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Quadro 30.12 Efeitos colaterais das tionamidas. Reações leves Frequência (%) Reações graves Frequência (%) Erupção cutânea 2,5 a 7 Trombocitopenia < 0,8 Prurido 2 a 7 Aplasia medular < 0,8 Intolerância gástrica 2 a 4,5 Hepatite colestática 0,2 a 0,8 Artralgia 1,3 a 5,8 Agranulocitose 0,2 a 0,5 Neutropenia 1 a 5 Necrose hepatocelular 0,1 a 1,3 Febre 1 a 5 Hipoglicemia (por anticorpos anti-insulina) < 0,1 Queda de cabelos/alopecia 1 a 5 Vasculite ANCA-positiva – Anemia < 1 Poliartrite – Diminuição/perda do paladar < 1 Glomerulonefrite – Adaptado de Maia et al., 2013; Beck-Peccoz et al., 2015; Bogazzi et al., 2012. 31,40,41 Agranulocitose. De suposta etiologia autoimune, representa a principal e mais temida reação adversa às tionamidas e se caracteriza pelo achado de uma contagem absoluta de granulócitos < 500/mm3.27 Desenvolve-se em 0,2 a 0,5% dos pacientes e mostra-se potencialmente fatal, caso o fármaco seja mantido. Os sintomas da agranulocitose geralmente estão relacionados com infecções da orofaringe (dor de garganta e/ou febre); entretanto, sepse, infecções de pele e outras infecções sistêmicas, bem como diarreia e mialgias, são possíveis formas adicionais de apresentação.1,5 Monitoramento de rotina da contagem leucocitária não é adotado pela maioria dos endocrinologistas, uma vez que a agranulocitose surge de maneira súbita. Além disso, leucopenia é um achado frequente na DG (12 a 25% dos casos). Daí a importância de se fazer um leucograma antes do início da terapia com as DAT.1,2,5 Os pacientes em uso de tionamidas devem ser alertados a descontinuar a medicação e a contatar seus médicos, para realização de um leucograma, caso surjam febre, dor de garganta, úlceras de boca ou outros sintomas de infecção. Tem sido recomendada a interrupção do tratamento se a contagem de granulócitos cair para menos de 1.500 mm3.1,5 Em uma série, Pseudomonas aeruginosa foi a bactéria mais comumente isolada no sangue de pacientes com sepse associada à agranulocitose.51 A agranulocitose parece ser mais comum em pacientes com mais de 40 anos, após o uso descontínuo do PTU ou com doses de metimazol a partir de 20 mg/dia e, sobretudo, 30 mg/dia.51,54 Em um estudo, doses de 120 mg/dia de MMI resultaram em agranulocitose em 8% dos pacientes.54 Em outro estudo, todos os casos de agranulocitose induzidos pelo MMI ocorreram com doses de 20 mg ou mais, 55% dos quais com doses iguais ou superiores a 40 mg/dia.51 A maioria dos episódios surgem nos primeiros 3 meses de tratamento. Entretanto, há raros casos descritos com doses de 10 mg/dia ou que surgiram 12 ou mais meses após o início do tratamento.50 Com o PTU, a dose-dependência é bem menos evidente.51 O tratamento da agranulocitose consiste em descontinuação da tionamida e hospitalização para monitoramento e terapia com antibióticos de amplo espectro. Os glicocorticoides não se mostraram de valor, mas há vários casos em que foram descritos efeitos benéficos do fator estimulador de colônias de granulócitos humanos ou filgrastrima (Granulokine®), propiciando uma recuperação mais rápida.1,2,5–7 Hepatotoxicidade. A hepatotoxicidade induzida pelo metimazol é frequentemente colestática,64 enquanto o uso do PTU tem sido associado com lesão hepatocelular, incluindo hepatite fulminante (Figura 30.13), levando à morte ou à necessidade de transplante de fígado.65 Recentemente, dois estudos asiáticos relataram que MMI pode produzir toxicidade hepatocelular semelhante à vista com PTU.66,67 A frequência de hepatotoxicidade grave com a terapia antitireoidiana é incerta, mas foi de 0,3 por 1.000 pacientes-ano para MMI ou carbimazol e de 0,7 por 1.000 pacientes-ano para PTU em um desses estudos.66 A disfunção hepática geralmente ocorre dentro dos primeiros 3 meses após o início do tratamento, e o reconhecimento imediato e a descontinuação das tionamidas são vitais.2 A presença de doença hepática subjacente, de alterações da função hepática, ou de ambas, não é contraindicação para o MMI;68 porém, tanto MMI como PTU são geralmente evitados em pacientes com valores basais de transaminases acima de 3 a 5 vezes o LSN.2 PTU e MMI devem ser interrompidos se os níveis de transaminases se mostrarem persistentemente além de 3 vezes o LSN. Diante do surgimento de icterícia, mal-estar ou urina escura, o tratamento também deve ser descontinuado.5,50 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib31 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib40 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib41 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib3 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib27 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib2 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib3 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib51 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib51 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib54 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib54 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib51 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib50 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib51 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib2 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib7 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib64 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Text/chapter30.html#ch30fig13 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib65 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib66 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib67 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib66 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib2 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib68 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib2 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(175).html#bib50 EndocrinologiaClínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição
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