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270 Judith E. Thompson (2) Emulsões preparadas com sabões alcalinos como agentes emulsificantes, por vezes, exi- gem a adição de emulsificantes auxil iares para torná-las 1nais estáveis. e. Sabões leves são solúveis e/ou dispersíveis em água. d. Eles gera11nentc formam emulsões o/a. (1) Os cremes de limpeza clássicos e outros cremes laváveis desse tipo são emulsões o/a que usam sabões leves como e1nulsificantes. ' (2) Duas exceções são a Pomada de Agua de Rosas (Rose Water Ointment.) e o Cold Cream. Esses cremes são en1ulsões a/o fo nnadas quando urna solução de borato de sódio (bórax) é adicionada a ceras brancas e ésteres cetíl icos fundidos contendo ácidos graxos suficien- tes para a formação de um sabão en1ulsificante. e. Os sabões leves originam emulsões con1 pH alcalino. (1) As emulsões que contêm sabões alcalinos têm pH entre 8-10 (9) sendo mais estáveis acima de 10 (5). (2) As bases orgânicas forma1n sabões que apresentam ponto de neutralidade mais baixo (cerca de 8) e formam en1ulsões com pH mais próximo da neutralidade e mais estáveis as suas variações (5). f. Os sabões emulsificantes são eletrólitos fracos (sais de um ácido carboxílico [R.-COOl, um ácido fraco) e requerem o centro iônico para apresentar atividade de superfície. Isso significa que qualquer fármaco ou outro componente que neutralize ta l centro destru irá a en1ulsão estabilizada por esse emulsificante. Isso inclui farmacos e adjuvantes problemáticos que são ácidos ou que produzem um pH ácido (p. ex., fenol, ácido salicílico), pois a redução do pH desloca o equilíbrio a favor da fonna fracamente dissociada R-COOH, solúvel no óleo. g. Os sabões leves são incompatíveis com cátions multivalentes (Mg ++, Ca +l devido à substi- tuição do íon monovalente, que leva à forn1ação de urn sabão de cadeia de hidrocarbonetos multivalente. Isso desloca o equilíbrio hidrofilico/lipofilico da molécula a favor do tipo lipofilico. Esse novo en1ulsificante favorece a formação do tipo contrário de emulsão (a/o), podendo levá-la à "quebra" ou à coalescência. h. Os sabões são tan1bém incornpatíveis con1 altas concentrações de eletrólitos e corn cátions de elevada massa molecular, como os conservantes cloreto de benzalcônio e cloreto de ben- zetônio (9). A porção aniônica do sabão liga-se a esses conservantes, tomando- os inativos. i. Os sabões leves são emulsificantes irnpróprios para e1nulsões de uso interno, devido ao seu sabor desagradável (de sabão) e ação laxativa (5). 2. Sabões pesados a. São sais de ácidos graxos nos quais o íon positivo é bivalente ou trivalente (Ca +2, Mg+2 , Zn +2 , Al + ~. O sabão pesado mais comum é o de oleato de cálcio, que é formado pela rea- ção do hidróxido de cálcio na Solução Tópica de Hidróxido de Cálcio (também con hecida como água lima) com o ácido oleico encontrado no óleo de oliva e em certos óleos fixos. b. Sabões pesados são solúveis cm óleo e insolúveis em água. e. Os sabões pesados formam emulsões a/o. d. Assim como os sabões leves, os sabões pesados são sais de ácidos carboxílicos (R-COO/, ácidos fracos, que se convertem na forma fracan1ente dissociada R-COOH , após a adição de fármacos ou outros componentes ácidos ou que produzem pH ácido. Os sabões pesados são particularmente sensíveis aos constituintes ácidos (5). e. Os grupos R.-COO- dos sabões pesados poden1 interagir e ligar- se con1 cátions de elevada massa rnolecular, con10 o cloreto de benzalcônio. f. Sabões pesados são impróprios para emulsões de uso interno. 3. Detergentes a. São sais de sulfatos, sulfonatos, fosfatos e sulfosuccinatos de alquila. Dois exen1plos de de- tergentes desse grupo, comurnente utilizados em farmácia, são o lauril sulfato de sódio e dioctil sulfossuccinato de sódio (docusato de sódio). b. Os detergentes são muito hidrofilicos e solúveis en1 água. e. Eles sempre forma1n en1ulsões o/a. d. Con10 são eletrólitos fortes, são mais estáveis aos ácidos, con10 os compostos fenólicos e o ácido salicílico, e não são sensíveis a altas concentrações de eletrólitos. e. Devido a seus centros iônicos repelirern-se fortemente uns aos outros, os detergentes não formam barreiras firmes e intactas. Esses surfactantes, frequentemente utilizados ern con- junto com emulsificantes, não iônicos secundários, corno o álcool cetí lico e o estearílico. f. Con10 os sabões, os detergentes são in1próprios para a preparação de emulsões de uso inter- no, devido a seu sabor desagradável (de sabão) e ação laxativa.
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