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Renata D’Onofrio Patologia Definições Etiologia + Fatores de Risco Quadro Clínico Diagnóstico Tratamento ASMA A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores que se caracteriza por hiperresponsividade dessas vias a diferentes estímulos, com consequente obstrução ao fluxo aéreo, de forma recorrente e, tipicamente, reversível. Asma Leve: é controlada com as primeiras linhas terapêuticas - medicamento de alívio, conforme a necessidade, ou CI em baixa dose. Asma Moderada: doença bem controlada com tratamento intermediário, como dose baixa de CI e beta2-agonista de longa ação (LABA). Asma Grave: pacientes com asma refratária e aqueles cuja resposta ao tratamento de comorbidades é incompleta. Requer tratamento com CI/LABA de alta dose, seja para evitar descontrole ou não controle da doença apesar do tratamento. Etiologia: · Desconhecida. Fatores de Risco: · Infância: meninos. · Pós-puberdade: mulheres. · História familiar. · Tabagismo passivo. · Ausência de aleitamento materno. · Sensibilização aos alérgenos. Sinais e Sintomas: · Sibilos. · Dispneia. · Tosse. · Cansaço aos esforços. · Aperto no peito. · Piora dos sintomas à noite ou pela manhã. · Variação da intensidade dos sintomas ao longo do tempo. · Aumento da frequência ou piora dos sintomas com IVAS. · Sintomas desencadeados por exposição a alérgenos: · Fumaça. · Odores. · Tabaco. · Agrotóxicos. · Frio. Classificação: · Asma Alérgica: geralmente começa na infância e está associado a uma história passada e/ou familiar de doença alérgica - como eczema, rinite alérgica ou alergia a alimentos ou medicamentos – com inflamação eosinofílica das vias aéreas; · Asma Não Alérgica: ocorre em alguns adultos e o perfil celular (neutrofílico, eosinofílico ou com células inflamatórias). · Asma de Início Tardio: ocorre pela primeira vez na vida adulta e geralmente os pacientes são refratários ao tratamento com corticosteroides. · Exames; · Raio-x de tórax. · Hemograma. · Eosinófilos. · IgE sérico. · Prick Teste – teste cutâneo. · Espirometria: · É o exame recomendado para indivíduos > 4 anos de idade. · Um aumento ou decréscimo do VEF1 de mais de 12% do valor basal e superior a 200 mL é compatível com asma. Medidas Gerais: · O tratamento tem por objetivo atingir e manter o controle da doença, que é definido como a intensidade com que as manifestações da doença são suprimidas pelo tratamento. A avaliação desse controle deve ser feita de maneira objetiva e periódica, utilizando-se instrumentos - GINA. · A diretriz GINA categoriza o tratamento da asma em 5 etapas que levam em conta a gravidade e resposta às intervenções instituídas. · Asma Intermitente I: · I: dose baixa de CI + LABA, sob demanda! · Budesonida + Formoterol. · Asma Persistente Leve II: · II: dose baixa de CI (fixo) + LABA de resgate. · Budesonida (200-400 mcg, 12/12h) + Formoterol. · Asma Persistente Moderada III: · III: dose baixa de CI (fixo) + LABA (fixo e de resgate). · Budesonida (200-400 mcg, 12/12h) + Formoterol (12 mcg, 12/112h). · Asma Persistente Grave IV: · IV: dose média de CI (fixo) + LABA (fixo e sob demanda). · Budesonida (> 400 – 800 mcg, 12/12h) + Formoterol (12 mcg, 12/12h). · Asma Persistente Grave Refratária V: · V: dose alta CI (fixo e sob demanda) + LABA (fixo e sob demanda) + LAMA e/ou imunobiológicos. · Budesonida (>800 mcg) + Formoterol (12 mcg, 12/12h) + Tiotrópio (2 puffs, 1x/dia). · Omalizumabe e Mepolizumabe: avaliar IgE sérico, verificar presença de asma associada e idade do paciente. · Tratamento Geral: controle ambiental + acompanhamento regular. Renata D’Onofrio Patologia Definições Fatores de Risco Quadro Clínico Diagnóstico Tratamento CRISE ASMÁTICA A crise aguda de asma ocorre quando há uma piora significativa dos sintomas basais do paciente que usualmente requer mudança no tratamento habitual. Geralmente é desencadeada por infecções virais, exposição ocupacional ou a alérgenos ambientais. Fatores Desencadeantes: · Infecções virais. · Exposição ocupacional. · Exposição a alérgenos. · Mudanças sazonais. Fatores de Gravidade: · 3 ou mais visitas à emergência ou 2 ou mais internações por asma nos últimos 12 meses. · Uso frequente de corticoides sistêmicos. · Crise grave prévia com necessidade de IOT. · Uso de dois ou mais tubos de broncodilatador de alívio/mês. · Problemas psicossociais ou outras comorbidades associadas. · Asma Lábil. Sinais e Sintomas: · Sibilos. · Dispneia. · Tosse. · Cansaço aos esforços. · Aperto no peito. · Fala entrecortada. · Uso de musculatura acessória. · FC: > 120 bpm. · FR: > 30 ipm. · Pulso paradoxal: > 18 mmHg. · PFE: menor ou igual a 120 L/min. Exames: · Raio-x de Tórax: · Deve ser solicitado se o quadro clínico sugerir processo infeccioso, IC ou pneumotórax. · Pode evidenciar: hiperinsuflação pulmonar, retificação de cúpulas diafragmáticas, aumento dos espaços intercostais e do diâmetro anteroposterior do tórax. · Hemograma: · Costuma estar dentro da normalidade, exceto em casos de exacerbação por pneumonia. · Uso de corticoide pode elevar a contagem de leucócitos. · Gasometria Arterial: · Indicada de SPO₂ < 93%, ou se houver sinais de insuficiência respiratória. Medidas Gerais: · Oxigênio: · Manter a saturação de oxigênio > 92%. · Baixo fluxo: 1-3 L/min. · Beta-2 Agonista de Curta Duração: · Salbutamol spray: 6-8 jatos com espaçador. · Nebulizar 10-20 gotas em 3-5 ml de SF 0,9% em O₂ 6-8 L/min. Repetir a cada 1/1h ou 4/4h, SN. · Anticolinérgico: · Ipratrópio (0,250 mg/ml) 500 mcg (40 gotas), diluídos em 3-5ml de SF 0,9%. · Repetir dose 20/20 min (3x) ou 4-8 puffs. · Glicocorticoides Sistêmicos: · Prednisona: 1 mg/kg/dia, por 5 a 7 dias. · Dose máxima: 50 mg/dia. · Metilprednisolona: 62,5-125 mg, EV. · Casos graves e refratários. · Hidrocortisona: 150-200 mg, EV. · Casos graves e refratários. Na crise. Casos Refratários: · Usar em casos graves, refratários a 1h de terapia inalatória intensiva. · Sulfato de Magnésio 10% (1 g/mL): 20 ml + 80 mL SF 0,9%, EV, correr em 20-30 min. · Se refratariedade mantida: · Adrenalina: 0,3 – 0,5 mg (0,3 – 0,5 mL de solução 1:1000) IM ou SC. · Terbutalina: 0,25 mg, SC, a cada 20min. Repetir até 3x. Indicações Ventilação Mecânica: · Falha na VNI. · Falha em reverter acidose respiratória. · Arritmias graves. · Parada cardíaca e respiratória. · Rebaixamento do nível de consciência. · Tórax silencioso.
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