série de opções, aquelas que melhor se ajustam as suas necessidades e formam um pacote de benefícios sob medida (BATEMAN; SNELL, 2012; ARAUJO; GARCIA, 2009). A organização elenca diversas possibilidades associadas a uma pontuação advinda do cargo que o empregado ocupa, e este utiliza os pontos para escolher benefícios que se adequem ao que precisam. Com a distribuição dos pontos, cada benefício terá uma pontuação associada, compondo o melhor plano. Bateman e Snell (2009, p. 175) definem benefícios flexíveis como “[…] programa de benefícios em que os funcionários recebem créditos que podem usar em benefícios adequados às suas necessidades individuais”. Marras Programas de benefícios6 (2016) reforça que as organizações brasileiras concedem benefícios de acordo com os grupos hierárquicos constituídos na sua estrutura, isto é, para cada nível organizacional há um plano de benefícios diferenciado. Por questões legais, devem ser documentados no acordo coletivo. O modelo flexível é amplamente empregado no exterior. Conforme Chia- venato (2009), Araújo e Garcia (2009) e Ivancevich (2011), traz uma série de vantagens: propicia a todos os empregados a escolha de benefícios que atendam melhor as suas necessidades individuais; aumenta a satisfação e a motivação dos empregados, o que impacta positivamente no desempenho; é especialmente eficaz para equipes mais jovens que valorizam a liberdade de escolha; empresas com possibilidade de benefícios flexíveis tendem a termaior probabilidade de atração de talentos e retenção de empregados; possibilidade de readequação das estratégias para redução de custos com benefícios. No entanto, os autores apontam como desvantagem a possibilidade de ocorrer uma ação reclamatória trabalhista sobre a validade do pacote de benefícios oferecido aos empregados, visto que a legislação brasileira de- termina a isonomia (igualdade salarial). Essa questão pode ser analisada com a atualização das leis trabalhistas no nosso País. As leis que orientam o estabelecimento de vínculos empregatícios e políticas remuneratórias da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foram recentemente atualizadas pela Reforma Trabalhista, Lei nº. 13.467, de 13 de julho de 2017 (BRA- SIL, 2017). Antes mesmo da Reforma Trabalhista, as empresas já vinham ofertando pacote de benefícios atrativos para seus colaboradores, como carro e pagamento da escola dos filhos, dada a alta competitividade do mercado e a crescente preocupação em reter talentos em tempos de crise econômica. Com a Reforma Trabalhista de 2017, do ponto de vista legal, os benefícios deixaram de ser integrados aos salários, o que facilita para que as empresas incrementem o programa de benefícios (BRASIL, 2017). Com isso, cada vez mais, na dinâmica de oferta e procura do/no mercado de trabalho, candidatos atentam-se para as vagas que ofertam programas/ pacotes de benefícios atraentes. 7Programas de benefícios A Reforma Trabalhista de 2017 tem a proposta de flexibilizar as relações entre em- pregado e empregador. De acordo com o governo, tem o objetivo de combater o desemprego e a crise econômica. Saiba mais sobre a Reforma Trabalhista no link a seguir. https://qrgo.page.link/WWkiL Confira também a atualização da CLT neste link: https://qrgo.page.link/UUUqS Diferenças entre benefícios e incentivos salariais Cada vez mais, os empregadores têm se preocupado em oferecer aos empre- gados uma remuneração variável, com programas de incentivo. Visando a uma remuneração estratégica, a maioria das organizações não investe apenas em remuneração fi xa — salário e benefícios —, mas também em remunera- ção variável — ligada ao resultado desempenhado pelo funcionário durante determinado período (BOHLANDER; SNELL, 2003). Esses programas de incentivos tornam as empresas mais atrativas no mercado e estão totalmente alinhados aos objetivos desta. Segundo Bohlander e Snell (2009), a área de recursos humanos e a direção das empresas precisam considerar alguns requisitos para desenvolver um programa de incentivo de sucesso, conforme relacionado a seguir. Os incentivos financeiros devem estar ligados ao comportamento valorizado. O programa de incentivos deve parecer justo aos funcionários. Os padrões de produtividade/qualidade devem ser desafiadores, mas atingíveis. As fórmulas de distribuição devem ser simples e fáceis de entender. Os autores afirmam que algumas organizações pagam remuneração variável por meio de programas de incentivo, cujo objetivo está na compensação tanto individual quanto coletiva mediante o atingimento da meta organizacional (Quadro 2). Programas de benefícios8 Programa de incentivos individuais Trabalho por produção O empregado recebe um incentivo por peça concluída durante um determinado período. Plano-padrão baseado em horas Baseado na conclusão do trabalho de acordo com o estabelecimento de um tempo-padrão (prazo). Bonificações (bônus) Não se incorpora ao salário fixo, é uma remuneração extra pelo esforço adicional do empregado; um incentivo suplementar ao salário. Pagamento por mérito É basicamente uma reação entre o pagamento- base e a forma como o empregado desempenha a função que desempenha. Deve haver uma tabela para a concessão desses aumentos, vinculada aos objetivos que ratificam esse desempenho. Pagamento por mérito global É o pagamento que o empregado recebe ao final do ano em uma parcela única por mérito. Incentivos de vendas São valores atrelados às metas de vendas em que se pode medir o crescimento destas e os impactos no faturamento. Normalmente, o pagamento é realizado por meio de comissões com percentuais acordados entre empregados e empregadores. Nesse item, a curva de maturidade do profissional impacta no seu resultado. Incentivos para funcionários de nível profissional Outros profissionais, como engenheiros e advogados, podem ser incentivados em relação aos seus resultados e são elegíveis a bonificações pelo mérito de suas contribuições. Remuneração de executivos Depende dos objetivos das organizações, mas geralmente englobam salário-base, bônus de curto prazo, incentivos de longo prazo, benefícios e concessão de vantagens. Programa de incentivos coletivos Remuneração de equipes Todos os integrantes são elegíveis à bonificação aplicada. Plano Scanlon Os empregados oferecem ideias e sugestões para melhoria de processos e aumento da produtividade. Nesse plano, formam-se comissões para avaliar as sugestões. Quadro 2. Incentivos individuais, coletivos e empresariais (Continua) 9Programas de benefícios Fonte: Adaptado de Bohlander e Snell (2009). Programa de incentivos coletivos Plano Rucker Tem a mesma filosofia do plano Scanlon, porém é aplicado para empregados da linha de produção. Formam-se também comissões para estimular e avaliar as sugestões de melhoria. Improshare (improved productivity sharing, ou maior produtividade por meio da participação) Contempla a produtividade geral da equipe de trabalho mediante pagamento de bonificações. Programa de incentivos empresariais Participação nos lucros A empresa destina um valor ou percentual do lucro a ser distribuído para todos os empregados com base em critérios estabelecidos e de conhecimento dos envolvidos. Opções de ações (stock options) Concede-se aos empregados o direito de compra de um número específico de ações a preço e período de tempo estabelecidos pela empresa. Plano de propriedade de ações para funcionários (PPAF) A empresa contribui com frações de suas ações, possibilitando que seus empregados comprem as ações. A diferença do plano de opções de ações é que, no PPAF, a organização empresta dinheiro de um banco ou instituição financeira para essa transação. Quadro 2. Incentivos individuais, coletivos e empresariais (Continuação) Para Bohlander e Snell (2009, p. 400), “[…] o sucesso de um programa de incentivos depende do clima organizacional em que ele deverá operar, da confiança dos funcionários no programa e de sua adequação às necessidades do funcionário e da organização”. Nascimento e Carvalho (2006, p. 158) afirmam que o momento atual das organizações, com “[…] trabalho em células, multifun- cionalidade e poucos níveis hierárquicos, é incompatível com a aplicação única dos sistemas tradicionais de remuneração com base em descrição de cargos Programas de benefícios10 e atribuição de responsabilidades”. Os autores acreditam que os empregados devem ser remunerados considerando o nível de contribuição em relação aos resultados da empresa, seja individual seja em equipe. A Academia Pearson (2010) acrescenta que, como a gestão de recursos humanos está sempre em transformação, deve acompanhar as tendências e o foco da gestão da remuneração. Isso significa ter um olhar mais estratégico, e não tão tecnicista (análise e avaliação dos cargos). Uma abordagem mais estratégica, com políticas que atendam às necessidades tanto dos empregados quanto das organizações, tende a considerar as competências e também os planos de carreira, oferecendo maior possibilidades aos empregados. Dessa forma, resulta na manutenção da força de trabalho, na atração de talentos e na imagem positiva da empresa no mercado. Confira, no link a seguir, um artigo sobre as diferenças entre benefícios e incentivos salariais. https://qrgo.page.link/pGyrP ACADEMIA PEARSON. Administração de RH. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. ARAUJO, L. C. G.; GARCIA, A.A. Gestão de pessoas: estratégias e integração organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Administração. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. BOHLANDER, G. W.; SNELL, S. A. Administração de recursos humanos. São Paulo: Thom- son, 2003. BOHLANDER, G. W.; SNELL, S. A. Administração de recursos humanos. São Paulo: Cengage Learning, 2009. BRASIL. Lei nº. 13.467, de 13 de junho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº. 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis nº. 6.019, de 3 de janeiro de 1974, nº. 8.036, de 11 de maio de 1990, e nº. 8.212, de 24 de julho de 11Programas de benefícios 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Diário Oficial da União, 14 jul. 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/ lei/l13467.htm. Acesso em: 18 set. 2019. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organiza- ções. 4. ed. Barueri: Manole, 2014. CHIAVENATO, I. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. COBÊRO, C.; DAOLIO, L. A. Implantação de um plano de benefícios flexíveis em uma empresa de transporte no interior de São Paulo. In: SEMINÁRIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 14., 2017, Resende. Anais [...]. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos17/5925339.pdf. Acesso em: 18 set. 2019. IVANCEVICH, J. M. Gestão de recursos humanos. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. E-book. MARRAS, J. P. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 15. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2016. MOREIRA, E. G. Incentivos e recompensas. Curitiba: IESDE Brasi, 2009. NASCIMENTO, L. P.; CARVALHO, A. V. Gestão estratégica de pessoas: sistema, remuneração e planejamento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. RIBEIRO, A. L. Gestão de benefícios. São Paulo: Editora Saraiva, 2015. Programas de benefícios12 Dica do professor Empresas modernas sabem que as estratégias de remuneração são fundamentais para a atração de novos talentos e a manutenção dos empregados atuais. Uma boa ferramenta para promover essa ação é a oferta de benefícios flexíveis, em que o empregado ajusta as suas necessidades aos benefícios que a empresa oferece. Para saber mais, confira a Dica do Professor. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Exercícios 1) Em relação aos objetivos dos planos de benefícios, analise as asserções a seguir e assinale a alternativa que apresenta a análise correta das asserções. I) Os objetivos individuais são aqueles que, de forma individual, proporcionam benefícios que garantem uma vida pessoal, familiar e profissional mais tranquila. PORQUE II) Proporcionam condições para que os empregados possam se desligar de problemas do dia a dia, podendo então se concentrar nas atividades do trabalho a fim de satisfazer necessidades mais elevadas. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II justifica a I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II, falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II, verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. 2) Analise as afirmações sobre remuneração estratégica e assinale a alternativa que tenha a sequência de verdadeiro e falso correta. I) Os benefícios extrassalariais oferecidos aos empregados são de decisão única da empresa empregadora. II) A remuneração estratégica é uma forma global para o conjunto de medidas e ações voltadas à administração de valores, monetários ou não, que podemos dispor na gestão empresarial. III) A remuneração estratégica abrange práticas e políticas voltadas à remuneração fixa e à remuneração variável. IV) A política de benefícios pode se tornar uma importante ferramenta de marketing para a empresa. A) F - F - V - V. B) V - F - V - F. C) V - V - V - F. D) V - F - V - V. E) V - V - V - V. 3) Sobre a remuneração estratégica, analise as alternativas a seguir e marque a alternativa que somente contenha respostas corretas. I) A mudança na filosofia de vida para a tecnologia, especificamente, transformou a administração de RH tradicional em estratégica. II) A busca pela qualidade de vida transformou a administração de RH tradicional em estratégica. III) A globalização dos mercados e seus desdobramentos nas organizações transformaram a administração de RH tradicional em estratégica. A) Apenas a alternativa I está correta. B) Apenas a alternativa II está correta. C) Apenas a alternativa III está correta. D) Apenas as alternativas I e II estão corretas. E) Apenas as alternativas II e III estão corretas. Conforme as definições sobre incentivos, identifique quais são os tipos de benefícios que correspondem às descrições apresentadas nas asserções e marque a alternativa que contenha a sequência de respostas corretas para o preenchimento das lacunas. I) __________: os empregados participam de um pool de bônus gerado de uma percentagem de lucro geralmente originada do lucro excedente. II) __________: pagamento para um grupo de funcionários baseado na realização de certos objetivos que dependem da integração e do esforço entre esses grupos e suas unidades de trabalho/negócio. III) __________: incentivos aplicados a ciclos maiores que um ano. O mais comum é stock options para executivos, porém podem ser desenhados para pagamento em dinheiro ou 4) outro tipo de ações. IV) __________: incentivos individuais com o objetivo de motivar, reter e recompensar profissionais altamente capacitados e valorizados por suas contribuições. A) Incentivos em equipes - Participações nos lucros - Incentivos de longo prazo - Incentivos individuais. B) Participações nos lucros - Incentivos em equipes - Incentivos individuais - Incentivos de longo prazo. C) Participações nos lucros - Incentivos individuais - Incentivos de longo prazo - Incentivos em equipes. D) Participações nos lucros - Incentivos de longo prazo - Incentivos em equipes -Incentivos individuais. E) Participações nos lucros - Incentivos em equipes - Incentivos de longo prazo - Incentivos individuais. 5) Sabendo que as representações de benefícios e incentivos são, respectivamente, (b) e (i), analise o caso, indique, na ordem em que aparecem, o que seria benefício e o que seria incentivo e escolha a alternativa com a ordem correspondente. Maria Lúcia trabalha como consultora comercial em uma empresa que oferece o seguinte pacote de remuneração: I) opção de ações da empresa; II) seguro-saúde; III) auxílio-combustível; IV) seguro de vida; V) comissões. Quais são benefícios e quais são incentivos? A) I - ( b ), II - (i), III - (i), IV - ( b ) e V - (i). B) I - ( b ), II - ( b ), III - ( b ), IV - (i) e V - (i). C) I - (i), II - (i), III - ( b ), IV - ( b ) e V - (i). D) I - (i), II - ( b ), III - ( b ), IV - ( b ) e V - (i). E) I - (i), II - ( b ), III - ( b ), IV - (i) e V - (i). Na prática As organizações tradicionais necessitam estar atentas às mudanças no mercado para não perderem seus melhores profissionais, aumentando seus índices de rotatividade e absenteísmo. Oferecer um plano de benefícios competitivo gera vantagem competitiva para as organizações. Uma empresa que conta com um plano de benefícios e incentivos tem grandes possibilidades de atrair os melhores profissionais para trabalhar nela. Esse tipo de prática pode ser uma poderosa ferramenta não só para atração, mas também de retenção de talentos. Na Prática, você irá refletir sobre empresas que valorizam esse perfil e têm benefícios e incentivos como ferramentas para atração de talentos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Saiba+ Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Benefícios sociais: a influência eficaz nas empresas O artigo analisa como os benefícios sociais, quando são implantados de forma planejada e estratégica, auxiliam as empresas a manterem a série de efeitos positivos, bem como a importância das condições de trabalho e dos reflexos dos benefícios sociais nesse quesito e a crescente preocupação dos empresários em oferecer o melhor aos seus colaboradores. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. A gestão de pessoas e o sistema de reconhecimento e recompensa em organizações não governamentais Para aprofundar os conhecimentos sobre organizações não governamentais, foi realizada uma pesquisa para conhecer como ocorre a gestão de pessoas e analisar o sistema de reconhecimento e recompensas praticado por essas organizações. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Gestão estratégica de benefícios: proposição de um modelo matemático para assistência médica dos funcionários O artigo apresenta um modelo para gestão estratégica de benefícios sociais, com base nos critérios de acessibilidade e de redução de custos empresariais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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