Prévia do material em texto
Nesta webaula, estudaremos a responsabilidade tributária, isto é, sobre quem é identi�cado como sujeito passivo da relação jurídico-tributária, quem pratica efetivamente o fato gerador do tributo, assim como quem deverá suportar a obrigação do pagamento. Sujeito passivo na relação jurídico-tributária A relação jurídico-tributária é o vínculo por meio do qual o Estado, o ente tributante, enquanto sujeito ativo, relaciona-se com o sujeito passivo, mediante previsão legal, atribuindo-lhe determinada carga tributária. A hipótese de incidência traz em si o fato material da vida que a lei tributária optou por considerar su�ciente e necessário para efeito do nascimento do liame obrigacional. Assim é que se estabelece a estrutura basilar da relação jurídico-tributária para que o Estado esteja legitimado para a incidência tributária, avançando sobre o patrimônio e os bens dos sujeitos passivos (as pessoas, em geral). Mas o Código Tributário Nacional (CTN), no art. 121 (BRASIL, 1966), estabelece uma distinção quanto ao sujeito passivo. Este será tanto o contribuinte (aquele que efetivamente pratica o fato gerador do tributo) quanto o responsável, que poderá ser um terceiro que a lei tributária escolheu para, em algumas situações, suportar o dever de pagamento do tributo (AMARO, 2017). Assim, o responsável tributário será aquele incumbido, por lei, do pagamento do tributo, sem que ele tenha, no entanto, alguma relação direta e pessoal com o fato gerador. Papel dos sócios em sociedades empresariais A responsabilidade tributária, neste caso, trata-se, inicialmente, de os sócios terem praticado ato não doloso, caso em que eles responderão subsidiariamente pela dívida da sociedade. Mais comum, no entanto, é a hipótese de o sócio ser responsabilizado por obrigações tributárias, quando praticar atos com violação de poderes, lei, contrato social ou estatuto. Fonte: Shutterstock. Quando o sócio-administrador pratica ato fraudulento, sua responsabilidade tributária será pessoal e não solidária (junto com a pessoa jurídica) ou subsidiária (depois de se avançar sobre o patrimônio da pessoa jurídica). Neste caso, portanto, o sócio que extrapolou os poderes e foi além do que poderia responderá Legislação Empresarial Aplicada Responsabilidade e obrigação tributária Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! pessoalmente pelas obrigações tributárias decorrentes do seu ato. Coobrigação O tema dos coobrigados (duas ou mais pessoas obrigadas ao adimplemento tributário) diz respeito à solidariedade. A matéria está prevista nos artigos 124 e 125 do CTN (BRASIL, 1966). Primeiro, ocorre quando mais de uma pessoa tenha interesse na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal e, depois, nos casos especi�cados em lei. Responsabilidade presumida Surge no art. 134 do CTN (BRASIL, 1966), trata da circunstância segundo a qual a lei atribui a determinadas pessoas a responsabilidade pelo pagamento de tributos, por exemplo: Os pais são responsáveis pelos tributos devidos pelos �lhos. Os tutores e os curadores são responsáveis pelos tributos devidos pelos tutelados e curatelados. Os administradores serão responsáveis pelo pagamento dos tributos que decorram dos bens porventura administrados. Em caso de sucessão, o inventariante será responsável pelo recolhimento dos tributos devidos pelo espólio (SCHOUERI, 2018). Responsabilidade tributária de operações societárias Numa primeira hipótese, o art. 132 do CTN (BRASIL, 1966) diz que a pessoa jurídica que porventura resultar de processos de fusão, transformação ou incorporação, será responsável pelos tributos devidos até essa data. Além disso, caso uma pessoa jurídica seja extinta e algum dos sócios desta continue, sob outra razão social, isto é, mediante a constituição de nova empresa, a praticar a mesma atividade econômica, também será responsável pelas dívidas tributárias da antiga empresa. Esta responsabilização encontra-se prevista no parágrafo único do art. 132 do CTN (BRASIL, 1966). Responsabilidade de operação de venda De acordo com o disposto no art. 133 do CTN (BRASIL, 1966), a pessoa, seja ela jurídica ou natural, que adquirir de outro estabelecimento comercial, industrial ou pro�ssional, e continuar sob mesma ou outra razão social a respectiva atividade econômica, responderá pelos tributos devidos pelo estabelecimento até a data do negócio. Segundo o CTN (BRASIL, 1966) o adquirente do estabelecimento responderá integralmente pela dívida tributária caso o alienante cesse a exploração da atividade (COSTA, 2019). Responsabilidade subsidiária Neste caso, conforme o art. 133, II, do CTN (BRASIL, 1966), o adquirente responderá de maneira subsidiária com o alienante, caso esta prossiga na exploração da mesma atividade econômica ou na hipótese de o alienante iniciar dentro de 6 (seis) meses, contados da data da alienação, “nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou pro�ssão” (BRASIL, 1966, [s.p]). Obrigação tributária A obrigação tributária nasce com a prática do fato gerador. Quando um sujeito aufere renda (por exemplo), nasce para ele a obrigação de pagar o Imposto de Renda para a União. Assim, a obrigação tributária é tanto o dever de pagamento pelo sujeito passivo, quanto a obrigação de o sujeito ativo exigi-lo. A obrigação tributária é aquela principal (o tributo em si) e acessória (os chamados deveres instrumentais). Caso haja descumprimento da obrigação acessória, o sujeito receberá uma penalidade, ou seja, uma multa. Fonte: Shutterstock. Antes de �nalizarmos esta webaula, cabe ressaltar que o valor dessa multa será acrescido ao montante principal do tributo (CARNEIRO, 2019). Dessa maneira, o descumprimento de uma obrigação acessória, vez que resultante na imposição de penalidade pecuniária, faz com que se torne tudo obrigação principal.