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NORMAS DE SEGURANÇA EM 
LABORATÓRIO 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Luciane de Godoi 
 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A experimentação é uma parte fundamental da química, seja na 
pesquisa ou no ensino. É por meio dela que são desenvolvidas novas 
tecnologias e se facilita a aprendizagem. Sendo assim, o trabalho em 
laboratório deve ser feito de forma atenciosa e segura, seguindo diversas 
normas de segurança, que ajudam a diminuir e prevenir acidentes nesse 
espaço. 
TEMA 1 – NORMAS DE SEGURANÇA 
A experimentação sempre permeou a história da humanidade, advinda 
de uma necessidade ou uma ideia, seja por questão de sobrevivência, 
curiosidade, dentre outros. Ela é executada por tentativas, e entre erros e 
acertos se alcança um resultado concreto, culminando no desenvolvimento do 
conhecimento científico. 
O período pré-histórico é marcado por descobertas impulsionadas pela 
necessidade de caçar, se alimentar e se aquecer, acarretando na descoberta 
do fogo e a produção de instrumentos mais elaborados. Em tempos seguintes, 
houve o cultivo de alimentos, diminuindo a necessidade de caça, e a 
substituição dos utensílios de pedra por outros mais eficientes de metal. As 
dificuldades enfrentadas pelas primeiras civilizações foi o que propulsionou a 
busca pela inovação, mesmo que de forma lenta, difícil e, muitas vezes, 
conflituosa. 
Na Grécia Antiga surgiu o pensamento científico, trazendo uma nova 
dimensão para o desenvolvimento da ciência, uma vez que foram os primeiros 
a procurar formular explicações sobre o mundo por meio da razão, com a 
valorização das ideias e da experimentação. Em séculos seguintes, houve o 
surgimento da alquimia, que tem origem em técnicas mágicas e procurava 
compreender as relações cósmicas do homem com a matéria, consolidando-se 
como uma forma rudimentar de ciência experimental. Nela havia um entrelaço 
de afirmações químicas com religião, mitologia, magia etc. Apesar do seu 
aspecto experimental primitivo e místico, a alquimia desenvolveu práticas 
relacionadas à medicina e técnicas com tinturas e metalurgia, dentre outros, 
sendo assim uma precursora importante de técnicas utilizadas hoje. 
 
 
3 
A química surgiu como uma ciência entre os séculos XVI e XVII, com 
estudos de diversos cientistas que protagonizaram suas primeiras descobertas 
por meio da experimentação. No Brasil os primeiros laboratórios surgiram com 
a vinda da família real, no início do século XVIII, quando muitas medidas 
estruturaram atividades científicas, que foram fundamentais para o 
desenvolvimento inicial da ciência no país. 
Esses avanços na história desencadearam a evolução das técnicas 
analíticas usadas, com métodos de medição e quantificação cada vez mais 
avançados, até atingir as técnicas que conhecemos e são largamente 
aplicadas atualmente. 
1.1 Principais Normas de Segurança 
O laboratório de química, portanto, é um espaço em que são 
desenvolvidos experimentos, análises, pesquisas etc., de acordo com a área 
em que está inserido. Diante disso, é um ambiente de trabalho sério e que 
exige cuidado e atenção. Nele existem inúmeros agentes químicos tóxicos, 
inflamáveis e corrosivos, o que facilita a ocorrência de acidentes devido a 
descuidos e falta de conhecimento de possíveis perigos. É fundamental que se 
observe um conjunto de normas de segurança que têm por objetivo diminuir a 
frequência e gravidade dos acidentes. 
• Dentro do laboratório, é obrigatório o uso de guarda-pó longo e de 
manga comprida, de preferência de algodão (visto que tecidos sintéticos 
podem reagir com produtos químicos e, dependendo do acidente, grudar 
na pele), e óculos de segurança. O uso de calças compridas e sapato ou 
tênis fechado é fundamental, pois protegem melhor a pele, sendo bom 
evitar o uso de bermudas, saias, sandálias e chinelos; 
• Cabelos compridos devem ser presos, de maneira a evitar que se 
incendeiem próximos de uma chama ou sejam mergulhados em 
soluções; 
• O trabalho em laboratório é sério, e brincadeiras dentro desse ambiente 
é perigoso, portanto evite comportamentos que possam causar distração 
própria e dos colegas, diminuindo, assim, os riscos de acidentes; 
• É estritamente proibido ingerir alimentos e bebidas e fumar dentro do 
laboratório; 
 
 
4 
• Siga de forma rigorosa os procedimentos experimentais das atividades 
realizadas, executando apenas o que está indicado sem alterações. Em 
caso de necessidade de desvios do procedimento, consulte um 
professor ou profissional; 
• Tenha sempre um caderno de laboratório para fazer anotações 
relevantes e pertinentes às práticas; 
• Utilize de forma adequada as vidrarias do laboratório, atento às técnicas 
de manuseio de cada uma. Evite usar vidrarias trincadas, quebradas ou 
com defeito, especialmente em sistemas que exigem aquecimento ou 
utilizem vácuo; 
• Antes de ligar qualquer aparelho elétrico, verifique se a voltagem da 
rede elétrica corresponde à indicada na etiqueta do aparelho; 
• Leia atentamente o rótulo de qualquer frasco antes de usar, tendo a 
certeza de ser o reagente correto. Mantenha o frasco de reagente 
sempre fechado após o uso, independentemente do intervalo de tempo 
que terá de usá-lo novamente; 
• Evite o contato de qualquer substância com a pele, e tenha cuidado 
especial ao manusear agentes corrosivos como ácidos e bases fortes; 
• Nunca prove ou toque qualquer produto químico. Mesmo que o produto 
seja aparentemente inofensivo, não se sabe o grau de contaminação 
dele; 
• Nunca pipete qualquer reagente com a boca, nem que seja água; 
• O uso de reagentes voláteis ou que liberem vapores e experiências que 
envolvam a liberação de gases ou vapores tóxicos devem ser sempre 
executadas dentro de uma capela; 
• As vidrarias que tiveram contato com reagentes ou soluções, 
especialmente as pipetas, não devem ser chacoalhadas fora da pia ou 
de outro lugar adequado. Caso uma solução seja derramada e não 
souber como proceder, consulte um professor ou profissional para seguir 
de forma adequada com a limpeza; 
• Minimize o gasto de reagentes, procurando sempre usar somente o 
previsto no roteiro do experimento. Em caso de sobra de reagente, não 
devolva ao frasco original devido ao risco de contaminação; 
• Na necessidade de utilizar uma chama do bico de bunsen, familiarize-se 
com o uso do gás e sempre apague a chama após o uso; 
 
 
5 
• Nunca manuseie ou deixe substâncias inflamáveis próximas da chama; 
• Sempre permita que qualquer objeto quente esfrie por tempo adequado 
antes de manusear. É importante lembrar que os materiais quentes e 
frios geralmente têm a mesma aparência; 
• Evite fazer montagens instáveis de aparelhos, como utilizar caixas, livros 
etc., como suportes. Use materiais apropriados para cada situação, 
como suportes metálicos, garras, anéis, etc.; 
• O descarte de produtos ou reagentes jamais deve ser feito na pia ou na 
lixeira, exceto em casos que há certeza em relação à sua inofensividade 
ao meio ambiente; 
• Ao concluir um experimento, lave profusamente todas as vidarias e 
guarde-as em seus devidos lugares. Certifique-se de que a bancada 
está limpa e em ordem, evitando que outra pessoa que usar não se 
machuque com substâncias desconhecidas; 
• Ao sair do laboratório, verifique se as torneiras de água e o registro de 
gás estão devidamente fechados, e se todos os aparelhos estão 
desligados. 
Essas normas de segurança e precaução são de suma importância e 
indispensáveis para que se realize um trabalho assegurado em laboratório, 
garantindo o melhor andamento e proveito possível em aulas práticas, evitando 
acidentes que possam colocar em risco a saúde e até a vida de todos 
presentes no ambiente. Para que isso se efetive, é essencial conhecer e aplicar 
essas normas, e reconhecer e saber indicar o uso de equipamentos e vidrarias 
básicas de laboratório. 
TEMA 2 – O TRABALHO DO QUÍMICO 
A Química é a ciênciaque estuda a constituição da matéria, suas 
propriedades e transformações, assim como as leis naturais que as regem. A 
partir dela foi desenvolvido um conjunto de conhecimentos – sejam técnicos ou 
teóricos – que viabiliza a promoção e o domínio dos fenômenos de 
transformação da matéria, com foco no benefício do homem. Esse conjunto de 
conhecimentos é apropriado pelo profissional da química e o capacita para 
atuar em diversas áreas. 
 
 
6 
Sendo assim, o químico é um profissional capacitado para conhecer, 
pesquisar e transformar materiais em produtos, desde os mais básicos do 
cotidiano até alguns provenientes de processos bastante sofisticados. O 
químico pode atuar em diversas áreas, seja no ensino ou na indústria, 
dependendo da formação. 
Dentre essas áreas de atuação do químico, é possível citar a de 
alimentos, bebidas, biocombustíveis, celulose e papel, cosméticos, essências, 
farmoquímicos, fertilizantes, meio ambiente, perícias, petroquímica, saneantes, 
têxtil, tintas, além de inúmeras outras. Sua atuação permeia basicamente 
qualquer tipo de indústria que existe, atuando não somente em laboratórios, 
mas em todas as atividades que necessitam de um acompanhamento de um 
profissional, podendo ser o projeto, planejamento e controle de produção, o 
desenvolvimento de produtos, operações e controle de processos químicos, o 
tratamento de resíduos industriais, a gestão de meio ambiente, e até mesmo 
vendas e assistência técnica. Em síntese, é uma área ampla com um vasto 
campo de trabalho. 
Os cursos que atribuem ao profissional uma formação na área de 
química, segundo o Conselho Regional de Química, podem ser cursos técnicos 
ou superiores, sendo os mais comuns: 
• Técnico em Química: o curso Técnico em Química é de nível médio, 
com duração de dois anos, em modalidade subsequente ou integrada ao 
Ensino Médio. É um curso com disciplinas de diversas áreas que são 
fundamentalmente práticas e com foco numa atuação profissional 
específica, preparando o aluno para operar e coordenar processos 
químicos industriais e a utilizar equipamentos específicos. Além do foco 
em processos industriais, o curso também prepara profissionais para 
atuar em laboratórios e análises e controle de qualidade, assim como na 
área comercial e assistência técnica. 
• Tecnólogo em Química: o Tecnólogo em Química é um curso de curta 
duração, assim como o Técnico em Química, com média de dois anos, 
porém fornece uma formação de nível superior. É necessário, portanto, 
ter concluído o ensino médio. Assim como o técnico, o curso conta com 
muitas atividades práticas, sobretudo em laboratório, sendo exigido 
trabalho de conclusão de curso e realização de estágio. Essa 
modalidade oferece diversas habilitações com muitas possibilidades de 
 
 
7 
atuação, dentro das aptidões específicas de cada um. Dentre elas 
existem: 
o Tecnólogo em Processos Químicos: atua no controle de 
qualidade de matérias-primas, reagentes e produtos dos 
processos químicos industriais; 
o Tecnólogo em Processos Ambientais: atua no planejamento e 
gestão de intervenções nos processos ambientais para prevenção 
e minimização de impactos; 
o Tecnólogo em Alimentos: atua na gestão de processos de 
beneficiamento e conservação de alimentos; 
o Tecnólogo em Polímeros: atua na fabricação e formulação 
química de polímeros, tintas e vernizes e desenvolve análises 
laboratoriais; 
• Bacharelado em Química: o Bacharelado em Química é um curso 
superior de longa duração, com média de 4 a 5 anos, com carga horária 
maior e um equilíbrio entre disciplinas práticas e teóricas, 
proporcionando um intenso contato com disciplinas de física, 
matemática e, sobretudo, química. Enquanto os cursos de Técnico em 
Tecnólogo têm um foco na rápida inserção no mercado de trabalho pelo 
domínio de atividades práticas, o Bacharelado tem um foco na formação 
do conhecimento com uma base sólida. O curso capacita o profissional a 
atuar no setor produtivo, com foco na atividade industrial e de 
transformação. 
• Licenciatura em Química: a Licenciatura em Química, assim como o 
Bacharelado, é um curso superior de longa duração, com média de 4 a 5 
anos, com carga horária maior e contato com diversas disciplinas 
práticas e teóricas, dentre elas as de formação pedagógica. A formação 
de Licenciatura foca na preparação de professores para lecionar na área 
para os anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Com uma 
pós-graduação, dependendo das exigências da instituição de ensino 
superior, o químico pode atuar como professor universitário. 
• Engenharia Química: o curso de Engenharia Química é um curso 
superior de longa duração, com média de 5 anos, com foco em 
disciplinas aplicadas que trabalham com processos químicos em escala 
industrial para desenvolver produtos para a indústria química. Durante o 
 
 
8 
curso, o aluno tem contato intenso com disciplinas de matemática e 
física, e muitas ligadas à química, além de algumas atividades de 
laboratório. 
O perfil profissional do químico, independentemente da formação acima, 
é de um profissional responsável por realizar amostras, cuidar do 
desenvolvimento e aplicação de produtos e gerenciar o controle químico de 
qualidade. É preciso se manter constantemente atualizado em relação aos 
avanços tecnológicos envolvendo processos químicos, dominar técnicas de 
utilização de equipamentos laboratoriais e industriais e buscar uma formação 
continuada no seu campo de atuação, visto que a química se situa numa 
atividade econômica de contínuas transformações. 
A profissão do químico foi reconhecida pelo decreto n. 24.693, de 12 de 
julho de 1934, e regulamentada pelo Decreto-lei n. 5.452, de 1 de maio de 
1943 (C.L.T.). Inicialmente o Decreto n. 24.693/34 reconhecia como 
profissional de química quem possuía um diploma de químico, químico 
industrial ou engenheiro químico, assim como os trabalhadores que atuavam 
em atividades de químico mesmo sem formação específica. Com a criação da 
C.L.T., houve a fiscalização do exercício da profissão, e era necessária a 
apresentação dos diplomas e a contratação de profissionais devidamente 
regularizados. 
A partir da criação do Conselho Federal de Química (CFQ) e os 
Conselhos Regionais de Química (CRQ) pela Lei n. 2.800, de 18 de junho de 
1956, as atribuições referentes à regulamentação da profissão foram passadas 
aos CRQs, estando responsáveis pelo registro, fiscalização e penalidades do 
exercício da profissão. Essa lei também reconheceu como profissionais da 
química os Bacharéis e Técnicos em Química. A remuneração dos 
profissionais dessa área, diplomados em engenharia, química, agronomia etc. 
é estabelecida pela Lei n. 4.950-A, de 22 de abril de 1966. 
TEMA 3 – O AMBIENTE DE LABORATÓRIO 
O laboratório é um ambiente adaptado com inúmeros instrumentos e 
equipamentos que atendem demandas e necessidades específicas, seja de 
experiências ou pesquisas, de acordo com a atividade que desenvolve e a 
área a que pertence. É um espaço comum de se encontrar em indústrias e em 
 
 
9 
escolas e universidades, sendo que no meio acadêmico é usado para fins 
educativos, sejam aulas práticas ou pesquisa. Alguns tipos de laboratório 
comuns são o clínico, físico, microbiológico e, sobretudo, o químico, que, por 
sua vez, pode ser subdivido por área, como bioquímico, orgânico, inorgânico, 
físico-químico etc. 
O laboratório físico está presente em muitos setores, sendo fundamental 
na indústria e geral. É responsável por realizar uma série de atividades, como 
análise de materiais, visuais e dimensionais, exames metalográficos, ensaios 
destrutivos e não destrutivos etc. Esse laboratório deve ter equipamentos 
sofisticados e de alta tecnologia certificados, desde células de carga a 
espectrômetros, em que são aplicados muitos cálculos e conceitos da física. É 
um ambiente que oferece riscos menores que um laboratório de química, 
porém com omesmo trabalho minucioso necessário em qualquer laboratório. 
O laboratório de análises microbiológicas, presente principalmente em 
clínicas e indústrias farmacêuticas, é responsável por análises para detecção 
de micro-organismos indicadores de contaminação como bactérias, vírus e 
parasitas patogênicos, avaliando a qualidade higiênica das amostras. São 
ambientes extremamente limpos e isolados com um controle de calor, 
umidade e exposição a agentes biológicos, pois impurezas provenientes de 
qualquer lugar podem contaminar as amostras no meio de cultura. 
O laboratório de química pode ser dividido em diferentes áreas de 
acordo com o lugar em que está inserido, e cada um possui equipamentos e 
produtos específicos para a atividade que desempenha. Laboratórios de 
controle de qualidade em indústrias normalmente realizam análises físico-
químicas, como solubilidade, densidade, quantificação de impurezas etc., por 
meio de técnicas analíticas fazendo uso de variados materiais específicos da 
área, dentre vidrarias e equipamentos eletrônicos. 
Nesses ambientes existem muitos riscos devido ao manuseio de 
produtos químicos tóxicos e nocivos à saúde, tornando o ambiente, muitas 
vezes, insalubre, o que exige a realização de exames clínicos periódicos para 
a prevenção de doenças e assegurar a saúde do profissional atuante nesses 
espaços. 
 
 
 
10 
TEMA 4 – O LAYOUT DE UM LABORATÓRIO SEGURO 
A montagem de um laboratório, seja na indústria ou na escola ou 
universidade, deve atender a uma série de requisitos de segurança, 
enquadrando-se em normas internacionais, como a ISO 9.000. O projeto deve 
ser detalhado para que o espaço seja funcional, eficiente e seguro, havendo 
necessidade, portanto, de procedimentos e manuais de controle definidos, 
sujeitos a auditorias. Todas as etapas da montagem do laboratório devem ser 
acompanhadas por profissionais da área de química que conhecem e têm 
familiaridade com todas as particularidades desse ambiente. 
No projeto de um laboratório, sua localização deve ser estudada 
cuidadosamente. Em uma indústria o seu posicionamento deve levar em 
consideração a produção, de forma que facilite a recepção de amostra e o 
envio de resultados. Outro ponto importante na sua localização é o 
posicionamento das chaminés de exaustão de gases, devendo estar em local 
que evite a condução desses gases para outros prédios (os administrativos, por 
exemplo) podendo causar intoxicações em tais lugares. 
Com a localização do laboratório definida, é preciso analisar as 
dimensões necessárias do mesmo. Por isso, leva-se em consideração o tipo de 
atividade que o laboratório estará realizando, ou seja, que tipo de análise será 
conduzida, quais são os materiais e equipamentos essenciais para que elas 
sejam realizadas, o número de funcionários que estarão no espaço e o regime 
de trabalho. Somente a partir dessas informações fundamentais é que se pode 
definir as dimensões das bancadas de trabalho, a quantidade de capelas que 
são necessárias, como deve ser instalado o sistema de ventilação e exaustão, 
onde alocar o almoxarifado de reagentes, de instrumentação etc. Alguns 
aspectos de segurança devem ser seguidos: 
• As capelas devem ser instaladas fora de rotas de circulação para evitar 
acidentes. Neste caso, é preciso se atentar para certos detalhes da sua 
estrutura, considerando o tipo de trabalho que será realizado: 
o Seu revestimento interno deve ser resistente a ataques químicos 
dos produtos que serão usados. 
o O sistema de exaustão deve ser potente para promover a 
eliminação de todos os gases, sem um ruído excessivo. 
o Iluminação adequada para o trabalho. 
 
 
11 
o Dimensão adequada para evitar montagens inseguras e 
improvisações. 
o Instalação de todas as utilidades, como gás, energia, água etc., à 
prova de explosão para o trabalho com produtos perigosos. 
• Os corredores devem seguir um padrão com, no mínimo, 1,5 metros de 
largura, facilitando a circulação e evitando possíveis acidentes com o 
tráfego de vidrarias, reagentes e amostras. 
• Evitar locais de confinamento que coloquem em risco os funcionários em 
situações de emergência. 
• Saídas de emergência com portas dotadas de visor e que abrem para o 
lado de fora. 
• Exaustão com rigor técnico que garanta de 10 a 60 trocas de ar por 
hora, dependendo da volatilidade e toxicidade dos produtos usados. 
• O piso não deve apresentar saliências nem depressões que prejudiquem 
a movimentação, sendo impermeável, antiderrapante, fosco e resistente 
a choques mecânicos e ataques químicos. 
• As paredes, assim como o piso, devem ser claras, foscas, impermeáveis 
e de fácil manutenção. 
• A iluminação, seja artificial ou natural, deve ser mantida entre 500 a 
1000 LUX, evitando a incidência de luz solar nos equipamentos e 
reagentes. 
• Acesso fácil e adequadamente sinalizado a extintores de incêndio, 
chuveiros, lava-olhos, saídas de emergência, chave geral elétrica e 
equipamentos de proteção coletiva e individuais (EPCs e EPIs). 
Com o plano geral do laboratório definido, as instalações hidráulicas 
devem ser determinadas, prevendo o sistema de esgoto, o consumo de água e 
as linhas de GLP e ar comprimido, que dependerão da instrumentação usada. 
Os locais de instalação dos cilindros de gás devem ser dimensionados e serem 
alocados prioritariamente no exterior. 
O projeto elétrico do laboratório é definido após todas essas etapas 
iniciais, em função do tipo de atividade desenvolvida, visto que são 
determinadas de acordo com o consumo de energia e as necessidades do 
local, e devem ser preferencialmente externas à parede para facilitar a 
manutenção. As tomadas devem ser diferenciadas para voltagem 110 V e 220 
V, e devidamente identificadas. É recomendado que o quadro elétrico seja 
 
 
12 
instalado em uma área fora do laboratório, com disjuntores para desligamento 
parcial das bancadas, capelas, exaustores etc., identificados para cada 
componente. 
Seguindo todos esses parâmetros, as condições do espaço físico do 
laboratório estarão adequadas para o trabalho, evitando, assim, inúmeros 
problemas que podem decorrer de um projeto malfeito, que coloque em risco a 
vida dos profissionais que nele atuam. 
TEMA 5 – O PROJETO ELÉTRICO E HIDRÁULICO 
O Projeto elétrico, assim como o projeto hidráulico do laboratório, é 
desenvolvido após o layout do laboratório ser definido, tendo por base o projeto 
estrutural e funcional de acordo com o tipo de atividade desenvolvida, após 
definir todas as necessidades em termos de instalações elétricas e hidráulicas. 
5.1 O projeto hidráulico 
O projeto hidráulico abrange todo o transporte de líquidos e gases 
(fluídos), considerando as linhas de água das torneiras, capelas, lavadores de 
olhos e chuveiros de emergência, e também o sistema de esgoto e os sistemas 
para lavagens de gases nos exaustores de capelas. 
O consumo de água, vapor e GLP e ar comprimido também devem estar 
dimensionados nesse projeto, pois gases são fluídos e necessitam de linhas 
especiais, identificadas com cores específicas. 
Os locais de armazenamento dos cilindros e 
registros de gases também devem estar dentro desse planejamento, de forma 
que os cilindros fiquem em locais seguros e fora da área de trânsito intenso no 
laboratório. 
5.2 As capelas 
As capelas de exaustão são locais dotados de exaustores de gases. 
Dependendo do tipo de atividade desenvolvida no laboratório, são equipadas 
com sistemas de lavagem de gases e obedecem a critérios rigorosos de 
construção e segurança. Além disso, é preciso levar em conta o tipo de 
trabalho, a quantidade de operadores que irão utilizar esses sistemas, o 
volume e o tipo de análises a serem realizadas, tais como emissão de gases 
 
 
13 
tóxicos, ácidos ou bases, o uso de aquecedores, sistemas de destilação ou 
extração de substâncias, ou ainda para uso em análises microbiológicas. Este 
sistema deverá ainda prever:sistemas para lavagem de gases tóxicos, 
estrutura robusta, com vidro de proteção e materiais resistentes à choques e 
impactos; revestimento interno resistente ao ataque de produtos químicos, 
resistentes à corrosão e com instalações elétricas seguras e protegidas, e um 
nível de ruído aceitável, além de sistema de iluminação adequada ao tipo de 
atividade. 
5.3 O projeto elétrico 
Assim como o projeto elétrico de uma casa ou de um prédio comercial, o 
projeto elétrico do laboratório deve considerar o consumo de energia destinado 
às atividades a serem realizadas no laboratório, seja com base nos 
equipamentos a serem instalados, sistemas de aquecimento, como mantas e 
sistemas de extração de solventes e também os equipamentos de ar 
condicionado, ou sistemas de climatização, pois em alguns casos a 
temperatura e umidade relativa do ambiente devem ser controladas. 
Deve ainda ser considerado um sistema de emergência em casos de 
queda de energia e também um sistema de emergência em casos de curto 
circuito, em que o desligamento parcial da energia é necessário. 
Esse projeto elétrico também deve prever a instalação de dispositivos e 
alarmes de emergência. 
NA PRÁTICA 
Imagine a seguinte situação: 
Você é convidado para uma entrevista de estágio em uma fábrica e é 
chamado para conhecer o laboratório onde irá estagiar. Para chegar ao local, 
você precisa passar pelo meio da linha de produção. 
Como você imagina esse local por onde você irá caminhar até a entrada 
do laboratório? 
Você precisa usar algum EPI? Como é a porta do laboratório? O piso, as 
bancadas e as janelas? 
Como os equipamentos estão dispostos? Existe capela de exaustão? 
 
 
14 
Enfim, observe que para cada tipo de atividade, os recursos disponíveis 
no ambiente mudam, e este é um exercício que você irá utilizar na prática, 
quando for realizar uma visita em uma fábrica ou fizer uma entrevista de 
emprego ou estágio. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, vimos as principais normas para trabalharmos com 
segurança em um laboratório, bem como os diversos tipos de laboratórios que 
podemos exercer a profissão de Químicos. Também falamos sobre a evolução 
dos laboratórios de pesquisa científica desde a antiguidade até os dias atuais. 
E por falar em trabalhar, vimos todas as leis que regulamentam a profissão do 
químico e também todos os cursos que permitem atuarmos como profissionais 
da Química. 
Para complementar as normas de segurança em laboratórios, vimos de 
que forma o layout do Laboratório contribui para o exercício seguro da 
profissão do químico, da mesma forma, os critérios a serem definidos ao 
realizarmos o projeto elétrico e hidráulico das instalações do laboratório. 
Saiba mais 
Para aprofundar melhor os conhecimentos e sabermos um pouco mais 
da história dos primeiros laboratórios no Brasil, leia o artigo disponível no link: 
<http://www.museunacional.ufrj.br/semear/docs/Apresentados_em_eventos/tex
to_SANTOS-NADJA.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2019. 
 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, M. Z. Segurança em laboratórios químicos e biotecnológicos. 
Caxias do Sul: EDUC, 2008. 
CARVALHO, P. R. Boas práticas químicas em biossegurança. Rio de 
Janeiro: Interciência, 1999. 
DO VAL, A. M. G. et.al. Segurança e Técnicas de Laboratório – Volume I. 
Departamento de Química, UFMG, 2008. 
FILHO, A. F. V. Segurança em Laboratório Químico. Campinas: Conselho 
Regional de Química IV Região, 2008. 
MARIANO, A. B. et al. Guia de Laboratório para o Ensino de Química: 
instalação, montagem e operação. São Paulo: Conselho Regional de Química 
IV Região, 2012. 
SANTOS, N. Os primeiros Laboratórios Químicos do Rio de Janeiro. 
Disponível em: 
<http://www.museunacional.ufrj.br/semear/docs/Apresentados_em_eventos/tex
to_SANTOS-NADJA.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2019.

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