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Em 1981, nos EUA, foi verificado que alguns pacientes hígidos entravam em um estado de imunodeficiência e começavam a manifestar algumas patologias incomuns, como a pneumonia por pneumocystis jiroveci e sarcoma de Kaposi. Os pesquisadores começaram a avaliar os pacientes e identificaram epidemiologias comuns, como a manifestação em homens gays, que deu o nome inicial a síndrome (GRID – imunodeficiência relatada em gays). Com o tempo identificou-se também a infecção em mulheres que tinham contato com infectados, em pacientes usuários de drogas injetáveis, e em filhos de mulheres infectadas, fato que mudou o nome para AIDS – síndrome da imunodeficiência adquirida. Em 1985, estabeleu-se a relação entre um vírus HIV e a AIDS. O premio nobel pela identificação do HIV foi dado para um doutor francês Dr. Luc Montagnier. O HIV é um retrovírus, um vírus de RNA que necessita da enzima transcriptase reversa para converter sua molécula em DNA dupla-fita. Além disso, é um vírus icosaedrico, possui um capsídeo e uma membrana lipoproteica. Possui na membrana algumas glicoproteínas importantes: gp120 e gp41. E possui no capsídeo um antígeno também importante: o p24. HIV-1: grupos M (major), N, O e P (mais comuns no mundo) HIV-2: grupos A e G (mais comuns no oeste africano) REPLICAÇÃO VIRAL 1) O virion do HIV se liga a partir das glicoproteínas gp120 a células do hospedeiro que expressam CD4 (dendríticas, macrófagos, monócitos, linfócitos T helper). 2) Há a exposição de regiões ligantes dos correceptores do hospedeiro CCR5 e CXCR4 e interação; 3) Há outra mudança conformacional expondo a glicoproteína gp41 que será responsável por fundir a membrana lipoproteica viral 4) O vírus se funde e inocula seu capsídeo no citoplasma 5) A transcriptase reversa converte o RNA em DNA dupla-fita e o capsídeo é rompido 6) A dupla fita de DNA é integrada ao DNA do núcleo a partir da enzima integrasse 7) Há a transcrição e tradução e as proteínas virais se agrupam, onde vão ser ativas pela protease para formação do capsídeo, e então o vírus é liberado. Resumindo: macrófago, dendritica e T - Fusão (CD4, gp120, gp41, CCRP5 e CXCRP4) - Inoculação - Transcrição Reversa - Integração (integrase) - Tradução - Ativação (protease) - Liberação A fisiopatogenese se resume a 3 mecanismos que interagem entre si: - Imunodeficiencia profunda pela destruição direta dos linfócitos T CD4 pela replicação viral citoplasmática; - Imunodeficiencia profunda pela destruição indireta, a partir do reconhecimento de células infectadas pelos linfócitos T CD8+ citotóxicos; - Imunodeficiência profunda pela destruição dos T CD4 a partir de exaustão celular e apoptose Infecção primária e disseminação inicial do vírus Na infecção primária pelo HIV, como a infecção é primordialmente na mucosa genital o vírus pode ser carregado pelas células dendríticas se a mucose estiver integra, ou alcançar a lamina basal diretamente infectando os linfócitos T circulantes. Fato é que essas células infectadas vão se direcionar para os linfonodos, onde diversas células contendo CD4 estão. Ou seja, as células apresentadoras direcionam o HIV justamente para o PARAISO. Enquanto os linfócitos T direcionam sua especificidade para os linfócitos B em espera para produção dos anticorpos específicos e memória, o HIV já sofreu replicação e MUITA variabilidade, tanta que quando os anticorpos são formados, diversas quase- especies já foram construídas. Os linfonodos e os MALT (tecido linfoide associado a mucosa intestinal) são importantíssimos nessa fase inicial, o vírus irá se multiplicar de modo muito intenso, chegando a bilhões de cópias por mL nessas regiões. Clinicamente, surgem os primeiros sintomas em torno de algumas semanas, mas inespecíficos, é a chamada SINDROME RETROVIRAL AGUDA, sentida como febre, mialgia, artralgia, linfonodomegalia, diarreia. Mas os sintomas desaparecem... o sistema imune adaptativo inicia uma resposta que retarda o vírus de certa forma, e esse vírus vai permanecer por cerca de 10 anos num período de latência clinica, mas NÃO latência virológica. Estabelecimento de uma infecção crônica com replicação viral persistente Após o período retroviral agudo, os indivíduos tendem a se manter assintomáticos, em virtude da patencia de CD4 suficiente para manter a imunidade, porém embora haja latência clinica o vírus continua se replicando e destruindo linfócitos, ou seja ainda há patencia virológica. Doença avançada Uma hora...o CD4 cai a nível abaixo de 350 celulas/microlitro e infecções e neoplasias oportunistas podem começar a surgir. HIPERATIVAÇÃO DO SISTEMA IMUNE Para o HIV, hiperativar o sistema imune é ótimo, primeiro porque pode facilitar a expressão de suas moléculas pelo núcleo, segundo porque pode promover exaustão de células imunes diminuindo sua imunidade, terceiro porque gera lesão orgânica associada à resposta inflamatória. É justamente isso que acontece: - GALT: lembra dele? O GALT destruído inicialmente faz com que haja oportunidade de bactérias intestinais como enterobacterias ou fungos a infectar e produzir a liberação de citocinas pró-inflamatórias. - Glicoproteinas virais: quando o vírus penetra na célula, algumas glicoproteínas virais podem ser liberadas e se ligar a células imunes, liberando fatores pró- inflamatórias. Esses mecanismos contribuem para a formação de um estado hiperativado dos linfócitos B e linfócitos T. O estado pró-inflamatório gera uma síndrome do envelhecimento acelerado facilitando aterosclerose, AVC, IRC, IAM, osteoporose, diabetes, encefalopatias. FENÔMENOS AUTOIMUNES A própria infecção pelo HIV corrobora com a ativação de Linfocitos B, promovendo uma liberação exagerada de gamaglobulinas, condição chamada de hipergamaglobulinemia policional. Isso evolui com clinica inflamatória, mas não necessariamente uma doença inflamatória. Qualquer infecção coexistente, oportunista ou não, ajuda a potencializar a carga viral (transativação heteróloga do HIV). As mais potentes, tuberculose e malária. REDUÇÃO DO HLA CLASSE I O HIV produz uma proteína, produto do gene Nef, que diminui a expressão das moléculas de MHC de classe I, responsáveis pela ativação dos linfócitos T citotóxicos, diminuindo o reconhecimento de células infectadas por esse vírus. INEFICÁCIA DOS ANTICORPOS ANTI- HIV Os anticorpos anti-HIV são ineficazes as glicoproteínas gp120 e gp41, pois ocorre fenômenos de escape: - Glicosilação de proteínas, bloqueando fisicamente a ligação; - Mudança conformacional, escondendo os sítios de ligação; - Variabilidade na sequencia de aminoácidos, mudando os epítopos ligantes. LATÊNCIA PÓS-INTEGRAÇÃO Alguns linfócitos T CD4 vão possuir o DNA viral integrado em seu núcleo, mas não replicar o vírus, permanecendo por muito tempo com o DNA viral intrínseco sem expressá-lo, porém a qualquer momento isso pode ser ativado. Em geral essas células demoram cerca de 70 anos para morrer, logo mesmo com o uso de TARV, o vírus pode permanecer na célula e ser ativo por cerca de 70 anos. As formas mais importantes de transmissão do HIV: - Transmissão sexual; - Transfusão sanguínea, hemoderivados ou tecidos; - Transversal (intrautero, intraparto, amamentação); TRANSMISSÃO SEXUAL - A principal via de disseminação do vírus é o sexo heterossexual, porém a eficiência é baixa, chegando a 0,12%, sendo maior quando o homem é o infectado, em virtude de maior tempo de exposição do sêmen na mucosa vaginal. - O sexo oral também possui risco de transmissão, sendo tanto quem recebe quanto quem realiza. - A forma mais eficiente de transmissão é o sexo anal, em virtude do maior potencial lesivo da mucosa e em virtude da maior exposição aos linfócitos TCD4 devido a camada mucosa menos espessa, chegando a 1,4%. FATORES QUE AUMENTAM O RISCO:- DST concomitante - Carga viral - Uso do TARV - Circuncisão - Uso de anticoncepcional oral CONTATO COM SANGUE, HEMODERIVADOS E TECIDOS Uso de drogas injetáveis: Como é de se esperar, o compartilhamento da parafernalha para a injeção de drogas pela via parenteral é uma das formas de contaminação. Hemotransfusão e transplante de órgãos O risco de transmissão em sangue infectado é > 90%, ou seja é muito eficiente, mas hoje em dia a chance é 1 em 1,5 milhões, isso pois existem protocolocos sistematizados que reduziram o risco: - Questionário para identificar práticas de risco - Sorologia para HIV - Sorologia para p24 - Pesquisa de ácido nucleico viral por PCR - Screening de doenças que tem o mesmo fator de risco como hepatite B e C Dois testes de alta sensibilidade são realizados nos sangues, um sorológico e um de PCR, mas a janela diagnóstica ainda existe, sendo pouco identificado infectados com tempo < 10 dias. ACIDENTES OCUPACIONAIS Os acidentes ocupacionais possuem riscos de contaminação. O risco para perfurocortantes é o maior, representando 0,3%. Os fluidos corporais a principio são passíveis de contaminação se tiver sangue misturado, mas nunca dá pra garantir que não haja sangue. Sem sangue, a saliva, as secreções nasais, o suor, a lagrima, o vomito, o escarro não são contaminantes para o HIV. Uma grande dúvida é quanto ao beijo. Na literatura não há casos relatados, e a saliva não é um contaminante, mas sangue na saliva pode ser um risco, evidentemente baixo. TRANSMISSÃO VERTICAL A transmissão vertical pode ser feita durante o intrautero, no momento do parto e durante a amamentação. O risco maior é durante o parto, representando 50% de risco. Cerca de até 50% das mães HIV+ sem intervenção podem transmitir. Riscos maiores: carga viral maior, não uso do TARV, ruptura de amnio prolongada. No Brasil - Prevalencia: 1 milhão de casos - Incidencia: 18/100.000 hab/anos - Razão entre os sexos: 2:1 - Maior incidência no sul e sudeste com perspectiva de queda, e aumento no norte e nordeste O Brasil tem se mantido estável em incidência, mas isso se deve a uma inversão regional, com aumento na incidência no norte e nordeste e diminuição no sul-sudeste. Forma mais prevalente de infecção em homens: sexo homoafetivo Forma mais prevalente de infecção em mulheres: sexo heteroafetivo Conhecendo os exames Imunoensaio de quarta geração O imunoensaio de quarta geração possui uma janela diagnóstica de 15 dias, isso porque apresenta um anti-p24 em sua placa fixa. Os conjugados antígeno-enzima, e anticorpo anti-p24-enzima são ligados a uma substância cromógena, permitindo a visualização direta da presença de anticorpos anti-HIV na amostra do paciente e antígenos p24. Teste molecular Tem como base a reação em cadeia da polimerase, amplificando bilhões de vezes o DNA viral. O PCR tem janela diagnóstica em torno de 10 dias. Teste rápido É usado em algumas circunstâncias: - Regiões sem infra-estruturas e inóspitas; - Parceiros de portadores de HIV - Pacientes com tuberculose - Pacientes com DSTs - Pacientes com doenças oportunistas - Pacientes com hepatite viral Estratégias diagnósticas PACIENTES > 18 MESES A estratégia é dividida em 2 etapas: 1) Teste de Triagem (sensível) 2) Teste confirmatório (específico) Existem 5 estratégias diferentes de diagnóstico, sendo utilizadas baseadas em: Disponibilidade, epidemiologia, estágio da doença 1 – TESTAGEM RÁPIDA: II – SALIVA + TESTE RÁPIDO: III – IE 4 geração + Molecular IV – IE 3 geração + Molecular V – IE 4 geração + Sorológico O Ministério da saúde preconiza ainda que, se a clinica for favorável, pode-se fazer o teste molecular de inicio. Se a carga viral vir >= 5000 copias/ml, presuntivamente o paciente está com HIV. E uma amostra confirmatória deve ser feita após 30 dias. Se a carga viral vir menor ou indetectável, repete-se após 7 dias.. Nesses pacientes, exame sorológico não é útil, pois os anticorpos podem ser derivados da passagem pela placenta. O correto são os moleculares. Dois testes imunológicos positivos com carga viral > 5000 cópias/ml Primeiro teste molecular: 2 semanas pós-profilaxia Segundo teste molecular: 6 semanas pós-profilaxia TESTE MOLECULAR IMEDIATAMENTE 1) Negativo: novo teste após 4 semanas 2) Positivo: <= 5000 cópias/ml: novo teste após semanas > 5000 cópias/ml: novo teste imediatamente - Discordancia entre os testes: terceiro teste - Em outros casos de discordância ou 2 testes positivos com carga <= 5000: avalio a clinica, DNA proviral e contagem de CD4 - Interromper a amamentação - Iniciar a PEP - Dosar carga viral imediatamente - Notificar como criança exposta ao HIV e infectada/não-infectada A carga viral vai seguir fluxograma igual ao da criança <= 18 meses com uso de profilaxia. Todos devem receber profilaxia para Pneumocystis jiroveci a partir da 4 semana de vida. - Manter até a confirmação de não- infecção; - Se houver infecção, manter até o primeiro ano de vida e depois reavaliar. PACIENTES >= 13 ANOS Critério CDC adaptado Confirmação laboratorial de infecção pelo HIV Doença oportunista ou CD4 < 350 Critério Rio de Janeiro/caracas Confirmação laboratorial de infecção pelo HIV Somatório >= 10 pontos na escala de sinais, sintomas ou doença Critério no óbito AIDS ou HIV + doença oportunista da DO Epidemiologia inconclusiva PACIENTES < 13 ANOS Critério CDC adaptado Evidencia laboratorial de infecção pelo HIV 2 Doenças oportunistas leves ou 1 doença oportunista moderada/grave Avaliação Clínica Inicial: - Anamnese e exame físico completo - Relação medico-paciente Pacientes estáveis e assintomáticos são tratados na Unidade Básica de Saúde Gestante, sintomático, criança, coinfecção (tuberculose, hepatite), instáveis, são encaminhados para centro especializado. Exames complementares: EXAMES INICIAIS: Status imunológico: contagem de CD4 Carga viral: PCR Sangue: hemograma completo Figado: hepatograma Rim: creatinina, ureia e EAS Sifilis: testes não-treponemicos (VDRL) Tuberculose: prova tuberculínica Hepatites: A, B, C Toxoplasmose: IgG anti-toxoplasmose Radiografia de tórax: pneumocistis? Lipidograma: HDL, LDL, triglicérides Glicemia de jejum: diabetes? EXAMES DE SEGUIMENTO: - Usando TARV - Assintomático - CV indetectável CD4 > 350 em duas coletas separadas por 6 meses Não pedir CD4 < 350 Cada 6 meses - Não usa TARV - Sintomático - CV detectável Cada 6 meses Pro paciente recém-diagnosticado, o retorno a unidade deve ser em 1 ou 2 semanas, para acompanhamento da TARV. Evolui-se para 1 em 1 mês e depois de 6 em 6 meses, dependendo da confiança com o paciente. Toda consulta deve ter rastreio clinico para tubertulose-doença: febre, sudorese noturna, tosse e perda de peso. A prova tuberculínica deve ser realizada anualmente nos pacientes que não tem sinais de tuberculose, para busca de tuberculose-latente. Exceto quando há reconstituição imune, devendo ser realizada de imediato. Prova tuberculínica positiva ou IGRA+ TRATAR INDEPENDENTE DE TUDO Paciente que tem contato com tuberculose ativa comprovada Pacientes com CD4 baixo <= 350 Paciente com histórico positivo de PT, IGRA ou cicatriz radiológica que não trataram TRATAR INDEPENDENTE DE TUDO Tratamento: isoniazina 9-12 meses IMUNIZAÇÃO Pacientes com CD4 muito baixo tem contra-indicação de vacinação Para os casos de CD4 normal, a vacinação pode ser feita independentemente. - Pós-vacinação: transativação heteróloga, com aumento da carga viral, logo deve- se esperar 30 dias para carga viral - Hepatite B: deve ser feita em DOSE DOBRADA e em uma DOSE EXTRA (0,1, 2 e 6 meses) Para todos os pacientes com HIV+, devemos realizar a prevenção combinada: - Biomedico: usar a TARV do modo correto - Comportamental: utilizar preservativos, não amamentar, acompanhar - Estrutural: realizar campanhas publicas de saúde INDETECTÁVEL = INTRANSMISSÍVEL O paciente com carga viral indetectável com TARV por pelo menos são 6 meses considerados indetectáveis e intransmissíveis Vale lembrar que o único método contraceptivo contraindicado é o DIU com espermicida COMO FAZER PARA ENGRAVIDAR? Mãe- Pai+ Concepção Natural Programada - Pai em uso de TARV e indetectável pelo menos 6 meses; - Pai não ter outras parceiras; - Ambos não terem outras DSTs; - Mãe realizar a PrEP Relação sem preservativo durante período fertil Mãe+ Pai- Autoinseminação Vaginal Programada - Coleta do sêmen com seringa e introdução no canal vaginal diariamente no período fértil; - Relação sexual com preservativo durante o período fertil Mãe+ Pai+ Concepção natural planejada Ambos usando TARV indetectáveis e sem DST Essa síndrome ocorre quando o paciente inicia o TARV ou troca a medicação associada ao TARV. Com a melhora da resposta imune, há uma resposta inflamatória exacerbada que promove piora da sintomatologia. CONDUTA: manter o TARV e associar AINE ou corticoide sistemico É recomendado fazer a genotipagem nos seguintes critérios PRÉ-TRATAMENTO - Crianças HIV+ com carga viral de 500 ou mais - Gestantes HIV+ com carga viral de 500 ou mais - Coinfecção HIV+tuberculose - Infecção por parceiros que usam ou usaram TARV EM TRATAMENTO - Falha virológica com carga viral de 500 ou mais Recomendado: iniciar o tratamento EM TODOS OS PACIENTES HIV+ Obrigatório: sintomáticos, gestantes, coinfecção com vírus da hepatite, risco cardiovascular elevado, TB ativa e baixo CD4. Tuberculose Meningea Só inicio a TARV após 8 semanas de RIPE Tuberculose não-meningea + HIV CD4 < 50 ou sinais de AIDS: iniciar a TARV após 2 semanas de RIPE CD4 >= 50: iniciar TARV após 8 semanas de RIPE O tratamento inicial do HIV é o uso de terapia tripla combinada: - Inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosideo: ITRN - Inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleotídeo: ITRNt - Inibidor de integrasse Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir Contra-indicações e alternativas para o tenofovir Tenofovir: nefrotoxicidade Abacavir: pode causar DRESS em pacientes com HLA*B5701, por isso temos que investigar esse gene antes de associar abacavir Zidovudina: mielotoxicidade e lipoatrofia Didanosina: pancreatite aguda e neuropatia periférica Inibidor de integrase O dolutegravir é a primeira escolha, e hoje em dia pode ser usado em gestantes. - Pacientes em tratamento para tuberculose deve-se dobrar a dose do dolutegravir (2x ao dia) devido a rifampicina. - Pacientes em uso de fenobarbital, fenitoina ou carbamazepina também devem dobrar a dose. O dolutegravir aumenta a dose da metformina sendo esta tendo que abaixar a dose. Alternativa ao dolutegravir Efavirenz (ITRNN) Inibidores de protease São indicados como terapia “de resgate” após falha terapêutica, desde que indicado por genotipagem. Dose de escolha: atazanavir + ritonavir (+ tenofovir + lamivudina) Esquema simplificado Em pacientes com boa resposta ao tratamento, adultos, não gestantes, indetectável, estável pode ser usado o tratamento simplificado: Lamivudina + Dolutegravir Virologica Carga viral alta ou que se eleva após 6 meses de TARV (repetir carga viral após 4 semanas) Imunológica Aumento de CD4 < 30% em um ano Clinica Manifestação clinica na ausência de falha virológica Na presença de falha virológica devemos avaliar a necessidade de genotipagem: - Carga viral >= 500 - Falha virologica confirmada com distancia de 4 semanas entre as cargas virais - Pelo menos 6 meses de tratamento INFECÇÃO INDICAÇÃO (qlqer uma) PROFILAXIA PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA P. jiroveci -CD4 < 200 -Infecção previa -Candidiase oral Sulfametoxazol + trimetoprima Tuberculose - PT+ ou IGRA+ - CD4 < 350 - Exposição a doença ativa - Historico de PT+ ou IGRA+ ou RX+ sem ter tratado Isoniazida 9-12 meses + piridoxina Paracoccidio - História previa Sulfametoxazol + trimetoprima PEP – PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO Para avaliarmos a profilaxia pós- exposição temos que responder 5 perguntas: - Quando? - Material? - Tipo? - Sorologia do individuo? - Sorologia da fonte? QUANDO OCORREU A EXPOSIÇÃO? A exposição é uma URGÊNCIA MÉDICA - Tempo ideal para inicio da PEP: até 2 horas - Tempo máximo para inicio da PEP: até 72h QUAL MATERIAL BIOLÓGICO FOI EXPOSTO? Infectantes Não-infectantes Sangue Saliva Semen Suor Liquidos serosos Vomito Leite materno Fezes Urina Lagrima QUAL TIPO DE EXPOSIÇÃO? Com risco Sem risco Percutanea Cutanea integra Mucoso Mordedura leve Cutanea não- integra Mordedura com sangue QUAL SOROLOGIA DO INDIVIDUO EXPOSTO? Se o teste rápido for positivo, então o paciente já era infectado antes, não necessitando de PEP QUAL SOROLOGIA DO PACIENTE FONTE? - Se o paciente fonte possuir sorologia positiva, é indicado a PEP - Se a sorologia for negativa, depende da exposição, se tiver tido exposição perigosa nos últimos 30 dias, é indicado a PEP - Se a fonte não puder ser identificada: PEP indicada - Sorologia positiva: PEP indicada TRATAMENTO Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir 28 dias ALTERNATIVAS Tenofovir: zidovudina Dolutegravir: atazanavir+ritonavir Gestantes < 3 meses: tenofovir + lamivudina + atazanavir + ritonavir > 3 meses: Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir Outras condutas ANTICONCEPCIONAL DE EMERGENCIA Levonorgestrel 2 comprimidos em até 5 dias PROFILAXIA OUTRAS DSTs Sifilis: Penicilina Benzatina 1,2 milhão UI IM uma em cada glúteo Gonorreia: ceftriaxone 500mg IM dose única Clamidia: azitromicina 1g VO dose única Hepatite B: se vacina incompleta – vacina + imunoglobulina - Acompanhe o paciente após duas semanas, para reavaliar efeitos do TARV. - Testes rápidos devem ser feitos após 30 e após 90 dias. PrEP – PROFILAXIA PRE-EXPOSIÇÃO É recomendado caso a caso para aqueles indivíduos com maior risco de contágio. A medicação é de uso contínuo Tenofovir + entricitabina - Avaliar esses pacientes de 3 em 3 meses, realizando testes rápidos, exames laboratoriais, testes pra sífilis e hepatite
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