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Furto
Artigo 155.o - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Ação penal incondicionada em todas as modalidades
Não admite modalidade culposa
Há tentativa em todas as modalidades: simples privilegiado e qualificado
Objetividade jurídica: lei tutela a propriedade e posse legítima ao patrimônio das pessoas 
Patrimonio= bem jurídico disponível 
OBS: quando há consentimento antes ou durante o furto, o fato torna-se atípico (mesmo que o agente ignore o consentimento), mas se consentiu depois do furto em nada implica, subsistindo o delito
Objeto material: é a coisa alheia móvel, ou seja, ser humano não é furtado, pois não é coisa, somente cabe furto de partes do corpo humano com finalidade lucrativa
-O cadáver subtraído quando há valor econômico e está em posse legitima de outra pessoa é considerado furto, mas se não há valor econômico caracteriza-se outro crime (art. 211 CP)
-Subtrair coisa própria: crime impossível (coisa deve ser alheia)
-Não há furto quando se tratar de res nullius (coisas que nunca tiveram dono) ou res derelicta (coisas abandonadas) ou res desperdicta (coisa perdida- outro crime)
-Não há furto em coisas de uso comum, as quais pertencem a todos, como agua, mas quando tiradas do local de origem e exploradas por alguém é considerado, ex: agua engarrafada
-Subtração é incompatível com bens incorpóreos (não podem ser tocados, ex direito autoral) e bens imóveis. Assim, somente é compatível com bens moveis, os quais podem ser levados de um local para outro
-Semoventes e animais quando há donos podem ser furtados (furto de gado=abigeato)
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel, à energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor; econômico.
É uma normal penal explicativa, pois qualquer outra que tenha valor econômico pode ser: energia nuclear, radioativa, cinética, atômica, mecânica, térmica, eólica, sinal fechado de TV (a cabo ou parecido)
OBS: subtração de sêmen é furto, pois é energia genética (ex:homem coloca égua e pasto alheio para ser fecundada com a raça do cavalo do vizinho)
· Furto e princípio da insignificância (ou criminalidade de bagatela)
É uma exclusão da tipicidade, pois o Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico. Porém depende do conhecimento dos requisitos objetivos e subjetivos.
Requisitos objetivos: mínima ofensividade da conduta, ausência de periculosidade social, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica 
Requisitos subjetivos: importância do objeto material para vítima (situação econômica + valor sentimental do bem e circunstancias e resultados do crime
· Furto de objetos de estimação
Objetos sem valor econômico é considerado furto pela posição majoritária, visto que coisas de valor efetivo também compõem o patrimônio da pessoa humana
· Furto famélico
É uma exclusão de ilicitude pelo estado de necessidade, em que alguém furta alimento para saciar fome e preservar saúde própria ou de terceiro.
Assim, sacrifica-se um bem de menor valor (patrimônio) por um de maior valor (vida/saúde)
OBS: não confundir com estado de precisão, em que há dificuldade financeiras, o qual não autoriza a invasão de patrimônio alheio.
· Talão de cheques e cartão bancário ou de crédito
-Talão de cheques: é objeto material de furto, pois há valor econômico, trazendo prejuízos a vitima que além de registrar boletim tem que pagar taxa bancaria 
Obs: se usado para estelionato, o estelionato pode omitir o furto ou há concurso material entre os crimes
OBS: talaõ de cheques em branco não caracteriza furto, pois há insignificância de valor
-Cartão de crédito: não furto, por conta da insignificância
· Não se confunde com apropriação indébita 
Porque na apropriação a vitima entrega ao agente a posse desvigiada de um bem (ex biblioteca), mas o furto a posse é vigiada (ex loja)
Ou seja subtrair engloba duas espécies: o bem é retirado da vitima ou o bem é entregue espontaneamente ao agente, mas ele o retira da esfera de vigilância da vítima
OBS: se o agente subtrai coisa achando que é dele mesmo é atípica a conduta, mas se ao tomar conhecimento que não é dele não devolve, é apropriação indébita 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, exceto o próprio proprietário da coisa
-peculato furto ou peculato impróprio: func. Público subtrai bem público ou particular que ta sob a guarda ou custódia da Administração Pública (facilidade que o cargo proporciona)
-famulato: praticado por empregados domésticos por quebra ou abuso de confiaça
Sujeito passivo: é o titular do bem jurídico atingido
Elemento subjetivo: dolo (animus furandi) + intenção de ter a coisa
· A questão do furto de uso = atípico
Nesse furto não há o animus rem sibi habendi (intenção de ter a coisa), mas mesmo assim prevalece o crime. A intenção do agente é usar a coisa sem se apropriar, depende de:
-coisa infungível (coisa fungível ex dinheiro utilizado e restituído não afasta delito, só há arrependimento posterior)
-utilização momentânea (requisito subjetivo)
-restituição da coisa (requisito objetivo) – integral e em seu estado original ex: carro e gasolina
-restituição deve ser antes da vitima descobrir
Consumação: Ocorre quando há a inversão da posse retirada da esfera de vigilância da vitima (teoria amotio- STF)
-teoria concrectatio: agente toca a coisa (tentativa)
Teoria da ablatio: deslocamento da coisa na mão do autor (tentativa)
-teoria da ilatio: posse mansa e pacifica, sem o ladrão estar exposto a legitima defesa da vitima ou de terceiros - adotada pelo brasil antigamente (consumação, não é adotada mais pois o ladrão pode jogar fora durante a fuga)
Tentativa e crime impossível: na tentativa a execução so não se consuma por circunstancias alheias a vontade do agente (teoria objetiva art 14), em que diminui a pena do crime consumado em 1 a 2/3 Ex: se ladrão enfia mao no bolso do homem e não encontra nada, se a vitima esqueceu a carteira é crime impossível, mas se estava no outro bolso é crime tentato
Causa de aumento – majorante 1/3
 § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
É um furto circunstanciado, em que STJ diz: esse aumento só é aplicável as hipóteses de furto simples, não cabendo ao qualificado.
É um critério objetivo, em que busca punir mais para assegurar a propriedade móvel, pois há uma maior facilidade para a subtração, já que a vigilância da vitima é menos eficiente e seu patrimônio mais vulnerável, e há uma maior facilidade para fuga
OBS: Não considera a majorante se o crime foi cometido durante o dia enquanto a pessoa estava repousando + não se confunde com noite + não precisa ser necessariamente invasão de casa + msm sendo 2 da manha e a pessoa esteja acordada, é repouso noturno.
-É um conceito valorativo, ou seja, o juiz analisa caso concreto. Tendo como critério os costumes de determinada localidade. 
-O repouso é o intervalo entre dois períodos: em que as pessoas se recolhem e despertam para a vida cotidiana.
Furto privilegiado – causa de diminuição
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
É necessário dois requisitos: (direito subjetivo do réu e não discricionariedade judicial)
1. Réu primário: não houve condenação transitada em julgado, mas se houve já foi extinta a punibilidade e passou 5 anos. É toda pessoa que não é reincidente
2. Pequeno valor da coisa subtraída: é aquele que não excede o salário mínimo 
OBS: nada tem a ver com prejuízo (ligado a situação de pobreza ou fortuna do ofendido)
Assim, o juiz pode: substituir a pena de reclusão pela detenção, diminuir a de reclusão 1/3 a 2/3 ou só dar multa.
OBS: pode substituir pela pena de detenção e reduzir 1/3 a 2/3 (cumulação)
Furto privilegiado cometido em repouso noturno: É uma hipótese de concurso entre causa de aumento e diminuição (4 hipoteses)
Furto privilegiado-qualificado: STF aceita e diz que a qualificadoradeve ser de ordem objetiva
Furto qualificado 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: (meios de execução)
        I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
É aplicada antes ou durante a consumação do furto, mas se depois de consumado o furto, o sujeito rompe/destrói obstáculos ele responde por 2 crimes (dano e furto).
OBS: antes e depois prevalece furto qualificado, por conta do princípio da consunção (crime fim absorve meio)
Destruição= desaparecer ou desfazer totalmente alguma coisa (TOTAL)
Rompimento: deteriorar algum objeto, arrombar cortar para facilitar a pratica do furto (PARCIAL)
OBS: cão de guarda é considerado obstáculo, então sua morte enseja qualificadora + remoção de obstáculo não é qualificadora (ex: remover telhas p entrar na casa)
Qual a posição quando a qualificadora de destruição e rompimento do obstáculo é própria coisa furtada?
-É preciso comprovação de laudo pericial, mas quando n há vestígios, as testemunhas suprem a falta.
        II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
Abuso de confiança: sentimento de segurança que uma pessoa deposita em outra, ex: famulato
Requisitos: vitima tem que ter confiança no agente + agente se aproveita de facilidade decorrente da confiança para cometer crime
OBS: empregado domestico não precisa ser antigo + sem abuso de confiança do empregado n qualifica + se empregado comete furto como qualquer outra pessoa não é qualificado ex:pula muro da casa
Fraude: é meio enganoso para diminuir a vigilância da vitima/terceiro sob um bem facilitando a subtração (antes ou durante, nunca depois)
-é artificio usa fraude material (objeto, instrumento ou vestimenta) e ardil usa fraude moral ou intelectual
Ex:saque fraudulento em conta corrente pode meio da internet
OBS: estelionato coloca a vitima em erro pela falsa percepção da realidade, fazendo com que ela entre o bem
Escalada: é o meio anormal para entrada ou saída do palco do crime ex: túnel de um esgoto, muro etc. Mas o obstáculo deve ser continuo, ou seja, muro que cerca o prédio todo
Destreza: habilidade especial para realizar furto que recai sob a vitima e não a coisa, no caso a vitima traz seus pertencer no corpo e não percebe a subtração. OBS: se ta em sono profundo ou embriagado n é destreza + se a vitima nota a conduta não é qualificadora, mas se n se consuma pq terceiro viu prevalece tentativa com qualificadora
        III - com emprego de chave falsa;
É qualquer instrumento que tenha ou não a forma de chave
Chave falsa: qualquer objeto que abra + chave verdadeira copiada sem autorização + chave diferente da verdadeira, mas modificada para abrir fechadura
OBS: o uso da chave verdade que o agente conseguiu ilicitamente não computa como qualificadora
IV- mediante concurso de duas ou mais pessoas.
É aplicável mesmo que um dos envolvidos seja desconhecidos ou inimputável, ou seja, não é obrigado a punição dos dois, somente a comprovação que outrem colaborou
-Admite coautoria e participação para qualificar
 § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que causam perigo comum.  (Quanto a forma de execução)
Hediondo= explosivo ou de artefato análogo
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.      
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso
 furto mediante fraude por meio eletrônico)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional;  servidor fora do brasil
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou vulnerável. (vulnerável é criança, deficiente, efêmeros e grávida)
 § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (qualificada pelo resultado)
-O objeto material é o veículo automotor: É o transporte viário de pessoas e coisas (Não admite veículos que circulam sobre trilho, ex ônibus elétrico)
-Deve ser transportado para outro Estado federativo ou país: a consumação não se confunde com qualificadora. 
Há tentativa quando o furto é feito perto de fronteira e o agente é perseguido imediatamente, msm atravessando fronteira é preso em flagrante (ele não alcançou a livre disponibilidade do bem)
Essa qualificadora fundamenta-se na maior dificuldade da recuperação do bem pela vitima 
OBS: legislador pecou em não colocar multa, pois no simples há
OBS: em contrato exclusivo de transporte (acordo para pessoa transportar) se foi contratada antes da subtração e sabia da prática responde por furto qualificado, se contratada depois, mas sabia responde por receptação, mas se não sabia não há crime.
  § 6o  A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.       
Furto de semovente domesticável de produção (selvagens e domesticáveis e domésticos) , ex abigeato
        § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
Furto de coisa comum
É uma modalidade do crime de furto, em que o comportamento ilícito recai sobre coisa que não é completamente alheia, pertencendo a + de 1 pessoa e incluindo o responsável pela subtração
Objeto material- coisa comum (ao agente e ao ofendido)
Sujeito ativo- crime próprio/especial
Admite tentativa
Artigo 156.o - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
O direitos dos agentes é limitado pelo direito dos demais, ou seja, não subtrai somente coisa própria, mas tb a fração reservada a terceiro
Condomínio-é a propriedade em comum de 2 ou mais pessoas
Herança-bens deixados por homem morto
Sociedade: reunião contratual de 2 ou + pessoas
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
        § 1º - Somente se procede mediante representação.
        § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. (fungível é coisa móvel que pode ser substituída, mas se for fungível e subtraiu uma parcela maior que tem direito é punido)

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