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Matriz Religiosa Semita - O cristianismo 12-11-2023

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O cristianismo
Apresentação
A partir da morte de Jesus, cria-se a tradição que dá origem ao Cristianismo. Os principais 
disseminadores da nova doutrina foram 
os apóstolos de Jesus, em especial, Pedro e Paulo.
A Palestina, região sob domínio romano desde 64 a.C., é o local de surgimento do Cristianismo, que 
tem como origem a tradição judaica da vinda de um Messias capaz de restaurar Israel e o reino de 
Davi; o Messias, o redentor, o salvador, o filho de Deus, cuja vinda seria uma redenção para todos 
aqueles que acreditassem nele.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá um resumo da história do Cristianismo em meio aos 
textos messiânicos que o retratam, sob um aspecto místico e sagrado, diante de uma realidade 
desafiadora para que o Cristianismo se mantenha institucionalizado e vivo em meio aos grupos 
sociais existentes a partir da modernidade.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Resumir o surgimento do Cristianismo.•
Descrever as vertentes cristãs e como se deu seu desenvolvimento.•
Caracterizar as vertentes cristãs na modernidade.•
Infográfico
O Cristianismo tem três vertentes principais reconhecidas até hoje: o Catolicismo Romano, a 
Ortodoxia Oriental e o Protestantismo. Nesse sentido, existem concepções e aspectos diferentes 
em cada um desses ramos. Essas três vertentes também tiveram subdivisões durante sua trajetória 
e, atualmente, o mundo cristão conta com elas e com suas denominações (subdivisões).
Neste Infográfico, conheça as três principais vertentes do Cristianismo e os desafios que elas 
enfrentam dentro da sociedade.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/9bafac09-c5e1-4577-99f2-b070af7e907e/fff7b75c-f337-4e43-a637-8ca80b28c9a5.jpg
Conteúdo do livro
O Cristianismo, cujo nome vem da palavra Cristo, que quer dizer pessoa consagrada, baseia-se na fé 
em Jesus Cristo e surgiu no século I, na Palestina. Existem várias vertentes do Cristianismo, como o 
Catolicismo, o Protestantismo e, mais recentemente, o Pentecostalismo. Para os cristãos, Jesus 
Cristo era o filho de Deus que se tornou homem e veio ao mundo a fim de pregar o amor a Deus e 
ao próximo. Contudo, foi perseguido e morto pelos romanos, que não aceitavam os seus ideais. 
Jesus apareceu como um novo líder e se intitulava o salvador do mundo. Era, portanto, uma ameaça 
para o Império Romano, que o considerou um blasfemo.
No capítulo O Cristianismo, da obra História das religiões, estude a história do Cristianismo e seu 
surgimento. Conheça os primeiros cristãos e os seus esforços para consolidar o Cristianismo numa 
base sólida, obtendo enorme sucesso entre os excluídos da sociedade romana – mulheres, pobres 
e, especialmente, escravos – e atestando seu caráter social, apesar de sofrer perseguição política. 
Relacione e compreenda, também, as vertentes cristãs e seus desafios na pós-modernidade.
Boa leitura.
HISTÓRIA DAS 
RELIGIÕES
Luciane Marina Zimerman Affonso
O cristianismo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Resumir o surgimento do cristianismo.
  Descrever as vertentes cristãs e como se deu seu desenvolvimento.
  Caracterizar as vertentes cristãs na modernidade.
Introdução
Desde o início da história, o cristianismo é marcado por perseguições 
religiosas e, em especial, políticas. Em um clima de tensões políticos, 
Jesus dedicou-se a pregar mensagens que tinham como base ideias 
como amor ao próximo, perdão, desapego aos bens materiais, entre 
outras. Essas mensagens não ameaçavam em nada o domínio romano, 
até porque, segundo o Evangelho, Jesus sempre enfatizou que não tinha 
intuitos políticos, que o reino a que se referia era um reino vindouro, mas, 
ainda assim, o resultado trágico de sua condenação e crucificação teve 
como base a ideia de traição contra o Império.
Neste capítulo, você vai conhecer o surgimento do cristianismo como 
movimento social e religioso, que se firma, primeiro, como seita, questio-
nando e não se submetendo ao governo instaurado na sociedade, e, em 
seguida, como religião oficial do Império, fortalecendo-se e mantendo-se 
em uma organização rígida e estruturada até os dias de hoje. É visível a 
importância de reconstruir e ressignificar a identidade cristã no mundo 
atual, de modo que esse tema também será abordado e discutido com 
uma visão geral de possibilidades aos desafios encarados pelo cristia-
nismo e suas vertentes na modernidade.
1 Cristianismo: bases de uma religião milenar
Conforme o Dicionário virtual, Cristianismo ([2020]), “Cristianismo, do grego 
Xριστός, ‘Christós’, messias, ungido, do hebraico חישמ ‘Mashiach’, é uma 
religião ou doutrina cristã monoteísta que propaga a fé em Jesus Cristo, na sua 
vida e nos seus ensinamentos, como fi lho de Deus”. O cristianismo surgiu na 
Palestina, região sob domínio romano desde 64 a.C. Sua origem é a tradição 
judaica, que propagava a crença na vinda de um Messias que traria a salvação 
para todos aqueles que acreditassem nele. De acordo com Pereira (2019, p. 5): 
Ele é o Messias (Ungido) de Deus que fora prometido, e o qual o Seu povo 
esperava; Ele é o Salvador esperado pelos judeus, mas que foi rejeitado por 
eles (cf. Jo 1.11). [...] ao verem o Senhor Jesus servindo aos homens e dando 
Sua vida por eles, os judeus não aceitaram, pois lhes era inconcebível que 
aquele que se declarava o “Messias” se rebaixasse tanto assim. Contudo, este é 
um dos pontos principais do Evangelho de Cristo e da Vida Cristã: humildade 
para servir a Deus e ao próximo, mansidão para não reivindicarmos nossa 
honra e direitos em face de outras pessoas.
Questões ligadas à interpretação e à ação diante das leis sagradas foram 
os pontos de discórdia entre os Rabinos e Jesus. De acordo com Pereira 
(2019, p. 61):
Os rabinos tomaram a Lei e a transformaram num código legal de 613 man-
damentos. Ataram fardos pesados sobre os ombros das pessoas, fardos estes 
que nem mesmo os próprios rabinos ousavam encostar um dedo, mas, exigiam 
das pessoas obediência (Mt 23.4). Viviam debatendo sobre qual seria o “mais 
pesado” e o “mais leve” dos mandamentos. Então o Senhor Jesus lhes diz 
que se alguém violasse um dos mandamentos, ainda que fosse considerado 
o mais leve (conforme a concepção deles), seria “considerado mínimo no 
reino dos céus”. O Senhor Jesus não está aqui concordando com essa inter-
pretação dos rabinos, mas, sim, mostrando que todos os mandamentos têm 
igual importância, e violar qualquer um deles é coisa muito séria! Quando 
Ele diz em Mt 23.23 sobre “os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, 
a misericórdia e a fé”, não está dizendo que existem mandamentos mais im-
portantes que outros, mas, sim, que estes preceitos estão no âmago da Lei, 
e, cumprir qualquer mandamento sem observar esses três preceitos não tem 
valor algum aos olhos de Deus.
Dessa forma, a figura de Jesus se torna protagonista e guia as bases do 
que conhecemos como cristianismo. 
O cristianismo2
Para conhecer plenamente a trajetória de Cristo e de seus ensinamentos, é preciso ler 
a Bíblia, o conjunto de livros que conta a origem, os ensinamentos e as profecias que 
marcam a base teológica das religiões de base cristã. 
A vida de Jesus foi um marco histórico tão importante para as civilizações 
ocidentais que a contagem do tempo está dividida em antes e depois Dele. 
Narra a história que Jesus Cristo, após seu nascimento, foi levado para o 
Egito e, posteriormente, mudou-se com a família para Nazaré, na Galileia. Na 
Bíblia, no livro de Mateus, a mudança para o Egito se justifica para escapar 
da ordem dada por Herodes, que, ao saber do nascimento do “Filho de Deus”, 
ordenou a morte de crianças com até 2 anos que tivessem nascido em Belém. 
Sua infância e adolescência, portanto, foram em Nazaré. 
Na vida adulta, Jesus teve forte influência das pregações de João Batista,a ponto de lhe pedir para ser batizado. Após esse momento, nas águas do Rio 
Jordão, ele dedica sua vida a pregações e milagres e, assim como João Batista, 
percebia o mundo de forma dicotômica por meio da existência do bem e do mal. 
Analisando o contexto em que Jesus estava inserido, na sua fase adulta, 
destaca-se que a Palestina não se submeteu totalmente ao domínio romano, o 
que, consequentemente, levou o Império a uma postura repressiva em relação 
à população local, que, por sua vez, reagia por meio de movimentos armados 
contra a presença romana. 
Em meio a esse clima politicamente tenso, a mensagem que Jesus pregava não 
era política e nem ameaçava o domínio romano: baseava-se no amor ao próximo, 
no perdão às ofensas e no desapego aos bens materiais. No entanto, Jesus se 
tornou um inimigo em potencial para Roma em função da união entre o caráter 
explosivo da região e a postura romana de combater o surgimento de lideranças 
que pudessem prejudicar o Império de alguma forma. O Estado romano sempre 
procurou aliar-se às elites das áreas que dominava, utilizando-as como um elemento 
de controle sobre os setores populares; desse modo, a condenação de Jesus imposta 
pelos romanos seria um ato de simpatia com as autoridades religiosas judaicas, 
que já o haviam determinado traidor e blasfemo (COSTA, 2016). 
De acordo com Costa (2016), segundo os Evangelhos, no Novo Testamento, 
Jesus foi preso pelos romanos, acusado de conspirar contra o Império, con-
denado à morte e crucificado no ano de 33 após ser torturado, a mando do 
procurador romano Pôncio Pilatos.
3O cristianismo
A partir da morte de Jesus, a tradição que gerou o cristianismo foi criada 
e foi responsabilidade, em primeira mão, dos seus apóstolos e seguidores, que 
se encarregaram de disseminar a nova doutrina. Pedro, um de seus discípulos, 
foi o primeiro a propagar a mensagem ensinada por Jesus, afinal, havia sido 
incumbido pelo próprio Cristo de ser o responsável pela fundação de sua igreja. 
Paulo, também discípulo de Jesus, foi o disseminador da mensagem com um 
sentido mais universal, tornando o cristianismo acessível a todos os povos. Paulo 
foi responsável por escrever cartas às comunidades cristãs e não cristãs, descarac-
terizando o cristianismo como privilégio de um povo que teria sido eleito por Deus.
Historicamente, existe uma discussão, entre pensadores e religiosos, sobre 
as cartas de Paulo, se realmente ele teria espalhado ou deturpado a mensagem 
central do Evangelho de Jesus. O ideal da cristandade que conhecemos se dá 
graças à propagação das mensagens de Paulo ao Império Romano. O grande 
e maior “problema” que divide opiniões é o fato de Paulo ter feito concessões 
para conquistar fiéis, o que desagradou os discípulos de Jesus porque deturparia 
a sua mensagem central.
Paulo era antes conhecido como Saulo, jovem judeu, perseguidor dos discípu-
los e seguidores de Jesus que, no período de 34 d.C., cometia atrocidades com os 
cristãos: com outros homens e sob autorização do Sinédrio, assembleia de anciãos 
na Palestina, entrava de forma invasiva em casas, torturava seus habitantes e 
os prendia sob a acusação de heresia e traição à lei de Moisés. Nesse período, a 
mensagem de Jesus havia se espalhado rapidamente por toda a Palestina, e os 
seguidores de Jesus eram brutalmente perseguidos, em especial pelos judeus.
De acordo com as Escrituras Sagradas, um acontecimento na cidade de Da-
masco em que Saulo/Paulo relata ter ouvido a voz de Deus mudou radicalmente 
sua postura; assim, Saulo, de perseguidor, passa a ser Paulo, o mensageiro de 
Deus, o que explica a sua postura com os judeus e suas possíveis concessões 
e deturpação da palavra e mensagem central do cristianismo. No entanto, 
essa é uma discussão não resolvida, e cabe salientar que as cartas de Paulo 
auxiliaram enormemente que o cristianismo se tornasse acessível e conhecido 
para além dos muros da Palestina.
Assim, os atos de perseguição aos cristãos foram reduzindo à medida que 
o comportamento de Paulo mudava, mas não foram banidos. Imperadores 
usavam as perseguições aos cristãos com um caráter mais político do que 
propriamente religioso, já que os cristãos se recusavam a cultuar Roma, símbolo 
da unidade imperial, e a aceitar os imperadores como divinos.
A mensagem de redenção do cristianismo atingiu em primeira mão os que 
viviam à margem da sociedade romana: mulheres, pobres e escravos. Essa 
abrangência do cristianismo como religião lhe deu um caráter perigoso e alertou 
O cristianismo4
os romanos sobre os riscos que essa nova crença causava — as perseguições, 
como consequência, acabaram por fortalecer o cristianismo. 
Em um contexto de falência dos poderes públicos e crise, seus seguidores 
passaram a unir-se e a aceitar o martírio, acreditando na salvação, de modo 
que o cristianismo passou a ganhar novos e numerosos adeptos. Assim, passou 
a ser uma opção de consolo espiritual para a população desamparada pelo 
Império, que viu seu caráter divino negado, questionado. Dessa forma, as 
perseguições acabaram ficando cada vez mais difíceis, já que o número de 
fiéis crescia, assim como se estabelecia uma rigidez na organização cristã. A 
crise do Império aumentou assim como o número de pessoas “pobres”, classe 
que buscava e encontrava no cristianismo consolo espiritual.
Esse era um momento difícil para o Império, e tentar manter a postura 
repressiva sobre um grupo cada vez maior se tornou impossível, de modo que 
no início do século IV foi concedida a liberdade de culto aos cristãos a partir 
da publicação do Edito de Milão (CARLAN, 2009).
Em 390, o cristianismo foi tomado como religião oficial do Império, já que 
as estruturas administrativas do Império se deterioravam. Essa foi a forma 
de utilizar a organização da Igreja como um modo de exercer um controle 
sobre a crença cristã e adequar o poder do Império a essa estrutura teocrática. 
Em 476, ano da deposição do último imperador romano, cai o lado oci-
dental do Império e o cristianismo permanece triunfante em grande parte da 
Europa. Alguns bárbaros já estavam convertidos ao cristianismo ou viriam a 
converter-se nas décadas seguintes. O Império Romano teve, dessa forma, um 
papel instrumental na expansão do cristianismo (CARLAN 2009).
Após a queda do Império Romano, os povos considerados bárbaros for-
maram vários reinos no território que era até então controlado por romanos, o 
que deu início ao processo de constituição política que posteriormente carac-
terizou a sociedade medieval. Diante do grande crescimento do feudalismo, 
que foi uma grande característica da sociedade medieval, cresceu também o 
cristianismo e a Igreja Católica, que demonstrava sua predominância a partir 
da construção e divisão da sociedade em clero, nobreza e servos, assim como 
da crença do catolicismo na Santíssima Trindade. 
Posteriormente, o período da Grande Divergência (Iluminismo e Revolução 
Científica) trouxe grandes mudanças sociais. O cristianismo foi confrontado 
com várias formas céticas e ideologias políticas modernas, como as versões do 
socialismo e do liberalismo. A Revolução Francesa, a Guerra Civil Espanhola 
e a hostilidade dos movimentos marxistas, como a Revolução Russa de 1917, 
desencadearam novas perseguições aos cristãos.
5O cristianismo
Em todos os países europeus, diferentes denominações cristãs travaram 
competições entre si e com o Estado, algumas em maior, outras em menor 
escala — os tamanhos relativos das denominações e da orientação religiosa, 
política e ideológica do Estado foram variáveis (CARLAN, 2007).
As novas perseguições, algumas disputas dentro da própria Igreja e diferentes 
ideias para os rituais, as concepções de santidade, e a própria compreensão do 
Sagrado causou uma divisão no cristianismo, dando origem a diferentes vertentes.
No Brasil, por exemplo, existem atualmente mais de 30 subdivisões do cristianismo, a 
maioria delas dentro da denominação evangélico pentecostal.
2 Vertentes cristãs
Os cristianismos de Paulo e a Igrejanão conseguiram crescer de forma hege-
mônica, mas foram base para desdobramentos que percorreram o passar do 
tempo histórico e se adequaram ao contexto em que se inseriram. De acordo 
com Silva (2004, p. 142):
A religião cristã tem três vertentes principais: o catolicismo romano (subor-
dinado ao bispo romano), a ortodoxia oriental (se dividiu da Igreja Católica 
em 1054 após o Grande Cisma) e o protestantismo (que surgiu durante a 
Reforma do século XVI). O protestantismo é dividido em grupos menores 
chamados de denominações. 
O Império, em sua parte ocidental, passou por um longo período de disso-
lução, e a Igreja foi a única organização que permaneceu sem se desintegrar, 
passando a tomar o lugar das instituições romanas ocidentais. A Igreja também 
foi a responsável por manter intacto o que restou de força intelectual a partir 
de seus monges e sua vida monástica. 
A divisão do cristianismo em ramo ocidental, católicos romanos e católicos 
ortodoxos foi resultado de uma alienação gradual pela qual passou a igreja 
cristã no período dos séculos VII ao XII. Aconteceram muitos movimentos 
e tentativas para reunir as igrejas, mas que foram falhos e as mantiveram em 
um rompimento que segue até hoje.
O cristianismo6
Em 1517, outro grande cisma foi a Reforma Protestante, que resultou 
na divisão do cristianismo ocidental em várias denominações. O então 
monge Martinho Lutero negou vários pontos-chave da doutrina católica 
romana estabelecida; uma delas foi a venda de indulgências, que consistia 
em “vender/comprar” a absolvição dos pecados por um preço determinado 
pela própria igreja. Zwingli e Calvino (outros dois nomes importantes 
da Reforma) também criticaram o ensino católico romano e a adoração 
(SILVA, 2004).
De acordo com Castro (2014, p. 45):
Esses desafios desenvolveram o movimento chamado de protestantismo, que 
questionou e repudiou o primado do papa, o papel da tradição, os sete sacramen-
tos e outras doutrinas e práticas. Na Inglaterra, a Reforma começou em 1534, 
quando o Rei Henrique VIII tinha se declarado chefe da Igreja da Inglaterra.
Em resposta à Reforma Protestante, um processo de renovação e reforma, a 
Contrarreforma ou Reforma Católica, foi iniciado pela Igreja Católica Romana. 
A Contrarreforma significou um período de reflexão e novas buscas de 
compreensão do catolicismo para a própria Igreja Católica, que, além de 
reagir duramente à Reforma, fechou-se dentro de posições contra as liber-
dades expostas através do mundo moderno, o que, em grande parte retraiu a 
possibilidade de um diálogo crítico e construtivo. 
A Reforma Protestante foi a maior, se não a principal incentivadora de 
uma redescoberta do mundo do classicismo e da presença de um cristianismo 
que ia se recuperando, favorecendo a abertura de um caminho de renovação. 
Assistiu-se, assim, a um esforço de integração das duas tradições, em outros 
termos, à abertura de caminho de um “humanismo integral” com “[...] a 
valorização da pessoa em toda a riqueza das suas expressões e a abertura à 
transcendência como resposta última à demanda de sentido” (PIANA, 2019, 
documento on-line). 
Segundo Piana (2019), o maior representante dessa tentativa de diálogo 
foi certamente Erasmo de Roterdã, representante e fiel seguidor do mundo 
católico que soube dialogar com Lutero sem deixar de ter uma estreita 
relação com o humanismo laico, assumindo as suas reivindicações mais 
profundas.
7O cristianismo
No século XX, então, teria início um grande movimento, conhecido como 
ecumênico, que estreitou laços entre as igrejas protestantes e também entre 
igrejas ortodoxas e católica, segundo Silva (2004), e foi extremamente impor-
tante para o desenvolvimento da religião no desenrolar da história humana. 
O movimento ecumênico é intimamente relacionado com o cristianismo e, 
com o intuito de aproximar as diferenças existentes entre os iguais, constitui-se 
em uma tentativa de aproximação e de compreensão entre o que diferencia as 
denominações dentro de uma religião.
Sob o ponto de vista da teologia, o movimento ecumênico não vai além 
do diálogo entre iguais ou semelhantes e tem como premissa a confissão e o 
testemunho da mensagem religiosa de Jesus Cristo. 
A história do movimento ecumênico é uma história de reações contra desafios 
filosóficos, científicos, econômico-políticos e mesmo religiosos, diante dos 
quais a desunião do cristianismo protestante, em certos momentos, se apre-
sentou com preocupante fraqueza (MENDONÇA, 2008, documento on-line). 
O ecumenismo, então, é, sim, a cooperação em tarefas comuns que não 
colidam com os postulados da fé cristã — o sincretismo religioso não está na 
base do movimento ecumênico, conforme Mendonça (2008). “É por essa razão 
que, em certos casos, a expressão do movimento ecumênico se torna possível 
entre segmentos historicamente conflitantes do cristianismo” (MENDONÇA, 
2008, documento on-line). 
Por exemplo, na chegada do cristianismo ao Brasil, mesmo que se tratasse 
de um território originalmente de teologia indígena e politeísta, a ocupação 
territorial teve fortes reflexos na ocupação cristã dos portugueses a partir de 
1500. Nesse sentido, por exemplo, uma das primeiras ações de Pedro Álvares 
Cabral foi organizar uma missa em nosso território, iniciando o implante de 
profundas raízes cristãs em nossa sociedade que perduram até hoje. 
O Brasil é, desde então, um dos países com maior contingente cristão, 
mas também vem passando por alguma diversificação religiosa nas últimas 
décadas; somos um país de pluralismo religioso, em que se destaca uma 
crescente diversidade cristã. 
Nesse contexto, além disso, o catolicismo cede grande espaço aos segmentos 
dos sem religião e do protestantismo pentecostal, mas o pluralismo religioso 
é um fenômeno bem maior do que a heterogeneidade cristã, envolvendo um 
grau de desenvolvimento social, e não apenas formal e legal de liberdade de 
O cristianismo8
culto — o que não ocorre, na prática, no Brasil, se observamos, por exemplo, 
que as religiões de matriz africana ainda não são legalmente reconhecidas no 
Brasil, apesar de lhes ser dada liberdade de culto.
Os ideais de pluralismo cultural, tolerância religiosa e democracia são, 
de certo modo, confrontados pela limitada diversificação religiosa, dada 
a grande predominância cristã na sociedade brasileira. Nesse sentido, o 
diálogo inter-religioso exige uma cultura de respeito e tolerância recíproca 
que se contraponha ao constante ataque a religiões, como as menciona-
das afro-brasileiras, o que tem contribuído muito com o seu acentuado 
encolhimento. 
Nesse contexto, em 2000, surgiu, no Brasil, uma categoria que passou a 
ser denominada “neocristianismo”, grupo composto por instituições religio-
sas próximas do protestantismo, mas com referências doutrinárias próprias, 
diferentes da Bíblia. Anteriormente, esses grupos eram classificados apenas 
como “outras religiões”, como Testemunhas de Jeová, Igreja de Jesus Cristo 
dos Santos dos Últimos Dias, mais conhecida como Mórmons, e Legião da 
Boa Vontade (LBV). 
No final do século XIX, também passou a integrar esse grupo o espiritismo, 
mas é preciso observar que essa inclusão ao grupo de novas religiões foi uma 
iniciativa muito mais sociológica que teológica em função do fato de que os 
espíritas promovem a materialização do princípio cristão da caridade em 
obras de assistência social e de que tem centralidade o culto a Jesus Cristo, 
expresso no livro O Evangelho segundo o Espiritismo (KARDEC, 1864). Por 
tais motivos, o espiritismo é também caracterizado como uma vertente cristã 
(SOUZA, 2012).
Em resumo, percebe-se que o cristianismo no Brasil abrange a maior parte 
da população, o que resulta em uma abrangência ampla e heterogênea, em 
especial, quando o espiritismo passa a ser considerado parte do pequeno, mas 
notório, grupo neocristão. 
Em decorrência desse universo cristão brasileiro, a presença de outras 
religiões é pequena em comparação, em especial no que diz respeito a 
termos culturaise políticos. O cenário religioso brasileiro apresenta uma 
grande expressão de instituições cristãs, e o que é popularmente chamado 
de diversidade religiosa nada mais é do que um pluralismo do mundo 
cristão. Veja, a seguir, o Quadro 1, que, com dados do IBGE, confirma 
essa questão.
9O cristianismo
Fonte: Adaptado de Souza (2012). 
Ano
Cristãos (católicos 
e protestantes)
Sem 
religião
Adeptos de outras 
confissões religiosas
1940 % 97,08 % 0,2 % 1,9
1950 % 97,1 % 0,3 % 2,4
1960 % 97,4 % 0,5 % 2,4
1970 % 97,0 % 0,8 % 2,3
1980 % 95,6 % 1,6 % 2,5
1991 % 92,3 % 4,7 % 2,9
2000 % 89,5 % 7,4 % 3,5
 Quadro 1. Dados do universo religioso brasileiro 
3 O cristianismo e os desafios de uma religião 
milenar na modernidade
Quando se fala de modernidade, é preciso considerar o fenômeno da secula-
rização, que “[...] introduziu uma visão autônoma do mundo com respeito ao 
horizonte sagrado da era medieval”, de acordo com Piana (2019, documento 
on-line). Assim, a modernidade parece constituir um retrocesso no processo 
de desenvolvimento dos valores morais e culturais das tradições religiosas, 
em especial, do cristianismo.
O mundo contemporâneo é percorrido por vagas persistentes de intolerância, 
de fanatismo, de nova religiosidade sectária e de nacionalismo agressivo 
em pleno contraste com as exigências de secularização, de liberdade, de 
crítica, de tolerância da razão moderna. Ao nascer de uma crítica ao mito e 
à sacralização do mundo, a filosofia iniciou no Ocidente o processo lento de 
secularização , que a ideia bíblica de criação e a confissão da humanidade 
plena, sem mistura , de Cristo sobremaneira consolidaram e a Época Moderna 
culminou (PEREIRA, 1992, p. 206).
É preciso considerar que essa emancipação trouxe efeitos positivos: a 
natureza, a sociedade, a ciência e a cultura adquiriram em estatuto próprio 
com fins próprios. Nesse processo, mas de forma um pouco mais lenta, a 
O cristianismo10
ética também sofreu mudanças, distanciando-se da religião para apelar a 
argumentações mais racionais e para motivações de ordem natural. Isso não 
significa, no entanto, abdicação dos valores da tradição cristã e do humanismo 
clássico, que ressurgiram em uma ótica laica, conservando o conteúdo original.
A modernidade caracteriza, assim, um salto histórico para a razão e sua 
experiência de tempo, dando ao homem direitos e eliminando a ideia de ser-
vidão religiosa, trazendo à tona o sonho de liberdade e libertação religiosa, 
política, social, econômica, estética e cultural, induzindo os indivíduos a 
análises históricas e a pensar responsavelmente sobre si mesmo, o mundo, a 
humanidade e Deus, ou sua negação, e, consequentemente, sobre o próprio 
cristianismo.
A humanidade com suas diversas culturas vive uma profunda crise ética. 
Qual ética deve ser implantada a fim de superar a miséria, a fome, o desem-
prego em massa, a falta de moradia, de água potável, de educação e saúde e, 
principalmente, de inclusão social dos milhões que não possuem o poder de 
compra, logo, não participam da lógica do mercado se tornando seres humanos 
descartáveis? (PEREIRA, 1992, p. 207)
Afirma-se que se vive, hoje, tempos de extinção em massa devido ao 
crescente índice de depredação de todos os ecossistemas, da natureza, da 
ecologia, da economia, etc. Alguns enxergam um cenário apocalíptico, em 
que, em breve, a humanidade terá de escolher entre cuidar ou desaparecer, 
mas é preciso destacar que se vive, ao mesmo tempo, uma época em que é 
possível, e se permite, refletir sobre isso. Religião e ciência, por exemplo, 
podem coexistir e as bases do conhecimento teológico podem nos levar à 
reflexão daquilo que desejamos para nós, para o próximo e para sociedade 
em que vivemos e que deixaremos aos nossos descendentes.
O desaparecimento da humanidade e do mundo como o conhecemos sig-
nifica que o indivíduo assumiu ou ainda assumirá, com o tempo, alguns 
sonhos de poder e dominação, incentivado pelas revoluções históricas, assim 
como pelo cristianismo, o que tem determinado a quebra das relações do ser 
humano com o outro, com Deus e consigo mesmo (NASCIMENTO, 2005).
Alguns determinados momentos da história realizaram a ruptura entre a 
autoafirmação do homem e sua integração. A intenção humana de se sobrepor 
aos outros e à natureza consolidou o uso da força, e essa, quando utilizada, 
evidencia o fenômeno da ruptura entre o divino e o humano, trazendo à tona o 
pecado original bíblico e determinando, em nossos tempos, as consequências 
drásticas dessa ruptura como o princípio avassalador de autodestruição da 
espécie humana e de seu hábitat comum, o Planeta Terra.
11O cristianismo
Essa mensagem bíblica que atravessou os tempos levou a sociedade a um 
caminhar e a um olhar-se diferente. 
O cristianismo desempenhou uma função importante para se chegar ao pro-
cesso de mundialização que se tem hoje, pois utilizou a evangelização sem se 
preocupar com a inculturação. Os ideais iluministas penetraram nas sociedades 
baseadas na razão como princípio da verdade. Tais ideais penetraram em 
quase todos os países do mundo que são chamados a aderir por bem ou pela 
força a tais projetos (NASCIMENTO, 2005, p. 119).
A partir da mundialização, a humanidade se deparou com éticas e morais dife-
rentes nas diversas culturas do mundo, o que, no entanto, não impede que exista uma 
ética e uma moral que se tornem hegemônicas a cada dia que passa (NASCIMENTO, 
2005). Nesse sentido, atualmente, o que predomina, é a ética/moral capitalista, 
segundo a qual “[...] bom é o que permite acumular mais com menos investimento 
e em menos tempo possível. A moral capitalista concreta reza: empregar menos 
gente possível, pagar menos salários e impostos e explorar melhor a natureza para 
acumular mais meios de vida e riqueza” (NASCIMENTO, 2005, p. 120).
Essa ética está seguindo o mesmo destino da razão no período do Ilu-
minismo, que criou uma civilização baseada na tecnologia e na ciência hoje 
globalizadas. Em tempos de sociedade global e técnica, esqueceu-se do ser, 
formando-se com o racionalismo uma realidade fragmentada com saberes e 
éticas compartimentalizadas, o que determinou a formação de uma sociedade 
que separa os opostos como se não fossem complemento um do outro. 
Como forma de dominação social, o saber foi colocado a serviço do poder 
e é usado constantemente. 
Com isso, perdeu-se o horizonte da transcendência, da espiritualidade ao qual 
a ética está intrinsicamente ligada. A ética sem espiritualidade faz com que 
se forme uma sociedade moralista e legalista. Dessa forma, vive-se hoje em 
tempos onde a ética perdeu pathos, ou seja, a capacidade de sentir o outro. A 
Terra se encontra em seu limite, em fase de esgotamento diante da voracidade 
do crescimento populacional, bem como, dos altos índices de consumismo 
(NASCIMENTO, 2005, p. 120). 
Faz-se necessário, nesse contexto, compreender essa sociedade em que o 
cristianismo e a divulgação da sua mensagem evangélica estão inseridos, o 
que podemos fazer a partir da reflexão de Bauman (1999) e sua metáfora de 
sociedade líquida, mediante a qual o coletivo é substituído pela unicidade e pelo 
desejo individual. Cada grupo, estruturado ou não, é forçado a se transformar 
a fim de lidar com as transformações. Na metáfora de Bauman (1999), isso 
O cristianismo12
envolve um processo de mudança do estado sólido para um estado líquido. 
As muitas e variadas reações a essa ideia de uma Igreja “líquida” abriram 
diversas áreas de reflexão no próprio cristianismo.
Por sua vez, essa metáfora apresentou graves limites e incoerências internas 
no cristianismo moderno diante da autoconsciência cristã, afetando a compre-
ensão da relação de Deus com a criação e, consequentemente, problematizando 
a visão do seu agir no mundo. Assim, tornou explícita a fragilidade da resposta 
cristã ao problema do mal, mostrando a incoerência da imagem de um Deus 
carente de serviço e louvor (GUIMARÃES, 2006). 
A concepção dessa ideia de liquidez também na Igreja e nocristianismo 
como um todo mostrou que a linguagem religiosa sofreu o embate da moder-
nidade, especialmente, na interpretação literalista e objetivista da Bíblia, da 
tradição e dos dogmas, revelando as ingenuidades e deformações que essa 
compreensão favoreceu na experiência original. Além disso, trouxe à tona a 
necessidade de conhecer a linguagem religiosa como condição de possibilidade 
para que ela se torne significativa e crível no contexto cultural moderno, 
verificando-se a necessidade de outra configuração do cristianismo nos eixos 
estruturantes da experiência cristã, em especial a salvação e a revelação.
É necessário frisar uma “nova objetividade religiosa” para os tempos atuais, 
conciliando fidelidade à tradição cristã com atualidade e uma nova sensibilidade cul-
tural. Os pilares estruturantes da salvação e da revelação como forma de atualização 
da riqueza da tradição cristã a partir de Jesus precisam ser ressignificados e o amor 
salvífico de Deus deve primordialmente ocupar o centro de qualquer configuração 
autêntica do cristianismo. Essa mensagem do amor de Deus transmitida por Cristo é 
a matriz hermenêutica e o coração do cristianismo e, talvez, sua recuperação seja o 
maior desafio da religião hoje — o próprio cristianismo precisa resgatar a mensagem 
do amor que salva e liberta para a prática da justiça. A experiência cristã original, 
em sua essência, mostra que graça e liberdade não se subtraem.
Em conclusão, é necessário que o cristianismo trilhe outros caminhos para 
a configuração atual da experiência cristã, formulando um cristianismo liberto 
de favoritismos e aberto para um verdadeiro diálogo inter-religioso com outras 
tradições religiosas, mas, também, com outras culturas, em busca de uma huma-
nidade mais unida em prol da paz — portanto, uma religião mais companheira e 
comprometida com o mundo, e não apenas com seu pequeno rebanho. 
Esse cristianismo poderá voltar às fontes, tornando-se autêntico em sua identi-
dade, mas também será interativo, assumindo uma dimensão dialógica fraterna e 
inclusiva, tentando sempre a universalidade em um movimento de abertura e postura 
aprendiz. Esse, então, será um caminhar aberto ao diálogo aprendente, prospectivo, 
sem perder sua identidade original, na esperança de um futuro melhor para todos.
13O cristianismo
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O cristianismo16
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
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17O cristianismo
Dica do professor
A sociedade atual, ao contrário do que ocorreu durante o século XX, não pensa a longo prazo, não 
consegue traduzir seus desejos em um projeto de longa duração e de trabalho duro e intenso para a 
humanidade. Os grandes projetos de novas sociedades se perderam e a força da sociedade não é 
mais voltada para o alcance de um objetivo.
Nesta Dica do Professor, veja que, a partir da metáfora da sociedade líquida, de Zygmunt Bauman, 
o ser humano se torna egocêntrico, emancipado e alienado do Criador, sujeito à escravidão da 
idolatria. Exemplos disso são o consumismo e os relacionamentos fragmentados. Essa metáfora traz 
muitos desafios ao Cristianismo, inclusive o de se repensar como denominação religiosa instituída.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
História da religião no Brasil: o Ensino Religioso e a catequese 
na sociedade brasileira
O presente artigo, escrito por Maria de Fátima Pimentel Pereira Galvêas, explora o universo da 
disciplina religiosa ensinada nas escolas, fazendo um link com a educação inclusiva como alternativa 
para refletir o papel da educação no universo religioso dos estudantes e a constituição de sua 
identidade e espiritualidade.
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O pensamento filosófico e o Cristianismo
Este artigo fala sobre o Cristianismo, a sociedade líquida e as contribuições do filósofo Kierkegaard 
para os tempos atuais. Tales Macedo da Silva e Degislando Nóbrega de Lima refletem sobre temas 
como fé, compromisso e construção de identidade cristã para a contemporaneidade, fazendo um 
apanhado geral da vivência autêntica do Cristianismo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Os cristãos sem Igreja
Com a secularização, a religião foi se tornando irrelevante e os padrões do Cristianismo foram 
sendo questionados pela sociedade. Escrito por Rebecca Ferreira Lobo Andrade Maciel, o presente 
artigo percorre essa trajetória de forma embasada e concreta.
https://www.snh2019.anpuh.org/resources/anais/8/1553211010_ARQUIVO_ArtigoCientifico.pdf
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/bauman/article/download/6454/4597 
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https://www.ufjf.br/sacrilegens/files/2016/03/12-2-8.pdf

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