Buscar

SEMANA AULA 3- DOS ATOS PROCESSUAI A SENTENÇA PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

PROCESSO PENAL - APLICADO - CCJ0041
(DIREITO PROCESSUAL PENAL II)
Professor Marcos André B. Pereira
SEMANA AULA 3
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS JURISDICIONAIS 
TEMA: DA SENTENÇA PENAL
I- DO CONCEITO E DA CLASSIFICAÇÃO DA SENTENÇA PENAL 
Segundo Renato Brasileiro, sentença, para o CPP, “é tão somente a decisão que julga o mérito principal, ou seja, a decisão judicial que condena ou absolve o acusado. A contrario sensu, as decisões que extinguem o processo sem julgamento de mérito, segundo o CPP, são tratadas como decisões interlocutórias mistas”( LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal – Volume único. Rio de Janeiro: Jus Podvum, 2020, pg. 1607.)
Dando início as classificações, é importante fazermos a distinção entre sentença definitiva e sentença transitada em julgado:
ATENÇÃO! existem julgados anulando sentenças suícidas, confira: 
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - APELOS MINISTERIAL E DEFENSIVO – CONTRADIÇÃO ENTRE A FUNDAMENTAÇÃO E O DISPOSITIVO DO DECISUM - SENTENÇA SUICIDA – NULIDADE VERIFICADA. - Havendo discrepância entre a fundamentação e o dispositivo, conclui- se pela imprestabilidade do decreto condenatório, considerando que não é possível admitir como válida a sentença suicida, com argumentos antagônicos. (TJ-MG - APR: 10417150009179001 MG, Relator: Cássio Salomé, Data de Julgamento: 27/11/2019, Data de Publicação: 04/12/2019)
II- DA ESTRUTURA/ ELEMENTOS DA SENTENÇA DA SENTENÇA PENAL
Conforme o art. 381, do CPP, a sentença, seja absolutória ou condenatória, deve conter os seguintes elementos:
Art. 381. A sentença conterá:
I – os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las;
II – a exposição sucinta da acusação e da defesa;
III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;
IV – a indicação dos artigos de lei aplicados;
V – o dispositivo;
VI – a data e a assinatura do juiz.
a) RELÁTORIO: nota-se que o inc. I e II, do Art. 381, do CPP, tratam do relatório da sentença penal, o qual, como o nome já diz, é um resumo do que aconteceu no processo, devendo o juiz, indicar os nomes das partes ou, quando isso não for possível, as indicações necessárias para identifica-las e fazer uma exposição sucinta da acusação e da defesa, devendo ainda indica nesta oportunidade, as fases obrigatórias de cada rito, vez que o relatório tem o condão de demonstrar que foi observado o devido processo legal.
ATENÇÃO! O relatório é dispensado no rito dos Juizados Especiais Criminais, por expressa disposição do art. 81, § 3º da Lei n. 9099/05. Fora dessa situação, a ausência de relatório poderá conduzir à nulidade da sentença penal. Confira:
APELAÇÃO CRIMINAL. RESISTÊNCIA. ART. 329, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. AUSÊNCIA DE RELATÓRIO NA SENTENÇA. NULIDADE ABSOLUTA. A dispensa do relatório, de acordo com o art. 81, § 3º, da Lei 9.099/95, não se aplica aos processos que seguiram o rito comum. A falta do relatório, segundo entendimento da Câmara, acarreta nulidade absoluta da sentença, de acordo com os art. 381, I e II, do CPP. NULIDADE DA SENTENÇA DECLARADA. (Apelação Crime N. 70078519733, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Julio Cesar Finger, Julgado em 13/09/2018).
(TJ-RS - ACR: 70078519733 RS, Relator: Julio Cesar Finger, Data de Julgamento: 13/09/2018, Quarta Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 03/10/2018)
b) FUNDAMENTAÇÃO: é a parte da sentença em que o juiz explicita as suas razões de decidir, motivando a aplicação do direito ao caso concreto, analisando as teses de acusação e de defesa. 
ATENÇÃO! A carência de fundamentação ganhou especial relevo com a lei anticrime, que passou a prever essa situação como causa de nulidade absoluta. O art. 564, V, do CPP, determina que haverá nulidade absoluta em decorrência de decisão carente de fundamentação, o que decorre também da previsão do art. 93, IX, da Constituição. O CPP prevê, no art. 381, III e IV, que a sentença conterá a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão e a indicação dos artigos de lei aplicados.
ATENÇÃO! A fundamentação deve ser feita em observância também ao art. 155 do CPP, que determina que a sentença não poderá ser fundamentada exclusivamente nos elementos de informação colhidos no inquérito, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Ao dizer isso, dá o legislador às provas, ou seja, aquelas colhidas em contraditório judicial, maior relevo que aos elementos de informação, que podem ser livremente usados para absolver o réu, mas não para condená-lo, salvo se corroborados por provas produzidas em contraditório judicial ou nas três exceções previstas na parte final do dispositivo.
O STJ já anulou julgados que se limitaram a colacionar trechos das alegações finais do Ministério Público, vejamos:
É nulo o acórdão que se limita a ratificar a sentença e a adotar o parecer ministerial, sem sequer transcrevê-los, deixando de afastar as teses defensivas ou de apresentar fundamento próprio. Isso porque, nessa hipótese, está caracterizada a nulidade absoluta do acórdão por falta de fundamentação. De fato, a jurisprudência tem admitido a chamada fundamentação per relationem, mas desde que o julgado faça referência concreta às peças que pretende encampar, transcrevendo delas partes que julgar interessantes para legitimar o raciocínio lógico que embasa a conclusão a que se quer chegar. Precedentes citados: HC 220.562-SP, Sexta Turma, DJe 25/2/2013; e HC 189.229-SP, Quinta Turma, DJe 17/12/2012. HC 214.049-SP, Rel. originário Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 5/2/2015, DJe 10/3/2015.
Seguindo tal entendimento, o pacote anticrime passou prever que não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que (art. 315, § 2º, do CPP):
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
III- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
O Código de Processo Penal, prevê o cabimento de embargos de declaração estipulando que qualquer das partes poderá impetrá-lo no PRAZO DE 2 (dois) DIAS, nas seguintes hipóteses:
ATENÇÃO! Não confundir o prazo dos Embargos de Declaração do Processo Penal (2 dias), com o prazo dos Embargos de Declaração do Processo Civil (5 dias). CUIDADO! Pois no rito dos juizados os embargos serão opostos em 5 (dias), em razão do disposto no art. 83, §1º, nº 9.099/95
ATENÇÃO! No Processo Penal, nos temos 2 previsões para Embargos de Declaração: 1- art. 382, do CPP, chamado por parte da doutrina de “embarguinhos”, será proposto contra Sentença de primeiro grau; 2- art. 619, do CPP, trata dos embargos de declaração contra Acordão. 
IV- DA “EMENDATIO LIBELLI” (Art. 383, do CPP) e “MUTATIO LIBELLI” (art. 384, do CPP)
Ambos os institutos são extremamente cobrados em prova, vejamos os principais pontos de atenção:
 §1º, do CPP, encaminhando-se assim para instância de revisão ministerial (PROCURADORIA GERAL), a qual poderá 1- aditar a denúncia; 2- manter a decisão do promotor em não aditar; 3- designar um outro membro do MP para fazer o aditamento .
Embargos de DeclaraçãoObscuridade 
Ocorre obscuridade quando a decisão não é suficientemente clara. É um pouco diferente da ambiguidade porque nesses casos o problema é a falta de clareza na decisão para que a mesma seja interpretada, enquanto que o problema da ambiguidade é trazer uma amplitude de interpretações.
Ambiguidade
Contradição 
Omissão
contradição ocorre se houver incerteza no provimento por meio de proposições inconciliáveis
ambiguidade quando a sentença permitir duas ou mais interpretações acerca de seu conteúdo. Nesses casos, não se sabe qual foi realmente a decisão do juiz sobre determinado tópico controvertido pelas partes
omissão quando na sentença não houver pronunciamento sobre determinada tese.
“EMENDATIO LIBELLI”/ MODIFICAÇÃO DA DEFINIÇÃO JURÍDICA DO FATO (Art. 383, do CPP)
se refere a UM ERRO QUE HOUVE NA DENÚNCIA, por isso o nome emendatio, emenda, que se refere ao que precisa ser corrigido. 
“MUTATIO LIBELLI” (art. 384, do CPP)
Encerrada a instrução probatória, o juiz entender CABÍVEL NOVA DEFINIÇÃO JURÍDICA DO FATO, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acuação. Podemos perceber que a situação é muito diferente a emendatio libelli, pois nesta não há alteração dos fatos narrados na inicial, que seguem sendo os mesmos (alterando-se apenas a capitulação jurídica), enquanto na mutatio libelli há alteração dos fatos narrados na denúncia. 
A mutatio libelli tem total relação com o PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA OU SIMETRIA, pois como os fatos narrados na denúncia devem guardar perfeita correlação com a sentença, se houve alteração nos fatos é necessário o aditamento da denúncia.
o CPP prescreve que o juiz, de ofício, sem necessidade de aditamento da denúncia e nem da oitiva da defesa, poderá promover a emendatio, efetuando a correção: Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.
PRINCÍPIO DA SIMETRIA ou CONGRUÊNCIA NO CPP: Relação entre os fatos e a Sentença. Obs: no CPC, o mesmo princípio relaciona a sentença ao pedido
o juiz verifica que houve uma inadequação, um erro, na denúncia, ou seja, verifica que, embora os fatos narrados na denúncia estejam corretos, houve UMA INCORREÇÃO ENTRE OS FATOS NARRADOS E A CAPITULAÇÃO JURÍDICA PRETENDIDA PELO ÓRGÃO DE ACUSAÇÃO. Por exemplo: o promotor narra um crime de roubo, dizendo que determinada pessoa subtraiu um aparelho celular da vítima, usando de grave ameaça para poder perpetrar o crime. Todavia, requer a condenação do réu nas penas do art. 155 do CP, que se refere ao furto. Tem-se, portanto, uma inadequação entre os fatos narrados e a capitulação, que poderá ser objeto de emendatio libelli, por ocasião da sentença.
O momento correto para que o juiz promova a correção é por ocasião da sentença, nos termos do art. 383 do CPP. Excepcionalmente, todavia, poderá fazer em momento anterior, até mesmo por ocasião do recebimento da denúncia quando: 1. A incorreta capitulação importar em supressão de algum benefício ao réu ou quando. Ex: Sursi Processual no crime de furto 2. A incorreta capitulação importar em deslocamento da competência criminal. Ex: lesão corporal não relacionada ao genero feminino 
A emendatio libelli é cabível tanto em primeira instância quanto na fase recursal, diversamente do que acontece com a mutatio libelli. No entanto, para que seja aplicada a emendatio libelli em segunda instância, é necessário que não haja reformatio in pejus.
Nesse caso, O JUIZ DEVERÁ DAR VISTAS AO ÓRGÃO DE ACUSAÇÃO, PARA QUE, NO PRAZO DE CINCO DIAS, ADITE A DENÚNCIA, ADEQUANDO-A AO NOVO TIPO PENAL. Caso o Ministério Público não adite a denúncia,a doutrina majoritária entende que o juiz deverá aplicar analogicamente o art. 28 do CPP, em razão do art. 384, §1º, do CPP, encaminhando-se assim para instância de revisão ministerial (PROCURADORIA GERAL), a qual poderá 1- aditar a denúncia; 2- manter a decisão do promotor em não aditar; 3- designar um outro membro do MP para fazer o aditamento .
A mutatio libelli NÃO PODE OCORRER EM SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO, como prevê a Súmula 453 do STF, que tem grande incidência em concursos públicos: “Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do CPP, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa”
Caso o MP não promova o aditamento, nem mesmo com a aplicação analógica do art. 28 do CPP, o juiz deverá decidir nos termos da denúncia, o que importaria, provavelmente, em absolvição do acusado. Nesse sentido, o art. 384, § 5º, estipula que não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
Caso ocorra o aditamento, o defensor do acusado será ouvido no prazo de 5 dias, antesde o juiz receber o aditamento. Admitido o aditamento, o juiz deverá designar dia e hora para a continuação da audiência, com oitiva de até 3 testemunhas de cada parte e novo interrogatório do réu, debates e julgamento.
SENTENÇAS PENAIS
SENTENÇA/DECISÃO DEFINITIVA: É aquela que põe fim ao processo com julgamento de mérito, condenando ou absolvendo o réu, e tem como fundamento o art. 82, do CPP 
SENTENÇA/DECISÃO TERMINATIVA DE MÉRITO: também decidem o mérito, mas sem condenar ou absolver o acusado, como por exemplo a decisão que extingue a punibilidade do réu
SENTENÇA/DECISÃO COM FORÇA DE DEFINITIVA OU INTERLOCUTÓRIA MISTA: põe fim a uma fase do procedimento ou coloca fim ao processo, sem o julgamento do mérito, como a decisão de rejeição da denúncia.
SENTENÇA SUICIDA: aquela em que o dispositivo contraria a fundamentação: por exemplo, na fundamentação o juiz menciona que as provas são frágeis, que os depoimentos são contraditórios, mas no dispositivo condena o réu
SENTENÇA VAZIA: a que padece de fundamentação, classificação que ganhou maior relevo com a nova redação do art. 315, do CPP, dada pela lei anticrime.
SENTENÇA/DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO: É aquela em relação à qual não cabe mais recurso 
SENTENÇA AUTOFÁGICA: é a que se reconhece a imputação, mas o juiz extingue a punibilidade, como ocorre no exemplo do perdão judicial.

Continue navegando